42 - Medicina - Andressa

INFORMAÇÕES DE ENTEROPARASITOSES NO BRASIL E NO ESTADO DO PARANÁ
ZANLUCA, Andressa Pelissaro1
TAKITO, Daniela2
DAMHA, Ana Carolina3
ROMAN, Everton Paulo4
RESUMO
As enteroparasitoses são doenças que ocorrem pela presença do parasita no trato digestivo do ser humano. Podem ser consequências de problemas na
saúde pública e sua presença pode estar associada à falta de acesso à informação, à educação, ao saneamento básico, ao destino do lixo inadequado,
entre outros aspectos sociais. As principais enteroparasitoses são as helmintíases e as protozooses, são patologias típicas de transmissão via fecal-oral
a partir de água e alimentos contaminados. O objetivo deste estudo foi descrever informações de enteroparasitoses no Brasil e no estado do Paraná. O
método utilizado foi uma pesquisa bibliográfica abordando as principais informações referentes ao assunto em nosso país e especificamente no estado
do Paraná. Considera-se segundo o levantamento de dados descritos nos artigos pesquisados, que os parasitas de maior incidência foram Ascaris
lumbricoides, Giardia lamblia, Entamoeba coli e Enterobius vermicularis. Como nas crianças, nos grupos gerontes foram detectados altas taxas de
parasitismo. O acesso à informação, a conscientização sanitária, as técnicas de higiene pessoal e o avanço das políticas públicas, são medidas que
devem ser tomadas para diminuição da incidência dessas parasitoses.
PALAVRAS-CHAVE: Enteroparasitoses, doenças, saúde pública, epidemiologia.
INFORMATION FROM INTESTINAL PARASITES IN BRAZIL AND IN THE STATE OF PARANA
ABSTRACT
The Enteroparasites are diseases that hapen by the presence of the parasites in the human being digestive tract. They might be consequence of the
problems in the public health and their presence might be associated of the lack of access to information, to education, to the basic sanitation, to the
inadequate destination of the garbage, among other social aspects. The main intestinal parasitosis are Helminthiasis and Protozoosis, they are tipical
pathologies transmitted by the fecal-oral routes from contaminated water and food. The objective of the study was describe the informations about the
Enteroparatises in Brazil and in the state of Paraná. The method used was a bibliographic research abording the main informations relating to the
subject in our country and specifically in the state of Paraná.It’s considered ccording to the survey data described in the articles surveyed, the highest
incidence of parasites were Ascarislumbricoides, Giardia lamblia, Entamoeba coli and Enterobiosvermicularis. As in children, elderly people were
detected with high rates of parasitism. The access to information, sanitary conscientization, personal hygiene techniques and advancement of public
policies are measures that should be taken to reduce the incidence of these parasites.
KEYWORDS: Enteroparasites, diseases, public health, epidemiology.
INTRODUÇÃO
O parasitismo é uma relação ecológica em que somente o agressor, ou parasita tem vantagem, o hospedeiro
geralmente é prejudicado. As parasitoses intestinais são infecções que consistem em um grande problema de saúde
pública mundial e estão associadas a aspectos sociais como saneamento básico, educação e habitação (NEVES et
al.,2005).
As principais enteroparasitoses são as helmintíases e as protozooses, geralmente são transmitidas pela via fecaloral a partir de água e alimentos contaminados (FERNANDES et al.,2012). Em 2005 o Ministério da Saúde do Brasil
fez um plano nacional de vigilância e controle para delimitar a prevalência das enteroparasitoses, medidas de controle e
informações sobre mortalidade e morbidade de tais doenças. Para tratar tais doenças é necessário o uso de
antiparasitários, medidas profiláticas de educação e saneamento básico (ANDRADE et al., 2010).
Os estudos realizados sobre tais infecções são pontuais, normalmente, e combases populacionais mal definidas,
abrangem determinados grupos como manipuladores de alimentos, usuários do sistema de saúde pública, crianças em
idade escolar e população idosa, por exemplo. A insuficiência de estudos e dados sobre as enteroparasitoses justificam a
revisão bibliográfica, pois a partir das comparações entre o Paraná e outras cidades brasileiras, diversas informações
podem ser levantadas como a biologia, epidemiologia, formas de tratamentos eficazes e seguras dos parasitas.
A identificação dos fatores de risco, a correlação com determinadas regiões do país, o conhecimento dos
principais parasitas, a unificação de dados e criação de mecanismos de disponibilização da documentação técnica
atualizada são medidas que podem auxiliar na determinação de estratégias para o controle parasitológico. Os trabalhos
ainda podem colaborar para a disseminação de informações para a população em geral e para a capacitação de
profissionais da saúde.
1
Acadêmica do Curso de Medicina FAG.
Acadêmica do Curso de Medicina FAG.
3
Acadêmica do Curso de Medicina FAG.
4
Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente pela UNICAMP e docente FAG
2
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O objetivo deste estudo foi descrever informações de enteroparasitoses no Brasil e no estado do Paraná, além de
identificar as parasitoses intestinais mais comuns em todo país e comparar essa incidência com as condições de higiene,
saúde e condições socioeconômicas das comunidades estudadas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada em livros e artigos científicos que abordam a temática em
questão.
DESENVOLVIMENTO
O PROBLEMA DAS ENTEROPARASITOSES NO PARANÁ E NO BRASIL
Foi realizado um estudo comparativo de algumas cidades paranaenses com outras regiões do país, devido a um
déficit de pesquisas relacionadas ao enteropasitismo no Paraná. A cidade de Cascavel, Paraná, mesmo sendo situada em
uma das regiões mais prósperas do Brasil e por ter um IDH alto, não está livre da ocorrência de enteroparasitoses
causadas pela manipulação de alimentos, que poderia ser evitada se houvessem a implementação de exames
parasitológicos periódicos, tratamento dos infectados e o mais importante, a educação sanitária. Dos 343 manipuladores
de alimentos analisados, 131 (38,2%) mostraram-se contaminados por material fecal e em 17 (5,0%) obteve-se
positividade de material fecal na região subungueal. Houve prevalência da infecção por protozoários em relação aos
helmintos, dentre eles, prevaleceu às espécies E. nana (67,9%), E.coli (35,9%), Blastocystis sp. (28,2%), Entamoeba
histolytica/dispar (10,1%) e G. duodenalis (8,4%) (TAKIZAWA et al., 2009).
No município de Cascavel, Paraná, uma pesquisa foi realizada no período de agosto de 2008 a março de 2009,
em uma escola da periferia a fim de diagnosticar as infecções parasitológicas. As crianças positivas para a presença de
parasitemias foram encaminhadas para tratamento na Unidade Básica de Saúde do bairro e receberam juntamente com
os pais, instruções sobre higiene e cuidados com a medicação. Neste trabalho, também foi realizado um processo de
prevenção, com atividades lúdicas e didáticas que auxiliaram a equipe a passar as informações corretas aos menores
(BOEIRA et al., 2009).
Em outra cidade paranaense, a análise de 431 indivíduos, de zero a 89 anos, realizada na cidade de Maria
Helena, mostrou que 69 (16%) estão infectados por um ou mais enteroparasitas. Os de maior prevalência foram: E.
nana (6,5%), E. coli (6,3%), G. intestinalis e A. lumbricóides (1,4%). A maior parte dos exames efetuados e que se
mostraram positivos, 174 (40,4%), foi realizada em crianças de zero a nove anos, 26 (14,9%). A segunda faixa etária
mais infectada foi de 10 a 19 anos, 22 (17,1%). O poliparasitismo foi verificado em 3,2% dos casos (SANTOS et al.,
2010).
Na cidade de Ubiratã, Paraná, os índices de prevalência de enteroparasitoses e comensais na população foram
determinados pela análise de exames parasitológicos de fezes, e os resultados foram que 13,8% da população
demonstraram positividade para enteroparasitoses. O comensal mais prevalente foi E. coli, infectando 32,9% da
população detectada com parasitas intestinais, e o parasita mais prevalente foi Giardia intestinalis, infectando 24,2%
(FALAVIGNA et al., 2004).
Estudo realizado na cidade de Goioerê, estado do Paraná com 195 indivíduos de ambos os sexos, de 0 a 70 anos,
no período de junho a agosto de 2009, demostrou a prevalência de monoparasitismo e biparasitismo em crianças de 1 a
5 anos. Os parasitas mais encontrados foram o Ascaris lumbricoides (39,2%), a Entamoeba coli (31,6%) e a Giardia
lamblia (13,5%). Tal pesquisa também correlacionou a presença de parasitas com as baixas condições de acesso aos
serviços de tratamento de esgoto e de água (OLIVEIRA et al., 2009).
A contaminação por dejetos fecais foi verificada na área do Parque do Lago, no Arroio do Engenho em
Guarapuava. Isso se deve à somatória de fatores como: a falta de saneamento básico e às condições locais favoráveis
para o desenvolvimento dos estágios infectantes dos parasitas. Segundo os resultados das 67 amostras recolhidas,
verificou-se a prevalência de ovos de Ancylostoma spp. (51,9%), seguidos de larvas rabditóides (25,9%) e filarióides
(12,0%). (KALIBERDA et al., 2008).
A análise do restante do Brasil revelou que para o estado de São Paulo, no período de setembro de 2009 a março
de 2010, foi verificada a prevalência dos enteroparasitos em 310 alunos (2 a 15 anos) matriculados em uma escola da
rede pública do município de Mirassol. Buscou-se ainda uma correlação entre os resultados parasitológicos obtidos e as
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condições socioeconômicas. Segundo a pesquisa realizada por Bellotoet al (2011), 30,32% dos alunos apresentaram
pelo menos um parasito intestinal patogênico.
A parasitose mais frequente foi Giardia lamblia, presente em 15,16%. Os helmintos com maior frequência
foram: A. lumbricoides (3,5%), S. stercoralis e Taenia sp., que foram diagnosticados em 0,3% das amostras avaliadas.
Somente um caso de infecção por S. stercoralis foi diagnosticado neste estudo e o mesmo esteve presente em uma
criança que normalmente não usa calçado. Na pesquisa realizada verificou-se associação significante entre o consumo
de água da torneira e a presença de infecções por enteroparasitos - dos alunos parasitados, 72,3%ingeriam água da
torneira. Como conclusão do estudo realizado, há uma sugestão que um programa de educação continuada envolvido
com a prevenção e tratamento das infecções parasitárias são medidas fundamentais para a sua erradicação (BELLOTO
et al., 2011).
Na cidade de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, verificou-se que é surpreendentemente baixa a incidência
de enteroparasitoses em crianças da 1º série do ensino fundamental nas escolas da rede municipal comparada a diversos
outros municípios do país. Tal estudo ainda apontou que essa diminuição pode estar relacionada ao aumento da
urbanização, melhoria na educação e nas moradias da cidade (PEREIRA et al., 2009).
Após um estudo comparativo entre uma pesquisa realizada por Ludwig et al (1991) e outra por Frei et al (2001),
ambas realizadas na cidade de Assis, São Paulo, Brasil, obtiveram resultados que propiciaram uma visão específica de
cada região analisada e avaliaram possíveis avanços, melhorias das condições de saúde ou possíveis retrocessos das
condições sanitárias. Segundo a pesquisa realizada por Frei et al (2008) os indicadores de saneamento foram positivos
nos anos posteriores a 1991 e podem ter contribuído para uma redução no percentual global de parasitoses, que em 1991
era de 23,3% e em 2001 de 20,3%. E ainda, segundo a pesquisa, as enteroparasitoses mais frequentes foram: G.
intestinalis (42,6%), E. vermicularis (24,3%) e A. lumbricoides (12,5%). E a porcentagem de multiparasitismo
apresentou-se baixa (1,4%). A frequência de enteroparasitas é inversamente proporcional ao aumento da faixa etária,
sendo as freqüências mais elevadas de 0-3 anos (FREI et al., 2008).
O objetivo do estudo no município de Campinas, SP foi identificar entre os usuários da Unidade Básica de
Saúde, os enteroparasitas mais frequentes. O método de pesquisa foi a análise de exames parasitológicos de fezes.
Devido a uma possível melhora nas condições sociais, sanitárias e de organização dos serviços de saúde, observou-se no
Estado de São Paulo uma diminuição da prevalência das enteroparasitoses desde a década de 1970. Os parasitas com
maior prevalência foram os comensais (15,8%), seguido da Giardia lamblia (4%). Saneamento básico e educação
sanitária são medidas que devem ser tomadas a fim de reduzir a incidência dessas enfermidades entre os usuários
(CARDOSO et al., 2005).
Nos Centros de Educação Infantil (CEIs), antigamente intituladas creches, a realidade não é muito diferente. As
CEIs tornaram-se o primeiro lugar externo frequentado pelas crianças, devido ao ingresso da mulher no mercado de
trabalho. Essa é uma das características da população com nível socioeconômico desfavorável. São locais propícios para
a contaminação por enteroparasitas, risco de 1,5 vez. Apud (GURGEL et al., 2005). Das 161 crianças estudadas, em
Patos de Minas, Minas Gerais, 117 (73%) apresentaram infecção por enteroparasitas. O primeiro parasita foi o A.
lumbricóides (50%), o segundo G. lamblia (32%), em seguida E. histolytica/E. díspar, ancilostomídeos (22% ambos) e
E. vermicularis(0,6%). Dos 117 infectados, 53 (32,9%) exames confirmaram monoparasitismo, 44 (27,3%)
biparasitismoe20 (12,4%) poliparasitismo (SILVA; SILVA, 2010).
Acadêmicos da disciplina de Parasitologia do departamento de ciências biomédicas da Universidade de Caxias
do Sul realizaram um estudo de séries temporais do resultado de exames coprológicos realizados, em diferentes
momentos, em escolares de 6 a 14 anos no município de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, durante o período de
1969 a 2004. Foram realizados 9.787 exames, sendo que 58% destes deram positivos. Os parasitas encontrados com
maior frequência foram: Ascaris lumbricoides (47%), Trichuris trichiura (36%) e Enterobius vermicularis (8%). Entre
os protozoários, destacaram-se: Giardi alamblia (24%) e Entamoeba coli (20%). Segundo a pesquisa ainda, a
prevalência das parasitoses, em geral, diminuiu de 89% em 1969 para 37% em 2004. Sendo que parece ocorrer uma
tendência geral de queda na frequência da maioria dos parasitas. Entretanto, a prevalência da Giardia lamblia parece ter
se estabilizado e as de Entamoeba coli, Hymenolepis nana e Entamoeba nana apresentaram um aparente
aumento(BASSO et al., 2008).
Segundo Basso et al. (2008) na pesquisa também foi realizada uma comparação entre os resultados de
parasitoses na zona rural com a zona urbana. Porém, não foi observada uma diferença estatisticamente significativa
entre as zonas. A ausência de diferença significativa provavelmente deve-se ao fato de que a zona rural do município de
Caxias do Sul é composta por pequenos latifúndios de exploração agrícola, com um bom padrão sanitário de vida,
enquanto que na periferia da zona urbana há o cinturão de pobreza típico das cidades industriais.
Um trabalho realizado em Parnaíba, PI, identificou os enteroparasitas mais comuns na população idosa e os
fatores epidemiológicos dessas infecções. O método de estudo foi a análise de exames parasitológicos desse grupo de
pessoas, e os resultados mostraram 40,5% de incidência de enteroparasitoses em idosos, sendo que em 50,4% desta taxa
os parasitas Entamoeba coli e Ascaris lumbricoides prevaleceram. Conclui-se que é alta a prevalência dessa patogenia
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na população geronte de Parnaíba, PI, e de que são necessárias políticas públicas, conscientização sanitária e mudanças
ambientais na região em que essa população está inserida (FURTADO et al., 2011).
Um trabalho realizado entre os usuários do Centro de Saúde Frank Calderon Rosemberg de Manaus, AM, teve
como objetivo verificar a prevalência das parasitoses intestinais e identificar os fatores ambientais e socioeconômicos
que podem influenciar na ocorrência destas patogenias. O método de estudo utilizado foi a análise de exames
parasitológicos de fezes dos usuários. Entre os participantes, 86,9% apresentaram positividade para enteroparasitoses, e
os fatores ambientais e socioeconômicos não apresentaram resultados estatisticamente significativos em relação às
parasitoses intestinais. Conclui-se que é necessária a intensificação de programas de controle de enteroparasitoses,
principalmente nos centros de saúde e para as crianças em idade escolar (BENETTON et al., 2007).
Uma pesquisa parasitológica foi realizada por Silva et al. (2009) na comunidade de Saubinha e na comunidade
ribeirinha de Itapéua, no município Amazonense de Coari, Brasil. Foram realizados exames parasitológicos de fezes em
123 crianças com idade inferior ou igual a 15 anos. Estes exames obtiveram positividade de enteroparasitoses em 73%
da comunidade Saubinha e em 75,5 da comunidade ribeirinha de Itapéua. Observou-se ainda maior frequência de
monoparasitismo na comunidade Saubinha e de biparasitismo na comunidade ribeirinha Itapéua. Além disso, a maior
parte das infecções era ocasionada por helmintos, sendo Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura os mais frequentes,
com 68,1% e 41,8%, respectivamente. Apesar do método utilizado não ser especifico, foram encontrados cistos de
Entamoeba spp (28,6%) e Giardia duodenalis (9,9%). A distância entre as comunidades estudadas e as unidades de
saúde do município gera grandes problemas: a falta de informações sobre as doenças parasitárias e a automedicação,
com antiparasitários.
As parasitoses intestinais são as enfermidades mais prevalentes no mundo inteiro, tendo como principais causas
a falta de saneamento básico e destino inadequado do lixo. (CARDOSO et al., 2005). As enteroparasitoses, em geral,
acometem países em desenvolvimento com precárias condições de saneamento básico. São transmitidas pela via orofecal, ingestão de ovos ou cistos em alimentos, água ou fezes contaminadas. Os efeitos patológicos podem ser de ordem
física, como desnutrição e quadros de diarreia ou de ordem mental, como aumento da ansiedade e nervosismo
(OLIVEIRA et al., 2009).
O Brasil ainda é seriamente acometido pela presença de parasitoses intestinais, esse elevado índice está
relacionado com a deficitária infra-estrutura sanitária ambiental e com populações de baixa renda social. As crianças
são as mais afetadas e a taxa de mortalidade poderia ser menor se as investigações parasitológicas fossem feitas
corretamente no Brasil e em diversas partes do mundo. A presença de formas infectantes como ovos, larvas e cistos
deve ser levada em consideração, pois determinam a presença dos parasitas intestinais (PEREIRA et al., 2009).
A água tem importante papel na veiculação dos parasitas e na sobrevivência das formas infectantes. Apud
(BELDING, 1965). O não conhecimento básico de higiene, o saneamento básico aquém do esperado e baixas condições
financeiras são fatores que determinam a alta incidência de enteroparasitoses na população brasileira (SILVA, 2010).
O ambiente de creches, escolas e similares são alvo de estudo, quando o tema são as parasitoses, nesta situação
as crianças ficam mais susceptíveis as infecções devido ao contato com o solo, aumento das relações interpessoais e as
péssimas condições de higiene (BOEIRA et al., 2009).
A comparação entre os dados do estado do Paraná e o restante do Brasil apresentou dados semelhantes, como a
frequência dos tipos específicos de enteroparasitas e os grupos de maiores riscos. Houve também a convergência de
resultado, quando comparada a causa dos focos das infecções, que segundo as pesquisas, estavam correlacionadas com
as péssimas condições sanitárias e a falta de higiene pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo o levantamento de dados descritos nos artigos pesquisados, os parasitas de maior incidência foram
Ascaris lumbricoides, Giardia lamblia, Entamoeba coli e Enterobios vermicularis. Foi observado também, que uma
parcela de indivíduos apresentou monoparasitismo e/ou poliparasitismo. As crianças por estarem inseridas em um
contexto com maiores relações interpessoais, como escolas, centros educacionais infantis e por não possuírem um
sistema imune maduro e uma consciência de higiene própria, são as que apresentaram maior susceptibilidade a
adquirirem infecções parasitárias. Os idosos apresentam o sistema imune debilitado e uma regressão dos cuidados com
a higiene pessoal, de modo que, assim como as crianças, foram detectadas altas taxas de parasitismo.
Sugere-se com a realização deste estudo enriquecer o embasamento teórico para pesquisas futuras e para a
população em geral, auxiliando principalmente no desenvolvimento profilático.
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Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional – 2013
ISSN 1980-7406