Editorial - Confagri

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rubrica
““editorial
Tempestade
FISCAL
Manuel dos Santos Gomes | Presidente da CONFAGRI
| E S PAÇO R U R A L E d i ç ã o n º 9 2
"As novas disposições
revelam a insensibilidade
e o desconhecimento
das Autoridades, da
nossa realidade agrícola
e do perfil dos pequenos
produtores."
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À
s duras dificuldades com que se confrontam no dia-a-dia os
agricultores portugueses, às intempéries climáticas que ciclicamente afectam as suas produções, somou-se este ano uma
nova “tempestade” provocada pela aplicação das novas disposições fiscais ao sector agrícola, particularmente gravosa ao nível dos pequenos agricultores.
As novas disposições revelam a insensibilidade e o desconhecimento das
Autoridades, da nossa realidade agrícola e do perfil dos pequenos produtores.
A aplicação desajustada, repentina, sem estudos de impacto e sem uma
ampla campanha de informação, sobre as novas exigências fiscais e as
suas implicações ao nível da Segurança Social, terá um efeito devastador
nestes agricultores e na economia das nossas regiões rurais. E todos sabemos, que a pequena actividade agrícola, constituía até agora um “amortecedor” dos problemas sócio-económicos das populações, que com a presente crise, infelizmente, continuam a agudizar-se.
O facto da aplicação das novas medidas, coincidir com o período de candidatura dos agricultores às ajudas directas, permite à CONFAGRI aferir dia-a-dia, a desorientação e a desmotivação que se instalou entre os
agricultores e constatar o crescente nível de intenções de abandono da
actividade.
A CONFAGRI tem vindo a transmitir ao Governo, nomeadamente aos Ministérios da Agricultura, das Finanças, e da Solidariedade e Segurança Social,
a gravidade desta situação para a agricultura e para o país. Aos responsáveis governamentais, apresentámos também conjunto de propostas, a
nível fiscal e da segurança social, que respeitando as imposições legais
incontornáveis, irão facilitar a vida aos pequenos agricultores e permitir a
sua manutenção na actividade.
Esperamos do Governo bom senso e uma actuação célere, que preserve a
manutenção da pequena agricultura e o interesse nacional.
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