CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO EIXO TEMÁTICO: 4 – GOVERNANÇA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ: A CONCEPÇÃO DA POPULAÇÃO FRENTE ÀS NOVAS DEMANDAS DO ESTADO NO BRASIL Vanuza da Silva Figueiredo1 Maria Cecilia Bezerra Tavares Malaia2 O presente artigo traz à tona o processo de expansão da política do New Public Manangement (NPM), em que procedimentos como accontability, democracia participativa e movimentos de combate à corrupção estão se consolidando dentro do aparato legal brasileiro. Temas como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso à Informação, implantadas com a missão de obrigar a prestação de contas dos gastos pelos gestores públicos e de tornar menos obscuro o conhecimento das ações e da aplicação dos recursos públicos por parte dos cidadãos, estão aqui referendadas como procedimentos estabelecidos pelo Estado no Brasil, que necessitam da contribuição da sociedade para alcançarem êxito. Este trabalho é o resultado de um estudo de campo, fruto de uma análise exploratória qualitativa, que consolidou informações consistentes, as quais identificaram a ineficácia da participação social em relação ao controle do Estado. Serão apresentadas duas pesquisas distintas realizadas entre 2011 e 2012 na 1ª Conferência sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL) brasileira; que mostram os fatores explicativos da inoperância do controle social do Estado no Brasil a partir de estudos empíricos que abordaram a proposição da atuação dos organizadores e participantes do evento e a análise das propostas priorizadas na Conferência para a composição do Plano Nacional de Transparência e Controle Social relacionadas à promoção da transparência, acesso à informação e a dados públicos. A 1ª CONSOCIAL, que deveria representar uma demanda da sociedade para que governos, cidadãos, 1 Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal Fluminense, contadora do Instituto Macaé de Metrologia e Tecnologia 2 Mestre Sc. em Administração pela Universidade Federal Fluminense e em Tecnologia pelo Cefet-RJ, graduada em Administração de Empresas pelas Faculdades Reunidas Prof. Nuno Lisboa, Professora concursada da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro 1 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO empresas e organizações da sociedade civil pudessem pensar e estabelecer, em conjunto, diretrizes para a efetiva promoção da transparência pública e do controle social, surgiu da mobilização dos órgãos de controle do governo em atendimento às exigências dos organismos econômicos internacionais servindo como motivação à elaboração das duas pesquisas desenvolvidas nos programas de pós graduação da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; ambos revelaram a necessidade fundamental e urgente da formação cidadã do brasileiro para o exercício da participação social. O tema do estudo justifica-se na importância da contribuição da sociedade à administração pública em ações de defesa do controle e da qualidade na prestação dos serviços oferecidos pelo Estado brasileiro, na busca da melhor aplicação dos recursos públicos e na promoção da justiça social. PALAVRAS-CHAVE: accontability, controle social, combate à corrupção, cidadania. 2 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO 1 Introdução A transparência superficial ou até mesmo a sonegação das informações na Administração pública tornam questionáveis as ações de seus gestores quanto às práticas estabelecidas dentro da res pública. Países verdadeiramente democráticos apresentam baixa tolerância a este tipo de prática que compromete a credibilidade de suas instituições. A promoção da visibilidade dos atos e gastos dos governos deve ser realizada através da divulgação e o acesso as informações públicas para que a sociedade possa exercer seu pleno direito de opinar e fiscalizar as ações dos servidores públicos de maneira mais efetiva. No Brasil, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº 101 de 04 de maio de 2000, institucionalizou a exigência da transparência no setor público. Através dela, o Estado, em seus diferentes níveis de governo, passou a ser cobrado em seu papel de defensor da equidade social no comprometimento para com os cidadãos e com a satisfação das suas necessidades (Ouvidoria do Estado da Bahia, 2003). Em seu Art.9 § 4°, é estabelecido que o Poder Executivo de monstre o cumprimento das metas fiscais a cada quadrimestre aos órgãos fiscalizadores do Estado e à sociedade através de audiência pública. Já a Lei de Acesso à Informação, Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, possibilitou o acesso do cidadão aos dados públicos, permitiu clarificar o conhecimento sobre a maneira como estão sendo efetuadas as ações na gestão pública e a aplicação de seus recursos públicos. Quando um gestor público, de forma deliberada, não torna pública as informações, por julgá-las impróprias para o acesso generalizado, instala-se um ambiente propício para a propagação de fraudes e atos de corrupção. A sociedade civil brasileira precisa monitorar e também participar das decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros na Administração pública, buscando através destas ações, coibir fraudes e atos de corrupção no governo. Desta forma, ela exerce seu papel cidadão junto à população do país, propiciando o aumento do seu bem estar e promovendo a justiça social através da efetividade das ações do Estado. Transparência e accountability, conceito fortemente relacionado ao universo político administrativo anglo-saxão, são termos intimamente relacionados. A transparência é o meio pelo qual se pode gerar a accountability no setor público, pois não 3 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO há como fazer com que haja responsabilização por parte dos gestores, quando não é possível ter conhecimento por meio de informações claras sobre a utilização dos recursos públicos e a efetividade dos programas de governo estabelecidos pelas políticas públicas. Através da criação de canais institucionais de participação na gestão governamental é possível ampliar a participação social pela presença de novos sujeitos coletivos nos processos decisórios do Estado. O acesso da sociedade às informações públicas possibilita uma melhor gestão das receitas públicas através da verificação adequada dos gastos que atendam aos interesses coletivos. A Reforma do Estado de 1995 inseriu conceitos de Estado gerencial pelo uso dos critérios, embora não declarados explicitamente, do New Public Manangement (NPM). O NPM representa um modelo de gestão pública adotado na Grã-Bretanha e EUA na década de 1980 voltado para reduzir, ao mínimo, a intervenção do Estado na economia e, assim, reafirmando a tarefa clássica da garantia da propriedade e dos contratos pelo Estado. A proposta da Reforma foi reduzir, ou extinguir, o papel do Estado como garantidor dos direitos sociais e promotor da competitividade econômica, evoluindo para um modelo voltado à recuperação da governança e ao aumento da governabilidade, através da eliminação de seu papel de agente de desenvolvimento econômico e social (Bresser Pereira, 1998). Este modelo de Estado, identificado como neoliberal, foi adotado pelo governo brasileiro nos anos 90, tendo como direcionamento a busca de sua adaptação econômica aos critérios internacionais, mas acabou por levá-lo à deterioração de sua economia, quanto país periférico, fazendo despencar seus indicadores sociais. O envolvimento da sociedade nas ações de controle do Estado no Brasil já se encontra preconizado, de uma forma inovadora, na Constituição Federal de 1988, quando esta delineia a criação de novos papéis e sujeitos dentro dos diferentes tipos de poderes nas três esferas de governo. Este fato representou a justificativa necessária para as mudanças governamentais que culminaram na Reforma do Estado (Mello, 2008). Através dela, concretizar-se-ia a adoção da NPM nos serviços oferecidos pelo Estado ou pelas organizações públicas estatais e não estatais do país. O documento original publicado pelo Ministério da Administração de Reforma do Estado (MARE) em 1995 orientou para a limitação das atribuições do Estado e a ampliação da participação da sociedade no controle social (Mare, 1995). Este cenário “idílico” esbarrou na total ausência de investimentos do governo, à época, voltados para a inovação de suas instituições e preparação da população para a aplicação do controle social através da fiscalização, controle e avaliação do trabalho realizado pelos administradores públicos, responsáveis pela oferta dos serviços mantidos com recursos do Estado e no combate à corrupção para a efetividade da boa governança como política de Estado (Filgueiras, 2011). 4 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Entende-se como boa governança a capacidade do Estado em atender as necessidades e desejos de seus cidadãos de forma equânime, justa e através do uso efetivo dos recursos públicos. Para se alcançar tal objetivo, é necessário a implementação de políticas públicas dentro de critérios de eficiência, eficácia e efetividade na gestão pública. As atribuições destes três fatores para as políticas públicas estabelecem o alcance dos resultados pretendidos e a competência necessária para se atingir tais resultados com o mínimo de recursos e o máximo controle sobre todos os esforços (Marinho & Façanha, 2001). A participação social no Brasil se encontra em processo de aprimoramento, nos últimos anos, com o surgimento de algumas formas de interação entre governo e cidadão. O cidadão, por meio dos instrumentos participativos, desenvolve atividades com o objetivo central de interagir com as decisões dos gestores e com as necessidades sociais da população. Com isso, a sociedade encontra espaço para sugerir melhorias na administração pública, resultando no desenvolvimento da democracia participativa. Apesar do ainda precário controle social do Estado no Brasil, existe uma lista limitada de instituições, oriundas da Sociedade Civil Organizada, cujo mote de trabalho se concentra em ações voltadas para a prevenção e combate à corrupção no país. Organizações como a Transparência Brasil (TBrasil), Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (ABRACCI), Amigos Associados de Ribeirão Bonito (AMARRIBO), o Observatório Social do Brasil (OSB) e o Contas Abertas representam alguns expressivos exemplos de controle social brasileiros no monitoramento dos gastos públicos que não poderiam deixar de ser citados neste artigo. Em relação a todos os fatos aqui apresentados, é relevante que se estabeleça uma única consideração sobre os temas citados e seus desdobramentos: qual o nível de preparo em que a sociedade brasileira se encontra para o pleno exercício do controle social voltado para o combate à corrupção no país? No ano de 2012, foi realizada a 1ª Conferência Sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL), evento nacional organizado pelos órgãos de controle interno de governo em suas diferentes instâncias, cujo tema central foi "A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública" objetivando a elaboração do Plano Nacional de Transparência e Controle Social, que pretende se tornar um marco como instrumento de combate à corrupção. O aparato governamental disponibilizado para a 5 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO realização deste evento, que mobilizou perto de um milhão de pessoas, envolveu 49% de sua municipalidade e consumiu pouco mais de cinco milhões de Reais dos cofres públicos em nível federal, pode representar um indicativo do insipiente exercício de combate à corrupção pela sociedade no país. A 1ª CONSOCIAL representa um fato que merece um volume maior de estudos sobre o tema, pois sua realização não mostra que foram vencidos os fatores impeditivos da participação da sociedade brasileira no controle dos gastos públicos e combate à corrupção. O presente trabalho é o resultado de estudos de campo, fruto de uma análise exploratória qualitativa, que consolidou informações consistentes, as quais identificaram a ineficácia da participação social em relação ao controle do Estado. Sua origem parte de duas pesquisas distintas realizadas entre 2011 e 2012 na 1ª Conferência Sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL) brasileira, cujos objetivos buscaram desvendar os fatores explicativos da inoperância do controle social do Estado no Brasil, partindo de estudos empíricos que abordaram a proposição da atuação dos organizadores e participantes do evento e da análise de conteúdo das propostas priorizadas na Conferência para a composição do Plano Nacional de Transparência e Controle Social relacionadas à promoção da transparência, acesso à informação e a dados públicos. Este artigo foi organizado de maneira que as próximas seções tragam esclarecimentos sobre os atuais procedimentos que envolvem a prestação de contas pelo Estado e o que representou a 1ª CONSOCIAL para o avanço da participação da sociedade no controle social do país. 2 ACCOUNTABILITY: O ESTADO BRASILEIRO PRESTANDO CONTAS DE SUAS AÇÕES PARA A SOCIEDADE O fracasso da política econômica brasileira no fim do regime militar em 1985 não pode atenuar a incapacidade da burguesia industrial do país na liderança política após este período. O aumento da influência interna de uma sociedade pósindustrial que aglutina elementos da burguesia, da burocracia estatal e da classe trabalhadora representa um fenômeno ímpar na história da humanidade em que todos clamam por direitos civis e cobram deveres do Estado. Na democracia, ao cidadão interessa ter direito de reclamar, contrapor, contraditar, organizar-se, influir e até disputar o poder ou, se não o poder, alguma coisa 6 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO de melhor para si. O controle social emerge deste fato como um subproduto da democracia onde o cidadão ganha relevo e pode reivindicar uma inversão de papéis com o Estado. Tal inversão é exatamente o reconhecimento de que a democracia depende do controle social para se tornar sustentável (Gurgel, 2008). A participação direta da população nas decisões de governo que impactam a sociedade de um país representa uma prerrogativa básica para o Estado de Direito, fato que aponta para a necessidade urgente do aumento no nível de transparência dos atos da Administração Pública brasileira. A adoção de políticas que, efetivamente, contribuam para a melhoria da qualidade de vida do cidadão e a obrigatoriedade na prestação de contas dos atos de governo, representam procedimentos específicos da accountability adotada no NPM. As novas Normas Contábeis adotadas recentemente na gestão pública estabeleceram níveis de comprometimentos de transparência e representam um fator relevante que, quando não respeitado, compromete a credibilidade nas relações entre o governo e a sociedade do país. Os critérios defendidos pelo NPN estimulam uma maior participação cidadã e padrões específicos de accountability pelo Estado, via atividades entre comunidades, órgãos públicos, privados e não governamentais. É mais accountable o Estado que permite ao seu cidadão identificar as ações governamentais realizadas em prol do interesse coletivo e forneça as devidas ferramentas para que este mesmo sujeito interfira naquelas que fujam a estes objetivos. A ausência de qualquer dos mecanismos que abrangem o conjunto de medidas da accountability compromete a sua total aplicação, já que o termo reúne procedimentos que imputam dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade através da garantia da divulgação das políticas públicas e do aumento do nível de transparência (Matias-Pereira, 2012). A Lei de Transparência e a Lei de Acesso à Informação representam exemplos recentes de manifestações quanto ao caminho criado pelo governo federal brasileiro para o conhecimento de suas ações, porém as mesmas esbarram na ausência das devidas configurações estruturais das organizações públicas e na formação de seus servidores em todos os três níveis de governo. 7 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO A formulação de estudos voltados para o monitoramento das contas públicas que contribuam para o aumento do nível de transparência através da facilidade de acesso à informação é justificável, pois somam esforços para coibir práticas de corrupção. A necessidade da produção de informações públicas de qualidade que indiquem a eficácia das ações de governo através da prestação de contas do uso do dinheiro público deve ser entendida como uma obrigação dos governantes para com a população, já que a maioria dos recursos públicos tem sua origem na tributação da sociedade pelo Estado (Slomski, 2010). Em teoria, há três formas de accountability, aplicáveis ao setor público: diagonal, horizontal e vertical: − Accountability horizontal acontece quando funcionários públicos se posicionam na supervisão das ações de outros órgãos do governo, a exemplo dos Tribunais de Contas, comissões de investigação e Controladorias (Ackerman, 2004); − Accountability vertical ocorre quando o eleitorado controla os políticos por meio do voto, de plebiscito ou referendo. Os cidadãos podem punir ou premiar um mandatário votando a seu favor ou contra ele ou os candidatos que apóiem na eleição seguinte (O 'Donnell, 1998); e finalmente − Accountability diagonal ocorre quando as autoridades de supervisão não exercem nenhuma relação hierárquica direta com organizações públicas e não possui poder para impor sanções (Bovens, 2006). Quando essas três formas são bem aplicadas, elas contribuem para a formação de uma sociedade mais democrática e participativa. A accountability horizontal necessita de uma ação mais enérgica dos órgãos fiscalizadores na punição e transparência das irregularidades encontradas durante o seu exercício de um gestor público. A accountability vertical permite ao cidadão acesso aos pareceres dados nas prestações de contas dos gestores públicos. Para que isso seja efetivo, é necessário que as ações realizadas pelos órgãos fiscalizadores se encontrem isentas de influências políticas que possam descaracterizar, ou desmoralizar, a real conduta dos gestores públicos frente a sociedade. A realização da 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL) trouxe para uma mesma mesa de debates representantes do 8 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO governo, dos conselhos de políticas públicas e a sociedade civil para a criação de propostas/diretrizes para a composição do Plano Nacional de Transparência e Controle Social. Através do espaço criado pelo evento, foi possível que representantes da sociedade civil discutissem as mazelas decorrentes da corrupção no Brasil, do mau uso do dinheiro público, da baixa efetividade dos programas de governo, do insipiente nível de controle social e os caminhos possíveis para suas soluções. Segue na próxima seção o que os estudos mostraram na pesquisa sobre a 1ª CONSOCIAL quanto ao avanço da participação da sociedade no controle das ações do Estado no Brasil. 3 A 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL DO BRASIL: A SOCIEDADE SE MANIFESTA CONTRA A CORRUPÇÃO A 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL) foi estruturada para definir as diretrizes/propostas que comporiam o Plano Nacional de Transparência e Controle Social do governo brasileiro. Elaborada para representar uma das metas do primeiro Plano de Ação apresentado ao Open Government Partnership (OGP) pelo Brasil em 2011, ela teve início em 2011, realizando em maio de 2012 sua etapa final nacional. O marco de sua realização representou o resultado da mobilização de um conjunto de instituições representantes da Sociedade Civil, do Poder Público e dos Conselhos de Políticas Públicas, direcionado para a melhoria das ações do Estado no atendimento às necessidades da sociedade brasileira. A elaboração das diretrizes/propostas para o Plano Nacional de Transparência e Controle Social ocorreu dentro de quatro Eixos Temáticos estabelecidos pela Comissão Organizadora Nacional (CON) da Conferência: Promoção da transparência pública e acesso à informação e dados públicos (Eixo I); Mecanismos de controle social, engajamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública (Eixo II); A atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle (Eixo III); e Diretrizes para a prevenção e combate à corrupção (Eixo IV). Os eixos temáticos definidos para a Conferência foram estabelecidos pela equipe da Controladoria Geral da União (CGU) responsável por sua elaboração. Os 9 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO manuais de orientação anunciavam que esses eixos temáticos vinham do resultado de um levantamento elaborado em 74 conferências realizadas no país entre os anos de 2003 e 2010, fruto de uma pesquisa realizada para a UNESCO por Clóvis Henrique Leite de Souza que revelou serem estes temas pertinentes entre os participantes, que clamavam por mudanças dentro da esfera pública para o controle social, para a transparência na gestão pública e no combate à corrupção. A convocação da 1ª CONSOCIAL ocorreu, inicialmente, através do Decreto do Presidente Lula em 8 de dezembro de 2010, revogado depois pelo Decreto de oito de julho de 2011 da Presidenta Dilma Rousseff, instituindo o Ministro de Estado Chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Sr. Jorge Hage Sobrinho, como seu presidente. O decreto colocou a CGU na coordenação do evento, contando com a colaboração direta da Secretaria-Geral da Presidência da República e estabeleceu o uso de seus recursos orçamentários anuais para a realização da Conferência (Presidência da República, 2011). Para a implementação da Conferência a CGU procurou contar com a participação de cidadãos do maior número possível de municípios do país. A 1ª CONSOCIAL alcançou 49% dos municípios brasileiros, envolveu, diretamente, 153 mil pessoas; e na etapa nacional estavam presentes 1.600 delegados oriundos de todos os estados da Federação sendo que os gastos da CGU para a sua realização foi de R$ 5.322.591,48. A 1ª CONSOCIAL, cujo tema central foi "A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública", propôs a transparência do governo, o estímulo à participação da sociedade no acompanhamento e controle da gestão pública e o combate à corrupção. Este evento nasceu como uma proposição do governo, “de cima para baixo”, e não a partir da mobilização da sociedade para o fomento à participação social. Basicamente, ele criou um momento de reflexão que permitiu a avaliação de ações e o aprofundamento da discussão a respeito dos temas por ela propostos, o que possibilitou a aproximação da Sociedade Civil com os órgãos de controle do governo. A composição dos participantes da Conferência foi estruturada de maneira a formar grupos para a discussão e elaboração das propostas/diretrizes que contivessem 60% de representantes da Sociedade Civil, 30% do Poder 10 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Público e 10% dos Conselhos de Políticas Públicas. Este preceito foi obedecido em quase todas as etapas realizadas pela CONSOCIAL e na etapa nacional em Brasília, entendendo que “Sociedade Civil” pode ser composta por pessoas que atuam tanto no Poder Público quanto nos Conselhos de Políticas Públicas. A proposta do evento estabeleceu uma inversão na lógica do Estado republicano brasileiro, que sempre, desde sua fundação, vislumbrou no controle social um mecanismo de governo voltado ao fortalecimento de suas instituições, a consolidação dos interesses mercantis no país de molde liberal e a redução do poder político das oligarquias latifundiárias (Bresciani, 1976). A inovação trazida pela Conferência e a aproximação da sociedade brasileira com o Poder Público em um mesmo ambiente de debates buscaram romper com velhos paradigmas que se institucionalizaram dentro e fora do Estado brasileiro, cuja premissa se baseia nas relações de mandonismo, herança dos tempos coloniais, que buscavam incentivar práticas de manutenção absoluta e inquestionável do poder hegemônico (Leal, 1997). A realização da 1ª CONSOCIAL também atendeu aos interesses de governo, que, desde 2003, é signatário da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, já tendo ratificado três Tratados Internacionais: a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE); a Convenção Interamericana contra a Corrupção, da Organização dos Estados Americanos (OEA); e a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (CNUCC). Todos os tratados citados centralizam o ideal no fortalecimento da cooperação internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção em todo o planeta; o não cumprimento de seus dispositivos autoriza a comunidade internacional a exercer pressão sob seus signatários (Brasil, 2013). É preciso que se compreenda que nenhum Estado no mundo vai extinguir a presença da corrupção que se instala dentro das relações sociais de um país; alguns serão capazes de lidar com ela de maneira mais eficaz, provocando a sua redução, mas nunca a sua eliminação. A 1ª CONSOCIAL ocorreu dentro de um contexto que atende claramente aos interesses do governo brasileiro para a ampliação de sua participação em 11 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO movimentos internacionais de combate à corrupção e ampliação da confiança em seu governo e na sua economia. Tais movimentos promovem a participação da Sociedade Civil como critério de transparência e democracia participativa de um país. O governo brasileiro tem interesse em mostrar aos organismos internacionais sua mobilização em ações efetivas de combate à corrupção. Porém, a realidade brasileira emerge deste cenário mostrando a existência de fatores que comprometem o êxito dos compromissos firmados, tal fato deve ser investigado com seriedade já que mostra a existência de uma relação dicotômica entre o que o governo federal apresenta em âmbito internacional e a realidade do país. Os dois estudos referendados neste artigo buscaram investigar esta relação e os resultados alcançados pelas pesquisas de campo, fruto de uma análise exploratória qualitativa, consolidaram informações consistentes que identificaram a ineficácia da participação social em relação ao controle do Estado brasileiro. Ambas se distinguem quanto ao seu objeto, dado que a primeira se preocupou em mostrar os fatores explicativos da ineficácia do controle social do Estado no Brasil a partir de estudos empíricos que abordaram a proposição da atuação dos organizadores e participantes do evento e a segunda teve como foco a análise dos textos das propostas priorizadas na Conferência para a composição do Plano Nacional de Transparência e Controle Social relacionadas à promoção da transparência, acesso à informação e a dados públicos. As conclusões alcançadas se encontram transcritas nas próximas duas subseções desta parte do presente trabalho. 3.1 – Fatores explicativos do baixo grau de participação da sociedade brasileira no controle social O conhecimento acumulado por Tavares (2013) em sua pesquisa exploratória sobre controle social, somado aos registros das observações realizadas nos diferentes tipos e etapas da Conferência, acrescidas da análise do conteúdo das entrevistas semi estruturadas feitas aos delegados de Brasília e membros da Comissão Organizadora Estadual (COE) do Rio de Janeiro, das respostas do questionário aplicado na Conferência estadual do Rio de Janeiro e na Nacional quando alinhadas ao material produzido pela CGU para a realização do evento e aos números finais do relatório divulgado em dezembro de 2012, possibilitaram as principais percepções sobre os 12 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO fatores explicativos do baixo grau de envolvimento da população brasileira no combate à corrupção. A análise dos dados obtidos através do diário de campo da observação participante e entrevistas semi estruturadas confirmaram as hipóteses iniciais produzidas durante a pesquisa de campo da Conferência: a) A realização da Conferência foi fruto da articulação direta dos órgãos de controle do governo em seus diferentes níveis; b) Existiu uma forte concentração de representantes do governo dentro dos Eixos da Conferência categorizados como Sociedade Civil; c) A Conferência possibilitou a ampliação de debates e a participação popular com o governo nos temas por ela propostos; d) Houve efetividade na atuação dos delegados para a aprovação das propostas apresentadas nas etapas estaduais e nacional. Os fatores explicativos que contribuem para o baixo nível de participação da sociedade brasileira no controle social foram previamente elencados no estudo através das hipóteses, elaboradas após a pesquisa exploratória, voltadas para esta explicação. Foram eles: o processo histórico de formação das sociedades nacionais influencia diretamente o exercício do controle social e sua significação; apesar do aparato legal recente, a sociedade brasileira não está preparada para o pleno exercício do controle social cuja origem se encontra no significativo aparelho repressor do Estado, na estrutura nada transparente das instituições governamentais e na inexistência de uma formação cidadã nas escolas do país; e a mobilização social para o enfrentamento dos fatores que comprometem o exercício efetivo do controle social no Brasil ainda se encontra aquém da realidade do país. Todo o conhecimento produzido à partir das informações alcançadas pelo estudo confirmaram tais hipóteses. 3.2 – Análise das propostas aprovadas nos temas transparência, acesso à informação e a dados públicos O segundo estudo elaborado por Figueiredo (2013) evidencia que a mudança de paradigmas no controle social brasileiro, com o envolvimento pleno da 13 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Sociedade Civil no controle e combate à corrupção exige um esforço e empenho maior do Estado para que a reversão desta lógica tenha êxito. A aprovação do conjunto das diretrizes/propostas do Plano Nacional de Transparência e Controle Social nos mostra que este processo está em andamento e precisa ser acompanhado pela sociedade brasileira, já que evidenciam os principais pontos a seguir: − Criação de incentivos fiscais no setor público, para que organizações da Sociedade Civil, institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada, especializadas em Tecnologia da Informação, desenvolvam soluções e aplicativos para dados abertos e públicos; − Estímulo a criação de Observatórios Sociais em todo o país que contribuam para licitações transparentes, que sejam processadas e julgadas em estreita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo; − Maior transparência nas prestações de contas do poder judiciário, assim como na jornada de trabalho dos Magistrados e servidores do Poder Judiciário; − O fortalecimento das ouvidorias como órgãos autônomos; − Transparência dos planos e projetos dos candidatos eleitos antes da publicação do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual; − Criação de Conselhos de Transparência Pública e Controle Social que contribuam para o constante acompanhamento da gestão, no que diz respeito a sua transparência e avaliação dos canais disponibilizados para a interação entre sociedade e poder público; − Criação de meios legais para tornar obrigatória a participação dos membros do Legislativo e organizações ou representantes da Sociedade Civil nas audiências públicas; − Divulgação de informação sobre controle social e gastos públicos, prestação de contas, licitações, destinação de recursos públicos, entidades do terceiro setor, 14 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO órgãos que lidam com questões indígenas, audiência pública e composição societária das empresas contratadas pelo poder público; − A criação de sistemas integrados de informações baseados em interfaces comuns, padrões e dados abertos nas três esferas federativas de governo que permitam o acompanhamento das transações envolvendo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; − Envolvimento maior dos Conselhos de Políticas Públicas com a população na discussão e avaliação das políticas e dos resultados alcançados pela gestão pública. As mudanças significativas referentes ao controle social surgirão quando o cidadão se apartar do constante pensamento individualista, indiferente e resistente ao seu envolvimento com os assuntos relacionados à administração pública e seja amparado por prerrogativas legais e institucionais que tornem lícitas a sua contribuição cidadã. 4 CONCLUSÕES A 1ª CONSOCIAL deveria representar uma demanda da sociedade para que governos, cidadãos, empresas e organizações da Sociedade Civil pudessem pensar e estabelecer, em conjunto, diretrizes para a efetiva promoção da transparência pública e do controle social no Brasil. Na realidade ela representou mais um movimento do governo brasileiro que buscou atender às exigências dos organismos econômicos internacionais através da mobilização dos seus órgãos de controle. Todas as informações levantadas nas duas pesquisas revelaram a necessidade fundamental e urgente de uma formação cidadã no país para o exercício do controle social. A importância da contribuição da sociedade à administração pública em ações de defesa do controle e da qualidade na prestação dos serviços e gastos públicos, na busca da melhor aplicação dos recursos públicos e na promoção da justiça é fundamental para a redução do abismo social existente no país. As propostas aprovadas para o Plano Nacional de Transparência e Controle social não abordaram temas importantes como o controle da dívida ativa, a discriminação do custo dos órgãos públicos e o cumprimento das metas traçadas nos orçamentos públicos, assuntos muito relevantes para o que foi tratado na Conferência. 15 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO A renúncia de receita e o mau emprego dos recursos públicos contribuem para a redução da qualidade do serviço prestado pela gestão pública. Muitos tributos prescrevem sua cobrança pelo fato da administração pública não cobrar amigavelmente ou judicialmente seus direitos. A transparência na gestão das receitas e do custo torna-se importante na avaliação do mandato de um gestor. Estas foram algumas das falhas identificadas nesta primeira edição da Conferência, fato muito normal para um país sem muitos relatos de envolvimento nas questões de participação social em sua administração pública. A sociedade brasileira precisa fazer a sua parte quanto ao maior engajamento no controle social e o poder público precisa tornar o controle social uma política de Estado com regulamentação própria. As mudanças de procedimentos da sociedade frente ao tema transparência e controle social começarão a surtir efeitos quando a população começar a vivenciar melhorias na sua qualidade de vida, decorrentes de seu envolvimento nos debates organizados pelos instrumentos de participação social. Para que o alcance da participação social se amplie é fundamental envolvê-la na formação de crianças e jovens inserindo temas sobre a importância de se exigir transparência nos dados públicos e na busca de espaço nos instrumentos de participação social, desde os primeiros anos de formação escolar, pode-se pretender alterar de vez esta lógica. A Lei da transparência atenderá seus objetivos, na medida em que o cidadão tenha a consciência do papel primordial que realiza na busca e no acompanhamento da informação pública e encontrar dentro do governo a estrutura necessária para tal. Este tema é novo e precisa de muitos outros estudos, como a análise dos demais eixos abordados na Conferência, pesquisas voltadas para identificar o conhecimento da sociedade sobre os instrumentos de participação social e a interação e a comparação dos resultados da 1ª CONSOCIAL com as suas edições futuras. O Plano Nacional de Transparência e Controle Social ainda não foi publicado e, quando isso acontecer, estados e municípios ainda terão de fazer os seus. O caminho é longo para que esta mudança se consolide e não se sabe quantos passos ainda serão necessários. 16 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ackerman, J. (20014) Co-Governance for Accountability: Beyond ‘‘Exit’’ and ‘‘Voice’’ World Development, v. 32, n. 3, p. 447-463. Bovens, M. (2006). Analysing and Assessing Public Accountability. A Conceptual Framework. European Governance Papers (Eurogov) n. C-06-01, p. 03–36. ISSN 18136826. Brasil.(2003). Controladoria Geral da União. Disponível em: http://www.cgu.gov.br Acesso em: 16/01/2013 às 10hs. Bresciani, M. S. M. (1976). Liberalismo: ideologia e controle social (estudo sobre São Paulo de 1850 a 1910). 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