Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... ARTIGO REVISÃO A importância dos atributos: acolhimento, vínculo e longitudinalidade na construção da função de referência em saúde mental na atenção primária à saúde The importance of the attributes: hosting, bond and longitudinality at the construction of the function of reference in mental health in primary health care Willy Moreira Batista Simões1, Max Silva Moreira2 RESUMO Atualmente a Estratégia Saúde da Família possibilita o atendimento e acompanhamento da pessoa com sofrimento mental na comunidade em que está inserido. Neste estudo foi realizada revisão bibliográfica com o intuito de discutir a potencialidade da Estratégia Saúde da Família no tratamento, inserção social e promoção da cidadania da pessoa com sofrimento mental. O objetivo foi enfatizar o acolhimento, o vínculo, a referência e a longitudinalidade como recursos para atenção integral à pessoa com sofrimento mental na Atenção Primaria à Saúde. Descritores: Acolhimento. Serviços de Saúde Mental. Saúde da Família. Saúde Mental. Atenção Primária à Saúde. __________________________________________________________________________________________ 1 Enfermeiro, Especialista em Saúde Mental pela PUC - Minas. Professor substituto da disciplina Enfermagem Psiquiátrica do Curso de Graduação em Enfermagem da UFMG. Belo Horizonte (MG), Brasil. Email: [email protected]. 2 Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte (MG), Brasil. Email: [email protected]. ABSTRACT Currently the Family Health Strategy enables the monitoring of people with mental distress in the community it serves. In this study we reviewed the literature in order to discuss the potential of Family Health Strategy in the treatment, social inclusion and citizenship of people with mental distress. The objective was to emphasize the host, the bond, the references and longitudinality as resources for comprehensive care to people with mental distress in Primary Health Care. Descriptors: User Embracement. Mental Health Services. Family Health. Mental Health. Primary Health Care. __________________________________________________________________________________________ V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 223 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... pessoas com sofrimento mental circulando INTRODUÇÃO na comunidade. A política em saúde mental começa a pensar na assistência Desde a década de 70, a Reforma Psiquiátrica consolidando de serviços integrados conforme a lógica dinamicamente através dos princípios da do trabalho na Atenção Primária à Saúde desinsitucionalização e da reintegração (APS). Entre as suas diretrizes e princípios, psicossocial da pessoa com sofrimento destaca-se mental. Dentre seus atuais norteadores, atendimento, o foco na família e na destacamos: a efetivação de uma clínica comunidade, o desenvolvimento de ações que respeita a singularidade; a crítica em de promoção, prevenção, tratamento e relação ao tecnicismo dos profissionais; a reinserção social. A lógica do serviço proposta enfatiza de vem se psiquiátrica, a partir do desenvolvimento implantação de redes a os descentralização dispositivos do comunitários, substitutivas ao hospital psiquiátrico; a visando ao tratamento precoce, contínuo e promoção eficiente, da cidadania; a favorecendo a assistência intersetorialidade e a superação do hospital integral3. O dito louco passa a habitar a psiquiátrico1. cidade, circular entre os dispositivos e A reforma propõe a mudança do espaços sociais no cotidiano do seu tratamento asilar e excludente para uma tratamento. Esse movimento é resultado de clínica onde o objeto de tratamento deixou transformações de ser a doença e passou a ser a existência jurídicas e históricas, arquitetados por – o sofrimento do indivíduo e sua relação diferentes órgãos e entidades em prol da com o corpo social. Logo, a singularidade cidadania e inclusão social4. políticas, culturais, e as novas formas de invenção da saúde, Com o intuito de organizar as redes assim como a mudança na visão social do de atenção psicossocial, a Organização paciente Mundial são estratégias basilares na da Saúde (OMS) inclui a terapêutica da pessoa com sofrimento Estratégia Saúde da Família (ESF) como mental, onde a cura não é mais a ênfase do eixo 2 tratamento . Dessa imprescindível articulador do tratamento e organização das ações em saúde mental no forma, a torna-se contexto comunitário5. Devido a tal dos movimento, aconteceu no ano de 2001, em serviços a partir do território, uma vez que âmbito nacional, a Oficina de Trabalho a reinserção social e desmonte do aparato para a Discussão do Plano Nacional de asilar só se tornarão eficazes com as Inclusão das Ações de Saúde Mental na V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 reestruturação então Rev. Enfermagem Revista 224 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... APS. A partir desta oficina oficializa-se a A política nacional de atenção inclusão das ações de saúde mental nesse primária à saúde revela que as equipes de modelo assistencial4. saúde da família têm enfrentado demandas As ações de saúde propostas pela relacionadas à dependência química, ESF efetivam-se em consonância com os depressão e violência doméstica, de alta pressupostos da política de saúde mental prevalência na população em geral6. É vigente. imprescindível Além disso, devido à sua a necessidade de abrangência na comunidade, a ESF torna- intervenção das equipes nas questões se ferramenta eficaz no tratamento e pertinentes à saúde mental da comunidade. continuidade da assistência à saúde da Devido à proximidade com as famílias e as pessoa com sofrimento mental. Ambas as comunidades, a ESF se constitui num áreas preconizam a atenção integral através recurso indispensável para o enfrentamento do acolhimento, vínculo, referência e das diversas formas de sofrimento mental. longitudinalidade da assistência como Cerca de 9% da população brasileira concepções de intervenção na clínica. apresentam transtornos mentais leves, e de Nesse contexto, é necessário refletir 6 a 8% apresentam transtornos decorrentes acerca dos conceitos acolhimento, vínculo, do uso de álcool e outras drogas, pelos referência no quais as equipes de saúde da família atendimento a pessoa com sofrimento devem responsabilizar-se. Outro trabalho mental no trabalho da ESF. De igual mostra que 56% das equipes de saúde da maneira, família e longitudinalidade explorar esses recursos investigadas referem realizar terapêuticos, entrelaçados em um Projeto alguma ação de saúde mental na sua Terapêutico unidade7. Singular (PTS) é imprescindível para o tratamento da pessoa Além disso, dentre as metas a com sofrimento mental na APS. Assim é serem alcançadas pela ESF, destaca-se a possível propor atendimento integral com conscientização da população de que saúde ampliação do acesso e continuidade da é um direito do cidadão e um alicerce para assistência, reafirmando os princípios da qualidade de vida. O que reforça a Reforma Sanitária e Psiquiátrica. necessidade de atuar desinstiucionalização na lógica da ênfase no referência e com A ESF NO ATENDIMENTO A PESSOA acolhimento, vínculo, COM SOFRIMENTO MENTAL longitudinalidade das ações. Assim é possível fazer um trabalho em conjunto entre comunidade e ESF, incorporando V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 225 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... ações de promoção e educação para saúde atendimento não diretivo, bem como na perspectiva da melhoria das condições desenvolver seu poder criativo em todas as de vida da população8. De acordo com direções, não se restringindo à monotonia Reinaldo (2008), algumas características de um trabalho meramente instrumental9. foram atribuídas à prática da saúde mental Esses na APS, destacando a formação de uma realizados em hospitais psiquiátricos e são rede de suporte e cuidados onde o paciente fundamentais para redução das internações tenha governabilidade no seu tratamento e psiquiátricas, além de proporcionarem a nos processos de trabalho da equipe, além construção de um projeto terapêutico de agregar profissionais com diferentes baseado na singularidade. formações, utilizando novas estratégias de 3 abordagem em saúde . atos contrapõem os trabalhos Alguns trabalhos são unânimes em afirmar que a ESF fortalece o processo de Reforçando a relevância da ESF mudança do modelo médico-privatista para nas ações de saúde mental, a Lei nº a construção de um novo modelo, na 10.216/2001 que garante a proteção e os medida em que promove à ampliação da direitos da pessoa com sofrimento mental, participação e controle social. Além disso vem promove preconizar atendimento o resgate da relação dos preferencialmente em nível comunitário e profissionais de saúde e usuários do SUS, a junto à família, enfocando a melhoria da oportunidade de diminuição do abuso de qualidade de vida, que tem implícita a alta tecnologia na atenção em saúde, assim promoção como o fortalecimento da importância da da saúde mental e o acompanhamento de pacientes e de sua escuta, do vínculo e do acolhimento10. família na APS1. Os alicerces das ações Pereira & Vianna (2009), afirmam pautadas na ESF são: a conversação que a ESF apresenta alta resolutividade ao clínica, a construção do caso e o trabalho atendimento de quadros de sofrimento em a mental, tais como: reação aguda ao possibilidade do atendimento domiciliar, o estresse (quadros reativos a situações de acolhimento, o vínculo, a constituição da vida referência e a assistência continuada. emprego, imigração, violência); depressão Nesse contexto, é possível promover e ansiedade sem risco de vida ou perda oficinas de expressão, aconselhamentos, grave trabalhos grupais, diálogos, valorizar os transtorno dissociativo e conversivo sem recursos de auto-ajuda e de ajuda mútua, alteração grave da personalidade; abuso de ampliar os referenciais de escuta e do álcool e outras drogas; tabagismo; insônia equipe, a V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 intersetorialidade, Rev. Enfermagem Revista desfavoráveis: de luto, autonomia; perda de somatizações, 226 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... sem doença psiquiátrica; retardo mental, técnico estiver de férias ou ausente na demência e epilepsia sem distúrbio grave unidade, o paciente não ficará sem a do comportamento; pacientes psicóticos continuidade da assistência, uma vez que o estabilizados de baixa complexidade de PTS será trabalhado em conjunto com toda manejo a equipe. Ademais, o projeto propicia a farmacológico; precoce de doenças identificação da infância e participação do paciente no seu tratamento, adolescência e orientação para as escolas e na construção de laços sociais e na família11. retomada da cidadania. O PTS deve ofertar pré- ao paciente atendimento individual, a definida pela ESF na atenção domiciliar, tomada de decisão quanto à definição da principalmente executada pelos Agentes freqüência aos serviços de saúde e os Comunitários de Saúde (ACS), é um encaminhamentos recurso muito rico na abordagem desses especificidade1. A abrangência territorial necessários a sua Para Cunha (2007), o PTS na APS problemas, já que o tratamento exige e é desenvolvido em quatro momentos, criativo no sentido de inserir o paciente na sendo eles, o diagnóstico (a equipe deverá monitoramento contínuo, cuidadoso 11 sua comunidade . Com os trabalhos de avaliar o paciente de maneira integral e Modesto & Santos (2007), constatou-se a holística), a definição de metas (sugerir importância da atuação dos ACS na propostas de curto, médio e longo prazo, detecção precoce dos casos de sofrimento que serão negociadas com o paciente pelo mental, encaminhando para a psiquiatria e profissional que tiver melhor vínculo com integrando os projetos terapêuticos12. o mesmo), a divisão de responsabilidades Na ESF, o acolhimento, o vínculo, (é notória a necessidade de definir as a construção da referência instituída no tarefas de cada membro da equipe com técnico e a longitudinalidade da assistência clareza) e a reavaliação (momento em que são imprescindíveis para nortear o PTS. se discutirá a evolução e se farão as Essa estratégia deve orientar todos os devidas correções de rumo ao tratamento) profissionais 13 envolvidos acompanhamento do no . paciente, Portanto, elaborar um plano possibilitando um compartilhamento de terapêutico desarticulado da estratégia do responsabilidade na equipe. Assim, não PTS corre-se o risco de provocar no apenas é paciente o isolamento social, a segregação responsável pela execução dos cuidados à e o rompimento com o contexto da vida pessoa com sofrimento mental. Se o comunitária. A APS não pode servir de o técnico V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 de referencia Rev. Enfermagem Revista 227 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... ambulatório para a pessoa com sofrimento TRATAMENTO EM SAÚDE MENTAL mental, assim como se constituir num NA APS serviço para triagem e encaminhamento do grande Diversos trabalhos demonstram que potencial para efeito adverso ao tratamento a criação de condições para atenção em proposto. Na APS, o trabalho em equipe e saúde mental na APS vem apresentando a bons paciente, fazendo construção do disso caso um baseado na resultados. Através do singularidade evita a alienação do paciente compartilhamento de responsabilidades no como objeto do tratamento científico. cuidado, Assim o paciente não se aliena ao acolhimento, do vínculo, da referência e da tratamento hospitalar, podendo dividir seus longitudinalidade é possível intervir no desejos e anseios em prol de sua atendimento autonomia terapêutica. acompanhamento domiciliar da pessoa Através do vínculo e da longitudinalidade, com sofrimento mental. Assim é possível a é possível evitar internações desnecessárias detecção e o tratamento precoce de e uso inadequado de medicações, uma vez sintomas e da atenção que o paciente poderá procurar a ESF tratamento. Além disso, intervenção a crise psíquicos e nos através do propor pacientes o da 12 comunidade . sempre que se sentir inseguro quanto ao seu da O acolhimento surge como um o recurso terapêutico de atendimento que acompanhamento dos egressos de hospitais engrandece a necessidade do resgate da psiquiátricos, a orientação aos familiares e dignidade humana, do atendimento de os esforços para evitar a medicalização do qualidade, além de constituir um elemento sofrimento mental possibilitam atenção fundamental no processo de trabalho na integral ao paciente a partir do território, APS. Ademais, permite o desenvolvimento reduzindo as internações psiquiátricas de maior competência e sensibilidade para desnecessárias e facilitando o atendimento reconhecer integral à família e ao paciente, com demandas dos pacientes e da comunidade. consequente modificação das relações de 4,6 cuidado e das práticas em saúde . as reais necessidades e Sendo assim, o acolhimento deve ser realizado por todos os funcionários que participam do processo de trabalho na E ESF. Não deve ser confundido com o A processo de simples triagem do paciente, CONSTRUÇÃO DA REFERÊNCIA NO assim como não deve ter horário pré- ACOLHIMENTO, VÍNCULO LONGITUDINALIDADE: estabelecido e nem ser atribuição de V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 228 Simões WMB. Moreira MS. determinada Atuação do enfermeiro na monitorização... categoria profissional. O paciente que se dirige a uma unidade de comunidade e visitar pessoas que segundo a mesma, não via há anos14. saúde é um cidadão que exerce o seu direito de ao conheceram Fabiana, usuária de crack e funcionário público que o atende. O cocaína, aidética, emagrecida, descuidada, acolhimento do com medo de morrer, solicitava ajuda para profissional de acolher, dar seguimento a abandonar as drogas e cuidar da saúde. O um PTS e promover a assistência à pessoa marido da paciente era usuário de crack, com sofrimento mental. Esse paciente não vendera os móveis da casa para sustentar o deve ser encaminhado à equipe de saúde vício. Tinham uma filha de dez anos de mental Atenção idade que não freqüentava a escola há Psicossocial (CAPS) pelo simples fato de meses. Outros familiares moravam com o trazer ou casal e teriam saído de casa devido à emocional. Deve ser acolhido juntamente situação. Fabiana foi convidada para ir à com sua família, se for o caso, no intuito unidade de saúde da família e foi pactuado de dar uma resposta adequada a cada que ela seria acolhida pela equipe quando demanda, de acordo com a singularidade. chegasse. A paciente foi até a unidade de ou uma lançar é a ao sua demanda Em outra intervenção da equipe, postura Centro demanda inicial de psíquica Percebemos a potencialidade do saúde, suas demandas foram acolhidas, acolhimento em dois casos citados por inicia-se o tratamento e a intervenção da Lancetti (2001). Fenícia era uma idosa que equipe. Passada uma semana, Fabiana vai à vivia em prisão domiciliar, sofria maus casa da agente comunitária de banho tratos do neto, foi encontrada pela equipe tomado, cabelos alinhados, disposta a da ESF em péssimas condições de higiene, freqüentar a unidade de saúde, iniciando emagrecida, em plena atividade delirante um período de cuidados e substituição alucinatória. Após negociação com o neto, gradativa a idosa foi convidada a comparecer a Posteriormente, unidade de saúde da família. Lá, recebeu alimentar-se cuidados da equipe e iniciou o tratamento e voltaram a morar com ela e a filha estava atenção integral. Membros da equipe freqüentando a escola de forma assídua14. do crack a pela paciente melhor, os maconha. passou a familiares mobilizaram os vizinhos e a filha de dona A postura da equipe em acolher os Fenícia no intuito de organizar e reformar dois casos supracitados fez com que tanto a casa da idosa. Posteriormente a idosa dona Fenícia quanto Fabiana tivessem estabilizou-se e passou a circular na restabelecida a sua cidadania e melhorado a qualidade de vida. V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 229 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... Etimologicamente, vínculo é um pedagógica. Descrevem que já tentaram vocábulo de origem latina e significa algo fazer a criança falar a qualquer custo, que indica todavia permanece o silêncio, a criança se interdependência, relações com linhas de joga no chão e começa a rolar. A equipe da duplo dos escola julga como melhor saída para Dara, profissionais com os pacientes e vice- o uso de medicação e acompanhamento versa. A constituição do vínculo depende psiquiátrico, uma vez que a psicoterapia de movimentos tanto dos pacientes quanto não trazia resultados. Os pais reclamam da da equipe15. O vínculo é um recurso atitude da escola em forçar a criança a terapêutico que propicia a humanização e falar, queixam que os professores insistem cuidado integral no atendimento a pessoa em incluir a paciente em uma escola com sofrimento mental. Além disso, o especial. Dara e seus pais passam a ser estabelecimento entre acompanhados pelo profissional da equipe profissional e pessoa com sofrimento de saúde da família. Foi realizado pela ESF mental às trabalho juntamente à escola, onde é a pontuado que mesmo se ela nada dissesse a relação de confiança mútua. Estabelecido o escola deveria acolhê-la, pois o trabalho é vínculo, de pela inclusão da paciente. Logo, Dara foi soluções para demanda de cada paciente, incluída no Projeto Arte e Saúde e visando à singularidade no atendimento e à participou da Oficina de Artes e Artesanato melhoria da qualidade de vida. Assim é por seis meses. Está indo a escola, possível compreender quais os fatores melhorou o contato, gosta de brincar com causam a não adesão ao tratamento e os amigos, conta que está namorando. desenvolver a autonomia do paciente no Freqüenta a unidade de saúde, relata que seu cuidado. vai levar notícias ao profissional que a ata ou liga sentido, traz demandas do há pessoas, compromissos do maior vínculo resolutividade paciente, busca reforçando compartilhada O caso Dara, ocorrido no município acolheu. Não foi preciso medicá-la, os pais de Belo Horizonte, retrata a importância do passaram a freqüentar a unidade mesmo na vínculo como recurso terapêutico. Dara, ausência de queixas16. seis anos de idade, é encaminhada pela O vínculo se efetiva como um escola à unidade de saúde da família, com recurso terapêutico quando o profissional hipótese estabelece uma relação de confiança com diagnóstica de autismo. Os professores relatam que a criança sabe ler, Dara, no entanto permanece em quadro de manifestadas, respeita a sua singularidade, mutismo, o que dificulta a avaliação mostra-se disposto a investir no seu V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista decodifica as expressões 230 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... tratamento, orienta e atende os pais da estruturando as diferentes formas de paciente, além de discutir o caso com a abordagem e intervenção. equipe da escola. As equipes devem Na ESF, o técnico de referência trabalhar conjuntamente na construção de pode realizar visitas domiciliares, definir um PTS, o que facilita a condução do caso qual a freqüência a pessoa com sofrimento e coordenação do cuidado. mental irá ao serviço, realizar contato com Quando o acolhimento e o vínculo a família, garantir os direitos sociais se estabelecem de forma efetiva, o quando houver (aposentadorias, benefícios, profissional ou a unidade de saúde podem afastamentos), sugerir grupos operativos e tornar-se referência para a pessoa com atividades de convivência, estabelecer sofrimento mental. A referência ocorre no novos cuidados e fazer a reavaliação do âmbito institucional ou na figura do processo terapêutico. As intervenções são profissional que acolhe o paciente que construídas e seus efeitos são avaliados nas chega à unidade de saúde. O paciente vai à reuniões de equipe. A postura ética dos unidade, determinado profissionais que conduzem o caso e a funcionário que se tornou referência disponibilidade para investir na acolhida devido à disponibilidade da acolhida e da são essenciais para qualquer PTS. procura por A longitudinalidade é a relação condução do caso. O técnico de referência pode ser o mútua entre paciente e profissional de profissional que acolheu o paciente e saúde, pautado na continuidade de oferta realizou a entrevista ou ser designado a tal de atenção, sendo uma fonte habitual e função conforme a organização de cada regular de cuidado para o paciente e não serviço. Sendo uma referência para pessoa para doença. Essa relação pessoal ao longo com sofrimento mental, esse profissional do tempo permanece independente do tipo deverá acompanhar de perto o paciente e de problema de saúde ou até mesmo na traçar o primeiro esboço do projeto ausência de uma patologia. A essência do terapêutico, o qual irá focalizar e servir de cuidado é o uso da fonte habitual de orientador para o trabalho em equipe atenção, na qual é estabelecida e mantida durante o tratamento daquele paciente. uma relação pessoal. Além disso, a Deve discutir o projeto com a equipe, longitudinalidade facilita a observância da aceitar sugestões e propor mudanças medicação prescrita, fator imprescindível à conforme a singularidade de cada paciente, pessoa com sofrimento mental grave17. A articulando atenção a gestão do cuidado e longitudinal à pessoa com sofrimento mental pode ser verificada V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 231 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... quando o paciente identifica uma fonte de unidade de saúde da família, participa de atenção como própria para si, havendo a passeios promovidos pelo grupo, relaciona existência de um contrato de atenção com orientada para o mesmo. odontológico, mulheres, faz higieniza-se tratamento diariamente, Lancetti passa perfume, freqüenta o grupo de (2001), é possível perceber no caso Leão, a artesanato e tem a agente comunitária efetivação da referência estabelecida com a como referência para si, indo à unidade de ACS, assim como a longitudinalidade da saúde mesmo na ausência de doenças ou assistência. Leão, 57 anos, história de desestabilização várias internações psiquiátricas, morava independente do horário que chega, tendo em dois cômodos isolados, próximo à casa assistência dos pais. Encontrado pela equipe do integral. Circula na comunidade, faz Qualis/PSF, recebeu visita da agente amigos e tem sua cidadania restabelecida14. comunitária e da médica da família para Esse caso é um exemplo de como o desvendar melhor o caso do paciente. Leão conceito de referência sai do campo era isolado, não saia de casa, sempre era institucional e passa a atuar, enquanto internado no hospital psiquiátrico com função, no tratamento assumido pela ACS apoio dos pais. A equipe de Lancetti passa com o apoio da equipe. O atendimento a a acompanhar o paciente e tenta incluí-lo Leão no grupo de caminhada da unidade de profissionais da ESF, o primeiro contato saúde da família. No entanto, resistente, estabelecido pela agente comunitário, o acuado investimento na condução do caso, a Nas e experiências cabisbaixo, de Leão sentia-se ao de psíquica. forma longo do É acolhido longitudinal tempo e pelos excluído devido aos comentários e a coordenação postura pouco acolhedora dos vizinhos que disponibilidade da unidade em ofertar participavam da caminhada. A partir dessa atenção a esse paciente, representam a situação, a agente comunitária percebe o potencialidade da referência preconceito dos integrantes do grupo de estabelecimento do vínculo, caminhada e propõe a Leão que faça possível o acompanhamento longitudinal. do cuidado e a e o tornando caminhada juntamente com duas agentes comunitárias em dias alternados da DESAFIOS NO ATENDIMENTO A semana. Leão aceita a proposta, mostra-se PESSOA resistente no início e posteriormente sente- MENTAL NA ESF COM SOFRIMENTO se acolhido, tornando membro atuante no grupo de caminhada. Passa a freqüentar a V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 232 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... o Reinaldo (2008) identifica como entrave a acolhimento do paciente, não raramente, é fragmentação da atenção ao longo do realizado na forma de simples triagem e tempo, a imprecisão dos limites da saúde encaminhamento ao CAPS ou as equipes mental na APS e a dificuldade da de apoio a ESF. A ESF trabalha as integração dos saberes dos profissionais especialidades operacional, envolvidos3. Nas entrevistas realizadas padronizada e sistematizada, conforme os com profissionais da APS, Vecchia & protocolos clínicos utilizados. Há uma Martins (2009) destacam como obstáculos mitificação de a necessidade de um suporte profissional protocolos, o que tende a provocar um mais específico, a falta de formação na trabalho alienado. Ou seja, como as área de saúde mental, os limites e decisões estão sendo tomadas a priori para questionamentos situações sempre iguais, não cabe aos encaminhamento trabalhadores refletir e ponderar sobre a especializada6. Campos (2001) aponta para conveniência a necessidade de uma clínica que acolha o No eixo a da de saúde forma respeito de mental do uma uso intervenção diferenciada13. quanto para ao a atenção paciente em situação de crise em todos os O acolhimento e o vínculo podem níveis do sistema de saúde18. Assim a ser prejudicados devido ao resquício de um equipe encontra dificuldade em acolher, sistema de saúde que possui raízes incluir a pessoa com sofrimento mental nas profundas nos modelos hospitalocêntricos, atividades da equipe, responsabilizar-se e o que representa, portanto, um grande criar vínculos com pacientes e famílias19. desafio sua superação. Além disso, se não Souza et al (2007) indicam como houver a vontade de mudar, por parte dos empecilho a não formação específica dos profissionais, o desejo de fazer um profissionais ou ausência de atualizações trabalho na área de saúde mental. Tal situação diferenciado pela equipe, a proposta do acolhimento e o vínculo no tornar-se trabalho com a pessoa em sofrimento dificulta o acompanhamento de mudanças mental na APS será comprometida. propostas pela reforma psiquiátrica. Sem Na literatura, encontramos formação um agravante, específica, a bem equipe como pode trabalhos que destacam as fragilidades encontrar dificuldades para desenvolver identificadas ao longo da transposição do ações atendimento acompanhar centrado no hospital nesta área, bem mudanças como propostas 8 para nas Contudo, psiquiátrico para o tratamento focado na diretrizes da política vigente. comunidade em que se insere o paciente. vale refletir a respeito da formação V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 233 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... específica e da cientifização do sofrimento da APS. É necessária a construção de mental. No caso Leão, por exemplo, a projetos agente comunitária não tinha formação diálogo entre equipes, profissionais e específica em saúde mental, o que não a pacientes, respeitando a subjetividade e a impediu de investir na construção do direção do tratamento singular19. Um dos caso14. A contribuição do matriciamento fatores que interferem na qualidade do realizado pela equipe de apoio a ESF é atendimento fundamental para trocas de saberes entre a profissionais equipe. Realizar a escuta, dar oportunidade corretamente e acompanharem as pessoas ao seus com não está abrangência. A presença de sofrimento equipe de mental nos pacientes atendidos na rede de matriciamento para construção do caso são APS costuma passar despercebida, apesar estratégias de sua alta prevalência20. paciente sentimentos, sozinho, para expressar mostrá-lo recorrer que à que acompanhamento facilitam a incapacidade de sofrimento no dos diagnosticarem mental na área de A construção da referência e a sofrimento mental na APS. Se não houver longitudinalidade da assistência podem ser o a prejudicadas devido à alta rotatividade de disponibilidade para ouvir e a investida na profissionais nas unidades de saúde, além construção do caso a titulação acadêmica da de nada resolverá. informação no prontuário. Ademais, a de Ressaltamos, fazer pessoa é estabelecidos com desejo da o terapêuticos diferente, ainda, baixa qualidade do registro de como contratação no setor público, raramente é empecilhos a insuficiência de serviços de estruturada a partir do perfil profissional saúde mental em quantidade e qualidade, a para desempenhar a função e trabalhar na desarticulação da rede de serviços de saúde área desejada. mental e o desconhecimento da proposta Outro desafio a ser superado é fazer de inclusão da saúde mental no território, a com que o trabalho na ESF seja entendido partir da ESF, como estratégia potencial a partir da função exercida pela pessoa que para a efetivação de ações em saúde acolhe 4 mental na APS . o paciente. Entender que o atendimento a pessoa com sofrimento Outro impasse é a necessidade de mental é uma relação pautada pela escuta e rompimento das barreiras existentes entre pelo desejo de acolher, recursos esses o CAPS e a ESF, o que dificulta a imprescindíveis ao tratamento. sincronia, o acompanhamento, a discussão de casos e a capacitação dos profissionais V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 234 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... aquisição de novas competências para a PERSPECTIVAS NO ATENDIMENTO A PESSOA COM atuação em saúde11. Essa metodologia é fundamental, SOFRIMENTO porém devem-se considerar os aspectos MENTAL NA ESF particulares de cada realidade, ao invés de Por outro lado, experiências de buscar generalizações4. Neste sentido, o matriciamento em saúde mental a partir da apoio matricial da saúde mental é potente APS para propiciar têm demonstrado viabilidade e maior consistência às resultados positivos, tanto para o paciente, intervenções em saúde em geral e em os familiares e os trabalhadores, quanto saúde mental em particular. No trabalho para o próprio sistema de saúde, que reduz realizado no município de Sobral por gastos com atendimentos especializados e Tófoli & Fortes (2007), foi possível internações desnecessárias4. perceber que o matriciamento em saúde O apoio matricial ou matriciamento mental trouxe integração da saúde mental constitui um arranjo organizacional que com a ESF. Através disso, os profissionais visa outorgar suporte técnico em áreas auxiliam a ESF na discussão de casos e na específicas às equipes responsáveis pelo tomada desenvolvimento de ações primárias de encaminhamentos saúde para a população. Profissionais Tanto a ESF quanto os pacientes e externos à equipe compartilham casos e familiares foram acolhidos e sentem-se discutem propostas de intervenção com as seguros com o apoio do matriciamento em equipes de saúde da família. Podem ser saúde mental21. A partir de discussões trabalhadores dos CAPS, de equipes clínicas conjuntas com as equipes, é volantes ou ligados ao Núcleo de Apoio à possível qualificá-las para uma atenção Saúde da Família (NASF). Com isso, se ampliada em saúde mental, favorecendo o produz co-responsabilização, promoção de acolhimento, o vínculo, a referência e a ações na longitudinalidade da assistência7. Espera- comunidade. Assim é possível excluir a se, no futuro, que parcela significativa do lógica do encaminhamento, facilitar o matriciamento em saúde mental seja acolhimento e o vínculo, aumentando a realizada capacidade resolutiva de problemas de mental, ligados ao NASF11. Os casos saúde pela equipe. Além disso, há o citados estímulo elucidam a articulação do trabalho em conjuntas a nas famílias interdisciplinaridade V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 e e a Rev. Enfermagem Revista de decisão por da de quando profissionais dona Fenícia fluxos e necessários. de e saúde Fabiana 235 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... conjunto, da equipe de saúde mental em matriciamento com a equipe da ESF. acolhimento leva em consideração a CONSIDERAÇÕES FINAIS inserção do paciente no contexto e na dinâmica de toda a família. A atenção Este artigo apurou que conceitos referenciados organização como da atributos APS, a para saber, contínua e cuidadosa pela formação e consolidação do vínculo favorece a o autonomia e melhora a qualidade de vida acolhimento, o vínculo, a referência e a do paciente ao mesmo tempo em que a longitudinalidade, são também recursos referência ao profissional não necessita ser capazes de modificar o processo de totalmente abandonada ou desfeita. Nesse trabalho nesse nível de atenção e de sentido, conferir qualidade assistencial às pessoas longitudinalidade na APS é pautada na com sofrimento mental. Esses recursos continuidade de oferta de atenção. lembramos que a entrelaçados no PTS, desenvolvido em Na vida cotidiana temos vários equipe, comprovam a possibilidade de exemplos espontâneos, sobre como a realizar e noção de referência é importante e com corriqueira nas relações entre as pessoas, e, o atendimento acompanhamento da integral pessoa sofrimento mental na APS. como, a partir dela, se formam os vínculos. Acolher a pessoa com sofrimento As relações colhidas nas rotinas da vida mental na ESF requer atenção voltada ao comunitária são exemplos, onde as pessoas paciente e sua família e não à enfermidade. se conhecem e na troca ou na prestação de Neste sentido, torna-se clara a necessidade serviços se referenciam: o padeiro, o de um trabalho prévio com as equipes, para pedreiro, o eletricista. Estas relações se que as mudanças conceituais e posturais reproduzem naturalmente na demanda e se possam realmente se efetivar, garantindo a estendem reflexão sobre sua responsabilidade com pessoas em direção aos profissionais e aos ampliação do acesso, humanização das serviços de saúde. relações, criação de vínculos e satisfação profissional. como Quando um o movimento profissional das vira referência para a pessoa com sofrimento Nos exemplos citados, vimos as mental a continuidade do tratamento e a possibilidades de intervenção da ESF nas coordenação do cuidado acontecem de questões pertinentes a saúde mental. O forma mais efetiva. Assim como no V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 236 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... cotidiano, a pessoa em sofrimento mental Logo, tendo como referencial o buscará ajuda no profissional que o território, o habitat, reconhecendo a família acolheu de forma humanizada e tornou-se e a pessoa com sofrimento mental, este referência para ele. É necessário deslocar a trabalho mostra que a ESF tem a referência institucional para a referência na capacidade de propor uma assistência de pessoa do técnico. O saber científico a qualidade conforme os pressupostos da priori não garante a eficácia no tratamento reforma se o discurso do paciente, se o acolhimento acolhimento, do vínculo, da função de forem secundários. Viganó (2002) afirma referência que a pessoa com sofrimento mental assistência à pessoa com sofrimento precisa de um ponto de referência, um mental é possível reduzir o número de muro vivo para barrar o assédio do outro, atendimentos ambulatoriais em CAPS e do delírio. O psicótico precisa dessa frear o ciclo de re-internação do paciente. referência, pois a vida social é perigosa, é Isso diminui custos para o estado e persecutória e o muro vivo o defende municípios disso. 22 Neste sentido, a constituição da psiquiátrica. e da e Através do longitudinalidade propõe da cidadania e acompanhamento sistemático ao paciente. papel A visita domiciliar, o reconhecimento do fundamental de mostrar ao psicótico que território, a presença constante do ACS na ele não está sozinho, que ele pode contar comunidade faz com que sejam percebidas com o profissional de referência e este, por as queixas do paciente, antes que ocorra o sua vez, deve valorizar o diálogo na agravamento do quadro. Ao paciente e à equipe, propor sua família é promovida a qualidade de mudanças para tratar das questões surgidas vida, a oportunidade de permanecer no nos atendimentos. território, a inclusão social e a retomada da referência na ESF aceitar terá sugestões esse e cidadania. 2. Cavalheri REFERÊNCIAS SC. Transformações do modelo assistencial em saúde mental e seu 1. Minas Gerais. Secretaria de Estado de impacto na família. Rev Bras Enferm. Saúde. Atenção em saúde mental. Linha 2010 Jan/Fev; 63(1): 51-7. guia da saúde mental. 2ª ed. Belo 3. Reinaldo Horizonte: SES; 2007. atenção básica como processo histórico de MAS. Saúde mental na evolução da psiquiatria comunitária. Esc V. 16. N° 03. Set./Dez. 2013 Rev. Enfermagem Revista 237 Simões WMB. Moreira MS. Atuação do enfermeiro na monitorização... Anna Nery Rev Enferm. 2008 Mar; 12(1): 11. Pereira AA, Vianna PCM. Saúde 173-8. Mental. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 4. Mielke FB, Olchowsky A. Saúde Coopmed, 2009. mental na estratégia saúde da família: 12. Modesto TN, Santos DN. Saúde avaliação de apoio matricial. Rev Bras mental na atenção básica. Rev. baiana Enferm. 2010 Nov/Dez; 63(6): 900-7. saúde pública. 2007 Jan/Jun; 31(1): 19-24. 5. Silveira DP, Vieira ALS. Saúde mental 13. Cunha GT. 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