CLÍNICA, CIRURGIA E TERAPÊUTICA CLINIC, SURGERY AND THERAPY Resumos 13º Congresso Brasileiro de Hansenologia 13 th Brazilian Leprosy Congress 21 a 25 de novembro de 2014 November 21-25, 2014 Curitiba-Paraná-Brasil FARMACODERMIA À DAPSONA EM INDIVÍDUO COM DIAGNÓSTICO ERRÔNEO DE HANSENÍASE. (1) (2) (3) (4) Marcos Vinícius CLARINDO , Adriana Tomazzoni POSSEBON , João Victor MASCHIO , Hirofumi UYEDA , Julio (5) (6) Cesar EMPINOTTI , Carlos Floriano de MORAIS . Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1-6) . Introdução: O diagnóstico de Hanseníase deve ser apoiado em exame clínico, coleta do BAAR em linfa e exame histopatológico, de modo a evitar expor indivíduo não doente a uma terapia longa e com potenciais efeitos deletérios. Objetivos: Exemplificar a importância do médico dermatologista para o sistema de saúde. Materiais e métodos: Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de caso, destinado à caracterização de aspectos semiológicos, etiológicos e fisiopatológicos. Resultados: Apresentação clínica do caso: paciente masculino de 63 anos, previamente diabético, apresentava quadro de placas eritemato-descamativas em couro cabeludo, tronco e superfícies extensoras de membros de início há 18 meses, sendo positivos os sinais da vela e do orvalho sangrante, confirmando a hipótese clínica de psoríase em placas. Foi orientado e conduzido conforme sua patologia. Retornou após 3 semanas questionando o diagnóstico de psoríase, visto ter sido solicitado BAAR em linfa por enfermeira da UBS que resultou positivo (índice baciloscópico de 0,75, sendo 100% dos bacilos íntegros). Neste retorno foi novamente submetido a exame dermatológico, sem sinais cutâneos ou neurológicos de Hanseníase. Como havia sido iniciada poliquimioterapia multibacilar baseada apenas no exame da linfa, além de prednisona na dose de 20mg/dia, foi orientado a fazer acompanhamento em UBS com profissional que lhe indicou o tratamento. Uma semana após, foi internado por quadro de eritrodermia esfoliativa com aparecimento de lesões purpúricas e necróticas sobretudo em membros inferiores e erosões em cavidade oral. Além da exuberância das lesões cutâneas, apresentava seguidos episódios de hemorragia digestiva alta, descompensação do diabete e preenchia critérios para sepse grave de foco cutâneo. Realizado exame histopatológico que foi compatível com farmacodermia e excluiu a ocorrência de vasculite trombótica (fenômeno de Lúcio). Suspenso tratamento para Hanseníase e manejado de acordo com suas intercorrências clínicas, apresentou boa evolução e teve alta hospitalar. Foi solicitada nova coleta de BAAR na linfa que resultou negativo, o que leva a crer que tenha havido erro laboratorial na primeira coleta, tendo sido descartado diagnóstico de Hanseníase. Conclusões: O Brasil ainda não atingiu a meta da OMS de controle da Hanseníase, sendo considerado país endêmico para a doença. Assim, o treinamento de profissionais não-médicos para detecção de casos é desejável. Entretanto o manejo desses pacientes é complexo pela possibilidade de efeitos colaterais de sua terapia e pelas reações hansênicas que são frequentes, exigindo médico dermatologista habilitado para isso. Palavras-chave: hanseníase; dapsona; farmacodermia. Hansen Int. 2014; 39(Suppl 1): 38 ISSN: 1982-5161 (on-line) Hansenologia Internationalis