SP - unisalesiano

Propaganda
AVALIAÇÃO COPROPARASITOLÓGICA E TERAPÊUTICA EM
PACIENTES COM ENTEROPARASITOSES EM MARÍLIA (SP)
COPROPARASITOLÓGICA ASSESSMENT AND THERAPY IN
PATIENTS WITH ENTEROPARASITOSIS IN MARILIA (SP)
Andrea Prado Elias [email protected]
Cristiane [email protected]
Elaine Cristina Lopes Moral [email protected]
Luciana Marcatto [email protected]
Luis Fernando Rossi [email protected]
Pedro Henrique Ribeiro- [email protected]
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO UNISALESIANO Auxilium de LINS
RESUMO
Estudo com o objetivo de avaliar, através de exames
coproparasitológicos, a prevalência de infecções intestinais em funcionários
que trabalham nas dependências da Universidade de Marília e Hospital
Universitário. Foi analisado um grupo de 38 pessoas, atuantes nos setores de
cozinha e limpeza. Após a coleta de 3 amostras em frascos de Coprotest ® de
cada funcionário, análise coproparasitológica foi feita demonstrando 34%
positivas para protozoários. O tratamento foi feito com o uso de Metronidazol e
Albendazol. Após o término do tratamento novas coletas foram realizadas e
analisadas onde 75% dos analisados ainda apresentavam algum tipo de
parasita. Foi concluído a ocorrência de reinfecções durante o tratamento,
resistência parasitária ao medicamento e uso incorreto de medicamentos.
Palavras Chaves: Avaliação Coproparasitológica; Parasitoses Intestinais,;
Metronidazol ; Mebendazol.
ABSTRACT
Study to evaluate through fecal examinations, the prevalence of intestinal
infections in employees who work on the premises of the University of Marilia
and University Hospital. We analyzed a group of 38 people working in the fields
of cooking and cleaning.. After the collection of 3 samples in bottles of
Coprotest® of each person, the analysis coproparasitological was done and it
demonstrated it was 34 % positive for protozoans. The treatment was done by
the use of Metronizadol and Albendazol. After the end of the treatment, new
collections were carried out and analysed where 75 % of the analysed ones
was still presenting some type of parasite. They got a conclusion there were still
reinfections, parasitic resistances and incorrect use of medicines.
Key
Words:
Evaluation
Metronidazole, Mebendazole.
Coproparasitológica;
Intestinal
Parasites,,
INTRODUÇÃO
As doenças intestinais atualmente ocorrem de maneira mundial, tendo
elevados coeficientes de prevalência em países subdesenvolvidos (OLIVEIRA
& GERMANO, 1992). O parasitismo intestinal, no Brasil, constitui ainda um dos
sérios problemas de saúde pública, apesar dos avanços sócio-econômicos
observados nas últimas décadas na maioria das regiões do país.
Sabe-se que as parasitoses intestinais são mais freqüentes em regiões
menos desenvolvidas, sendo que, em países subdesenvolvidos atingem índice
de até 90% da população. O aumento significativo da freqüência varia de
acordo com a diminuição do nível sócio econômico. Pesquisa populacional
sobre parasitas intestinais, realizada em diversas regiões do país, demonstra
freqüências diferentes, que variam de acordo com as condições locais de
saneamento básico Além disto, devem ser considerados também a idade, o
grau de escolaridade da população e o contato direto destas com animais
(ABRAHAM et al., 2007).
A infecção parasitária pode ocorrer de forma assintomática, o que torna
difícil o controle e a prevenção, já que as pessoas que não apresentam
sintomas não se tratam ,e continuam eliminando formas contaminantes dos
parasitos .(NEVES,2006)
Os parasitas intestinais, principalmente os protozoários estão em maior
prevalência em crianças, de acordo com estudo realizado em escolares de
Estiva Gerbi/SP, verificou-se com maior intensidade a presença do protozoário
comensal Entamoeba coli, em seguida Giardia duodenalis (FERREIRA e
ANDRADE, 2005). Estes parasitas também acometem adultos como citados
em estudo realizado na penitenciária de Presidente Venceslau - SP, a
prevalência do protozoário patogênico mais encontrado foi novamente a
Giardia lamblia seguido pelo protozoário Endolimax nana (ABRAHAM et al.,
2007).
Quando tratamos a respeito do controle das enteroparasitoses, vários
medicamentos
antiparasitários
são
utilizados
como
:
Tiabendazol,
Praziquantel, Piperazina, Ivermectina, Levamisol, Metronidazol e Mebendazol.
Sendo que a maioria destes medicamentos são utilizados há várias décadas,
devido à não existência de novas drogas disponíveis no mercado para essa
finalidade.:
Na prática clínica, os medicamentos mais utilizados para tratamento das
enteroparasitoses são os dois últimos descritos: metronidazol e mebendazol.
O Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Vigilância e Controle das
Enteroparasitoses, cita mebendazol, albendazol, tiabendazol e praziquantel
como drogas de primeira escolha para tratamento de helmintíases, sendo que
a escolha da droga dependerá da etiologia da infecção. Já para as protozooses
intestinais, o tinidazol e o metronidazol aparecem como drogas de primeira
escolha para amebíase e giardíase, não havendo recomendação de tratamento
para outras infecções amebianas, a não ser que haja quadro clínico que o
justifique. A escolha da droga é influenciada pelo espectro de infecções
poliparasitárias e intensidade de infecção que o paciente apresentar
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Além do tratamento farmacológico, ações
governamentais em infra-estrutura urbana e educação sanitária são essenciais
para uma redução das prevalências destas infecções na população.
OBJETIVOS
Os objetivos do presente trabalho foram:

Avaliar, através de exames coproparasitológicos, a prevalência de
infecções intestinais em funcionários que trabalham nos setores de cozinha e
limpeza das dependências da Universidade de Marília e Hospital Universitário.

Analisar a eficácia do tratamento, as possíveis interações
medicamentosas que interferem no processo de cura, fatores de risco
associados aos processos de re-infecção.
METODOLOGIA
Foram realizadas análises coproparasitológicas de 38 funcionários que
trabalham nas seções de cozinha e limpeza, da Universidade de Marília
(UNIMAR) e Hospital Universitário (HU), ambos situados no município Marilia
(SP). O grupo avaliado inicialmente era composto por 38 funcionários, sendo
15 do setor de cozinha e 23 da limpeza.
A avaliação coproparasitológica foi realizada no Laboratório de
Parasitologia da Faculdade de Ciências da Saúde da UNIMAR, no período de
abril a outubro de 2008.
O método utilizado foi o de centrífuga-sedimentação em formalinaacetato de etila. (Coprotest®) cada indivíduo recebeu orientações para coleta
da amostra e três frascos coletores. A maioria dos funcionários entregou as
três amostras para análise.
Um questionário foi aplicado aos funcionários, no momento da entrega
das amostras, tendo como objetivo fornecer dados sobre condições de
moradia, hábitos alimentares, escolaridade e renda familiar.
Os laudos dos exames coproparasitológicos foram encaminhados para
a médica responsável pelo ambulatório do SESMT do Hospital Universitário,
Dra. Dolores Manzano de Albuquerque, a fim de indicação de tratamento
medicamentoso para os casos positivos.
Uma semana após o término do tratamento medicamentoso, foram
realizadas novas análises coproparasitológicas para avaliação da cura.Um
segundo questionário foi aplicado para os funcionários que apresentaram
positividade nos exames coproparasitológicos.
Durante a pesquisa, ocorreu a desistência de alguns funcionários,
devido a diversos fatores, entre eles o abandono de tratamento e negatividade
dos resultados, restando assim apenas 7 funcionários, sendo 5 da limpeza e 2
da cozinha. O questionário foi aplicado a estes funcionários com o objetivo de
avaliar a condução terapêutica e as possíveis interações medicamentosas ou
alimentares existentes. Os dados obtidos nestes questionários foram
analisados estatisticamente.
RESULTADOS
Dos 38 funcionários que participaram do presente estudo no primeiro
momento, 4 pertenciam ao sexo masculino e 34 ao sexo feminino, com faixa
etária variando entre
20 a 60 anos. A maioria era residente do próprio
município de Marília (SP).
A Tabela 01 apresenta os dados obtidos através do questionário sobre
hábitos higiênico-sanitários. Nota-se que a maioria analisada indica hábitos de
higiene das mãos e alimentos. Uma observação importante é o uso de
medicação anti-helmíntica uma vez ao ano, sendo que a maioria relatou utilizar
medicamentos por conta própria, sem que houvesse indicação médica nem
exame coproparasitológico positivo que justificasse tal uso.
Tabela 01. Hábitos higiênico-sanitários dos indivíduos analisados.
FREQUÊNCIA (%)
HÁBITOS
sim/sempre
não/nunca
às
vezes
Uso de remédio de verme no ano
34
66
-
Uso de medicação constante
55
45
-
Lava as mãos antes das refeições
97
0
3
Lava as mãos depois de usar o
sanitário
100
0
0
Come carne mal passada ou crua
0
76
24
Lava as frutas antes de consumir
100
0
0
FONTE: Elaborada pelo autor
As Figuras 01 e 02 indicam os dados referentes aos hábitos com relação à
conservação de alimentos e cuidados antes da utilização da água.
Figura 01. Hábitos quanto à conservação dos alimentos.
15%
20%
65%
geladeira
fruteira
água com vinagre
FONTE: Elaborada pelo autor
Figura 02. Hábitos quanto aos cuidados para utilização da água.
filtra
76%
ferve
21%
nenhum
3%
FONTE: Elaborada pelo autor
Tabela 02 representa os dados obtidos sobre as condições de moradia e
saneamento básico. Pela análise da tabela, observaram-se indicadores que
retratam melhoria nas condições de vida e bom aspecto da água consumida
Tabela 02. Condições de moradia e saneamento básico
CARACTERÍSTICA
FREQUÊNCIA
Tipo de construção
Alvenaria
Madeira
Outros
90%
7%
3%
Numero de cômodos da casa
1a5
6 a 10
80%
20%
Numero de pessoas que residem na casa
1 a 3 Pessoas
4 a 5 Pessoas
6 a 10 Pessoas
56%
38%
7%
Numero de adultos residentes na casa
1 a 3 Pessoas
4 a 5 Pessoas
6 a 10 Pessoas
87%
13%
0
Numero de crianças residentes na casa
1 a 3 Pessoas
4 a 5 Pessoas
6 a 10 Pessoas
Nenhuma
59%
3%
0
38%
A casa recebe água encanada
Sim
Não
100%
0
Possui rede de esgoto
Sim
Não
100%
0
Origem da água para beber
Encanada
Mina
Poço
Outros
FONTE: Elaborada pelo autor
66%
25%
9%
0
As análises coproparasitológicas realizadas inicialmente em 38
pacientes indicaram 13 amostras positivas totalizando 34,2% dos indivíduos
analisados.Todas as infecções eram provocadas por protozoários, sendo que a
maior frequência observada foi para as diferentes espécies de amebas
enteroparasitas. A frequencia dos parasitas encontrados está representada na
Figura 03.
O protozoario Entamoeba coli foi o mais frequente no sexo feminino,
em
todas
as
faixas
monoparasitismo
etarias.
(92,30%)
na
Observou-se
populacao
percentual
estudada;
elevado
de
entretanto,
o
poliparasitismo (7,69%) foi pouco significativo.
Figura
03.
Frequência de
parasitológica.
parasitas
encontrados
na
análise
Entamoeba coli
7,7%
30,7%
53,9%
7,7%
Entamoeba
histolytica/dispar
Endolimax nana
Blastocystis hominis
FONTE: Elaborada pelo autor
copro-
É evidente a relação entre a frequência de parasitas encontrados com
o hábito de ingerir a água sem nenhum processo de filtração prévio. Apesar da
maioria das pessoas receber água encanada em suas casas, uma boa parcela
utiliza água de mina ou poço. Como os protozoários encontrados têm a água
como principal fonte de veiculação, a falta de filtração colabora para o processo
de infecção (REY, 2007).
Com relação aos dados obtidos no item que relaciona o uso da agua
encanada, mostram que 100% das residências possuem água tratada, obtendo
assim uma intrínseca relação entre o acesso a água de boa qualidade,
adequada infra-estrutura de saneamento e saúde humana. Entretanto, existem
outras fontes de água doce utilizadas pelo ser humano, na forma de poços
(9%), rios, riachos, lagos e minas (25%) (FRANCO, 2007). Entre os
protozoários que tem causado surtos de doenças gastrointestinais associados
ao consumo de água ,encontram-se o Cryptosporidium sp. e Giardia sp.
(MACHADO et al.,2005).
O crescimento populacional mundial, contribui para um continuo e
crescente processo de contaminação em função do despejo de esgotos in
natura ou tratados, de fezes de animais (silvestres e domésticos), alem dos
efluentes resultantes das atividades industriais em rios, poços e minas
tornando estas fontes de água precursores de doenças de veiculação hídrica
(FRANCO, 2007; NOLLA e CANTOS, 2005; AMARAL et al.,2003)
Assim as doenças de veiculação hídrica, sobretudo aquelas causadas
pelos protozoários intestinais, emergiram como um dos principais problemas de
saúde publica nos últimos 25 anos, apesar da adoção de regulamentos e
medidas cada vez mais restritivas (em países desenvolvidos), e dos avanços
em tecnologia de tratamento (FRANCO, 2007).
As enteroparasitoses constituem um serio problema de saúde publica,
devido ao difícil acesso ao saneamento básico e educação da população mais
carente. A transmissão desses agentes esta diretamente relacionada com as
condições de vida e higiene da população, visto que o consumo de verduras
cruas constituem importante meio de transmissão de doenças parasitarias pela
freqüente pratica de irrigação de hortas com água contaminada por matéria
fecal ou mesmo adubadas com dejetos humanos (GUIMARÃES et al., 2003).
Na composição deste quadro de enteroparasitas, destaca-se ta
ocorrência de protozoários, sendo a Entamoeba coli, Endolimax nana e Giardia
lamblia as mais freqüentes.Estas são consideradas indicadores de consumo de
água
e
alimentos
contaminados
por
matéria
fecal
(ANARUMA
FILHO,2007).Este trabalho também demonstra a destes parasitas, incluindo
Entamoeba histolytica/dispar e Blastocystis hominis , em menor frequência.
Após a realização das análises coproparasitológicas, os laudos foram
encaminhados para o SESMT. Foi prescrito pela médica do SESMT, Dra.
Dolores Manzano de Albuquerque, Mebendazol de 100 mg (1 comprimido de
12 em 12 horas durante 3 dias, e repetir o mesma prescrição após 10 dias) e
Metronidazol de 400 mg (1 comprimido de 12 em 12 horas, durante 7 dias, e
repetir a prescrição após 10 dias) para todos os pacientes infectados.
Sabe-se que o mebendazol é um fármaco anti-helmíntico de amplo
espectro também utilizado contra vários grupos de parasitas (cestódeos,
nematódeos, trematódeos) (CAÑETE et al, 2006).
O Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses, cita
mebendazol como droga de primeira escolha para tratamento de helmintíases,
não sendo o mais indicado para o tratamento de protozoários, o fármaco se
torna dispensável à prescrição, por não ter efeito algum sobre nossos
resultados (MINISTERIO DA SAÚDE, 2005).
De acordo com os resultados da pesquisa e grande positividade de
protozoários, o fármaco metronidazol foi o mais indicado para o tratamento
especifico desta classe de parasitas. Este fármaco abrange também o
tratamento de giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginites por Gardnerella
vaginalis e infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides
fragilis e outros bacteróides, Fusobacterium sp, Clostridium sp. e Eubacterium
sp.(PEREZ,1998).
Na literatura, o tratamento de amebas indicado é de 2000 mg por
dia, durante 5 a 7 dias (BPR Guia de remédios...). Portanto a posologia
indicada pela medica condiz com o tratamento, e os funcionários aderiram ao
tratamento proposto.
O controle de cura foi realizado após a administração do medicamento,
onde foram colhidas duas novas amostras de cada funcionário para o exame
coproparasitológico. Inicialmente a coleta foi proposta á 13 funcionários, com o
decorrer da pesquisa, ocorreu a desistência do tratamento de 6 funcionários,
restando apenas 7 funcionários.
O questionário aplicado após o tratamento foi respondido por todos os
pacientes, assim que os mesmos entregavam amostras de fezes para
avaliação de cura. Os dados obtidos neste questionários encontram-se na
Tabela 03.
Tabela 03. Avaliação de condução terapêutica dos pacientes positivos após
término do tratamento.
Tomou o medicamento antes ou após as refeições
Sim
100%
Não
0%
Em qual refeição
Almoço
14%
Almoço e Jantar
72%
Café da manhã e Jantar
14%
Faz uso de bebidas alcoólicas
Sempre
0%
Freqüentemente
14%
As vezes
28%
Nunca
58%
Fez o tratamento como prescrito
Sim
86%
Não
14%
Apresentou efeitos colaterais
Fraqueza nas pernas
14%
Cólicas e dores abdominais
14%
Não apresentaram efeitos colaterais
72%
Faz uso de medicamento para o estomago
Sim (omeprazol)
14%
Não
86%
Fez uso de outros medicamentos durante o tratamento
Dorflex e dipirona
28%
Dipirona
15%
Dorflex e Doril
15%
Nenhum
42%
FONTE: Elaborada pelo autor
Nos exames coproparasitológicos realizados após o término do
tratamento indicaram que das 7 amostras analisadas, 5 delas (71,4 %) ainda se
apresentam positivas após o tratamento, para os mesmos parasitas
encontrados na primeira análise.
O resultado obtido demonstrou uma ineficácia do tratamento, pois
14,28%
apresentou
apresentaram
positividade
positivos
para
para
Endolimax
E.
histolytica/dispar,
nana
e
28,57%
28,57%
pacientes
apresentaram poliparasitismo para Entamoeba coli, Entamoeba nana e
Iodamoeba butschllii.
Podemos explicar este fato por duas vertentes: ou o paciente continuou
exposto à novas infecções mesmo durante o tratamento ou a medicação
utilizada não se mostra mais eficaz como parasiticida.
A prevalência de re-infecção de enteroparasitoses humanas pode estar
relacionada a manipulação de alimentos , podemos
atribuir também
á
inadequadas práticas de higiene pessoal e doméstica e ao habito de comer
fora de casa ou no trabalho.Isto mostra que a contaminação pode estar tanto
no
ambiente
domiciliar
como
no
ambiente
de
trabalho.(NOLLA
e
CANTOS,2003).
A avaliação de enteroparasitoses humanas, por meio de inquéritos
parasitológicos, tem sido um parâmetro utilizado no sentido de avaliar as
condições sanitárias de populações que vivem em condições precárias. O
presente trabalho demonstrou que as condições socioeconômicas do perfil dos
avaliados estão adequadas em relação ás condições desfavorecidas de certas
regiões do pais. (NOLLA e CANTOS, 2003)
A re-infecção em adultos, provavelmente esta relacionada
a não
adesão do tratamento correto, a auto-medicação e prescrições errôneas
podendo gerar
a resistência dos parasitas.
A automedicação de anti-
helmínticos e anti-protozoários praticada pela população, faz com que o
parasita entre em contato com o medicamento várias vezes (devido posologia
inadequada), fazendo com que o parasita crie formas de resistência.
Estudos realizados demonstram que o mecanismo de resistência de
parasitas não está definitivamente esclarecido, sendo aceitas algumas
hipóteses. Para a resistência da G. lamblia, acredita-se
na redução da
atividade da PFOR (piruvato ferrodoxina oxido redutase), o que levaria a
redução da eletrotransferência para ferrodoxina ou a diminuição apartir da
apoferredoxina, o que causaria a ineficiência da ativação do medicamento.
Assim, o baixo nível de ferrodoxina e a menor atividade da PFOR reduzem a
habilidade da Giárdia lambia em ativar o Metronidazol (BUSSATI, 2006).
CONSIDERACOES FINAIS
Os dados obtidos no presente trabalho permite-nos concluir que a maior
prevalência encontrada em nossas pesquisas foram as amebas, principalmente
Entamoeba coli e Endolimax nana. Apesar de alguns pacientes apresentarem
bons hábitos de higiene,estes apresentam constante infecção ,esta pode estar
relacionada á hábitos alimentares fora do seu ambiente familiar.
Nos países subdesenvolvidos ,o parasitismo intestinal por diferentes
espécies de protozoários persistem como um sério problema de saúde publica,
principalmente pela constância com que se encontra associado a desnutrição,
hábitos higiênicos precários, moradia e tratamento de água.
O tratamento das parasitoses intestinais não sofreu alterações
substânciais nos últimos 20 anos, de forma que atualmente e consensual entre
os parasitologistas que o paradigma de controle baseado em drogas necessita
ser alterado, devido as formas de resistência adquirida com o uso inadequado
de medicamentos sem prescrição médica, e posologia incorreta.
REFERÊNCIAS
ABRAHAM,
R.S.,
TASHIMA,
N.T.,
SILVA,
M.
A.
Prevalência
de
Enteroparasitoses em Reeducandos da Penitenciária “Maurício Henrique
Guimarães Pereira“ de Presidente Venceslau-SP. RBAC, v.39, n.1, p.39-42,
2007.
AMARAL, L.A., NADER FILHO, A., ROSSI JUNIOR, O.D., FERREIRA, F.L.A.,
BARROS, L.S.S. Água de Consumo humano como fator de Risco à Saúde em
Propriedades Rurais. Revista Saúde Pública, v.37, n.4, p.510-514, 2003.
ANARUMA, F. F., CORRÊA, C.R.S, RIBEIRO, M.C.S.A, CHIEFFI, P.P,
Parasitoses intestinais em áreas sob risco de enchente no município de
Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. Instituto de Medicina Tropical de
São Paulo, v. 36, n.2, p.159 – 169, 2007
BUSSATI, H.G.N.O. Investigação “in vitro” do Potencial Giardicida de Quatro
Análogos
do
Metronidazol.
2006.63f.,
Dissertação
(Mestrado
em
Parasitologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
CAÑETE, R.; ESCOBEDO, A.A.; GONZÁLES, M.A. Estudos Clínicos
Radomizado da Terapia de Cinco Dias com Mebendazol Comparada à
Quinacrina no Tratamento da Giardíase Sintomático em Crianças. Word J.
Gastroenterol, v. 12, n.39, p. 6366-6370, 2006.
FERREIRA, G.R.; ANDRADE, C.F.S. Aspectos Socioeconômicos Relacionados
à Parasitoses Intestinais e Avaliação de uma Intervenção Educativa em
Escolares de Estiva Gerbi, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, v.38, n.5,p.402-405, 2005.
FRANCO, R.M.B., Protozoários de Veiculação Hídrica: Relevância em Saúde
Pública. Revista Panam Infectol, v.9, n.4, p.36-43, 2007.
GUIMARÃES, A.M., ALVES, E.G.L., FIGUEREDO, H.C.P., COSTA, G.M.,
(Lactuca sativa) Comercializadas em Lavras, Minas Gerais. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v.36, n.5, p. 621-623, 2003.
MACHADO,
P.M.R,
CERQUEIRA,
D.A.,
HELLER, L.(2005),
Avaliação
comparativa da ocorrência de protozoários em dois sistemas de abastecimento
de água: um estudo em uma cidade de porte médio no estado de Minas Gerais.
In: 23º Congresso Brasileiro, Campo Grande, MS.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Vigilância e Controle das
Enteroparasitoses, Secretaria de Vigilância em Saúde, 42 p., 2005.
NOLLA,
A.C.
E
CANTOS,
G.A.
Relação
entre
a
ocorrência
de
enteroparasitoses em manipuladores de alimentos e aspectos epidemiológicos
em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.21 n.2,
p. 641-645, 2005.
OLIVEIRA,
C.A.F.;
GERMANO,
P.M.L.
Estudo
da
Ocorrência
de
Enteroparasitas em Hortaliças Comercializadas na Região Metropolitana de
São Paulo, SP, Brasil, I - Pesquisa de Helmintos. Revista de Saúde Publica,
v.26, n.4, p.283-289, 1992.
PÉREZ, J.H.; JURADO, M.E.; QUETGLAS, E.G.; RADA, B.S.D. Metronidazol,
Sulfamidas, Trimetoprim y Cotrimoxazol. Medicine. v.7, n.84, p.3943-3951,
1998.
REY, L. Parasitologia. 3ªed. Rio de Janeiro: Koogan, 2008, 856p.
Download