10 de abril de 2015 Nº 498 Especialistas criticam mudanças em regras trabalhistas por meio de MPs Expositores dizem que governo federal errou ao optar por medida provisória em vez de projeto de lei para mudar as regras sobre a concessão de pensão por morte. O debate aconteceu dia 7 de abril na comissão mista de deputados e senadores que analisa a MP 664/14. Segundo os especialistas, a medida adotada pela presidente Dilma Rousseff restringiu o diálogo nas casas legislativas, já que o instrumento da medida provisória, que possui força de lei, produz efeitos imediatos, mesmo antes de sua aprovação pelo Congresso Nacional. “O governo federal errou em três dimensões: falta de diálogo; por optar pela medida provisória em vez de um projeto de lei; e, por fim, pelo conteúdo da matéria”, disse o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz. “São medidas excessivas que traem, inclusive, as bases trabalhistas que sempre sustentaram o governo da presidente Dilma”, afirmou Augusto de Queiroz. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o governo não respeitou os trabalhadores e nem o Congresso, já que não houve diálogo. “Irei trabalhar, incansavelmente, para derrubar essa matéria”, afirmou Faria de Sá, que disse ainda que a “vaca não só tossiu como também foi para o brejo”, fazendo referência à fala da presidente Dilma, que em campanha convocou uma mobilização nacional “nem que a vaca tussa”, pelos direitos dos trabalhadores. Já o senador Donizeti Nogueira (PT-TO) acredita que a medida vem corrigir distorções. “Sou da base do governo e não vejo que a presidente entrou em contradição. Ela disse que iria corrigir as distorções e está fazendo. São ajustes necessários”. “Não pactuo com a ideia de que a vaca tossiu e foi para o brejo”. De acordo com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, medidas que melhorem a gestão e qualidade da previdência são bem vindas. “Especificamente em relação à previdência, essas medidas devem fazer sentido em relação à estratégia geral do Estado”, disse Ganz. Para o representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, Marcelo Caetano, a medida adotada pelo governo foi corajosa, mas disse que “não se simpatiza com a ideia da forma como foi adotada”. “Fica claro que a medida faz parte do ajuste fiscal, mas o impacto de algumas propostas só será sentido em 2018, como, por exemplo, a pensão por morte”, ressaltou. Marcelo Caetano observou ainda que o sistema brasileiro de pensões proporciona benefícios maiores que países com a relação Produto Interno Bruto (PIB) per capita três vezes superiores a do Brasil. “Na Alemanha, se uma pessoa fica viúva até os 45 anos terá direito a dois anos de pensão. Na Suécia, se uma pessoa jovem fica viúva ela terá pensão por um período que lhe permita se inserir no mercado de trabalho. Aqui é vitalícia. E na , para se ter este direito, o tempo mínimo de contribuição é de 5 anos”. Pelas suas contas, mesmo que o governo consiga aprovar as modificações propostas, seus efeitos financeiros para a Previdência só começarão a apresentar resultados em 2 018. (Fonte: Agência Câmara) Confederações vão ao Supremo por inconstitucionalidade das MPs 664 e 665 A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde - CNTS e outras entidades que compõem o Fórum Sindical dos Trabalhadores - FST deram entrada em Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADI das Medidas Provisórias 664 e 665, de 2014, junto ao Supremo Tribunal Federal. O documento utiliza o argumento da pertinência temática, que prevê a inconstitucionalidade de dispositivos das MPs, na parte em que estipulam uma série de alterações nas regras do seguro desemprego, abono salarial, pensão por morte, auxílio doença e auxílio reclusão e que representam retrocesso na condição de vida, e, portanto, social. As entidades alegam que “as normas restringem o direito à percepção de benefícios de caráter alimentar substitutos do salário, benefícios estes que representam e recebem a natureza de direitos fundamentais, impassíveis de serem modificados sem o devido processo legislativo e blindados pelo próprio artigo 246 da Constituição Federal”. A ação é proposta em conjunto com as confederações de trabalhadores na indústria (CNTI), na alimentação (CNTA), em turismo e hospitalidade (Contratuh), em empresas de crédito (Contec), em Transportes Terrestres (CNTTT), em edifícios e condomínios (Conatec), da indústria gráfica (Conatig) e dos servidores públicos (CSPB). Por força do princípio da vedação do retrocesso social, argumentam as confederações, “uma vez alcançado determinado nível de concretização dos direitos sociais, é proibido que sejam desconstituídas as conquistas já alcançadas pelo cidadão ou pela formação social em que ele vive. É inválida qualquer norma, por inconstitucionalidade, que revoga uma norma infraconstitucional concessiva de um direito sem que seja acompanhada de uma política equivalente. E, no caso, a regressão em destaque foi feita sem qualquer compensação”. De acordo com os autos da ADI, “não existe o estado de urgência e absoluta necessidade que justifique o retrocesso nos direitos trabalhistas. A propósito, as medidas provisórias editadas colocam os trabalhadores em grave risco social, em situação de vulnerabilidade decorrente de adoecimento, desemprego involuntário e morte de ente familiar, o que já desqualificaria os supostos requisitos autorizadores da edição de medida provisória para esse fim”. Centrais criticam governo por não ter negociado MP 665 Representantes de centrais sindicais criticaram o governo por não ter negociado o texto da MP 665/14 antes de enviá-la ao Congresso Nacional. A MP foi debatida em audiência pública da comissão mista de deputados e senadores que analisa o texto. A MP alterou as regras do seguro desemprego, ampliando o tempo de contribuição para o primeiro acesso (de seis para 18 meses), e do abono salarial. “Fomos pegos de surpresa. Ficamos sabendo das medidas adotadas pela imprensa”, disse o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo. Tanto ele como outros sindicalistas que participaram do debate lembraram que o governo havia se comprometido, no ano passado, a não mexer em nenhum direito trabalhista sem antes ouvir as centrais. O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que ficou "perplexo” por o governo “iniciar o processo de ajuste com a área mais vulnerável, que é a do trabalho". Segundo ele, as centrais estavam abertas ao diálogo e poderiam ter apresentado sugestões para melhorar o texto, evitando o desgaste político provocado pela edição da MP. A falta de diálogo foi reconhecida até pelo relator da medida provisória, senador Paulo Rocha (PT-PA). "Foi um erro o governo não dialogar com os vários setores dos trabalhadores", afirmou Rocha. Além da falta de diálogo, os representantes das centrais negaram que as fraudes sejam responsáveis pelo aumento dos gastos com o benefício, uma das alegações do Executivo para editar a MP. Quintino Severo, que também preside o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat, disse que as “fraudes são mínimas” diante dos números do sistema e que já vêm sendo combatidas com a adoção de medidas administrativas, como a adoção da identificação biométrica nos saques do benefício. O presidente da CSB, Antônio Fernandes dos Santos Neto, disse que o aumento da fiscalização é a forma mais efetiva para combater tanto as fraudes como a rotatividade no mercado de trabalho, principal razão para o crescimento recorrente das concessões do seguro-desemprego no país. A rotatividade acontece quando há substituição de um empregado por outro no mesmo posto de trabalho. Segundo ele, o déficit de auditores do trabalho chega a mil em todo o país, número que foi corroborado pela presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho - Sinait, Rosa Maria. Neto disse ainda que apenas 6,2% das empresas foram responsáveis, em 2013, por quase 64% das demissões de trabalhadores que procuraram o seguro desemprego. Para ele, bastaria que a fiscalização acompanhasse esse universo para apurar eventuais irregularidades na concessão do benefício. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, propôs a criação de impostos sobre grandes fortunas, sobre lucros e dividendos, sobre a remessa de dividendos para o exterior e sobre aviões e embarcações de luxo. Segundo ele, somente estas medidas poderiam gerar uma arrecadação de mais de R$ 37 bilhões, valor superior aos R$ 18 bilhões que o governo alega que vai economizar com as MPs 664 e 665. "O governo poderia arrecadar muito mais sem mexer em nenhum direito dos trabalhadores", disse Torres. Os sindicalistas defenderam uma agenda diferente do governo, que passa pela instituição de novos impostos, principalmente sobre grandes fortunas, pela redução de gastos do próprio governo e pelo aumento da fiscalização. Também alertaram para os setores que mais vão sofrer com as regras da MP 665, que seriam os jovens – parcela de maior rotatividade do mercado de trabalho –, comerciários, pescadores e agricultores rurais. O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Contag, Carlos Eduardo Silva, disse que a MP 665 exclui o acesso ao benefício de 70,2% dos trabalhadores rurais com carteira de trabalho. São pessoas contratadas por safra, com contratos inferiores há um ano. De acordo com a norma, a partir de março, o trabalhador demitido deve comprovar 18 meses de carteira assinada – computados nos últimos dois anos – para receber o benefício. Antes eram exigidos seis meses ininterruptos. "Se antes havia uma dificuldade, agora certamente eles [agricultores] serão excluídos", disse Silva. Quintino Severo propôs a regulamentação do artigo 239 da Constituição, que estabelece a criação de um índice de rotatividade da força de trabalho e obriga a empresa com índice superior à média do setor a pagar uma contribuição adicional para o financiamento do seguro desemprego. O mesmo artigo prevê uma lei regulamentando o índice, que nunca foi aprovada pelo Congresso Nacional. Segundo Severo, isto, aliado a uma melhor fiscalização, poderia reduzir os gastos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que financia o benefício, e combater as fraudes. (Fonte: Agência Câmara) Trabalhadores atacam MP 664 e dados do governo As centrais sindicais, confederações, federações e representantes de aposentados e pensionistas desfilaram e repetiram críticas e desmentidos aos dados do governo em audiência pública nesta quarta-feira (8) na comissão mista que analisa a Medida Provisória 664/14, que altera as regras vigentes para a concessão de pensão por morte. Durante mais de cinco horas, vários expositores insistiram que as medidas são inconstitucionais (incluindo a MP 665/14, que muda as normas sobre o segurodesemprego), embora estejam valendo desde seu envio ao Congresso. E insistiram que a Previdência Social não é deficitária e, sim, superavitária. Pelos dados apresentados pelo assessor jurídico da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas - Cobap, Guilherme Portanova, com base, segundo ele, em dados do Ministério da Fazenda, a Previdência teria apresentado um superávit de R$ 78 bilhões em 2012 e de R$ 76 bilhões em 2013. A representante da Associação Nacional dos Auditores Fiscais - Anfip na audiência, Margarida Lopes de Araujo, também contestou o déficit. “É difícil desconstruir esse discurso de que a Previdência é deficitária. Ela é superavitária no seu todo. A Previdência Rural, sim, é deficitária, mas ela foi feita em outro regime. Se ela é superavitária, por que o trabalhador tem que pagar a conta do ajuste fiscal? A verdade é que do caixa da Previdência sai dinheiro para tudo que é coisa”, ressaltou. O secretário adjunto de Organização e Política Sindical da CUT, Valeir Ertle, disse que o Ministério da Previdência não move qualquer ação contra as empresas devedoras. Pelas suas contas, se recebesse essas dívidas, o montante seria “pelo menos três vezes superior aos R$ 18 bilhões que o governo diz que vai arrecadar com essas novas medidas”. Antônio Fernandes dos Santos, da CSB, ironizou: “Esse governo esta lançando um novo fator previdenciário, que tanto atacou na campanha”. O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) disse que os argumentos de trabalhadores e técnicos mostram que as medidas são desnecessárias. “Fica cada vez mais claro que são equivocadas. A própria presidente disse na sua campanha que mais de 23 milhões de pessoas entraram na Previdência entre 2012 e 2013, o que garantia o seu superavit. Como agora falam em deficit?”, questionou. Mudanças atingirão os mais necessitados - Especialistas que participaram da audiência pública criticaram a falta de diálogo do governo e afirmaram que as mudanças no benefício vão atingir os mais frágeis. Segundo o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, cerca de dois milhões de trabalhadores serão impactados diretamente pela mudança. Na avalição dele, a MP entrou em vigor logo em um período de aumento do desemprego e, consequentemente, prejudicará os mais necessitados. “O governo quer diminuir os gastos com seguro-desemprego, mas pode haver o efeito inverso e as pessoas buscarem ainda mais o benefício. Ninguém sabe quando se sai de uma recessão econômica”, alertou. Professor da Universidade de São Paulo (USP), Hélio Zylberstajn concordou que a MP foi editada em momento inoportuno. “Enquanto vários países usam o segurodesemprego para evitar que a situação econômica piore, o Brasil faz o contrário”, criticou. Ele ressaltou que o benefício é essencial para proteger o trabalhador e manter sua renda. O docente sustentou que o crescimento do gasto com o seguro-desemprego se deu com o aumento do mercado formal e do salário mínimo e não devido à rotatividade ou a fraudes, como alega o governo. Zylberstajn sugeriu novas formas de utilização do FAT para evitar prejuízos aos trabalhadores. Ele também propôs vincular a conta do seguro desemprego à do FGTS, em um único fundo. “Isso corrigiria as distorções. Se estou desempregado e sacando o dinheiro desse fundo, mais rápido vou buscar novo emprego”, sustentou. Por sua vez, Marcos da Silva Pinto, do Diap, declarou que a MP retirou direitos dos trabalhadores e que a base social que apoia a presidente Dilma Rousseff entendeu a medida como um estelionato eleitoral. “Faltou diálogo; as pessoas que apoiaram o governo se sentem traídas”, disse. Segundo ele, houve um erro no método, porque o Planalto não dialogou com os movimentos sindicais, e também um equívoco na forma, pela edição de uma MP, que tem força de lei imediata. Ele lembrou a devolução pelo Congresso Nacional da MP sobre desonerações tributárias. “Os empresários ganharam três, quatro meses a mais. Em relação aos trabalhadores, vemos que há dois pesos”, argumentou. O relator da comissão mista, senador Paulo Rocha (PT-PA), concordou com as críticas de que o governo errou ao não dialogar. “Somos favoráveis ao ajuste fiscal, desde que não atinja as conquistas dos trabalhadores dos últimos anos”, apontou. O presidente do colegiado, deputado Zé Geraldo (PT-PA), afirmou que as medidas do ajuste serão aprovadas no Congresso, mas com “modificações profundas”. De acordo com ele, trabalhadores rurais e pescadores também estão sendo prejudicados pelas propostas do Executivo. (Fonte: Agência Câmara) Aliados se comprometem a apoiar medidas de ajuste fiscal A primeira articulação do vice-presidente da República, Michel Temer, como novo coordenador político do governo, foi no sentido de garantir apoio dos partidos aliados no Poder legislativo para as medidas de ajuste fiscal do governo. As já adotadas e outras que poderão ser enviadas as Congresso nacional. Em reunião nesta quarta-feira (8), com todos os partidos da base de apoio ao governo, Temer sugeriu e todos concordaram em assinar documento no qual se comprometem a apoiar as medidas de ajuste fiscal com eventuais melhorias que serão negociadas. No documento, intitulado "Acordo pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento", os líderes da base afirmam que apoiam o esforço pelo equilíbrio fiscal porque ele significará uma transição para um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social. A ideia, de acordo com o documento, é "promover o equilíbrio das contas públicas para trazer a inflação para o centro da meta, de forma a proporcionar tranquilidade aos trabalhadores e estimular a confiança necessária para o investimento". Segundo Temer, também será necessário barrar propostas que aumentem gastos. "Portanto, nada que importe despesa ou redução de receitas seria neste momento examinado. E todos assinaram, sem nenhum problema", ressaltou o vicepresidente. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou, porém, que o espaço de negociação está aberto em torno das medidas fiscais. "Nunca se votou uma medida provisória tal como ela saiu do Palácio. Isso faz parte do jogo democrático de diálogo no Congresso”, observou. “Se der, até com a oposição, mesmo a oposição se negando ao diálogo em nome do país, estamos dialogando com todo mundo. Queremos votar o ajuste como uma sinalização do Congresso e não só do governo." (Com Agência Câmara) Alimentos seguros: tema celebra Dia Mundial da Saúde 2015 Em 2015 a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu o tema “Do campo à mesa, obtendo alimentos seguros” para as comemorações do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril. A boa nutrição é um fator determinante para a garantia da boa saúde. Desde o nascimento, o homem necessita de alimentos para sua sobrevivência. A qualidade dos alimentos que consumimos é um fator importante. A região das Américas conta com cerca de 953 milhões de habitantes e garantir alimentos seguros a toda esta população é um desafio para todos os países da região. O acesso a quantidades suficientes de alimentos seguros e nutritivos é fundamental para a manutenção da vida e promoção da saúde. A segurança alimentar e a boa nutrição são indissociáveis. O consumo inadequado de determinados tipos de alimentos ou ingredientes, como excesso de sal, açúcar e gorduras podem levar a ocorrência de algumas doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão. Paralelamente, a prática de atividades físicas também é essencial para a saúde de qualquer indivíduo. Por esses motivos, a Organização PanAmericana da Saúde (Opas/OMS) no Brasil ampliou o tema e celebra o Dia Mundial da Saúde incentivando a o consumo de alimentos seguros, a alimentação saudável e a prática de atividades físicas juntos. Alimentos não seguros geram um ciclo vicioso de doença e desnutrição que afetam particularmente os mais vulneráveis (crianças, idosos e doentes). Os alimentos saudáveis são a chave para uma boa saúde, por outro lado, os alimentos não seguros contendo bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas prejudiciais à saúde são a causa mais de 200 doenças - que vão desde diarreia ao câncer. Doenças diarreicas matam cerca de 2 milhões de pessoas por ano, incluindo muitas crianças. Essas doenças prejudicam a produtividade, sobrecarregam o sistema de saúde pública e reduz ganhos econômicos, impedem o desenvolvimento socioeconômico, prejudicando as economias nacionais, turismo e comércio. A urbanização e as mudanças nos hábitos de consumo têm aumentado o número de pessoas que compram e comem alimentos preparados em locais públicos. A globalização tem provocado crescente demanda dos consumidores por uma ampla variedade de alimentos, resultando em uma cadeia global cada vez mais complexo e mais alimentos. Com a globalização, as viagens e o crescimento do comércio internacional de alimentos, as doenças transmitidas por alimentos podem atravessar as fronteiras nacionais a afetar rapidamente vários países, representando um risco cada vez maior de transmissão de doenças. Exemplos incluem contaminação de fórmula infantil, surtos de Escherichia coli ligadas a carnes contaminadas e legumes, uso indiscriminado de agrotóxicos, entre outros. Os governos devem eleger a segurança alimentar uma prioridade de saúde pública, uma vez que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de políticas e marcos regulatórios, estabelecer e implementar sistemas de segurança alimentar eficazes que assegurem que os produtores de alimentos e fornecedores ao longo de toda a cadeia alimentar, desde o campo até a mesa do consumidor, seja em sua casa ou em um restaurante, possam operar de forma responsável e fornecer alimentos seguros para os consumidores. A boa colaboração entre governos, produtores e consumidores ajuda a garantir a segurança alimentar. Outro grande desafio são os micro-organismos resistentes que entram na cadeia de alimentos e são uma ameaça à saúde pública. O uso prudente de antimicrobianos na medicina humana é crucial no combate à resistência antimicrobiana. O uso prudente é igualmente crucial na agricultura, particularmente na produção animal e na piscicultura. Os alimentos seguros deveriam servir como plataforma para unir as partes interessadas, com vistas à conscientização e à adoção de medidas para a solução do problema. Em maio de 2015, a OMS apresentará um plano global de ações na Assembleia Mundial da Saúde para a resolução do crescente problema de resistência antimicrobiana. A OMS também visa facilitar a prevenção mundial das doenças alimentares, com a detecção e resposta as ameaças à Saúde Pública associadas a alimentos não seguros e trabalha para garantir a confiança do consumidor nas autoridades nacionais e internacionais. Para tanto é necessário que os Estados-Membros reforcem suas capacidades nacionais para prevenir, detectar e gerir os riscos de origem alimentar por: • Fornecer avaliações científicas independentes sobre os riscos microbiológicos e químicos que formam a base para as normas internacionais de alimentos, orientações e recomendações, conhecido como o Codex Alimentarius, para garantir a segurança do alimento de onde quer que ela se origine; • Avaliar a segurança das novas tecnologias utilizadas na produção de alimentos, tais como a modificação genética e nanotecnologia; • Contribuir para melhorar os sistemas alimentares e quadros legais nacionais e implementar a infraestrutura adequada para gerir os riscos de segurança alimentar. A OMS e a FAO possuem uma Rede Internacional de Autoridades em Segurança Alimentar (INFOSAN) para compartilhar rapidamente as informações durante emergências de segurança alimentar; • Promover a manipulação segura dos alimentos através de programas sistemáticos de prevenção e consciência, através das Cinco Chaves para uma alimentação mais segura e outros materiais informativos; e • Advogar para a segurança alimentar como um componente importante da segurança da saúde e para a integração da segurança alimentar nas políticas e programas nacionais em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI - 2005). A inocuidade dos alimentos requer um esforço global. A OMS há muito tempo colabora com várias atividades da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a fim de assegurar a inocuidade dos alimentos em todos os elos da cadeia de alimentos. É extremamente importante que os governos nacionais atuem da mesma forma, pensando na saúde do consumidor e construam pontes entre setores da saúde, agricultura, comércio e meio-ambiente. Reconhecendo a importância da falta de segurança dos alimentos e das doenças transmitidas por alimentos (DTAs) como uma importante causa de doenças e mortes em todo o mundo, a OMS adotou a resolução WHA53.15 em 2002 e a Resolução WHA63.3 em maio de 2010, estabelecendo como prioridade a inocuidade dos alimentos e a prevenção e o controle das DTAs. A OPAS também adotou como prioridade a inocuidade dos alimentos e seu aprimoramento como um dos objetivos estratégicos do seu Plano Estratégico 2014-2019. Como observou a diretora Geral da OMS em um número recente da revista Lancet, o momento pede uma resposta sustentável para os problemas centrais, que são a dispersão das autoridades responsáveis pela qualidade dos alimentos, os orçamentos instáveis e a escassez de demonstrações convincentes sobre o efeito das doenças de origem alimentar. Por isso, a OMS e a OPAS dedicam esse Dia Mundial da Saúde aos Alimentos seguros, a fim de catalisar uma ação coletiva dos governos e do público para a adoção de medidas destinadas a melhorar a segurança dos alimentos no campo, nas indústrias, nos mercados, nos restaurantes, lanchonetes e padarias, nos serviços de ambulantes e nas cozinhas dos nossos lares. (Fonte: Organização PanAmericana da Saúde - Opas) Fale com a CNTS E-mail: [email protected] - Sítio: www.cnts.org.br Tel: (61) 3323-5454