Guião de Reflexões para o mês de Maio

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GUIÃO DE REFLEXÕES PARA O MÊS DE MAIO 2012
Subsídios recolhidos de esquemas elaborados por
Pe. Amaro Gonçalo
Pe. Peixoto, Pe. Emanuel Brandão, Pe. Manuel Correia Fernandes, Con. João Peixoto, Cón. Rui Osório
Alguns Padres da Diocese de Braga
Guião da Semana da Vida
www.paroquias.org
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Esquema geral da Oração do Rosário
Cântico inicial
Saudação Inicial
P- Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
R: Ámen.
1. Enunciação do mistério: «Neste …º mistérios meditemos…»
2. Leitura bíblica (se houver) – pode ser feita por um leitor e no ambão
3. Meditação do mistério – pode ser feita por um outro leitor
4. Pode-se acrescentar uma proposta de uma intenção para esse mistério (prece) – pode ser proposta por quem preside
5. Oração do Pai-Nosso (iniciada por quem preside; 2ª parte rezada pela assembleia)
P- Pai Nosso, que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome,
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.
Assembleia:
O pão nosso de cada dia
nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
não nos deixei cair em tentação
mas livrai-nos do mal.
6. Oração da Ave-Maria (10 x em cada um dos 5 mistério) – Iniciadas por pessoa diferente dos leitores; 2ª parte: assembleia
P- Avé, Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco!
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus.
Assembleia:
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
Àmen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
7.Oração do Glória (se possível cantada e de pé)
Todos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Àmen.
8. Jaculatória depois do Glória: Pode ser a que se segue, ou outra(s) mais breve(s):
P- Ó Maria concebida sem pecado,
R: rogai por nós que recorremos a vós.
P- Ó bom Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem!
Ou
P- Nossa Senhora da Hora,
R: Rogai, por nós!
9. Cântico a intercalar os mistérios (pode cantar-se entre todos os mistérios ou apenas no final do 1º, 3º e 5º)
10. No final dos 5 mistérios, repetir 3 vezes a jaculatória entre as Ave-Marias
P- Ó Maria concebida sem pecado,
R: rogai por nós que recorremos a vós.
AM
P- Ó Maria concebida sem pecado,
R: rogai por nós que recorremos a vós.
AM
P- Ó Maria concebida sem pecado,
R: rogai por nós que recorremos a vós.
AM
11. Salve Rainha
Salve, Rainha, mãe de misericórdia,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Eia, pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
bendito fruto do vosso ventre,
Ó clemente, ó piedosa,
ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós santa Mãe de Deus
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Ámen.
12. Oração de Consagração a Nossa Senhora
Ó Senhora minha, ó minha Mãe,
eu me ofereço todo(a) a vós,
e em prova da minha devoção para convosco,
Vos consagro neste dia e para sempre,
os meus olhos, os meus ouvidos,
a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser.
E porque assim sou vosso(a), ó incomparável Mãe,
guardai-me e defendei-me como propriedade vossa.
Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa.
Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.
13. Conclusão
P- Bendigamos ao Senhor!
R: Graças a Deus.
Cântico final
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Terça, 1 de maio – Dia de São José Operário
Mistérios dolorosos: O Trabalho, à luz da cruz
Introdução: Estamos a iniciar o mês de Maria, neste dia dedicado a São José, operário, dia do trabalhador. Sendo-nos
recomendada nesta terça-feira a meditação dos mistérios dolorosos, julgamos oportuno, num ano diocesano
dedicado à Família, contemplar os mistérios dolorosos e «os trabalhos de Jesus na Cruz» em muitos âmbitos de
sofrimento, de dor, de desespero, de fome, de pobreza súbita ou envergonhada. Mas de modo especial, queremos
fazer incidir a luz dos trabalhos de Cristo na cruz sobre a pesada cruz dos nossos trabalhos ou da falta dele!
No 1º mistério, meditemos na lei da cruz, inscrita no trabalho humano.
Meditação: Na verdade, a lei da cruz está inscrita no trabalho humano, esse bem árduo, útil e digno, realizado à custa
do «suor do nosso rosto» (Gn.3,19)! A fadiga é parte integrante do trabalho. Na era contemporânea, do «tudo e já», a
educação para trabalhar «suando» é providencial. A condição da vida na terra, somente provisória e sempre precária,
prevê também para a família cansaço e dor, sobretudo no que diz respeito ao trabalho a realizar para o próprio
sustento. No entanto, o cansaço derivado do trabalho encontra sentido e alívio quando é assumido não para o
enriquecimento egoísta pessoal, mas sim para compartilhar os recursos de vida, dentro e fora da família,
especialmente com os mais pobres, na lógica do destino universal dos bens. Quando é feito, no amor e por amor, na
fadiga e mediante a fadiga, silenciosamente oferecido a Deus, o trabalho torna-se uma pequena parcela da cruz de
Cristo, e pode ser vivido, com o mesmo espírito de entrega, serviço e redenção, com que Cristo aceitou por nós a Cruz!
Prece: Peçamos por todos os que suportam, com paciência e amor, as exigências duras do trabalho humano.
No 2º mistério meditemos no trabalho, como lugar possível da injustiça
Meditação: Mas o trabalho pode tornar-se aquilo que talvez a palavra sugira na sua raiz mais rude: um «tripalium», o
antigo instrumento de tortura, usado pelos romanos! Assim acontece, quando o mundo do trabalho se torna o lugar
onde se cristalizam a maior parte das injustiças e das violências da sociedade! Ou quando, em excesso ou em exclusivo,
o trabalho toma conta da vida toda! O excesso de trabalho, ou o trabalho em condições desumanas, depressa imprime
em nós o rosto desfigurado do servo “castigado, ferido e humilhado” (Is.53,4-5)! Pensemos, por exemplo, nas
condições de trabalho pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, nos ritmos frenéticos de vida, na
emigração à procura de um adequado sustento, se não mesmo da pura sobrevivência que acabam, por separar casais,
pais e filhos!
O perigo de que o trabalho se torne um ídolo é válido também para a família. Isto acontece quando a atividade de
trabalho detém o primado absoluto perante as relações familiares, quando ambos os cônjuges se sentem obcecados
pelo lucro económico e depositam a sua felicidade unicamente no bem-estar material. O risco dos trabalhadores, em
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todas as épocas, é de se esquecer de Deus, deixando-se absorver completamente pelas ocupações mundanas, na
convicção de que nelas se encontra a satisfação de todos os seus desejos.
Prece: E peçamos por quantos se sentem esmagados pelo peso do trabalho.
No 3º mistério, meditemos na desfiguração a que o trabalho nos pode conduzir:
Meditação: Mas, no presente contexto social, como não entrever, na ferida aberta do lado de Cristo, a chaga social do
desemprego, em que tantos se sentem na pele da “pessoa desprezível e sem valor” (Is.53,3), arrumada da vida,
encostada ou esmagada na berma da estrada do progresso, como “um objeto abandonado”? É um problema que diz
sobretudo respeito aos jovens, que sem trabalho ou emprego estável, têm dificuldade em formar uma família e em
contribuir, com os seus valores e competências, para a construção duma sociedade nova!
Prece: Peçamos pelos jovens à procura de emprego e pelos desempregados, sem esperança.
No 4º mistério, meditemos no trabalho, como exercício de luta e sofrimento
Meditação: O cristão reconhece o valor do trabalho, mas sabe ver nele inclusive as deformações introduzidas pelo
pecado. Por isso, a família cristã aceita o trabalho como uma providência para a sua vida e a vida dos seus familiares.
Mas evita fazer do trabalho um valor absoluto e considera esta tendência, hoje muito difundida, como uma das
tentações idolátricas desta época. Não se limita a afirmar uma convicção diferente. Ela delineia a sua vida de modo
que ressalte uma prioridade alternativa. Podemos agora compreender como este mundo do trabalho e do
desemprego, com o seu suor, sangue e lágrimas, clama hoje por redenção, por justiça e libertação!
Prece: Neste mistério não deixemos de rezar «pelos atribulados», por todas as vítimas do trabalho e do desemprego!
No 5º mistério meditemos no trabalho como colaboração na edificação do Reino de Deus.
Meditação e Prece: E queira Deus que, da árvore da Cruz de Cristo, onde enxertamos todas as nossas penas e
trabalhos, se vislumbre já, como fruto do trabalho humano, uma pequena parcela dos «novos céus e da nova terra»
(Ap.21,1), o jardim da nova criação (Jo.19,41;Gn.2,8), onde habita a justiça e a paz para sempre (II Pe.3,13)! Ámen.
Preces finais

Oremos irmãos a Deus Pai, todo-poderoso, para que liberte o mundo de toda a falsidade, da fome e da miséria.

Oremos por todos os que sofrem os horrores da guerra, da crueldade, das ditaduras, de toda a violência.

Oremos também pelos perseguidos e encarcerados e pelos que são tratados injustamente pelos Homens.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012

Oremos por todas as famílias, que se encontram em situações difíceis, de separação, de doença, de luto, de
desemprego, de pobreza súbita e envergonhada.

Oremos ainda pelos emigrantes, exilados, pelos sós, doentes, drogados, vítimas da Sida, moribundos e pelos que
sofrem.

Oremos por todas as crianças do mundo, pelas crianças sem infância e sem sorriso, às quais nunca se cumpre
nenhum desejo.

Oremos também pelos jovens: pelos que pedem nas esquinas e nos passeios; pelos que percorrem a sua via-sacra
pelo caminho do desespero à procura da droga; pelos rapazes e raparigas que se prostituem.

Oremos também pelos adultos: pelos que passam anos e anos sem emprego ou são prematuramente
reformados; pelas vítimas do trabalho ou do desemprego.

Oremos pelos que perderam a esperança e se entregaram ao álcool; pelos que escondem a cabeça para pedir.

Oremos também pelos idosos: pelos que recolhem as sobras nos contentores e mercados; pelos que não têm
com que pagar a água e a luz; pelos que terminam os seus dias sozinhos, sem a atenção de ninguém.

Oremos finalmente por todos nós. Para que a celebração da Páscoa do Senhor, da sua passagem da morte para a
Vida, signifique para todos um crescimento na nossa vida cristã e nos conduza à prática do amor, a partir da
própria família.
P: Deus todo-poderoso e eterno, fazei que nos abramos ao vosso amor. Fazei que vivamos cada vez mais como irmãos
uns dos outros, como vosso Filho nos ensinou, a fim de que continue o seu caminho em nosso mundo. Por NSJC.
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Quarta, 2 de maio
Mistérios gloriosos: Páscoa: A festa da Vida faz da Vida uma festa
Introdução: “A família, o trabalho e a festa” é o tema do VII Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em Milão,
de 30 de maio a 2 de junho. Ontem refletíamos sobre o trabalho e a sua relação com a família. Hoje a nossa reflexão é
sobre a Festa. Partimos do texto, anunciado no dia de Páscoa, em que São Paulo nos exorta:
«Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado. Celebremos, pois, a Festa» (I Cor.5,7-8)!
No 1º mistério, meditemos em Cristo, o Cordeiro Pascal: morto e ressuscitado
Meditação: E como não havíamos nós de celebrar a Festa? A esse Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem, foi
entregue, imolado, morto e suspenso na Cruz, Deus ressuscitou-O, ao terceiro dia (cf. At.10,38-40)! Ressuscitou-o, «no
primeiro dia da semana», nesse dia que será, para nós e para sempre, o primeiro! É Ele o novo cordeiro pascal, “imolado
e de pé”, por nós sacrificado, que agora vive e vive para sempre! É Ele, Ressuscitado, a razão e o coração da nossa
festa! Ele resgatou-nos com o Seu Sangue! E, por isso, só Ele é digno do nosso louvor, da festa verdadeira!
Prece: Que saibamos sempre louvar o Senhor, mesmo na noite escura da dor
No segundo mistério, meditemos na ressurreição, como obra da mão de Deus
Meditação: Este convite a celebrar a festa, traz em si o sinal daquele alvoroço, que se apoderou das mulheres, naquela
primeira manhã de Páscoa! “Depois de passar o sábado, compraram aromas, para embalsamar Jesus” (Mc.16,1) como se
venerassem um morto! Mas, «no primeiro dia da semana», quando tudo se apressa, é então que tudo se recria e
recomeça: “partindo muito cedo, chegaram ao sepulcro, ao nascer do sol” (Mc,16,2)! E eis que, surpreendentemente,
encontram o sepulcro aberto, limpo de qualquer odor da morte, donde emerge uma luz (re) criadora! Está aberto o
túmulo, sem que nenhuma força humana tivesse removido a pedra! «A mão do Senhor fez prodígios. A mão do Senhor
foi magnífica» (Sal.118/117,15)!
Prece: Que confiemos sempre na força poderosa de Deus, que age no silêncio das nossas vidas.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No terceiro mistério meditemos no anúncio pascal
Meditação: Caberá a um jovem, sentado do lado direito e vestido de túnica branca, anunciar e confirmar a vitória do
Amor mais forte do que a morte: «Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou. Não está aqui» (Mc.16,6). Às
mulheres, o inesperado acontecimento da Ressurreição não lhes coubera em nenhuma previsão de fé e em nenhuma
provisão de esperança! O jovem é aqui o guia e mensageiro da luz! É ele a “sentinela da manhã de Páscoa”, a dizer-nos
hoje: “É Ele, Cristo Ressuscitado o verdadeiro Sol nascente, a erguer-se, por sobre nós mortais! É Ele, Cristo Ressuscitado, o
rochedo novo, donde dimana a vida como um rio! É Ele, Cristo Ressuscitado, o pascal cordeiro que, nesta manhã, da nova
criação, nos reconduz ao Paraíso! Ressuscitou. Não está aqui”. Esta sim “é a madrugada, que eu esperava, o dia inicial
inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio e livres habitamos a substância do tempo” (Sophia).
Prece: Que os nossos jovens, se tornem sentinelas da manhã de Páscoa.
No quarto mistério, meditemos na nossa condição de gente ressuscitada
Meditação: Como não havíamos então de fazer a festa, de ir, doravante e por aí adiante, anunciá-l’O, celebrá-l’O,
festejá-l’O, porque Ele está connosco, tal como na manhã de Páscoa?! Desde aquela primeira manhã de Páscoa, somos
todos convocados a celebrar a Festa! E, a partir da Páscoa, a fazer festa da vida e da vida uma festa. Desde aquele
«primeiro dia da semana», fazemos do domingo o principal dia de festa, a nossa Páscoa semanal. Conscientes da
libertação trazida por Cristo, celebramos, na gloriosa liberdade dos filhos de Deus, a alegria desta Páscoa, que faz de
nós novas criaturas, gente ressuscitada, liberta de todas as amarras e escravidões, do cansaço, do trabalho, do
desgaste, do desencanto, das ocupações e preocupações da vida!
Prece: Que vivamos segundo o domingo, livres e libertos de tudo o que nos oprime.
No 5º mistério, meditemos no Domingo, como verdadeira páscoas semanal
Meditação: Em cada Domingo, vivamos esta Páscoa, no mistério da Eucaristia, onde cada família de sangue e esta
família de fé se fazem e se refazem, nos seus laços de comunhão. Este não é o dia para uma fuga isoladora e
individualista, para uma dispersão evasiva, mas o dia livre, inteiro e limpo, para o repouso maravilhado em Deus, que
nos liberta o tempo e do tempo, para o darmos, na alegria do amor, à família, aos amigos, aos doentes e aos sós! Se
guardarmos assim «o Domingo», também ele nos guardará o mais belo da Vida!
Prece: Que possamos ir e vir da festa pascal da Eucaristia, em cada domingo, sempre mais vivos e ressuscitados,
repletos daquela paz e daquela alegria da Páscoa, que só Cristo Ressuscitado nos dá a todos!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quinta, 3 de maio
Mistérios luminosos: a Eucaristia e a Família
Introdução: “A família, o trabalho e a festa” é o tema do VII Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em Milão,
de 30 de maio a 2 de junho. Refletimos anteontem sobre o trabalho e ontem sobre a Festa. Fixemo-nos agora, neste
dia de 5ª feira, na relação entre Eucaristia e Família. Recordemos o texto proclamado como 1ª leitura na quinta-feira
santa. Dizia assim:
“Procure cada qual um cordeiro por família. Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao
vizinho mais próximo” (Ex.12,3-4)!
No 1º mistério, meditemos na Eucaristia como encontro familiar
Meditação: É para nós um sinal cheio de significado, que o Senhor Jesus queira ter instituído este grande sacramento
da Eucaristia, por ocasião de um importante encontro familiar: a Ceia pascal! E naquela ocasião, a sua família, a nova
família gerada pelos vínculos da fé, foram os Doze, que com Ele viviam há três anos. Dessa família, ainda em gérmen,
reunida à volta da mesa sagrada do cordeiro pascal, nascerá a Igreja, essa grande e nova família, reunida e nutrida à
volta da mesa da Eucaristia!
Prece: Que as nossas famílias se alimentem sempre da força viva da Eucaristia.
No segundo mistério meditemos no ambiente familiar em que nasce a Eucaristia
Meditação: Neste ano pastoral, dedicado, na Diocese do Porto, à Família e à Juventude, é oportuno que nos
concentremos neste aspeto significativo: a Eucaristia é uma reunião de família, da grande família dos cristãos! E, assim
como uma família, que se reúne em casa, à volta de uma mesma mesa, manifesta desse modo, e reforça por esse meio,
os seus laços de comunhão, também a Igreja, enquanto família dos filhos de Deus, encontra na mesa da Eucaristia, o
mais eficaz sinal da sua unidade e o mais perfeito vínculo da sua caridade! Na verdade, a Eucaristia, ao mesmo tempo
que reúne a grande família dos cristãos, manifesta-a aos olhos de todos e estreita os laços de fé, de esperança e de
amor, que unem todos os seus membros a Cristo e os une entre si! A Eucaristia, celebrada à volta da mesa da Palavra e
do altar do sacrifício de Cristo, edifica, nutre e faz a Igreja ser, crescer e aparecer, como “grande família de Deus”. Não
por acaso, e por muito tempo, nos inícios da Igreja, era em casas de família que outras famílias se reuniam para a
“fração do pão”.
Prece: Doravante, que cada altar seja sempre uma mesa sagrada, em torno da qual se congrega, mais ou menos
numerosa, uma nova família de irmãos!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No terceiro mistério, meditemos na Eucaristia, que edifica a família, como Igreja Doméstica
Meditação: Todavia, não é só a Igreja, que cresce como grande família, à volta da mesa da Eucaristia. É também a
família de cada um de vós, que cresce como pequena igreja (igreja doméstica), sempre que participa na Eucaristia!
Vejamos, em que sentido:
a) Cada vez que sai de casa, para participar na Eucaristia, a família cristã toma consciência de que não se basta a si
própria, não se constrói pelas suas próprias mãos e habilidades, e que, sozinha, não é capaz de dar resposta à sede
de amor e de sentido para a vida, que está no coração de cada um! Ao participar na Eucaristia, a família lança as
suas raízes no amor de Cristo, alimentando-se na mesa da Palavra e do Pão! É esta nova e larga mesa que dará
novo sabor e sentido pleno ao sentimento do amor, às palavras e ao alimento, compartilhado em casa e à mesa!
b) Mais ainda: participando na Eucaristia, a família dedica espaço e tempo, oferece energias e recursos, e aprende
que a vida não é feita unicamente de necessidades básicas a atender, mas sobretudo de relações de intimidade, de
gratuidade e de amor, a construir! Na Eucaristia, a família encontra o segredo da sua unidade e do seu amor!
Quanto mais a família se aproxima desta poderosa fonte de amor, mais ela protegerá a sua estabilidade! Na
medida em que a Eucaristia introduz a família no coração de Deus, ela faz a família! E a família, no seio da
comunidade cristã, de certo modo, faz a Eucaristia!
Prece: Que as nossas famílias descubram a centralidade da Eucaristia na vida cristã.
No quarto mistério, meditemos na Eucaristia, como obra do amor de Cristo
Meditação: Digamo-lo ainda mais claramente: Na Eucaristia, pela qual Cristo Se nos oferece, com o Seu Corpo dado e o
seu Sangue derramado, a família descobre e assimila a lógica desconcertante da cruz e do serviço, e é desafiada a
fazer o mesmo que Jesus fez e nos mandou fazer: testemunhar a disponibilidade de cada um, para amar, servir e se
sacrificar pelos outros! Desse gesto abissal de Jesus, «que tendo amado os seus, os amou até ao fim» (Jo.13,1), é que
vem para a família o exemplo e a força de testemunhar todos os dias o amor fiel e fecundo, até ao dom total de Si
mesmo!
Prece: Que as nossas famílias aprendam da Eucaristia a fazer da vida uma entrega aos outros.
No 5º mistério, meditemos nas famílias, como Cenáculo de oração e vida cristã
Meditação: Por isso, nesta tarde de quinta-feira, queremos lembrar e propor às famílias: “Sede um Cenáculo em
miniatura, como o de Maria e dos discípulos, com Jesus no meio, onde se vive a unidade, a gratuidade, a comunhão, a
oração. E vós, os mais jovens, deixai que a Eucaristia plasme, no dom e na alegria da comunhão, a vossa vida e a vida das
famílias, que haveis de formar”!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Peçamos ao Senhor que, a partir da celebração fiel da Eucaristia, cada vez mais a família, de cada um, se torne
uma pequena e verdadeira “Igreja doméstica”, e a Igreja de Jesus cresça e apareça no mundo como uma “grande
família”. Deste modo, também a nossa Paróquia, nutrida e reunida à volta desta mesa da Eucaristia, se tornará sempre,
e cada vez mais, uma família de famílias!
Preces finais
P- Irmãos e irmãs: Elevemos as nossas súplicas para Jesus, que lavou os pés aos Apóstolos e, nesta noite, nos deu o
mandamento novo, o sacerdócio e a Eucaristia. E digamos: «Ouvi-nos. Senhor»
1.
Pela Santa Igreja: para que se deixe purificar pela Palavra e pelo Sangue de Cristo, na verdade e na caridade.
Invoquemos.
2. Pelos sacerdotes: para que, neste dia do Sacerdócio ministerial, reavivem, na fidelidade, o dom, que lhes foi
confiado. Invoquemos.
3. Pelos diáconos da nossa paróquia e da nossa Diocese: para que sejam a imagem viva de Cristo, que está no meio
de nós, como Aquele que serve! Invoquemos.
4. Pelos que se preparam para celebrar os sacramentos do batismo, do crisma e da eucaristia: para que se deixem
interiormente, lavar, perfumar e alimentar pela graça de Deus, que tudo transforma. Invoquemos .
5. Por todos nós aqui presentes: para que, à volta da mesa da eucaristia, cresçamos como verdadeira família de Deus
e a nossa paróquia se torne assim uma família de famílias. Invoquemos.
P – Senhor Jesus Cristo, neste dia em que nos convidais, como amigos, a comer convosco a santa Páscoa, tornai-nos
dignos de participar no banquete eterno do vosso Reino. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. R.
Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Sexta, 4 de maio
Mistérios dolorosos – proposta da Diocese do Porto 2012
1. Contemplemos, no primeiro mistério doloroso, a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.
Escutemos o Evangelho segundo São Marcos (14, 32-36)
Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos discípulos: «Ficai aqui enquanto Eu vou orar.»
Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-se. E disse-lhes: «A minha alma está numa
tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.» Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele
aquela hora. E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que
Tu queres.»
Meditemos
Família de Deus, sentimo-nos convidados a acompanhar Jesus e a velar com Ele. É grande a nossa debilidade e
facilmente nos deixamos adormecer. Mas Ele vela por nós e assume-nos na sua oração. Ele está para beber por nós e
em nosso favor o cálice de todas as angústias e paixões. Na hora suprema volta-se para o Pai, o seu Abbá, o seu
queridíssimo «papá». Ao Pai se entrega e ao Pai confia o seu SIM definitivo e irrevogável. Não vai recuar. Na sua
entrega de amor irá até ao fim sem fim.
2. Contemplemos, no segundo mistério doloroso, Jesus amarrado à coluna e cruelmente flagelado.
Escutemos o Evangelho segundo São Marcos (15, 15)
«Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser
crucificado».
Meditemos
Pilatos prescinde da justiça, distorce o direiro e manda torturar um inocente já sentenciado. Tudo isto «para agradar à
multidão». Não seremos nós esta multidão? Não será, porventura, o nosso gosto, o nosso agrado, a nossa
conveniência, o nosso egoísmo, a causa de tantas condenações injustas, de tantas famílias destruídas, de tantas e tão
cruéis torturas e flagelos que Jesus continua a sofrer no corpo e na alma dos inocentes?
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
3. Contemplemos, no terceiro mistério doloroso, Jesus coroado de espinhos e escarnecido
Escutemos o Evangelho segundo São Marcos (15, 16-20)
«Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte. Revestiram-no de um
manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. Depois, começaram a saudá-lo: «Salve!
Ó rei dos judeus!» Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante
dele. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes».
Meditemos
A coroa era e é uma insígnia da realeza e Jesus era acusado do crime de rebelião contra o Estado Romano. Na boca
dos seus acusadores, teria a pretensão de ser o Messias, ou seja, o rei dos Judeus. Mas não era pretensão. Jesus é
mesmo o Rei supremo e universal. Ironia das ironias, o escârnio dos soldados, o seu ritual burlesco de coroação e
vassalagem proclamava, a seu pesar, a verdade que a nossa fé reconhece: Salvé, Jesus, filho de David, nosso Rei. Mas
Rei de amor. Que Jesus, nosso Senhor, seja coroado em nossas casas. Que Ele estenda o seu reinado de amor e de paz
a todas as famílias.
4. Contemplemos, no quarto mistério doloroso, Jesus a caminho do Calvário, carregando com a Cruz.
Escutemos o Evangelho:
«Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota» (Jo 19, 17).
«Quando O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a
cruz, para a levar atrás de Jesus. Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se
lamentavam por Ele. Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós
mesmas e pelos vossos filhos”» (Lc 23, 26-28)
Meditemos:
Com as mãos presas à haste horizontal da Cruz que carrega sobre os ombros, Jesus caminha para o Calvário. Vai,
assim, de braços abertos, disponível para um abraço sem exclusões. Mas está no limite das suas forças físicas e, por
isso, precisa da ajuda, ainda que contrariada, do Cireneu. Nós, somos discípulos deste Mestre. Ainda recordamos a sua
advertência: «Quem quiser ser meu discípulo renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-me». Não
forçados. Sem lamentações estéreis. Na intimidade da vida familiar ou no espaço público, só o amor abnegado pode
transformar a Cruz, qualquer que ela seja, num abraço oferecido.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
5. Contemplemos, no quinto mistério doloroso, a crucifixão e a morte de Jesus
Escutemos o Evangelho segundo São Lucas (Lc 23, 33-34.46):
«Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem” … Dando um forte grito, Jesus exclamou: “Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, expirou».
Meditemos
O Pai lá está. Sempre atento, sempre presente, do início ao fim, do horto das oliveiras à hora do grande eclipse e do
alento final que nos dá o Espírito. Pode não se dar por Ele, de tão discreto, mas lá está, a atender o Filho, no perdão
invocado para os que não sabem o que fazem e para os que sabem – não há amor sem perdão – e, sobretudo, a
acolher a entrega do Filho nas suas mãos amorosas de Pai extremoso. Não. Ele não abandonou o Filho. Jamais. Ele dáse no Filho dado, no abraço do Espírito. É o Pai que sustenta a Cruz em suas mãos poderosas e ternas. Contemplemos
a Família Divina unida na dor. Contemplemos o Amor crucificado, Uno e Trino.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Sábado, 5 de maio
Mistérios gozosos – Proposta da Diocese do Porto 2012
1.
A anunciação do Anjo a Maria de Nazaré
Texto bíblico: O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com
um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve,
ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava
tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. hás de conceber no teu seio e dar à
luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o
trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» Maria disse, então: «Eis a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» (Lc 1,26-33, 38)
Meditação: Maria é saudada como “cheia de graça”, ela encontrou graça diante de Deus. Assim se manifesta a escolha
que sobre ela recai, e que ela aceita em total disponibilidade e entrega. Assim, na palavra divina, na palavra do anjo da
anunciação e na palavra de Maria se realiza o mistério da Encarnação; na simplicidade de uma casa humilde a Palavra
de Deus assume a condição humana. Ele é Jesus, a salvação de Deus; ele é o Filho do Altíssimo, Ele é o Emanuel, Deus
connosco, o Santo que vai nascer. Assim, na densidade misteriosa deste quadro tão íntimo se envolve a humanidade
inteira no manto da vontade salvífica de Deus.
Prece: Senhor Deus, que por meio do anjo da anunciação realizastes em Maria o mistério da encarnação, e a
proclamaste cheia de graça, trazei ao mundo inteiro a plena alegria da salvação e uma grande paz nos corações e na
vida da humanidade inteira. Ámen.
2. A Visitação de Maria a sua prima Isabel
Texto bíblico: Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no
seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» Maria
disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. (Lc 1, 39-41, 45-47)
Meditação: O anjo saúda Maria, Maria saúda Isabel. Um gesto de perfeita presença fraterna, motivada pela referência
que lhe faz o anjo da anunciação: a tua prima dará também à luz um filho. A inspiração conduz à ação. Juntam-se de
forma criadora a presença, os gestos e as palavras. A emoção sentida leva à proclamação salvífica; o menino que
exulta manifesta a presença do Espírito Santo. O “bendita és tu” quase repete o “cheia de graça” angélico; o “feliz de
ti” proclama a interação da graça e da fé: porque acreditaste. Daqui nasce o louvor e a alegria que se expandem na
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
beleza e densidade das palavras: a minha alma glorifica, o meu espírito exulta. Toda a disponibilidade interior se
plasma no mais perfeito louvor.
Prece: Jesus, Verbo eterno de Deus, que encheste de bem e felicidade o coração de Maria, fazei que busquemos no
espírito fraterno a fonte de toda a alegria e de todo o louvor. Amen.
3. O nascimento de Jesus em Belém
Texto bíblico: Saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Todos iam recensear-se, cada
qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David,
chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava
grávida. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria. Na mesma região
encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. Um anjo do
Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: «Não temais,
pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que
é o Messias Senhor. (Lc 2,1, 3-11)
Meditação: Toda a cena do nascimento é uma conjunção simbólica entre a ação divina e as circunstâncias da vida
humana e da história dos homens. O cumprimento das leis humanas faz nascer o divino. Uma obrigação social (o
recenseamento) é transformada, pela ação decisiva de um casal, na circunstância humilde do nascimento, em
acontecimento salvífico. Cantam-no os anjos e os pastores: é no meio do trabalho destes homens que é transformado
o temor em “grande alegria”, não apenas individual mas para todo o povo: nasce o Messias, é salva a humanidade,
anuncia-se a paz como dom de Deus. Assim, nas circunstâncias concretas da existência humana é onde se manifesta a
salvação de Deus. Aquele que sem ti te criou não te salvará sem ti, na palavra de Santo Agostinho.
Prece: Senhor Jesus, manifestado na terra, na fragilidade da condição humana, na pobreza e na humildade, fazei que
os corações de cada pessoa se abram à vossa salvação e fazei que edifiquem na terra a paz que o teu nascimento
anunciou. Ámen.
4. A apresentação de Jesus no templo
Texto bíblico: Quando se cumpriu o tempo da purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para o
apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor».
Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito
Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor.
Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus. Simeão tomou-o nos braços e bendisse
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a
Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.» (Lc 2, 22-32).
Meditação: Este quadro do cumprimento de uma obrigação religiosa por parte de José e Maria adquire um profundo
valor simbólico: a presença no templo é a atitude da fé; a consagração ao Senhor é sinal do cumprimento da vontade
divina. As palavras proféticas de Simeão soam como uma nova anunciação: manifestou-se o Salvador universal, que
surge como luz para as nações: Ele era a luz que ilumina todo o homem, escreveu S. João. Na dimensão histórica se
realiza a dimensão salvífica. Há já também o anúncio do drama de Jesus e do drama humano: Ele será sinal de
contradição, entre o acolhimento e a rejeição; no universo da dor humana se manifestará a salvação de Deus.
Prece: Senhor Jesus, sol de justiça e príncipe da paz, manifesta no nosso mundo a glória de Deus, sê para a
humanidade a luz das nações, destrói os caminhos da dor humana na busca da paz divina, faz da Igreja o sinal sempre
profético da reconciliação e da paz. Ámen.
5. A perda e o encontro de Jesus no Templo
Texto bíblico: Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos,
subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém.
Procuraram-no entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Três dias
depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o
ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disselhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» Ele respondeu-lhes: «Porque
me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E
Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens. (Lc 2, 41-52).
Meditação: Jesus perdido, Jesus reencontrado. No templo, casa e lugar da presença do Pai. Envolvido na palavra das
escrituras. Ele que era a sabedoria de Deus, ouve e interroga. Interrogar a Palavra, interrogar-nos a nós na força
salvadora da Palavra. Procurar Jesus no mundo, entre conhecidos e desconhecidos, nos meandros de um mundo
contraditório e controverso, mas sempre nos caminhos do templo, a presença clarificadora de tudo. E guardar no
coração todas as coisas, lendo e interrogando os sinais dos tempos. E crescer na sabedoria e na graça.
É no perder-nos que nos encontramos, deixou dito Francisco de Assis. Ao longo dos árduos caminhos da vida, quantas
vezes perdemos a presença de Jesus, os sinais de Deus? Procuremos sempre a alegria do encontro.
Prece: Santa Maria, humilde serva que o Senhor olhou com predileção, cheia de graça, bendita entre as mulheres,
coração aberto à palavra, que recebestes a alegria da mensagem do nascimento e o anúncio da dor, que procuraste o
teu Filho e o encontraste, que guardavas no coração o mistério de todos os acontecimentos, dá-nos um coração
simples, solícito e atento em que resplandeça o teu exemplo para merecermos a tua glória. Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Domingo, 6 de maio
Dia da Mãe
Neste 1º domingo, celebramos o Dia da Mãe. Por isso as nossas meditações irão centrar-se na figura de Maria, como
Mãe de Deus. Iremos recorrer ao Catecismo da Igreja Católica, citando-o nas nossas meditações.
1. No 1º mistério, meditemos em Maria, a Filha de Sião, como a “bendita entre todas as mulheres”
Diz o Catecismo da Igreja Católica (489):
Ao longo da Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. Logo no princípio, temos
Eva; apesar da sua desobediência, ela recebe a promessa duma descendência que sairá vitoriosa do Maligno e de vir a
ser a mãe de todos os vivos. Em virtude desta promessa, Sara concebe um filho, apesar da sua idade avançada . Contra
toda a esperança humana, Deus escolheu o que era tido por incapaz e fraco, para mostrar a sua fidelidade à promessa
feita: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester e muitas outras mulheres. Maria «é a primeira entre os
humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa filha de
Sião, passada a longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da salvação».
Prece: Rezemos por todas as mulheres que, ao longo da história, foram portadoras do mistério da Vida e acalentaram
a esperança no Messias!
2. No segundo mistério, meditemos em Maria, Imaculada, preparada por Deus, para ser a digna morada de Seu Filho
Diz o Catecismo da Igreja Católica:
(490.) Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria «foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão». O
anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como «cheia de graça». Efetivamente, para poder dar o
assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação, era necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de
Deus.
(491.) Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, «cumulada de graça» por Deus, tinha sido
redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa
Pio IX:
«Por uma graça e favor singular de Deus omnipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do
género humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original
no primeiro instante da sua conceção».
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
(492.) Este esplendor de uma «santidade de todo singular», com que foi «enriquecida desde o primeiro instante da sua
conceição», vem-lhe totalmente de Cristo: foi «remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho» .
Mais que toda e qualquer outra pessoa criada, o Pai a «encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais, nos céus, em
Cristo» (Ef 1, 3). «N'Ele a escolheu antes da criação do mundo, para ser, na caridade, santa e irrepreensível na sua
presença» (Ef 1, 4).
Prece: Rezemos por todas as mulheres, que aguardam jubilosamente o parto de um filho.
3. No terceiro mistério, meditemos em Maria, como Mãe de Deus
Diz o Catecismo da Igreja Católica
(495.) Chamada nos evangelhos «a Mãe de Jesus» (Jo 2, 1; 19, 25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo e
desde antes do nascimento do seu Filho, como «a Mãe do meu Senhor» (Lc 1, 43). Com efeito, Aquele que Ela
concebeu como homem por obra do Espírito Santo, e que Se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não
é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é,
verdadeiramente, Mãe de Deus («Theotokos») .
Prece: Rezemos por todas as mães, chamadas a gerar os filhos para a vida e para a fé.
4.No quarto mistério, meditemos em Maria, como Mãe da Igreja
Diz o Catecismo da Igreja Católica
(963.) Verdadeiramente "Mãe dos membros (de Cristo) [...], porque cooperou com o seu amor para que na Igreja
nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça"» . «Maria, [...] Mãe de Cristo e Mãe da Igreja».
(964.) O papel de Maria em relação à Igreja é inseparável da sua união com Cristo e decorre dela diretamente. «Esta
associação de Maria com o Filho na obra da salvação, manifesta-se desde a conceção virginal de Cristo até à sua
morte». Mas é particularmente manifesta na hora da sua paixão. Diz o Concílio: «A Bem-aventurada Virgem avançou
na peregrinação de fé, e manteve fielmente a sua união como Filho até à Cruz, junto da qual esteve de pé, não sem um
desígnio divino; padeceu acerbamente com o seu Filho único e associou-se com coração de mãe ao seu sacrifício,
consentindo amorosamente na imolação da vítima que d'Ela nascera; e, por fim, foi dada por mãe ao discípulo pelo
próprio Jesus Cristo, agonizante na Cruz, com estas palavras: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26-27)» (LG 58).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
(965.) Depois da Ascensão do seu Filho, Maria «assistiu com suas orações aos começos da Igreja» (529). E, reunida com
os Apóstolos e algumas mulheres, vemos «Maria implorando com as suas orações o dom daquele Espírito, que já na
Anunciação a cobrira com a Sua sombra» (LG 59)
Prece: rezemos pela Igreja, para que seja verdadeiramente Mãe e Mestra da Humanidade.
5. No quinto mistério, meditemos em Maria, como nossa Mãe
Diz o Catecismo da Igreja Católica
(967.) Pela sua plena adesão à vontade do Pai, à obra redentora do Filho e a todas as moções do Espírito Santo, a
Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Por isso, ela é «membro eminente e inteiramente singular
da Igreja» (LG 57) e constitui mesmo «a realização exemplar», o modelo, da Igreja (LG 63).
(968.) Mas o seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. Ela «cooperou de modo
inteiramente singular, com a sua fé, a sua esperança e a sua ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas
almas a vida sobrenatural. É, por essa razão, nossa Mãe, na ordem da graça» (LG61).
(969.) «Esta maternidade de Maria na ordem graça, perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente
deu na anunciação e que manteve inabalável junto da Cruz, até à consumação perpétua de todos os eleitos. De facto,
depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a
alcançar-nos os dons da salvação eterna [...]. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada,
auxiliadora, socorro e medianeira».
Prece: Que a santíssima Mãe de Deus, a nova Eva, a Mãe da Igreja, continue a desempenhar no céu o seu papel maternal
para com os membros de Cristo».
Oração final pelas mães
“Eu te agradeço, Senhor, pela mãe valente e sonhadora, que apesar do trabalho e da dor, da incerteza e da amargura,
da alegria e da felicidade, aceitou, protegeu e acarinhou o filho desde que o concebeu…
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe aprendiz e educadora, pela mãe jovem e idosa, pela mãe altruísta e solidária, pela
mãe lutadora e sofredora, aquela que para os seus é sempre exemplo, sinal de ternura e de alegria, de caminho e de
luz.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe que embala o filho que não é seu, pela mãe de coração, pela mãe humilde e
prudente, que orienta e olha para o horizonte, procurando descobrir a certeza das decisões, sempre disposta a ceder
para o bem e para a felicidade dos seus filhos.
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe triste e magoada, que sem reservas compreende e perdoa o filho que falha, que a
desilude, que a entristece e que é rude.
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe que ama incondicionalmente os seus filhos, que canaliza as suas energias para a sua
família, abnegando do seu “Eu” e que aceitou a sua missão de entrega e dedicação ao dom da vida, à vocação
maternal e à família.
Eu te agradeço, Senhor, a mãe que já partiu e está na casa do Pai…que criou a sua história de vida e a sua família, que
ensinou e infundiu nos seus o sentido do amor e da inteireza, do perdão e da grandeza dos valores e do espiritual.
Protege, Senhor, a mãe inquieta, crítica e inconformista, a mãe que vive um tempo de desnorte, a mãe que procura
sem desanimar a solução para os seus problemas, a mãe que sonha e acredita numa sociedade solidária, mais justa e
num futuro melhor…
Protege, Senhor, a mãe que está sozinha, sedenta de encontros e diálogos, a mãe que também é pai, a mãe
envelhecida e cansada, a mãe triste e abandonada que aguarda por um nascer do sol diferente e repleto de
esperança…
Protege, Senhor, a mãe educadora, a mãe que é amada, compreendida, respeitada e acarinhada.
Protege, Senhor, a mãe que sente falta de outra vida, de outra frescura, de um coração inteiro, a mãe que ainda
procura ser ela própria…
Protege, Senhor, a mãe que chora o filho que morreu, a mãe que sofre pelo filho que adoeceu, a mãe que perdoa e
que não esqueceu o filho que se perdeu…
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe que me deste!
Protege, Senhor, todas as mães do mundo”!
Equipa da Pastoral Familiar Arciprestal de V. N. Famalicão
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Segunda, 7 de maio
Mistérios gozosos – esquema padres de Braga + www.paroquias.org
Introdução: Olhar a Mãe, contemplar o seu modo de ser e agir, de rezar e amar, de ser pobre e obediente, de viver em
amor e dedicação é contínuo estímulo para a nossa caminhada de vida cristã. Maria é sempre o melhor caminho, a
porta de acesso mais direta para o nosso encontro com Jesus, para darmos por Ele, nos meandros da nossa vida. É por
isso que neste triénio de pastoral dedicado à família, somos convidados a viver e celebrar o mês de maio com todas as
pessoas das nossas casas. O mês de Maria celebrado, vivido em conjunto com pais de família, jovens, pequeninos,
mais velhos, doentes... será, para todos, um momento da graça. Com Maria, Rainha da família “façamo-nos ao Largo”
e pesquemos todas as fortunas e testamentos que a Senhora tem para nos doar.
1. A Encarnação do Filho de Deus (Lucas, 1, 26ss)
Texto bíblico: Ao sexto mês, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazareth, a uma
virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David, e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa
dela, o Anjo disse-lhe: "Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo." Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e
inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o Anjo: "Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça
diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai
chamar-Se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de Seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de
Jacob e o Seu reinado não terá fim." Maria disse ao Anjo: "Como será isso, se eu não conheço homem?" O Anjo
respondeu-lhe: "O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso, Aquele
que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e
está já no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus." Maria disse então: "Eis a
escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra." E o Anjo retirou-se de junto dela.
Meditação: O Anjo saudou a Virgem Maria: "Ave! Ó cheia de graça! O Senhor é convosco!". E anunciou-Lhe que Deus A
escolhia para ser a Mãe do Salvador. Ela respondeu: "Sim, faça-se como Deus quer!". Nesse momento, o Filho de Deus,
para ser nosso Irmão e Salvador, tomou a natureza humana no seio puríssimo da Virgem. Assim começou em Maria o
Mistério de Cristo para glória de Deus e salvação dos homens.
Prece: Peçamos ao Senhor por todos nós, para que saibamos estar abertos ao Seu chamamento e dizer-Lhe “Sim”,
com generosidade e alegria, como Maria soube fazer.
2. A Visitação de Maria à sua Prima Isabel. Lucas 1, 39-36
Texto bíblico: Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que
chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque
se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»
Meditação: Por caridade, Maria vai junto da prima levando-Lhe Cristo e auxílio nos trabalhos. Cristo santifica o filho de
Isabel, ainda no ventre materno, e enche de alegria aquela mãe. Isabel, cheia de gratidão, louva a Mãe de Deus e o
próprio Salvador: "Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre". Em resposta, Maria
glorifica o Senhor
Prece: Rezemos para que as pessoas consagradas sejam para todos sinal e presença de Jesus Cristo e Evangelho vivo
no serviço e no amor ao próximo.
3. O Nascimento de Jesus em Belém (Lucas 2, 1-20)
Texto bíblico: Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto, para ser recenseada toda a Terra. Este
recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. E iam todos recensear-se, cada qual à sua
própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazareth, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David,
chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de recensear-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.
Meditação: Na pobreza dum estábulo, na escuridão da noite, nasce da Virgem Maria um lindo Menino: tão pequenino
em sua humanidade e tão grande em sua divindade! "Bendito é o fruto do vosso ventre" - é o maior louvor que
dirigimos à Virgem Mãe, porque Ela dá ao Mundo o Salvador. Dádiva sublime que os Anjos celebram assim: Glória a
Deus e Paz aos homens!
Prece: Oremos por todos os fiéis, para que saibam acolher Jesus que quer nascer nos seus corações e para que a fé e o
testemunho de vida das comunidades cristãs O possam dar a conhecer àqueles que ainda não O encontraram.
4. A Apresentação do Menino Jesus no Templo (Lucas 2, 22-35)
Texto bíblico: Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para
O apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na lei de Deus: «Todo o primogénito varão será consagrado ao
Senhor», e para oferecerem em sacrifício, como se diz na lei do Senhor, um par de rolas ou duas pombinhas.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Meditação: Obedecendo à Lei, Jesus pequenino (40 dias de idade) é levado ao Templo por Sua Mãe e S. José. Aí Se
apresenta ao eterno Pai com vista à redenção da Humanidade: Eis-Me aqui, ó Deus, para cumprir a vossa vontade! A
Mãe puríssima cumpre também o preceito da Purificação. Obedecer por amor de Deus é uma oferta de nós mesmos
ao Senhor.
Prece: Peçamos pelas famílias, para que através da vivência da oração e da educação na fé, os filhos possam descobrir
a vocação a que Deus os chama e os pais saibam acolher como um dom de Deus uma possível vocação sacerdotal ou
religiosa.
5. O Menino Jesus Perdido e Encontrado no Templo (Lucas 2, 41-52)
Texto bíblico: Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos,
subiram até lá, segundo o costume dos dias da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o Menino ficou em
Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele Se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e
começaram a procurá-l'O entre os parentes e conhecidos. Não O tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à Sua
procura. Volvidos três dias, encontraram-n'O no Templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes
perguntas. Todos quantos O ouviam estavam estupefactos com a Sua inteligência e as Suas respostas. Ao vê-l'O,
ficaram assombrados e Sua mãe disse-Lhe: «Filho, por que nos fizeste isto? Olha que Teu pai e eu andávamos aflitos à
Tua procura.» Ele respondeu-lhes: «Por que Me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de Meu Pai?» Mas
eles não compreenderam as palavras que lhes disse. Depois desceu com eles, voltou para Nazareth e era-lhes
submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça,
diante de Deus e dos homens.
Meditação: Jesus, com 12 anos, vai ao Templo com Seus Pais para manifestar a Sua inteira submissão a Deus Seu Pai
celeste. Maria e José perdem-n'O de vista e procuram-n'O com ansiedade até O encontrarem no Templo. Ele mostrou
que o amor e obediência aos pais, e a qualquer criatura, deve resultar do amor e obediência ao Pai celeste. Depois,
voltou para Nazaré com Seus Pais e obedecia-lhes em tudo.
Prece: Oremos ao Senhor pelos Seminários e Casas de Formação, para que aqueles que aí se preparam para o
Sacerdócio e Vida Consagrada, possam aprofundar a vocação e viver com seriedade a sua formação para um maior
serviço à Igreja e ao Mundo e para que não lhes falte o apoio das comunidades cristãs, tanto na oração como na
partilha de bens.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Preces finais
P- Oremos a Deus, por intercessão de Maria, pelas famílias onde nascemos. Digamos: Santa Maria, rogai por nós.
Todos: Santa Maria, rogai por nós.
1. Por todas as famílias da terra, lugares de vida onde se nasce e cresce, para que não lhe falte casa, trabalho e o pão
de cada dia. Oremos.
2. Por todas as famílias, para que lhes seja concedido o dom da harmonia e da paz, e sejam no mundo um fermento
novo. Oremos.
3. Pelos esposos, para que a exemplo de Joaquim e Ana, pais de Maria, encontrem em Deus uma luz que brilha nas
trevas. Oremos.
4. Pelos filhos, para que como Maria, a predileta de Deus, sejam na família uma presença abençoada. Oremos.
5. Pelas famílias que sofrem por qualquer problema: divórcios, desavenças, pobreza, fugas de casa, desemprego, para
que vejam melhores dias. Oremos.
6. Por todos os aqui presentes que durante este mês comemoram a sua natividade, o seu nascimento, para que
louvem a Deus pelo dom da vida. Oremos.
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, dai-nos a graça de venerarmos de tal modo a vossa e nossa mãe, que a nossa vida se
torne um ato de contínuo louvor. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
TERÇA, 8 de maio
Mistérios dolorosos – Padres de Braga + www.paroquias.org
Introdução: Simeão disse a Maria: “uma espada trespassará a tua alma”. É um programa de vida, um destino a realizar.
Toda a vida de Cristo foi cruz; toda a vida de Maria foi espada. Nesta primeira terça-feira do mês de maio, em que
meditamos os mistérios dolorosos, renovemos o nosso amor a Maria e partilhemos a espada de dor que Simeão lhe
profetizou.
1. A Oração de Jesus no Horto das Oliveiras (Lucas 22, 39-96 )
Texto bíblico: Saiu, então, e foi como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com
Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: "Orai para que não entreis em tentação." Depois afastou-Se deles, à distância
de um tiro de pedra, aproximadamente; e, posto de joelhos, começou a orar, dizendo: "Pai, se quiseres, afasta de Mim
este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a Tua. " Então, vindo do Céu, apareceu-Lhe um Anjo que O
confortava. Cheio de angústia, pôs-Se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de
sangue, que caíam na terra. Depois de orar, levantou-Se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir devido à
tristeza. Disse-lhes: "Por que dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação."
Meditação: Jesus começa a dolorosa Paixão retirando-Se no Horto com 3 Discípulos. Aí tem a visão horrível de todos
os pecados do Mundo, que são ofensa a Deus e desgraça dos homens. Sente uma tristeza mortal, até suar sangue.
Pede, por 3 vezes, ao eterno Pai que O livre daquela amargura, mas logo acrescenta: "Pai, faça-se a Tua vontade e não
a minha"!
Prece: Peçamos ao Senhor por todos os que atravessam crises de fé ou de vocação, para que saibam permanecer fiéis
àquilo que experimentam como vontade de Deus nas suas vidas.
2. A Flagelação do Senhor (João 18, 37-90 e 19, 1)
Texto bíblico: Disse-Lhe Pilatos: "Logo, Tu és rei!" Jesus retorquiu: "Tu o dizes! Eu sou Rei! Para isso nasci e para isso
vim ao mundo, a fim de dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a Minha voz." Pilatos
replicou-Lhe: "Que é a verdade?" Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: "Não acho n'Ele culpa alguma.
Vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis que vos solte o Rei dos judeus?" Mas eles
gritaram de novo: "Esse não, solta Barrabás." Ora Barrabás era um salteador. Então, Pilatos mandou que levassem
Jesus e O açoitassem.
Meditação: Jesus, atraiçoado por um discípulo, abandonado pelos outros, é preso pelos soldados, que O levam às
autoridades. Apesar de inocente, Pilatos manda que O flagelem. Os soldados despem Jesus, atam-n'O a uma coluna e
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
descarregam sobre Ele, com toda a força e crueldade, muitas dezenas de chicotadas com correias terminadas em
pontas de ferro! Assim O vê a Mãe amargurada.
Prece: Oremos por todos os que sofrem perseguição por serem fiéis testemunhas de Jesus em palavras e obras, em
particular pelos missionários e leigos consagrados, para que nunca lhes falte a coragem e a fortaleza do Espírito Santo.
3. A Coroação de Espinhos (Mateus 27, 27-30)
Texto bíblico: Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e reuniram toda a coorte à volta d'Ele.
Despiram-n'O, envolveramn'O num manto escarlate e, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça,
bem como uma cana na mão direita. Dobrando o joelho diante d'Ele, escarneciam-n'O, dizendo: "Salvé, rei dos
judeus!" E, cuspindo-Lhe no rosto, batiam-Lhe com a cana na cabeça.
Meditação: Para zombarem de Cristo Rei, os soldados põem-Lhe aos ombros um manto vermelho, na mão um cetro
de cana, e sobre a cabeça uma coroa de espinhos. Dobrando o joelho diante d'Ele, escarnecem-n'O, cospem-Lhe no
rosto, dão-Lhe bofetadas, e com a cana batem-Lhe na cabeça. Assim, coroado de espinhos, Pilatos apresenta-O ao
povo dizendo: "Eis o vosso Rei!
Prece: Oremos para que saibamos descobrir o rosto de Cristo nos mais pobres e necessitados e para que, nas
diferentes vocações, encontremos formas de entrega ao Seu serviço.
4. Jesus com a Cruz às Costas
Textos bíblicos:
Levaram, pois, consigo Jesus. E, carregando às costas a cruz, saiu para o lugar chamado Crânio, que em hebraico se diz
"Gólgota." (João 19,16-17)
Seguiam-n'O uma grande massa de povo e umas mulheres que batiam no peito, se lamentavam e choravam por Ele.
Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: "Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos
vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: "Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não
amamentaram". hão de então dizer aos montes: "Caí sobre nós!" E às colinas: "Cobri-nos! " Porque, se tratam assim a
madeira verde, o que não acontecerá à seca?" (Lucas 23, 27-31).
Meditação: Jesus, o mais inocente dos homens, é condenado à morte: Pilatos entrega-O para ser crucificado. O
Senhor leva a Cruz às costas e caminha para o Calvário. Um cireneu trabalhador ajuda-O a levar o pesado madeiro. Um
grupo de mulheres chora de compaixão. A Mãe de Jesus, cheia de amargura, vai ao encontro do Filho e acompanha-O
até ao Calvário
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Peçamos pelos jovens, para que quando o sofrimento se apresentar nas suas vidas não o rejeitem e saibam
vivê-lo à maneira de Jesus.
5. A Morte de Cristo na Cruz (Mateus 27, 33-38 e 46-50)
Texto bíblico: Quando chegaram a um lugar chamado Gólgota, isto é, "Lugar da Caveira", deram-Lhe a beber vinho
misturado com fel; mas, provando-o, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as Suas vestes,
tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-l'O Por cima da Sua cabeça, puseram um escrito, indicando a causa
da Sua condenação: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus." Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e o
outro à esquerda. E, cerca da hora nona, Jesus clamou em alta voz: " Elli, Elli, lemá sabactháni? " Isto é: "Meu Deus,
Meu Deus, por que Me abandonaste?" Alguns dos que ali se encontravam, disseram ao ouvi-l'O: "Está a chamar por
Elias." Um deles correu imediatamente, pegou numa esponja, embebeu-a em vinagre e, fixando-a numa vara, dava-Lhe
de beber. Mas os outros disseram: "Deixa, vejamos se Elias vem salvá-l'O!" E, clamando outra vez em voz alta, expirou.
Meditação: Chegados ao Calvário, arrancam as vestes a Jesus; depois, pregam-Lhe as mãos e os pés no madeiro. No
alto da Cruz, entre 2 ladrões, Jesus pede ao Pai celeste perdão para os Seus inimigos. Promete o Céu ao ladrão
penitente. A Sua Mãe confia o Discípulo e a este recomenda Sua Mãe. Por fim, exclama: "Pai, em Tuas mãos entrego a
minha alma"! Dito isto, expirou!... Para dar glória ao Pai e para nos salvar, foi crucificado, morto e sepultado.
Prece: Peçamos ao Senhor por todos aqueles que, tendo entregue as suas vidas ao serviço do Evangelho, se
aproximam agora da morte, para que a certeza do encontro com o Senhor que os espera de braços abertos os encha
de paz e coragem para essa passagem definitiva.
Preces finais
P: Recordando a Sagrada Família, oremos a Deus dizendo: Ouvi, Senhor, a nossa prece.(Intervenção de dois leitores:)
1. Revesti-vos de sentimentos de bondade.
2. Senhor, que as nossas palavras e ações levem uma grande carga de bondade. Oremos.
1. Revesti-vos de paciência.
2. Senhor, que tenhamos essa paciência que nos mantém sempre serenos. Oremos.
1. Suportai-vos uns aos outros.
2. Senhor, que ajudemos os outros e os aliviemos nas suas tarefas. Oremos.
1. Perdoai-vos mutuamente.
2. Senhor, que o nosso perdão seja a imagem do Vosso perdão generoso. Oremos.
OREMOS: Senhor Jesus Cristo, dai-nos a graça de vivermos na nossa família os sentimentos de bondade, paciência e
perdão. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
QUARTA, 9 de maio
Mistérios gloriosos – padres de braga + www.paroquias.org
Introdução: A presença de Maria no coração daquele que reza o Santo Rosário atrai nele a oração do Espírito Santo,
como um espelho solar atrai os raios de sol e obtém uma temperatura de várias centenas de graus. Foi o que
aconteceu no cenáculo quando Maria juntou a sua súplica à dos discípulos, tornando-se assim o modelo da Igreja em
oração. Rezemos este rosário com essa confiança e perseverança deixando nascer em nós a vida do Espírito.
Mistérios Gloriosos
1. A Ressurreição de Jesus Cristo (João 20, 11-18)
Texto bíblico: Maria estava junto ao sepulcro, da parte de fora, a chorar. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro
do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde jazera o corpo de
Jesus. Perguntaram-lhe eles: "Mulher, por que choras?" "Porque levaram o meu Senhor, respondeu, e não sei onde O
puseram." Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Ele: "Mulher, por que
choras? Quem procuras?" Pensando que era o jardineiro, ela disse-lhe: "Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde
O puseste e eu irei buscá-l'O."Disse-lhe Jesus: "Maria!" Ela, aproximando-se exclamou: "Rabbuni!" que quer dizer:
Mestre! Jesus disse-lhe: "Não Me detenhas, porque ainda não subi para Meu Pai; mas vai ter com os Meus irmãos e
diz-lhes que vou subir para Meu e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus." Maria de Magdala foi dar a nova aos discípulos:
"Vi o Senhor!", contando o que Ele lhe dissera.
Meditação: Ao terceiro dia da Sua Morte, Jesus ressuscita: a Sua alma volta a animar o corpo; cheio de glória, o Senhor
sai do túmulo. Assim confirma a fé incomparável de Sua bendita Mãe e fundamenta a fé cristã de todos os Seus. Jesus
só morreu para destruir os nossos males, e ressuscita para nunca mais morrer e para nos dar a vida eterna.
Prece: Peçamos por todos os missionários que entregam as suas vidas pelo anúncio da Boa Nova para que, com a sua
alegria, esperança e trabalho, sejam testemunho de Cristo Ressuscitado.
2. A Ascensão do Senhor ao Céu (Atos dos Apóstolos 1, 6-11)
Texto bíblico: Estavam todos reunidos, quando Lhe perguntaram: "Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?
" Respondeu-lhes: "Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a Sua autoridade. Mas
ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, por
toda a Judeia e Samaria, e até aos confins do mundo." Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem subtraiu-O a seus
olhos. E como estavam de olhos fixos no céu enquanto Ele se afastava, surgiram de repente dois homens vestidos de
branco, que lhes disseram: "Homens da Galileia, por que estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus, que vos foi
arrebatado para o Céu, virá da mesma maneira, como agora O vistes partir para o Céu."
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Meditação: Aos 40 dias da Ressurreição, o Senhor reúne os Seus no monte das Oliveiras: aí lhes dirige as últimas
recomendações; e, abençoando-os, começa a elevar-Se nos ares, até que uma nuvem O encobriu. Jesus subiu para a
direita do Pai, onde reina sobre toda a criatura e intercede por nós. Sua Mãe, cheia de saudade, ficou a desempenhar a
missão de Mãe da Igreja.
Prece: Oremos para que os jovens busquem o sentido da vida e da verdadeira felicidade, que é Deus revelado em
Jesus Cristo.
3. A Descida do Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 2, 1-11)
Texto bíblico: Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente
ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa. Viram, então,
aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.
Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele
som poderoso, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e
maravilhados, diziam: "Mas esses que estão a falar não são todos da Galileia? Que se passa, então, para que cada um
de nós os oiça a falar na nossa língua materna? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da
Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de
Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!"
Meditação: Aos 50 dias da Páscoa, estando os Discípulos reunidos em oração com a Santíssima Virgem, no Cenáculo,
Jesus, lá do Céu, enviou-lhes o Dom do Espírito Santo, sob a forma de línguas de fogo. Eles sentiram-se cheios de amor
a Deus e ao próximo e cheios de coragem para o sacrifício: pregaram, deram exemplo e testemunharam com
heroísmo a sua fé.
Prece: Peçamos a Nossa Senhora por todos aqueles que se preparam para se consagrarem, para que se deixem
conduzir pelo Espírito Santo com total confiança.
4. A Assunção de Maria em Corpo e Alma aos Céus.
Texto do Magistério da Igreja: Pio XII, "Munificentissimus Deus" (1 de novembro do Ano Santo de 1950):
“Depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a luz do Espírito de verdade, para glória de
Deus omnipotente que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência para honra do seu Filho, Rei imortal dos
séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da Sua augusta Mãe, e para gozo e júbilo de toda a
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados apóstolos S.Pedro e S.Paulo e com a
Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: A IMACULADA MÃE DE DEUS, A
SEMPRE VIRGEM MARIA, TERMINADO O CURSO DA VIDA TERRESTRE, FOI ASSUNTA EM CORPO E ALMA À GLÓRIA
CELESTIAL”.
Meditação: Cristo Jesus, para glorificar Sua Mãe santíssima depois da morte A ressuscitou e A elevou ao Céu em corpo
e alma. A Virgem Maria, que sempre viveu para seu divino Filho, também O seguiu na Morte, Ressurreição e Ascensão,
até à Glória eterna. No Céu, junto do Salvador, Ela intercede por nós para que sigamos o seu exemplo.
Prece: Peçamos a Maria pelos sacerdotes e religiosos, para que vivam com fidelidade a castidade consagrada,
expressão de um coração apaixonado por Jesus Cristo e de um desejo de entrega total aos irmãos.
5. A Coroação de Maria como Rainha dos Céus e da Terra
Texto do Magistério da Igreja: “O argumento principal, sobre o qual se fundamenta a dignidade régia de Maria, já
evidente nos textos da tradição antiga e na sagrada liturgia, é sem dúvida alguma a sua divina maternidade. Com
efeito, a propósito do Filho, que será dado à luz pela Virgem, afirma-se nas sagradas Escrituras: "Será chamado Filho
do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai, e ele reinará na casa de Jacob eternamente e o seu
reino não terá fim." (Lc 1, 3233); e, além disso, Maria é proclamada "mãe do Senhor" (ib. 1, 413). Daí segue logicamente
que ela própria é rainha, tendo dado a vida a um Filho, que desde o instante da conceção, mesmo como homem, era
Rei e Senhor de todas as coisas, pela união hipostática da natureza humana com o Verbo (Pio XII, "ad coeli Reginam",
11.X.1954).
Meditação: Cristo Rei, no Céu, sentou a Mãe à Sua direita e, no meio dos Anjos e Santos, A proclamou Rainha do
Universo. A humilde serva do Senhor foi então "exaltada acima de todas as criaturas". Bendita entre as mulheres,
Maria é Mãe de Cristo Rei, nossa Mãe e nossa Rainha. É "Rainha do SS. Rosário" porque Mãe e Colaboradora do
Salvador.
Prece: Peçamos a Maria para que todos os cristãos, leigos, sacerdotes e consagrados, se unam na construção do Reino
de Deus, cada um segundo a especificidade da sua vocação.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
QUINTA, 10 de maio
Mistérios luminosos - Proposta da Diocese do Porto 2012
1. O batismo de Jesus no rio no Jordão (Mt 3, 13-17)
Meditação: Jesus Cristo desceu à água do Jordão e fez do rio uma fonte luminosa. O cordeiro inocente que se
fez pecado por nós (2 Cor 5, 21) abriu o Céu e ouviu-se a voz do Pai a chamar-lhe Filho dileto (Mt 3, 17), enquanto
o Espírito o investia na missão que o esperava. O batismo dá-nos a graça de renascermos, no Pai, no Filho e no
Espírito Santo, como novas criaturas. É a confirmação da nossa identidade cristã. Queremos vivê-la com
dignidade e honra, a caminho da santidade.
Prece: Lembramos-te, Senhor, e confiamo-las à tua e nossa Mãe, as crianças a quem se negou o nascimento e o
renascimento batismal; as que nasceram e aguardam a fonte regeneradora e a força revitalizadora do Espírito; os
catecúmenos que se candidatam ao batismo; e outros mais que, por tua graça, vão despertando para crescer na
fé.
2. A revelação de Jesus nas bodas de Caná (Jo 2, 1-12)
Meditação: A transformação da água em vinho fez das bodas de Caná um sinal luminoso da alegria do Reino de
Deus (Jo 2, 1-12). Jesus dar-lhe-ia plenitude na Sua morte e na Sua ressurreição.
Foi Maria, Mãe e Discípula de Jesus, quem deu conta que, sem vinho, não havia alegria, recomendando que
fizessem o que Ele mandasse.
Na Igreja de Cristo, o matrimónio é caminho de felicidade e de santidade, sempre que os casais vivem a verdade
amorosa e o amor verdadeiro da sua aliança, convertendo as suas famílias em igrejas domésticas.
Prece: Não têm vinho os noivos que não chegam a despertar para a vocação do seu matrimónio; as mães
solteiras carregando sozinhas os filhos ao colo; as famílias desestruturadas ou desavindas; e tantos filhos órfãos
de pais vivos. Dá-lhes do teu vinho, Senhor, a pedido e com a bênção da tua Mãe!
3. O anúncio do Reino de Deus. Um convite à conversão (Mc 1, 14-15; Lc 7, 47-48)
Meditação: A Palavra de Jesus Cristo é um cântico matinal de luz que nos desperta para o Reino de Deus.
Ninguém o acolhe bem sem se converter (Mc 1, 15). A misericórdia de Deus, revelada em Jesus Cristo, purificanos os pecados (Mc 2, 3-13; Lc 7, 47-48), regenerando-nos na reconciliação, confiada à Sua Igreja como segunda
fonte batismal (Jo 20, 22-23).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Livra-nos, Senhor, das obsessões do pecado que nos roubam a esperança de viver à tua luz. Faz-nos acreditar
que, em Ti, tudo é graça. Gostaríamos de reaprender a força do perdão, reconciliando-nos connosco próprios,
uns com os outros e todos com Deus.
Prece: Ajuda, Senhor, os que perderam o sentido do pecado a regressar a casa para encontrar os braços sempre
abertos de Deus Pai e a mesa posta para a festa do reencontro, sem o rancor dos irmãos mais velhos.
4. A transfiguração de Jesus no Monte Tabor (Lc 9, 28-35)
Meditação: Três dos apóstolos contemplavam, extasiados, o rosto iluminado de Jesus, enquanto ouviam, no alto
do monte, a voz do Pai que os convidava a que O escutassem (Lc 9, 35) e tivessem coragem para viver com Ele a
dor da Paixão, a fim de chegarem, transfigurados pelo Espírito Santo, à glória da Ressurreição.
Completar em nós o que falta à Paixão de Cristo é aprender na escola da Cruz o amor dorido e a dor amorosa. A
glória dos ressuscitados ensaia-se, como a de Cristo, nas profundidades do amor.
Prece: Senhor, confiamos-te a integridade da Criação. Também o desejável e sustentável desenvolvimento
integral do homem todo e solidário de todos os homens. E, ainda, a justiça e a paz que experimentamos no
tempo como antecipação da bem-aventurança eterna. Que a tua Mãe seja para nós a estrela luminosa da paz.
5.º mistério - A última ceia de Jesus com os apóstolos e a instituição da Eucaristia (Lc 22. 14-20)
Meditação: Cristo amou até ao extremo a humanidade, oferecendo a sua vida em sacrfício redentor (Jo 13, 1).
Continua a atualizar a salvação com aqueles que se alimentam do pão da sua palavra e do seu corpo. Só esse pão
dos céus, Senhor, nos mata a fome de infinito, para nos transcendermos e entrarmos na órbita de Deus. É a tua
Mãe quem nos ensina a dizermos sim ao convite que nos fazes para sermos teus discipulos. Lembramos-te,
Senhor, as crianças que se preparam para receber pela primeira vez o pão eucarístico; os pais que as iniciaram e
as acompanham na fé; os catequistas que as ajudam na vida cristã; e as comunidades onde aprendem o gosto de
celebrar a Eucaristia.
Prece: Pedimos-te perdão por todos quantos, na sua anemia espiritual, têm fastio do pão da tua palavra e do teu
corpo, e não o partilham em fraternidade com as suas irmãs e os seus irmãos.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
SEXTA, 11 de maio
Mistérios dolorosos – Rosário Vocacional
Introdução: O mês de maio continua a ter um grande acolhimento por parte dos fiéis de todo o mundo. O amor a
Maria congrega e une os corações em preces de dimensão pessoal ou eclesial. O mês de maio terá de ser uma graça
para propor a alegria do seguimento de Cristo. Na verdade, Maria é o modelo de mulher aberta ao apelo de Deus e
disponível para responder com confiança e generosidade. A sua vida foi um contínuo “sim”. Nesta noite vamo-nos
virar para Maria, em família de famílias, em atitude de reflexão e oração. A partir Dela será mais fácil fazer com que
maio se torne um verdadeiro mês vocacional e familiar.
1. A Agonia de Jesus
Texto bíblico: Jesus, como de costume, saiu e foi para o monte das Oliveiras e os discípulos seguiram-No. Quando chegou
ao local disse-lhes: Orai para que não entreis em tentação. Depois afastou-Se deles e, posto de joelhos, começou a orar,
dizendo: Pai se quiseres afasta de Mim este cálice; não se faça, contudo, a Minha vontade mas a Tua (Lc 22,32).
Meditação: A vocação também é sacrifício. Sacrifício a partir da primeira e séria atitude de procura, que exige já certas
renúncias. Sacrifício, depois, no momento de tomar uma decisão consciente das consequências que disso derivam.
Sacrifício, ainda, na longa caminhada da necessária preparação. Sacrifício, finalmente, para o resto da vida, uma vez
que a inteira existência não será outra coisa senão a atuação coerente de uma vocação, doada por Deus, sim, mas livre
e intimamente aceite e vivida. A crise de vocações esconderá, porventura, o medo de um tal sacrifício? (Paulo VI)
Prece: Rezemos para que os jovens sejam educados no sentido da aceitação livre e alegre do sacrifício que a vocação
consagrada exige.
2. A Flagelação de Jesus
Texto bíblico: Então Pilatos mandou que levassem Jesus e O flagelassem. Os soldados avançavam para Ele e diziam: Salve)
ó Rei dos Judeus! E davam-Lhe bofetadas. (Jo 19, 1-3)
Meditação: A Igreja vem a encontrar-se numa dolorosa e, por vezes, urgente situação: a de ter diante de si o mundo,
aberto para a missão, um mundo que parece insensível e repulsivo, e que a realidade espera e implora: vem socorrernos! E não pode; não pode por falta de pessoas que aceitem dar-se a Cristo e à salvação do Mundo. (Paulo VI)
Prece: Rezemos para que no coração dos que se preparam para consagrar a Cristo e à Igreja seja mais forte o desejo
de entrega que o temor das dificuldades que terão de enfrentar.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
3. A Coroação de Espinhos
Texto bíblico: Então os soldados conduziram Jesus para o pretório e despiram-nO, envolveram-nO com um manto
escarlate e puseram-Lhe uma coroa de espinhos que haviam tecido. (Mc 15, 16-17)
Meditação: Somos de Cristo e é Ele quem vence em nós. Devemos crer n’Ele profundamente, devemos viver esta
certeza, de contrário as dificuldades que surgem, continuamente, terão, infelizmente, a capacidade de fazer penetrar
nos nossos ânimos aquele caruncho insidioso que se chama desânimo, mau hábito e adaptação completa à
prepotência do mal. (João Paulo II)
Prece: Rezemos pelos que se consagraram totalmente ao serviço de Deus para que vivam animados por um profundo
espírito de fé, de esperança e de caridade.
4. Jesus sobe ao Calvário
Texto bíblico: Carregando com a Cruz; Jesus dirigiu-Se para o chamado lugar do Crânio, que em Hebraico se diz Gólgota.
Quando O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene que voltava do campo e carregaram-no com a cruz
para a levar atrás de Jesus. (Lc 23, 26)
Meditação: Os fiéis tomem consciência das obrigações que têm para com os seus sacerdotes. Por isso, consagremlhes amor filial, tomem parte nas suas preocupações, auxiliem-nos o mais que puderem com orações e obras para que
possam vencer melhor as dificuldades e mais frutuosamente cumprir os seus deveres. (PO 9)
Prece: Rezemos para que os cristãos amem, respeitem e colaborem com os seus sacerdotes.
5. A Crucifixão e Morte de Jesus
Texto bíblico: Por volta da hora sexta, as trevas cobriram toda a terra, até à hora nona. O véu do templo rasgou-se ao
meio e Jesus exclamou, dando um grande grito: Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito. Dito isto, expirou. (Lc
23,44-46)
Meditação: As palavras, o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, não se referem, porventura, ao sacrifício da cruz,
ao ato definitivo do Sacerdócio de Cristo? Não estão elas a indicar a todos os sacerdotes o caminho que também eles
devem percorrer? Não dizem estas palavras que a sua vocação é uma singular solicitude pela salvação do próximo e
que é ai que está o sentido, a perfeição e a santidade da vida sacerdotal? (João Paulo II)
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Rezemos pelas vocações consagradas que sentem, como demasiado, o peso da sua cruz ou são vítimas do
fracasso e da incompreensão para que nunca desanimem dos seus propósitos de serviço a Humanidade e de
fidelidade a Cristo crucificado.
Preces finais
Oremos a Deus, por intercessão de Maria, pelas famílias onde nascemos. Digamos. Santa Maria, rogai por nós.
1. Por todas as famílias da terra, lugares de vida onde se nasce e cresce, para que não lhe falte casa, trabalho e o pão
de cada dia. Oremos.
2. Por todas as famílias, para que lhes seja concedido o dom da harmonia e da paz, e sejam no mundo um fermento
novo. Oremos.
3. Pelos esposos, para que a exemplo de Joaquim e Ana, pais de Maria, encontrem em Deus uma luz que brilha nas
trevas. Oremos.
4. Pelos filhos, para que como Maria, a predileta de Deus, sejam na família uma presença abençoada. Oremos
P- Senhor da Messe e Pastor do rebanho, faz ressoar nos nossos ouvidos o Teu forte e suave convite: "Vem e Segueme"! Derrama sobre nós o teu Espírito. Que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua
voz, à semelhança de Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Isto Vos
pedimos por Jesus Cristo Senhor.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Sábado, 12 de maio
Mistérios gozosos: Maria, modelo de contemplação
Introdução:
Disse o Beato João Paulo II:
“A contemplação de Cristo tem em Maria o seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-lhe sob um título
especial. Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d'Ela também uma semelhança humana que evoca uma
intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de Cristo, ninguém se dedicou com a mesma
assiduidade de Maria” (R.V.M. 10).“Maria propõe continuamente aos crentes os “mistérios” do seu Filho, desejando que
sejam contemplados, para que possam irradiar toda a sua força salvífica. Quando recita o Rosário, a comunidade cristã
sintoniza-se com a lembrança e com o olhar de Maria” (R.V.M. 11).
“O primeiro ciclo, o dos “mistérios gozosos”, que meditamos, precisamente às segundas-feiras (e sábados),
caracteriza-se, de facto, pela alegria que irradia do acontecimento da Encarnação. Isto é evidente desde a Anunciação,
quando a saudação de Gabriel à Virgem de Nazaré se liga ao convite da alegria messiânica: «Alegra-te, Maria»” (R.V.M.
20).
1. A Anunciação
Texto bíblico: Do evangelho segundo São Lucas: Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?» O
Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo
que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o
sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do
Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Meditação: Dizia-nos o Beato João Paulo II: “Os olhos do coração de Maria concentram-se de algum modo sobre Ele já
na Anunciação, quando O concebe por obra do Espírito Santo”.
Prece: Peçamos-lhe a graça de um olhar atento e agradecido, perante o mistério da vida.
2. A Visitação
Diz-nos o Santo Padre: “Sob o signo da exultação, aparece depois a cena do encontro com Isabel, onde a mesma voz
de Maria e a presença de Cristo no seu ventre fazem «saltar de alegria João (cf. Lc 1, 44)” (R.V.M. 20).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Texto bíblico: Do evangelho segundo São Lucas: Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente
para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu
a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:
"Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do
meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no
meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor".
Meditação: Dizia-nos o Beato João Paulo II: «Nos meses seguintes à Anunciação, Maria começa a sentir sua presença e
a pressagiar os seus contornos» (R.V.M. 10). Ela vai «entrevendo» e «desenhando» o rosto de seu Filho.
Prece: Peçamos a Maria, a graça de ver o rosto de seu Filho no rosto de quantos encontramos nos nossos caminhos.
3. O Nascimento de Jesus no presépio de Belém
Dizia-nos o Beato João Paulo II: “Inundada de alegria é a cena de Belém, onde o nascimento do Deus-Menino, o
Salvador do mundo, é cantado pelos anjos e anunciado aos pastores precisamente como « uma grande alegria » (Lc 2,
10)” (R.V.M. 20).
Texto bíblico: Do Evangelho segundo São Lucas: «Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto,
Maria deu à luz o seu filho primogénito. Ela enfaixou-O e colocou-O numa manjedoura, pois não havia lugar para eles
na hospedaria. Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um
anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor envolveu-os em luz e eles ficaram com muito medo. Mas o
anjo disse aos pastores: «Não tenhais medo! Eu anuncio-vos a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o
povo: hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, o Senhor”.
Meditação: Dizia-nos o Beato João Paulo II: «Quando finalmente O dá à luz em Belém, também os seus olhos de carne
podem fixar-se com ternura no rosto do Filho, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura (cf. Lc 2, 7).
Desde então o seu olhar, cheio sempre de reverente espanto, não se separará mais d'Ele» (R.V.M. 10).
Prece: Peçamos a Maria, a graça de um olhar fixo sobre o seu Filho, não desviando o nosso olhar do seu mistério.
4. A Apresentação do Menino Jesus no Templo
Dizia-nos o Beato João Paulo II: “A apresentação no templo, de facto, enquanto exprime a alegria da consagração e
extasia o velho Simeão, regista também a profecia do «sinal de contradição » que o Menino será para Israel e da
espada que trespassará a alma da Mãe (cf. Lc 2, 34-35)” (R.V.M. 20).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Texto bíblico: Do Evangelho segundo São Lucas: «Quando os pais levaram o Menino Jesus, para cumprirem as
prescrições da Lei a seu respeito, Simeão tomou o Menino, nos braços e louvou a Deus. O pai e a mãe estavam
maravilhados com o que se dizia do Menino. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Mãe do Menino: «Eis que este
Menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a Ti, uma
espada há de atravessar-Te a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações».
Meditação: Dizia-nos o Beato João Paulo II: «Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra sua:
«Conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recordações de Jesus,
estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer novamente com o
pensamento os vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo
modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena» (R.V.M. 10).
Prece: Peçamos a Maria, a graça da compreensão da fé, que nos permita ler os sinais de Deus nos atribulados
acontecimentos da nossa vida quotidiana.
5. Jesus, entre os doutores da Lei:
Dizia-nos o Beato João Paulo II: «Gozoso e ao mesmo tempo dramático é também o episódio de Jesus, aos doze anos,
no templo. Vemo-Lo aqui na sua divina sabedoria, enquanto escuta e interroga, e substancialmente no papel d'Aquele
que “ensina”» (R.V.M. 20). Do
Texto bíblico: Do Evangelho segundo São Lucas: Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disselhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes:
«Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?» Mas eles não entenderam as palavras
que Jesus lhes disse.
Meditação: Dizia-nos o Beato João Paulo II: “Algumas vezes será um olhar interrogativo, como no episódio da perda
no templo: «Filho, porque nos fizeste isto?» (Lc 2, 48)” (R.V.M. 10).
Prece: Peçamos a Maria a graça de uma fé que se interroga e cala ao mesmo tempo, que se espanta sem se confundir.
Nas três Ave-Marias conclusivas:
Dizia-nos o Beato João Paulo II, sobre o olhar de Maria, ainda nos outros momentos da vida de Jesus:
“Em todo o caso, o olhar de Maria será um olhar penetrante, capaz de ler no íntimo de Jesus, a ponto de perceber os
seus sentimentos escondidos e adivinhar suas decisões, como em Caná (cf. Jo 2, 5)» (R.V.M. 10);
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Ave Maria
Dizia-nos o Beato João Paulo II: «Outras vezes, será um olhar doloroso, sobretudo aos pés da cruz, onde haverá ainda,
de certa forma, o olhar da parturiente, pois Maria não se limitará a compartilhar a paixão e a morte do Unigénito, mas
acolherá o novo filho a Ela entregue na pessoa do discípulo predileto (cf. Jo 19, 26-27)» (R.V.M. 10);
Ave Maria
E conclui o Beato João Paulo II: «Na manhã da Páscoa, será um olhar radioso pela alegria da ressurreição e, enfim, um
olhar ardoroso pela efusão do Espírito no dia de Pentecostes (cf. Act 1,14)” (R.V.M. 10)».
Ave Maria
Antes da Salve Regina: Dizia-nos o Beato João Paulo II: “Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra
sua: «Conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recordações de Jesus,
estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer novamente com o
pensamento os vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo
modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena” (R.V.M. 11).
Consagração a Nossa Senhora
“Santa Mãe do Redentor,
Porta do céu, Estrela do mar,
socorrei o Vosso povo que anela por erguer-se!”.
Uma vez mais nos dirigimos a Vós,
Mãe de Cristo e Mãe da Igreja,
ajoelhados a Vossos pés
Mostrai que sois Mãe!
Mãe da Igreja, missionária pelos caminhos da terra
Mãe dos homens pela constante proteção
Mãe das Nações, pelas mudanças inesperadas
que restituíram a confiança a povos
longamente oprimidos e humilhados;
Mãe da vida, pelos múltiplos sinais
com que nos acompanhastes
defendendo-nos do mal e do poder da morte;
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Minha terna Mãe de sempre,
Mãe de todo o homem, que luta pela vida que não morre.
Mãe da humanidade resgatada pelo Sangue de Cristo.
Mãe do amor perfeito, da esperança e da paz,
Santa Mãe do Redentor.
Mostrai que sois Mãe!
Sim, continuai a mostrar-Vos Mãe para todos,
porque o mundo tem necessidade de Vós.
Mãe da esperança, caminhai connosco!
Caminhai com o homem de toda e qualquer raça e cultura,
de qualquer idade e condição.
Caminhai com os povos para a solidariedade e o amor,
Caminhai com os jovens, protagonistas de futuros dias de paz.
Têm necessidade de Vós as Nações que recentemente
readquiriram o seu espaço vital de liberdade
e estão agora empenhadas na construção do seu futuro.
Tem necessidade de Vós a Europa que do Leste ao Oeste
não pode reencontrar a sua verdadeira identidade
sem redescobrir as suas raízes cristãs comuns.
Tem necessidade de Vós o mundo para resolver
os numerosos e violentos conflitos que ainda o ameaçam.
Mostrai que sois Mãe!
Mostrai que sois Mãe dos pobres,
de quem morre de fome e sem assistência na doença,
de quem sofre injustiças e afrontas,
de quem não encontra trabalho, casa nem abrigo,
de quem é oprimido e explorado
de quem desespera
ou em vão procura o repouso longe de Deus.
Ajudai-nos a defender a vida, reflexo do amor divino,
ajudai-nos a defendê-la sempre,
desde o alvorecer ao seu ocaso natural.
Mostrai-Vos a Mãe da unidade e da paz.
Cessem por todo o lado a violência e a injustiça,
cresçam nas famílias a concórdia e a unidade,
e entre os povos o respeito e o diálogo;
reine sobre a terra a paz, a paz verdadeira!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Ó Virgem Maria, dai ao mundo Cristo, nossa paz!
Que os povos não reabram novos fossos de ódio e vingança;
que o mundo não ceda à ilusão de um falso bem-estar
que avilta a dignidade da pessoa
e compromete para sempre os recursos da criação.
Mostrai-Vos a Mãe da esperança!
Velai sobre a estrada que ainda nos espera.
Velai sobre os homens e sobre as novas situações dos povos
ainda ameaçados por riscos de guerra.
Velai sobre os responsáveis das Nações
e sobre todos os que regem os destinos da humanidade.
Velai sobre a Igreja
sempre tentada pelo espírito do mundo.
A Vós, com confiança, todos nos consagramos.
Convosco queremos seguir Cristo, Redentor do homem:
que o cansaço não nos abata, nem a fadiga nos desalente,
as dificuldades não extingam a coragem
nem a tristeza, a alegria no coração.
Vós, ó Maria, Mãe do Redentor,
continuai a mostrar que sois Mãe para todos,
velai sobre o nosso caminho,
fazei com que vejamos, cheios de alegria,
o Vosso Filho no Céu.
Amém!
Adapt. de Beato João Paulo II, Consagração em Fátima, 13.05.1991
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Domingo, 13 de maio
A Mensagem de Fátima
Introdução
P. - Estamos reunidos para rezar, para celebrar o amor de Deus, para fazer esta Celebração Mariana, para, com os
Pastorinhos, unidos a eles, neste dia 13 de maio, escutar mais a Deus e a sua mensagem. Peçamos ao Senhor uma
atitude humilde de escuta, de confiança, de abandono. Peçamos a graça de nos dispormos à conversão, à mudança,
ouvindo, mais uma vez, os apelos de Nossa Senhora. Queremos estar abertos ao sopro do Espírito Santo que deseja
realizar em nós maravilhas.
L. - Quando Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos, na Cova da Iria, entregou-lhes uma mensagem que é para
todos nós. Fátima tornou-se o «altar do mundo», mas é também o grande púlpito, donde Deus nos fala, através da
Senhora da Mensagem. Os recados que nos vieram do Céu são caminho de conversão e de vida evangélica, são apelos
e convites a tomarmos mais a sério a Palavra de Jesus. Fátima é caminho para o Evangelho, como Maria é caminho
para Jesus. Ouvindo os apelos feitos em Fátima, levando à prática as palavras da Virgem Maria, estamos mais perto de
Jesus, estamos no caminho da santidade. Foi exatamente isso que sucedeu aos Pastorinhos, que aconteceu na
pequena mas densa vida da Jacinta e do Francisco. Estão no Céu, são glorificados porque, ouvindo Maria e dando
seguimento aos seus apelos de Mãe, seguiram Cristo e levaram uma vida santa.

Primeiro Mistério: Primeira Mensagem (13 de maio)
P - Uma por uma, as seis mensagens, de seis meses seguidos, de maio a outubro, são um contínuo convite à santidade.
Na primeira aparição, a 13 de maio, além de dizer donde vinha, do Céu, de pedir aos Pastorinhos que viessem ali seis
meses seguidos, Nossa Senhora convida-os a oferecerem-se para ajudar a reparar e a salvar o mundo, com as seguinte
palavras: «Quereis oferecer-vos a Deus para aceitar todos os sofrimentos que Ele quiser mandar-vos, em ato de reparação
pelos pecados com que é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?». E a resposta foi de total generosidade:
L. - Sim, queremos!
P. - Depois desta pronta e generosa resposta, Nossa Senhora confirma-os e anima-os dizendo-lhes: «Ides, pois, ter
muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto». Para os animar ainda mais, Nossa Senhora abriu as mãos
num gesto de bondade maternal que oferece o seu Coração, donde saía um reflexo misterioso que penetrou o mais
íntimo da alma dos Pastorinhos, consolando-os de tal modo que nunca esqueceram este momento. Finalmente, a
Senhora despediu-se dizendo:
L. - «Rezai o rosário todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra». Este convite, como sabemos, será
repetido todos os meses: «Rezem o rosário todos os dias».
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
P. - Examinemos, com generosidade e seriedade, como temos ouvido o pedido da Senhora, se temos ou não rezado o
rosário todos os dias e com que amor e verdade o temos feito.
RECITAÇÃO DAS 10 AVE-MARIAS DO 1º MISTÉRIO

2º Mistério: Segunda Mensagem (13 de junho)
P. - Além de voltar a repetir que queria que voltassem ali no dia 13 de cada mês, e de lhes dizer que queria que
aprendessem a ler, Nossa Senhora promete levar em breve para o Céu a Jacinta e o Francisco, mas revela a grande
missão reservada à Lúcia, com estas palavras:
L. - «Tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no
mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Prometo a salvação a quem a aceitar; e estas almas serão queridas por Deus
como flores colocadas por mim para adornar o seu trono».
P. - E para confortar a pequena Lúcia que ficaria cá para cumprir esta missão, Nossa Senhora afirma-lhe: «Eu nunca te
deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».
L. - Cada um de nós deve acolher este convite de ser apóstolo do Imaculado Coração, de O dar a conhecer, de O fazer
amar. Como tem cada um realizado esta tão nobre missão, este apostolado no seio da sua família, na paróquia, no
movimento eclesial a que pertence?
RECITAÇÃO DAS 10 AVE-MARIAS DO 2º MISTÉRIO

3º Mistério: Terceira Mensagem (13 de julho)
P. -Além de continuar a dizer aos Pastorinhos que rezem o rosário, Nossa Senhora, nesta mensagem, acrescenta o
seguinte: «Continuai a rezar o rosário em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra,
porque só Ela lhes poderá valer». Depois, iniciando-os na prática da penitência, no valor e na finalidade dos sacrifícios,
ensina-lhes o seguinte:
L.- «Sacrificai-vos pelos pecadores dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: «Ó Jesus, é por
vosso amor, pela conversão dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria». Depois destas palavras,
através de uma visão, Nossa Senhora mostrou-lhes o Inferno.
P- Mas ainda assim, a sua mensagem termina com uma palavra de esperança: «Por fim, o Meu Imaculado Coração
triunfará». É, confiantes nesta certeza, é com alegria de termos no Coração da Mãe o nosso refúgio, o nosso amparo, a
nossa proteção, que vamos rezar.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
RECITAÇÃO DAS 10 AVE-MARIAS DO 3º MISTÉRIO

4º Mistério: Quarta Aparição (19 de agosto)
P. - Como os Pastorinhos estavam presos em Vila Nova de Ourém no dia 13 de agosto, Nossa Senhora apareceu-lhes no
dia 19, nos Valinhos. Nesta aparição, além da sempre renovada recomendação de que rezemos o rosário todos os dias,
a Senhora da Mensagem disse aos Pastorinhos as seguintes palavras:
L. - «Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, pois vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se
sacrifique por elas».
P. - Estas palavras de Nossa Senhora são um convite à solidariedade, ao sentido de comunhão, de Corpo Místico, são
um apelo à responsabilidade pela salvação dos outros. Como cristãos, somos «redentores com Cristo Redentor»,
temos de assumir a nossa vocação de construtores dum mundo novo, de evangelizadores, de colaboradores da
salvação dos outros. Examinemos a maneira como assumimos a nossa condição e a nossa ação de colaboradores na
salvação do mundo. Como e quanto rezamos, e fazemos penitência, para ajudar a salvar os outros?
RECITAÇÃO DAS 10 AVÉ-MARIAS - 4º MISTÉRIO

5º Mistério: Quinta aparição (13 de setembro)
P. - Nesta quinta aparição, a que tem um conteúdo mais curto, Nossa Senhora continua a dizer que quer que rezem o
rosário todos os dias, fazendo depender daí o dom do fim da guerra. Depois promete fazer um milagre em outubro, na
última aparição, e diz que nesse dia virá S. José com o Menino Jesus para dar a paz ao mundo e Nosso Senhor para
abençoar o povo.
L. - Para terminar, diz-lhes estas palavras: «Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a
corda; usai-a só durante o dia». Com estas palavras ficamos a saber, não só que os Pastorinhos usam a corda à cinta,
como Deus aprova esse sacrifício, só não quer que a usem de noite.
P. - Estas palavras são um convite a pensarmos mais a sério na penitência, no modo de a fazer, na maneira como Deus
nos convida a realizá-la, no valor da penitência para nosso bem e para colaborar na conversão dos outros. Nenhum
cristão se devia sentir dispensado de fazer penitência, na medida em que com ela imitamos Jesus Penitente e ouvimos
os seus pedidos evangélicos a fazermos mais penitência, como ato de amor aos outros e como identificação com
Jesus. Pensemos neste assunto, examinemos como fazemos penitência, como assumimos este pedido evangélico,
como nos temos exercitado na penitência.
RECITAÇÃO DAS 10 AVE-MARIAS DO 5º MISTÉRIO
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012

ANTES DAS TRÊS AVE-MARIAS: sexta aparição
P. – A Sexta aparição é a 13 de outubro. É nesta última aparição que Nossa Senhora afirma que é a Senhora do Rosário,
e é nela que se realiza o milagre do sol. Como tinha prometido, foi neste dia, depois do milagre do sol, que apareceu S.
José com o Menino. A vidente Lúcia afirma que viu também Nossa Senhora que parecia aparecer corno Senhora das
Dores, e finalmente a sensação de Nossa Senhora se ter apresentado também como a Senhora do Carmo.
L. – Além do milagre e das diversas aparições, parecem muito importantes as palavras ditas po Nossa Senhora, que
com ar muito triste afirma: «Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido!». É deste modo que nos
chega o pedido da Mãe para não ofendermos Jesus, seu Filho. A Virgem Maria quer a conversão das nossas vidas e dos
nossos corações ao amor de Jesus. Rezemos três Ave-marias em honra do Coração Imaculado de Maria
RECITAÇÃO DAS TRÊS AVE-MARIAS
SALVE RAINHA
CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA: Oh Senhora minha...
1.
Senhora da Hora, nossa Mãe, tal como o Apóstolo João,
queremos receber-Te na nossa casa (cf. Jo 19, 27),
para aprendermos de Ti a conformar-nos com o teu Filho.
"Mulher, eis aqui os teus filhos!"
2. Viemos à tua presença
para consagrar à tua solicitude materna
nós mesmos, a Igreja, o mundo inteiro.
Intercede por nós junto do teu amado Filho
para que nos dê o Espírito Santo em abundância,
o Espírito de verdade que é fonte de vida.
3. Acolhe-O por nós e connosco,
como na primeira comunidade de Jerusalém,
aconchegada ao teu redor no dia de Pentecostes (cf. Act 1, 14).
4. O Espírito abra os corações à justiça e ao amor,
incite os indivíduos e as nações à mútua compreensão
e a uma vontade firme de paz.
5. Nós Te consagramos todos os homens, a começar pelos mais débeis:
as crianças que ainda não foram dadas à luz
e as nascidas em condições de pobreza e de sofrimento,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
os jovens à procura de um sentido,
as pessoas carecidas de emprego
e atribuladas pela fome e pela doença.
Consagramos-Te as famílias em crise,
os anciãos sem assistência
e quantos vivem sozinhos e sem esperança.
6. Ó Mãe que conheces os sofrimentos
e as esperanças da Igreja e do mundo,
assiste os teus filhos nas provas quotidianas
que a vida reserva a cada um
e faz com que, graças ao esforço de todos,
as trevas não prevaleçam sobre a luz.
7. A Ti, aurora da salvação, entregamos o nosso caminho e a nossa vida,
para que, sob a tua guia, todos os homens descubram Cristo, luz do mundo e único Salvador,
que reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Segunda, 14 de maio
Mistérios gozosos – Semana da Vida
Primeiro Mistério: A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora
Texto bíblico: Maria disse ao anjo: “Como será isso se eu não conheço homem?” O anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo
virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. […] Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor, façase em mim segundo a tua palavra”(Lc 1,34-35.38).
Meditação: «Quem esteve a acolher “a vida” em nome e proveito de todos, foi Maria, a Virgem mãe, a qual, por isso
mesmo, mantém laços pessoais estreitíssimos com o Evangelho da vida. O consentimento de Maria, na Anunciação, e a
sua maternidade situam-se na própria fonte do mistério daquela vida que Cristo veio dar aos homens (cf. Jo 10,10).
Através do acolhimento e carinho que Ela prestou à vida do Verbo feito carne, a vida do homem foi salva da
condenação à morte definitiva e eterna» (EV 102).
Prece: Mãe de Jesus e nossa mãe, obtende-nos de vosso Filho a graça de anunciarmos com coragem o Evangelho da
Vida.
Segundo Mistério: A Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel
Texto bíblico: Por aqueles dias, pôs-se Maria a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel (Lc 1- 39, 41).
Meditação: «No serviço da caridade, há uma atitude que nos há de animar e caracterizar: devemos cuidar do outro
enquanto pessoa confiada por Deus à nossa responsabilidade. Como discípulos de Jesus, somos chamados a fazermonos próximo de cada homem (cf. Lc 10,29-37), reservando uma preferência especial a quem vive mais pobre, sozinho e
necessitado» (EV 87).
Prece: Pela vossa intercessão, Santa Mãe de Deus, sejamos confirmados na alegria da entrega generosa ao serviço dos
irmãos.
Terceiro Mistério: O Nascimento de Jesus no presépio de Belém
Texto bíblico: “Anuncio-vos uma grande alegria […]: Hoje, nasceu-vos um salvador, que é o Messias Senhor” (Lc 2,10-11).
Meditação: «Na “carne” de cada homem, Cristo continua a revelar-Se e a entrar em comunhão connosco […]. Esta é a
verdade fascinante mas exigente, que Cristo nos manifesta e que a sua Igreja incansavelmente propõe: “Quem
receber um menino como este, em meu nome, é a Mim que recebe” (Mt 18,5); “Em verdade vos digo: Sempre que
fizerdes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25,40)» (EV 104).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Que a Luz de Jesus nos ilumine e nos leve a acolher o dom da vida em cada criança que nasce.
Quarto Mistério: A Apresentação do Menino no Templo e a Purificação de Nossa Senhora
Texto bíblico: Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de
muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma” (Lc 2,34-35a).
Meditação: «A precariedade caracteriza a vida de Jesus, desde o seu nascimento. Depara-se certamente com o
acolhimento dos justos, que se unem ao “sim” pronto e feliz de Maria (cf. Lc 1,38). Mas logo aparece também a
rejeição por parte de um mundo que se torna hostil e procura o Menino “para o matar” (Mt 2,13). […] Exatamente por
este contraste […] resplandece com maior força a glória que irradia da casa de Nazaré e da manjedoura de Belém:
esta vida que nasce é salvação para a humanidade inteira (cf. Lc 2,10-11)» (EV 33).
Prece: Senhor Jesus, que sois para o mundo sinal de contradição, ajudai-nos a construir a cultura da vida, com novas
atitudes de justiça, de solidariedade e de amor.
Quinto Mistério: O Encontro do Menino Jesus no Templo, entre os Doutores
Texto bíblico: Sua mãe disse-Lhe: “Filho porque nos fizeste isto?”. Ele respondeu-lhes: “Porque Me procuráveis? Não
sabíeis que devia estar em casa de Meu Pai?” (Lc 2,48-49)
Meditação: «O Menino Jesus, perdido e procurado com angústia por Maria e José, foi encontrado no templo, ocupado
nas coisas do seu Pai; não entenderam a resposta que o Filho lhes deu; porém a Mãe guardava em seu coração e
meditava todas estas coisas (cf. Lc 2,41-51)» (LG 57).
Prece: Dai-nos, Senhor, sabedoria e coragem para defendermos sempre a dignidade da pessoa humana e a
inviolabilidade da sua vida.
«Ó Maria,
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem
no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Terça, 15 de maio
Mistérios dolorosos – Semana da Vida
Primeiro Mistério: A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras
Texto bíblico: Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes,
então: “A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo”. E, adiantando-Se um pouco mais, caiu com
a face por terra, orando e dizendo: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice. No entanto, não seja como Eu
quero, mas como Tu queres” (Mt 26,37-39).
Meditação: «Frente às inumeráveis e graves ameaças contra a vida, presentes no mundo contemporâneo, poder-se-ia
ficar como que dominado por um sentido de impotência insuperável: jamais o bem poderá ter força para vencer o
mal!» (EV 29).
Prece: Desejamos muitas vezes que os outros, o mundo, os acontecimentos… sejam como queremos! Não o
conseguindo, pedimos a Deus que satisfaça as nossas mesquinhas vontades. Senhor, que o vosso Espírito nos inspire a
pedir antes a força para aceitar a vossa vontade sem medos nem angústias.
Segundo Mistério: A Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo
Texto bíblico: Dito isto, [Pilatos] foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: “Não vejo N’ele nenhum crime. Mas é costume
eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?”. Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo:
“Esse não, mas sim Barrabás!”. Ora Barrabás era um salteador. Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-l’O (Jo 18,3840–19,1).
Meditação: «Todos quantos se veem oprimidos pela pobreza, pela fraqueza, pela doença ou tribulações várias, e os
que sofrem perseguição por amor da justiça, saibam que estão unidos, de modo especial, a Cristo nos seus
sofrimentos pela salvação do mundo» (LG 41).
Prece: Senhor Jesus, ensinai-nos a cooperar com a vossa divina vontade em todas as circunstâncias da nossa vida e a
ser verdadeiras testemunhas da vossa infinita caridade para com todos.
Terceiro Mistério: A Coroação de espinhos de Jesus
Texto bíblico: Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha na cabeça, e uma cana na mão direita. Dobrando o joelho
diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo: “Salve! Rei dos Judeus!”. E, cuspindo-Lhe no rosto, agarravam na cana e batiamlhe na cabeça (Mt 27,29-30).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Meditação: «Quando se nega Deus e se vive como se Ele não existisse ou de qualquer modo não se têm em conta os
seus mandamentos, então facilmente se acaba por negar ou comprometer também a dignidade da pessoa humana e a
inviolabilidade da sua vida» (EV 96).
Prece: Dai-nos, Senhor, a capacidade de Vos ver em cada pessoa. Que em todos saibamos reconhecer a dignidade
comum de filhos de Deus, chamados à comunhão total com Ele.
Quarto Mistério: Jesus a caminho do Calvário com a Cruz aos ombros
Texto bíblico: Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, onde
O crucificaram (Jo 19,17-18).
Meditação: «Na Cruz está o “Redentor do homem”, o Homem das dores, que assumiu sobre si os sofrimentos físicos e
morais dos homens de todos os tempos, para que estes possam encontrar no amor o sentido salvífico dos próprios
sofrimentos e respostas válidas para todas as suas interrogações» (SD 31).
Prece: Senhor, na caminhada para o Calvário manifestais toda a vossa coerência e total submissão à vontade do Pai.
Dai-nos a graça de Vos seguir na aceitação coerente das implicações das nossas escolhas.
Quinto Mistério: A Crucificação e Morte de Jesus
Texto bíblico: Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro
à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. […] O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo
rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, expirou
(Lc 23,33-44.45-46).
Meditação: «Para descobrir o sentido profundo do sofrimento, seguindo a Palavra de Deus revelada, é preciso abrir-se
amplamente ao sujeito humano com as suas múltiplas potencialidades. É preciso, sobretudo, acolher a luz da
Revelação, não só porque ela exprime a ordem transcendente da justiça, mas também porque ilumina esta ordem
com o amor, qual fonte definitiva de tudo o que existe. O Amor é ainda a fonte mais plena para a resposta à pergunta
acerca do sentido do sofrimento. Esta resposta foi dada por Deus ao homem na Cruz de Jesus Cristo» (SD 13).
Prece: Senhor, de braços abertos, sobre a cruz, acolhestes em vosso Pai toda a humanidade. Ajudai-nos a abraçar
todos os irmãos e, com especial solicitude, os que mais sofrem e necessitam de descobrir o sentido da vida.
«Ó Maria, aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quarta, 16 de maio
Procissão em honra de Nossa Senhora da Hora
CÂNTICO DE ABERTURA
SAUDAÇÃO INICIAL
INTRODUÇÃO
P- Reunimo-nos nesta noite, para rezarmos e caminharmos juntos na fé, sob a guia e a companhia de Maria, Mãe de
Jesus, aqui invocada como Nossa Senhora da Hora. Nunca louvaríamos a Deus, suficientemente, se nos calássemos
acerca dos seus santos, e sobretudo acerca da «cheia de graça», que se tornou a sua morada na terra, Maria.
Leitor 1: A luz simples e multiforme de Deus manifesta-se precisamente na sua variedade e riqueza, somente no rosto
dos santos, que constituem o verdadeiro espelho da sua luz. Mas, quando contemplamos o rosto de Maria, podemos
ver, mais do que de outras maneiras, a beleza de Deus, a sua bondade e a sua misericórdia. Podemos realmente sentir
a luz divina neste rosto. Deixemo-nos maravilhar contemplando o rosto de Cristo com o seu olhar, e confiemos-lhe,
desde já, todo o caminho de luz, nesta noite.
Oração Inicial: P- Oremos:
Maria, Mãe do sim,
tu escutaste Jesus
e conheces o timbre da sua voz
e o palpitar do seu coração.
Estrela da manhã, fala-nos dele
e conta-nos o teu percurso
para o seguires no caminho da fé.
Maria, que em Nazaré
habitaste com Jesus,
imprime na nossa vida
os teus sentimentos,
a tua docilidade,
o teu silêncio que escuta
e faz florescer a Palavra
em opções de verdadeira liberdade.
Maria, fala-nos de Jesus,
para que o vigor da nossa fé
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
brilhe nos nossos olhos e anime
o coração de quem nos encontra,
como tu fizeste, visitando Isabel
que na sua velhice
rejubilou contigo pelo dom da vida.
Maria, Virgem do louvor,
ajuda-nos a levar a alegria ao mundo
e, como em Caná,
estimula cada homem,
comprometido no serviço aos irmãos,
a fazer só o que Jesus disser.
Maria
pede para que Jesus, morto e ressuscitado,
renasça em nós e nos transforme
numa noite plena de luz, plena d'Ele.
Maria, Nossa Senhora da Hora, porta do céu,
ajuda-nos a elevar para o alto o olhar.
Queremos ver Jesus. Falar com Ele.
Anunciar a todos o Seu amor.
CÂNTICO MARIANO
1º MISTÉRIO: A ANUNCIAÇÃO DO ANJO À VIRGEM MARIA
Leitor 1: Do Evangelho segundo São Lucas:
26Ao
sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, 27a uma virgem
desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. 28Ao entrar em
casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» 29Ao ouvir estas palavras, ela
perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. 30Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois
achaste graça diante de Deus. 31hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de
Jesus. (…) 34Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» 35O anjo respondeu-lhe: «O
Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. 38 Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.
P- Maria está em atitude de "religiosa escuta". Esta é a atitude típica de Maria Santíssima, tal como mostra
emblematicamente o ícone da Anunciação: a Virgem acolhe o Mensageiro celeste quando se prepara para meditar as
Sagradas Escrituras, normalmente representadas por um livro que Maria tem na mão, ou no seio, ou em cima de uma
estante.
Leitor 2: Também é esta a imagem da Igreja oferecida pelo próprio Concílio, "ouvindo religiosamente a Palavra de
Deus..." (Dei Verbum, n. 1). A Virgem é Aquela que permanece à escuta, sempre pronta a fazer a vontade de Deus.
Prece: Rezemos para que, como Maria, a Igreja seja dócil escrava da Palavra divina e a proclame sempre com
confiança firme, para que "o mundo inteiro ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e
esperando ame" (Ibid.). Rezemos pelo “sim” dos que professaram a fé, dos que contraíram matrimónio e dos que se
consagração a Cristo.
Pai-Nosso, 10 AM; Glória…
CÂNTICO MARIANO
2º MISTÉRIO: MARIA NAS BODAS DE CASAMENTO, EM CANÁ DA GALILEIA
Leitor 1: Do Evangelho segundo São João:
1Ao
terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. 2Jesus e os seus
discípulos também foram convidados para a boda. 3Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe:
«Não têm vinho!» 4Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a
minha hora.» 5 Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»
P- Maria dirige ao seu Filho um pedido em favor dos amigos que se encontram em dificuldade. À primeira vista, isto
pode parecer um diálogo totalmente humano entre a Mãe e o Filho e, efetivamente, é um diálogo repleto de profunda
humanidade. Todavia, Maria dirige-se a Jesus não simplesmente como a um homem, contando com a sua fantasia e a
sua disponibilidade em socorrer. Ela confia uma necessidade humana ao seu poder a um poder que vai para além da
habilidade e da capacidade humanas. E assim, no diálogo com Jesus, vemo-la realmente como Mãe que suplica, que
intercede.
Maria simplesmente refere tal facto a Jesus. Não lhe pede algo específico, e ainda menos que Jesus exerça o seu
poder, realize um milagre, produza vinho. Simplesmente confia a situação a Jesus, deixando-lhe a decisão sobre como
agir.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Leitor 2: Assim, nas palavras simples da Mãe de Jesus identificamos dois elementos: por um lado, a sua solicitude
carinhosa pelos homens, a atenção materna com que sente a dificuldade do próximo; vemos a sua bondade cordial e a
sua disponibilidade a ajudar. É aqui na Sagrada Escritura que vemos pela primeira vez a bondade da Mãe pronta a
ajudar, em quem temos confiança.
Prece: Confiamos-lhes as nossas preocupações, as necessidades e as situações de dificuldade, sobretudo aquelas
causadas hoje pelo desemprego, pela pobreza, e pelo divórcio.
Pai-Nosso, 10 AM; Glória
CÂNTICO MARIANO
3º MISTÉRIO: MARIA, DISCÍPULA DE JESUS
Leitor 1: Do Evangelho, segundo São Lucas:
19Sua
mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não odiam aproximar-se por causa da multidão.
20Anunciaram-lhe:
«Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.» 21Mas Ele respondeu-lhes: «Minha
mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.»
P- Maria aprendia de Jesus! Desde o seu primeiro "fiat", através dos longos e ordinários anos da vida escondida,
enquanto educava Jesus, ou quando em Caná da Galileia pedia o primeiro sinal ou quando finalmente, no calvário ao
lado da cruz, fixava Jesus e "aprendia-O" momento por momento.
Leitor 2: Primeiro na fé e depois no seu próprio seio, Maria acolheu o Corpo de Jesus e deu-o à luz. No dia a dia,
adorou-O extasiada, servindo-O com amor responsável e cantando o Magnificat no seu Coração.
Prece: No vosso caminho, deixai-vos orientar por Maria a fim de "aprenderdes" Jesus! Fixai-O, permiti que Ele vos
forme para que sejais capazes de mostrá-lo a quantos se aproximarem de vós. Rezemos por todas as crianças,
adolescentes e jovens, que nos grupos paroquiais procuram conhecer e amar a Cristo!
Pai-Nosso, 10 AM; Glória
CÂNTICO MARIANO
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
4º MISTÉRIO: MARIA JUNTO À CRUZ
Leitor 1: Do Evangelho segundo São João:
25
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria
Madalena. 26Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o
teu filho!» 27Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
P- No momento em que Simeão lhe diz: "Este teu filho será um sinal de contradição, uma espada trespassará o teu
coração", naquele momento em que ela podia ceder ao medo, Maria volta à palavra do Anjo e sente interiormente o
eco da mesma: "Não tenhas medo, é Deus quem te carrega!". E quando, durante a vida pública, se desencadeiam as
contradições ao redor de Jesus, e muitos dizem: "É louco", ela volta a pensar: "Não tenhas medo!" e prossegue em
frente.
Por fim, no encontro ao longo do caminho do Calvário e depois aos pés da Cruz, quando tudo parece terminado, ela
volta a ouvir no coração a palavra do Anjo: "Não tenhas medo!". E assim, corajosamente, permanece ao lado do Filho
moribundo e, sustentada pela fé, caminha rumo à Ressurreição, ao Pentecostes e à fundação da nova família da Igreja.
Leitor 2: "Não tenhas medo!"
Maria diz-nos, também a nós, esta palavra. Este nosso mundo é um mundo de temores: medo da miséria e da pobreza,
medo das enfermidades e dos sofrimentos, medo da solidão e medo da morte. Neste nosso mundo, temos um
sistema de certezas muito desenvolvido: é bom que elas existam. Contudo, sabemos que no momento do sofrimento
profundo, na hora da última solidão da morte, nenhuma certeza poderá proteger-nos.
A única certeza válida em tais momentos é a aquela nos provém do Senhor, que nos diz também a nós: "Não tenhas
medo, eu estou sempre contigo". Nós podemos vacilar, mas no final caímos nas mãos de Deus, e as mãos de Deus são
benignas.
Prece: Neste dia de festa, queremos agradecer ao Senhor o grande sinal da sua bondade, que nos concedeu em Maria,
sua Mãe e Mãe da Igreja. Queremos pedir-lhe que ponha Maria no nosso caminho, como luz que nos ajuda a tornarnos também nós luz, e a levar esta luz, pelas noites da história.
Pai-Nosso, 10 AM; Glória
CÂNTICO MARIANO
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
5º MISTÉRIO: MARIA NO CENÁCULO À ESPERA DO PENTECOSTES
Leitor 1: Do Livro dos Atos dos Apóstolos:
13
Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam
habitualmente.Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu,
Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago.14E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se
assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
P- No Cenáculo, os Apóstolos não sabiam o que os esperava. Cheios de medo, estavam preocupados com o seu
próprio futuro. Ainda continuavam a experimentar a surpresa suscitada pela morte e a ressurreição de Jesus,
sentindo-se angustiados por terem ficado sozinhos depois da sua Ascensão ao céu. Maria, "Aquela que acreditou no
cumprimento das palavras do Senhor" (cf. Lc 1, 45) juntamente com os Apóstolos assídua na oração, ensinava a
perseverança na fé. Com todas as suas atitudes, convencia-os de que o Espírito Santo, na sua sabedoria, conhecia
muito bem o caminho ao longo do qual estava a conduzi-los, que portanto se podia depositar a própria confiança em
Deus, entregando-se a Ele, bem como os seus talentos, os seus limites e o seu futuro, de maneira incondicionada.
Leitor 2: Como no Cenáculo, a Virgem Santa constitui sempre para os cristãos a memória viva de Jesus. É ela quem
anima a sua oração e ampara a sua esperança.
Prece: Pedimos a Maria, que nos guie no caminho quotidiano e que proteja com especial predileção aquelas pessoas e
comunidades cristãs que se encontram em condições de maior dificuldade e sofrimento! Rezemos sobretudo pelos
mais sós e pelos doentes.
Pai-Nosso, 10 AM; Glória
CÂNTICO MARIANO
ÚLTIMAS TRÊS AVE-MARIAS: MARIA NA GLÓRIA
Leitor 1: Do Livro do Apocalipse de São João:
13Quando
o Dragão se viu precipitado na terra, lançou-se na perseguição da Mulher que tinha dado à luz um
Menino. 14Mas à Mulher foram dadas as duas asas da águia real, a fim de voar para o seu refúgio, no deserto,
onde ia ser alimentada durante três anos e meio, longe da Serpente. 15Então, a Serpente, na perseguição da
Mulher, lançou da sua boca um rio de água, a fim de a arrastar na corrente. 16Mas a terra veio em socorro da
Mulher: abrindo a sua boca, a terra engoliu o rio que o Dragão tinha lançado atrás da Mulher.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
P- Maria é elevada em corpo e alma à glória do céu e com Deus e em Deus é rainha do céu e da terra. Porventura, está
tão distante de nós? É verdadeiro o contrário. Precisamente porque está com Deus e em Deus, está pertíssimo de cada
um de nós. Quando estava na terra podia somente estar perto de algumas pessoas. Estando em Deus, que está
próximo de nós, que está no "interior" de todos nós, Maria participa nesta aproximação de Deus. Estando em Deus e
com Deus, está perto de cada um de nós, conhece o nosso coração, pode ouvir as nossas orações, pode ajudar-nos
com a sua bondade materna e é-nos dada como disse o Senhor como "mãe", à qual podemos dirigir-nos em todos os
momentos. Ela escuta-nos sempre, está sempre perto, e sendo Mãe do Filho, participa no poder do Filho, na sua
bondade. Podemos confiar sempre toda a nossa vida a esta Mãe, que não está longe de nós.
Leitor 2: A festa da Assunção é o convite a ter confiança em Deus, e é também um convite a imitar Maria naquilo que
Ela mesma disse: eu sou a serva do Senhor, e ponho-me à disposição do Senhor. Esta é a lição: percorrer o seu
caminho; dar a nossa vida e não tomar a vida. E precisamente assim, percorremos o caminho do amor, que é um
perder-nos, mas um perder-nos que na realidade é o único caminho para nos encontrarmos verdadeiramente a nós
mesmos, para encontrarmos a verdadeira vida.
P- Contemplemos Maria, elevada ao céu. Deixemo-nos encorajar para a fé e para a festa da alegria: Deus vence. A fé
aparentemente frágil é a verdadeira força do mundo. O amor é mais forte que o ódio. E digamos com Isabel: bendita
sois Vós entre todas as mulheres.
Prece: Dêmos graças ao Senhor pelo dom da Mãe e rezemos a Maria, a fim de que nos ajude a encontrar todos os dias
o reto caminho da vida! Rezemos pelos pais, educadores, catequistas, professores.
AM…
Prece: Maria, que ao aceitar sem hesitações a vontade divina, te consagraste com todas as tuas forças à pessoa e à
obra do teu Filho, ensina-nos a guardar no coração e a meditar em silêncio, como tu fizeste, os mistérios da vida de
Cristo.
AM…
Prece: Maria, que fostes até ao Calvário, sempre profundamente unida ao teu Filho, que na cruz te deu como mãe ao
discípulo João, faz com que também nós Te sintamos sempre próxima a cada passo da nossa existência, sobretudo
nos momentos de sombras e de provações.
AM…
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Maria, que no Pentecostes, juntamente com os Apóstolos em oração, imploraste o dom do Espírito Santo para
a Igreja nascente, ajuda-nos a perseverar no seguimento fiel de Cristo.
Salve Rainha
CÂNTICO MARIANO
ORAÇÃO FINAL
Ó Maria, Nossa Senhora da Hora!
Também este ano, na véspera da Ascensão do Teu Filho,
nos encontramos com amor filial
aos pés desta tua imagem,
para te renovar a homenagem da tua comunidade cristã.
À nascente do teu Coração imaculado,
Voltamos, mais uma vez, peregrinos confiantes,
para haurir fé e conforto, alegria e amor, segurança, luz e paz!
Para Ti, Maria, Nossa Senhora da Hora,
dirigimos, com confiança, o nosso olhar,
em "sinal de esperança certa e de conforto,
enquanto não chegar o dia do Senhor".
A Ti, Maria, invocam com oração insistente,
os fiéis, homens e mulheres, de todas as idades e de todos os lados,
para que, glorificada no céu entre os anjos e os santos,
intercedas por nós junto do Teu Filho Amado!
Mostra-te Mãe,
especialmente de quantos têm mais necessidade:
os indefesos, os marginalizados e os excluídos,
as vítimas de uma sociedade que com muita frequência
sacrifica os mais frágeis a outras finalidades e interesses.
Mostra-te Mãe de todos,
especialmente Mãe de todas as mães,
das que sofrem as dores de parto
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
e das que veem, ao longe, seus filhos morrer.
Ó Maria, por meio da Igreja,
dá-nos de novo, à luz, Cristo, Vosso Filho,
esperança do mundo e alegria das nações!
Santa Maria, rogai por nós pecadores,
agora e na Hora da nossa morte!
Amém!
BÊNÇÃO FINAL
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quinta, 17 de maio – Dia da Senhora da Hora
BÊNÇÃO DAS GRÁVIDAS (na Igreja Antiga)
O mistério da hora de Jesus
Queridos irmãos e irmãs: Celebramos, neste dia, a nossa Padroeira, Nossa Senhora da Hora. Fazemo-lo nesta quintafeira da Ascensão, a hora da partida de Jesus para o Pai. O título mariano de Nossa Senhora da Hora reporta-se á
chamada “Hora” de Jesus, a que o próprio Jesus se refere, sobretudo no evangelho segundo São João. Sabemos
também que Jesus comparou a sua hora da paixão e morte e ressurreição à «hora» da mulher grávida, que sofre as
dores de parto, mas depois conhece a alegria de dar à luz um filho. Por isso, entre nós, a festa da Senhora da Hora está
tão associada à hora do parto. Vamos, ao longo destes cinco mistérios, compreender o significado desta Hora, a que
Maria está tão ligada.
1. No primeiro mistério, meditemos no anúncio da Hora de Jesus, nas bodas de Caná
Texto bíblico: Escutai, irmãos, as palavras do santo Evangelho segundo São João: Naquele tempo, houve um casamento
em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento.
Como o vinho veio a faltar, a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que temos nós com
isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser».
Meditação: Várias vezes, em circunstâncias diversas, Jesus recorre ao termo «hora» para indicar um momento fixado
pelo Pai para a realização da obra de salvação. Ele fala a respeito disso desde o início da vida pública, no episódio das
bodas de Caná, quando recebe da parte de Sua mãe um pedido em favor dos esposos que se encontram em
dificuldade por causa da falta de vinho. Para indicar o motivo que se opõe ao acolhimento do pedido, Jesus diz à mãe:
«A Minha hora ainda não chegou» (Jo 2, 4).
Trata-se certamente da hora da primeira manifestação do poder messiânico de Jesus. É uma hora deveras importante,
como faz entender a narração evangélica na sua conclusão, onde o milagre é apresentado como «o princípio» ou «o
início» dos sinais (cf. Jo 2, 11). Mas no fundo emerge a hora da paixão e glorificação de Jesus (cf. Jo 7, 30; 8, 20; 12, 23-27;
13, 1; 17, 1; 19, 27), quando Ele realizará a obra da redenção da humanidade. Efetuando este «sinal» pela intercessão
eficaz de Maria, Jesus manifesta-Se como Salvador messiânico. Enquanto vai ao encontro dos esposos, é na realidade
Ele mesmo que dá início à Sua obra de Esposo, inaugurando o banquete de núpcias que é imagem do Reino de Deus
(cf. Mt 22, 2).
Prece: Neste mistério, peçamos por todos os jovens casais, para que encontrem em Cristo a fonte do seu amor, da sua
vida, da sua alegria,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
2.No segundo mistério, meditemos na Hora dos verdadeiros adoradores
Texto bíblico: Escutai, irmãos, o evangelho segundo São João: (Jo.23 ss): Disse a mulher samaritana a Jesus: «Senhor,
vejo que és profeta. Os nossos antepassados adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar».
Disse-lhe Jesus: «Mulher, acredita em Mim: Vai chegar a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos Judeus. Mas vai chegar a
hora – e já chegou – em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses os
adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade». Disse-Lhe a
mulher: «Eu sei que há de vir o Messias, isto é, Aquele que chamam Cristo. Quando vier, há de anunciar-nos todas as
coisas». Respondeu-lhe Jesus: «Sou Eu, que estou a falar contigo».
Meditação: Com Jesus chegou a hora de novas relações com Deus, a hora de um novo culto: «Vai chegar a hora e já
chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade» (Jo 4, 23). O fundamento deste
culto universal é o facto que o Filho, ao encarnar, deu aos homens a possibilidade de compartilhar o Seu culto filial
para com o Pai.
A «hora» é também aquela em que se manifesta a obra do Filho: «Em verdade, em verdade vos digo que a hora vem, e
é já, em que os mortos hão de ouvir a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Assim como o Pai tem a vida
em Si mesmo, assim também a concedeu ao Filho o ter a vida em Si mesmo» (Jo 5, 25-26). A grande hora na história do
mundo é aquela em que o Filho dá a vida, fazendo ouvir a Sua voz salvadora aos homens que estão sob o domínio do
pecado. É a hora da redenção.
Prece: Peçamos neste mistérios, que as famílias sejam verdadeiro santuário, onde se vive a adoração de Deus, no amor
concreto e na oração diária.
3. No terceiro mistério, meditemos na Hora da Agonia
Texto bíblico: Escutai, irmãos, o evangelho segundo São João: (12,20-33): Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que
o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer,
fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu
servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-Me
desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome».
Meditação: A inteira vida terrena de Jesus está orientada para esta hora. Num momento de angústia, pouco tempo
antes da paixão, Jesus diz: «Agora a Minha alma está perturbada; e que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora? Mas por
causa disto é que cheguei a esta hora» (Jo 12, 27).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Com estas palavras, Jesus manifesta o drama íntimo que oprime a Sua alma diante da perspetiva do sacrifício que se
aproxima. Ele tem a possibilidade de suplicar ao Pai que esta terrível prova seja afastada. Mas, por outro lado, Ele não
quer fugir a este destino doloroso: «Para isto vim». Ele veio para oferecer o sacrifício que proporcionará a salvação à
humanidade.
Prece: Peçamos por todas as famílias, que se sentem agoniadas, pelo drama do desemprego, da fome, da doença ou
do luto ou da separação.
4. No quarto mistério, meditemos na hora das trevas
Texto bíblico: Escutai, irmãos, o evangelho segundo São João: (7,30): Procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe
deitou a mão, pois a sua hora ainda não tinha chegado.
Meditação: Esta hora dramática é querida e determinada pelo Pai. Antes da hora escolhida pelo desígnio divino, os
inimigos não podem apoderar-se de Jesus. Várias vezes tentou-se prender Jesus ou matá-l'O. Ao referir-se a uma
destas tentativas, o Evangelho de João põe em evidência a impotência dos adversários: «Procuraram, então, prendêl'O, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a Sua hora» (7, 30). Quando chega a hora, aparece
também como a hora dos inimigos. «Esta é a vossa hora e o domínio das trevas», diz Jesus àqueles «que tinham vindo
contra Ele, aos príncipes dos sacerdotes, aos oficiais do Templo e aos anciãos» (Lc 22, 52-53). Nesta hora sombria
parece que o poder do mal não pode ser detido por ninguém. Entretanto, também esta hora permanece sob o poder
do Pai. Será Ele que permitirá aos inimigos capturar Jesus. A obra deles inscreve-se de modo misterioso no plano
estabelecido por Deus para a salvação de todos.
Prece: Neste mistério, peçamos pelas famílias, que se sentem dominadas pelas trevas do medo, da falta de amor ou da
falta de pão.
5. No quinto mistério meditemos na hora suprema da paixão e da glorificação de Jesus
Texto bíblico: Escutai, irmãos, o evangelho segundo São João: (13,1): Sabendo Jesus que chegou a sua hora de passar
deste mundo para o Pai, Ele que amara os Seus que estavam no mundo, levou até ao extremo o Seu amor por eles».
Meditação: Mais do que a hora dos inimigos, a hora da paixão é então a hora de Cristo, a hora do cumprimento da Sua
missão. O Evangelho de João faz-nos descobrir as disposições íntimas de Jesus no início da última Ceia: «Sabendo
Jesus que chegou a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele que amara os Seus que estavam no mundo, levou
até ao extremo o Seu amor por eles» (Jo 13, 1). É então a hora do amor, que quer ir «até ao fim», isto é, até ao dom
supremo. No Seu sacrifício, Cristo revela-nos o amor perfeito: não teria podido amar-nos de modo mais profundo!
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Esta hora decisiva é ao mesmo tempo hora da paixão e hora da glorificação. Segundo o Evangelho de João, é a hora
em que o Filho do homem se «eleva da terra» (12, 32). A elevação na cruz é sinal da elevação à glória celeste. Então
começará a fase de uma nova relação com a humanidade e, em particular, com os discípulos, como Jesus mesmo
anuncia: «Disse-vos isto em parábolas, mas vai chegar a hora em que não vos falarei mais em parábolas: Falar-vos-ei
abertamente acerca do Pai» (Jo 16, 25). A hora suprema é, em definitivo, aquela em que o Filho chega ao Pai. Nela se
esclarece o significado do Seu sacrifício e é posto em plena evidência o valor que esse sacrifício reveste para a
humanidade remida e chamada a unir-se ao Filho, no Seu retorno ao Pai.
Prece: Rezemos pelos esposos da nossa comunidade: para que sejam capazes de se amar e de amar os seus filhos, até
ao extremo do dom de si mesmos e até ao fim das suas vidas.
No final das 3 AM e Salve Rainha: Rito da Bênção das grávidas
Leitor 1: Estamos aqui, diante de várias grávidas, que esperam uma bênção. Porque sabemos que “Deus é o Senhor de
toda a vida, é Ele quem determina a existência de cada homem e, com a sua providência, dirige e conserva a vida de
todos. Nós acreditamos que isto tem aplicação especialmente quando se trata de uma vida nascida do matrimónio
cristão, já que essa vida será enriquecida a seu tempo, no sacramento do Batismo, com o dom da própria vida divina. É
isto que se pretende exprimir na bênção da mãe antes do parto, para que a mulher aguarde com sentimentos de fé e
esperança o tempo de dar à luz e, colaborando com o amor de Deus, ame desde já com afeto materno o fruto que traz
no seio” (Ritual das Bênçãos 222).
Leitor 2: Dizia o Beato João Paulo II, na sua Carta às Famílias, por ocasião do Ano Internacional da Família, em 1994:
“O facto de vir a ser dado à luz um menino, de «ter vindo ao mundo um homem» (Jo 16, 21) constitui um sinal
pascal. É o próprio Jesus que o diz aos discípulos, antes da paixão e morte, como refere o evangelista João, ao
comparar a tristeza causada pela sua partida ao sofrimento de uma mulher parturiente: «A mulher, quando
está para dar à luz, sente tristeza (isto é, sofre), porque é chegada a sua hora; mas depois de ter dado à luz o
menino, já se não lembra da aflição, pelo prazer de ter vindo ao mundo um homem » (Jo 16, 21). A «hora» da
morte de Cristo (cf. Jo 13, 1) é ali comparada à «hora» da mulher no parto; o nascimento de um novo homem
encontra a sua réplica perfeita na vitória da vida sobre a morte, operada pela ressurreição do Senhor “ ( João
Paulo II, Carta às Famílias, 2.2.1994, n.11),
P- Por isso mesmo, antes ainda da bênção, exaltemos e louvemos a Cristo Nosso Senhor, fruto bendito do ventre de
Maria Santíssima, que pelo mistério da sua encarnação, derramou sobre o mundo a graça e a bondade de Deus Pai.
Digamos com alegre confiança:
R.: Bendito sejais, Senhor, pela Vossa bondade e misericórdia!
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1. Senhor Jesus Cristo, que quiseste assumir a nossa condição humana, nascendo de uma mulher, para que nós
recebêssemos a adoção filial divina: R.:
2. Senhor Jesus Cristo, que não recusastes ser gerado num ventre materno, mas quisestes que se ouvisse a aclamação:
«Bem-aventurado o ventre que Vos trouxe e os peitos que Vos amamentaram»: R.:
3. Senhor Jesus Cristo, que dignificastes o génio feminino, por meio da Virgem Santa Maria, bendita entre as mulheres:
R.:
4. Senhor Jesus Cristo, que, pregado na cruz, nos destes como Mãe da Igreja aquela que tínheis escolhido para vossa
Mãe: R.:
5. Senhor Jesus Cristo, que, pelo mistério das mães, dais à Igreja novos filhos, multiplicando e engrandecendo a sua
alegria: R.:
Bênção das grávidas
P- Senhor Deus, Criador do género humano, cujo Filho, pelo poder do Espírito Santo, Se dignou nascer da Virgem
Maria, para redimir e salvar os homens: escutai com bondade as preces destas vossas servas, que humildemente Vos
suplicam pela saúde dos filhos que vão nascer, e concedei-lhes um parto feliz, para que, entrando seu filhos, na
comunidade dos fiéis, se dediquem plenamente ao vosso serviço e alcancem a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo! Ámen.
Oração da mulher grávida
Ó Maria Santíssima,
escolhida e chamada por Deus,
para ser a Mãe do Seu Filho Unigénito:
Vós que, depois da anunciação,
fecundada pelo poder do Espírito Santo,
fostes ao encontro da prima Isabel,
que estava no sexto mês da sua gravidez,
e, portanto, conheceis perfeitamente
as angústias e aflições das mães que esperam um filho,
especialmente nas incertezas do parto.
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Olhai para mim, vossa serva,
que, na aproximação do parto me sinto insegura,
e dai-me a graça de ter um parto feliz.
Fazei com que o meu bebé
nasça com saúde, perfeito e forte,
e eu Vos prometo oferecê-lo como filho da Igreja,
e guiá-lo pelo caminho verdadeiro da Vida,
que é o Vosso Filho, Jesus Cristo.
Virgem, Mãe do Menino Jesus,
Nossa Senhora da Boa Hora
rogai por mim, na vossa maternal proteção.
E que a minha hora do parto,
seja o sinal pascal da hora da glorificação
do Teu Filho Jesus Cristo,
que é Deus com o Pai,
na unidade do Espírito Santo!
CONCLUSÃO (Cf. Ritual das Bênçãos, 230)
P- Deus, fonte e origem de toda a vida,
te proteja com a sua bondade.
R. Ámen.
P- Ele confirme a tua fé, fortaleça a tua esperança e aumente cada vez mais a tua caridade.
R. Ámen.
P- No momento do parto, Ele atenda as tuas súplicas e te conforte com a sua graça.
R. Ámen.
Em seguida, abençoa todos os presentes, dizendo:
P- E a vós todos aqui presentes, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho + e Espírito Santo.
R. Ámen.
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Sexta, 18 de maio
Primeiro Mistério: A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras – semana da Vida
Texto bíblico: Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes,
então: “A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo”. E, adiantando-Se um pouco mais, caiu com
a face por terra, orando e dizendo: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice. No entanto, não seja como Eu
quero, mas como Tu queres” (Mt 26,37-39).
Meditação: «Frente às inumeráveis e graves ameaças contra a vida, presentes no mundo contemporâneo, poder-se-ia
ficar como que dominado por um sentido de impotência insuperável: jamais o bem poderá ter força para vencer o
mal!» (EV 29).
Prece: Desejamos muitas vezes que os outros, o mundo, os acontecimentos… sejam como queremos! Não o
conseguindo, pedimos a Deus que satisfaça as nossas mesquinhas vontades. Senhor, que o vosso Espírito nos inspire a
pedir antes a força para aceitar a vossa vontade sem medos nem angústias.
Segundo Mistério: A Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo
Texto bíblico: Dito isto, [Pilatos] foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: “Não vejo N’ele nenhum crime. Mas é costume
eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?”. Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo:
“Esse não, mas sim Barrabás!”. Ora Barrabás era um salteador. Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-l’O (Jo 18,3840–19,1).
Meditação: «Todos quantos se veem oprimidos pela pobreza, pela fraqueza, pela doença ou tribulações várias, e os
que sofrem perseguição por amor da justiça, saibam que estão unidos, de modo especial, a Cristo nos seus
sofrimentos pela salvação do mundo» (LG 41).
Prece: Senhor Jesus, ensinai-nos a cooperar com a vossa divina vontade em todas as circunstâncias da nossa vida e a
ser verdadeiras testemunhas da vossa infinita caridade para com todos.
Terceiro Mistério: A Coroação de espinhos de Jesus
Texto bíblico: Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha na cabeça, e uma cana na mão direita. Dobrando o joelho
diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo: “Salve! Rei dos Judeus!”. E, cuspindo-Lhe no rosto, agarravam na cana e batiamlhe na cabeça (Mt 27,29-30).
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Meditação: «Quando se nega Deus e se vive como se Ele não existisse ou de qualquer modo não se têm em conta os
seus mandamentos, então facilmente se acaba por negar ou comprometer também a dignidade da pessoa humana e a
inviolabilidade da sua vida» (EV 96).
Prece: Dai-nos, Senhor, a capacidade de Vos ver em cada pessoa. Que em todos saibamos reconhecer a dignidade
comum de filhos de Deus, chamados à comunhão total com Ele.
Quarto Mistério : Jesus a caminho do Calvário com a Cruz aos ombros
Texto bíblico: Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, onde
O crucificaram (Jo 19,17-18).
Meditação: «Na Cruz está o “Redentor do homem”, o Homem das dores, que assumiu sobre si os sofrimentos físicos e
morais dos homens de todos os tempos, para que estes possam encontrar no amor o sentido salvífico dos próprios
sofrimentos e respostas válidas para todas as suas interrogações» (SD 31).
Prece: Senhor, na caminhada para o Calvário manifestais toda a vossa coerência e total submissão à vontade do Pai.
Dai-nos a graça de Vos seguir na aceitação coerente das implicações das nossas escolhas.
Quinto Mistério: A Crucificação e Morte de Jesus
Texto bíblico: Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro
à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. […] O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo
rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, expirou
(Lc 23,33-44.45-46).
Meditação: «Para descobrir o sentido profundo do sofrimento, seguindo a Palavra de Deus revelada, é preciso abrir-se
amplamente ao sujeito humano com as suas múltiplas potencialidades. É preciso, sobretudo, acolher a luz da
Revelação, não só porque ela exprime a ordem transcendente da justiça, mas também porque ilumina esta ordem
com o amor, qual fonte definitiva de tudo o que existe. O Amor é ainda a fonte mais plena para a resposta à pergunta
acerca do sentido do sofrimento. Esta resposta foi dada por Deus ao homem na Cruz de Jesus Cristo» (SD 13).
Prece: Senhor, de braços abertos, sobre a cruz, acolhestes em vosso Pai toda a humanidade. Ajudai-nos a abraçar
todos os irmãos e, com especial solicitude, os que mais sofrem e necessitam de descobrir o sentido da vida.
«Ó Maria,
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
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confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem
no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.
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Sábado, 19 de maio
Mistérios gozosos – Semana da Vida
Primeiro Mistério: A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora
Texto bíblico: Maria disse ao anjo: “Como será isso se eu não conheço homem?” O anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo
virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. […] Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor, façase em mim segundo a tua palavra”(Lc 1,34-35.38).
Meditação: «Quem esteve a acolher “a vida” em nome e proveito de todos, foi Maria, a Virgem mãe, a qual, por isso
mesmo, mantém laços pessoais estreitíssimos com o Evangelho da vida. O consentimento de Maria, na Anunciação, e a
sua maternidade situam-se na própria fonte do mistério daquela vida que Cristo veio dar aos homens (cf. Jo 10,10).
Através do acolhimento e carinho que Ela prestou à vida do Verbo feito carne, a vida do homem foi salva da
condenação à morte definitiva e eterna» (EV 102).
Prece: Mãe de Jesus e nossa mãe, obtende-nos de vosso Filho a graça de anunciarmos com coragem o Evangelho da
Vida.
Segundo Mistério: A Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel
Texto bíblico: Por aqueles dias, pôs-se Maria a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel (Lc 1- 39, 41).
Meditação: «No serviço da caridade, há uma atitude que nos há de animar e caracterizar: devemos cuidar do outro
enquanto pessoa confiada por Deus à nossa responsabilidade. Como discípulos de Jesus, somos chamados a fazermonos próximo de cada homem (cf. Lc 10,29-37), reservando uma preferência especial a quem vive mais pobre, sozinho e
necessitado» (EV 87).
Prece: Pela vossa intercessão, Santa Mãe de Deus, sejamos confirmados na alegria da entrega generosa ao serviço dos
irmãos.
Terceiro Mistério: O Nascimento de Jesus no presépio de Belém
Texto bíblico: “Anuncio-vos uma grande alegria […]: Hoje, nasceu-vos um salvador, que é o Messias Senhor” (Lc 2,10-11).
Meditação: «Na “carne” de cada homem, Cristo continua a revelar-Se e a entrar em comunhão connosco […]. Esta é a
verdade fascinante mas exigente, que Cristo nos manifesta e que a sua Igreja incansavelmente propõe: “Quem
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receber um menino como este, em meu nome, é a Mim que recebe” (Mt 18,5); “Em verdade vos digo: Sempre que
fizerdes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25,40)» (EV 104).
Prece: Que a Luz de Jesus nos ilumine e nos leve a acolher o dom da vida em cada criança que nasce.
Quarto Mistério: A Apresentação do Menino no Templo e a Purificação de Nossa Senhora
Texto bíblico: Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de
muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma” (Lc 2,34-35a).
Meditação: «A precariedade caracteriza a vida de Jesus, desde o seu nascimento. Depara-se certamente com o
acolhimento dos justos, que se unem ao “sim” pronto e feliz de Maria (cf. Lc 1,38). Mas logo aparece também a
rejeição por parte de um mundo que se torna hostil e procura o Menino “para o matar” (Mt 2,13). […] Exatamente por
este contraste […] resplandece com maior força a glória que irradia da casa de Nazaré e da manjedoura de Belém:
esta vida que nasce é salvação para a humanidade inteira (cf. Lc 2,10-11)» (EV 33).
Prece: Senhor Jesus, que sois para o mundo sinal de contradição, ajudai-nos a construir a cultura da vida, com novas
atitudes de justiça, de solidariedade e de amor.
Quinto Mistério: O Encontro do Menino Jesus no Templo, entre os Doutores
Texto bíblico: Sua mãe disse-Lhe: “Filho porque nos fizeste isto?”. Ele respondeu-lhes: “Porque Me procuráveis? Não
sabíeis que devia estar em casa de Meu Pai?” (Lc 2,48-49)
Meditação: «O Menino Jesus, perdido e procurado com angústia por Maria e José, foi encontrado no templo, ocupado
nas coisas do seu Pai; não entenderam a resposta que o Filho lhes deu; porém a Mãe guardava em seu coração e
meditava todas estas coisas (cf. Lc 2,41-51)» (LG 57).
Prece: Dai-nos, Senhor, sabedoria e coragem para defendermos sempre a dignidade da pessoa humana e a
inviolabilidade da sua vida.
«Ó Maria,
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
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de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem
no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.
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Domingo, 20 de maio
Mistérios gloriosos – Semana da Vida
Primeiro Mistério: A Ressurreição de Jesus
Texto bíblico: “Por que buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou,
quando ainda estava na Galileia, dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às mãos dos pecadores, ser
crucificado e ressuscitar ao terceiro dia” (Lc 24,5b-7).
Meditação: «A súplica que brota do coração do homem no confronto supremo com o sofrimento e a morte,
especialmente quando é tentado a fechar-se no desespero e como que a aniquilar-se nele, é sobretudo uma petição
de companhia, solidariedade e apoio na prova. […] A certeza da imortalidade futura e a esperança na ressurreição
prome-tida projetam uma luz nova sobre o mistério do sofrimento e da morte e infundem no crente uma força
extraordinária para se abandonar ao desígnio de Deus» (EV 67).
Prece: Pelo vosso Filho, morto e ressuscitado para nossa salvação, concedei-nos, Senhor, que sejamos à nossa volta
fermento de esperança e construtores generosos de uma nova cultura da vida.
Segundo Mistério: A Ascensão de Jesus ao Céu
Texto bíblico: Enquanto os abençoava, separou-Se deles e elevou-Se ao Céu. E eles, depois de se terem prostrado diante
d’Ele, voltaram para Jerusalém com grande alegria (Lc 24,51-52).
Meditação: «A vida que Deus dá ao homem é diferente e distinta, se comparada com a de qualquer outra criatura viva,
dado que Ele, apesar de aparentado com o pó da terra (cf. Gn 2, 7; 3, 19; Job 34, 15; Sal 103/102, 14; 104/103, 29), é no
mundo, manifestação de Deus, sinal da sua presença, vestígio da sua glória (cf. Gn 1, 26-27; Sal 8,6)» (EV 34).
Prece: Movei, Senhor, as nossas vontades para que saibamos respeitar e defender a todo o custo cada existência
humana, cuidando de quem sofre e socorrendo quem necessita.
Terceiro Mistério: A Descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos
Texto bíblico: Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes
inspirava que se exprimissem (Act 2,3-4).
Meditação: «Interiormente renovados pela graça do Espírito, “Senhor que dá a vida”, tornámo-nos um povo a favor da
vida, e como tal somos chamados a comportar-nos. Somos enviados: estar ao serviço da vida não é para nós um título
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de glória, mas um dever que nasce da consciência de sermos “o povo adquirido por Deus para proclamar as suas obras
maravilhosas” (cf. 1 Pe 2, 9)» (EV 79).
Prece: Derramai, Senhor, o vosso Espírito em nossos corações para escutarmos a Palavra do vosso Filho e
anunciarmos a todos os povos as vossas maravilhas.
Quarto Mistério: A Assunção da Santíssima Virgem ao Céu
Texto bíblico: “Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor”
(Lc 1,45)
Meditação: «A Igreja está plenamente consciente de trazer em si o Salvador do mundo, Cristo Senhor, e de ser
chamada a dá-l’O ao mundo, regenerando os homens para a própria vida de Deus. Mas não pode esquecer que esta
sua missão se tornou possível pela maternidade de Maria, que concebeu e deu à luz Aquele que é “Deus de Deus”,
“Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”» (EV 103).
Prece: Pela Mãe do vosso Filho, por Vós elevada à glória celeste, concedei-nos, Senhor, que saibamos acolher,
respeitar, defender e amar cada vida humana como dom preciosíssimo do vosso amor.
Quinto Mistério: A Coroação de Nossa Senhora, no Céu, como Rainha dos Anjos e dos Santos
Texto bíblico: Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de Sol, com a Lua debaixo dos pés e com uma coroa
de doze estrelas na cabeça (Ap 12,1).
Meditação: «Quando chegou a plenitude do tempo, enviou o seu Filho nascido de uma mulher […] a fim de recebermos a
adoção de filhos (Gl 4, 4-5). […] Este mistério divino de salvação revela-se-nos e continua na Igreja, que o Senhor
constituiu como seu corpo, na qual os fiéis, unidos a Cristo sua cabeça, e em comunhão com todos os santos, devem
também, e em primeiro lugar, venerar a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe do nosso Deus e Senhor
Jesus Cristo» (LG 52).
Prece: Maria, nossa Mãe, intercedei por nós para que recebamos de vosso Filho a graça de sermos fortes na fé,
perseverantes na esperança e corajosos no anúncio do Evangelho da Vida.
«Ó Maria,
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
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para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem
no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.
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Segunda, 21 de maio
Cf. 1ª Catequese preparatória do VII Encontro Mundial de Famílias
O Segredo de Nazaré
Introdução: Hoje damos início a um conjunto de reflexões, inspiradas nas catequeses preparatórias do VII Encontro
Mundial das Famílias, em Milão. Para refletir sobre a dignidade e o papel da família, nada como procurar descobrir, em
primeiro lugar, o segredo da família de Nazaré. Escutemos, em primeiro lugar, um breve excerto do prólogo do quatro
evangelho:
No 1º mistério meditemos na família de Nazaré, lugar que acolhe e gera a vida em plenitude
Texto bíblico: 11Veio ao meio dos seus, e os seus não o receberam.12Mas a todos aqueles que o receberam, aos que
creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 11-12).
Meditação: O texto apresenta-nos Jesus que habita no meio do seu povo: «Veio ao meio dos seus, e os seus não o
receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem
filhos de Deus». A Palavra eterna parte do seio do Pai, vem para o meio do seu povo e entra numa família humana. O
povo de Deus, que deveria ser o ventre acolhedor do Verbo, revela-se estéril. Os seus não o receberam mas, pelo
contrário, eliminam-no. O mistério da rejeição de Jesus de Nazaré insere-se no coração da sua vinda para o meio dos
nós. Mas a todos aqueles que o recebem, «deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus».
Aos pés da cruz, João vê realizar-se aquilo que ele mesmo proclama no início do seu Evangelho. «Quando vê a sua mãe
e, perto dela, o discípulo que ele amava» (Jo 19, 26), Jesus confia à mãe o novo filho, e ao discípulo que ele amava,
confia a mãe. Depois, o evangelista comenta: «E a partir dessa hora, o discípulo levou-a consigo para a sua casa» (19,
27). Eis o «estilo» que Jesus nos pede, para vir ao meio de nós: um estilo capaz de receber e de gerar. Jesus pede que a
família seja lugar que acolhe e gera a vida em plenitude. Ela não gera apenas a vida física, mas abre à promessa e à
alegria. A família torna-se capaz de «receber», se souber preservar a sua própria intimidade, a história de cada um, as
tradições familiares, a confiança na vida e a esperança no Senhor. A família torna-se capaz de «gerar», quando faz
circular os dons recebidos, quando conserva o ritmo da existência quotidiana entre trabalho e festa, entre afeto e
caridade, entre compromisso e gratuidade.
Prece: Peçamos, neste mistério, esta dádiva que se recebe em família: conservar e transmitir a vida, no casal e aos
filhos.
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No segundo mistério, meditemos na Família de Nazaré, como lugar Nazaré é o lugar da humildade e do escondimento
e do crescimento de Jesus
Texto bíblico: São Lucas diz, em jeito de resumo, no seu evangelho da infância de Jesus: “40O menino ia crescendo e
fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele. 41Os seus pais iam todos os anos a
Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa
[...] 51Em seguida, desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu
coração. 52E Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 40-42.51-52).
Meditação: O versículo com que tem início este trecho delineia com poucos traços o «segredo de Nazaré». É o lugar
onde crescer em sabedoria e graça de Deus, no contexto de uma família que recebe e gera. «O menino ia crescendo e
fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele». O mistério de Nazaré diz-nos de
modo simples que Jesus, a Palavra que vem do Alto, o Filho do Pai, se faz menino, assume a nossa humanidade, cresce
como um jovem no seio de uma família, vive a experiência da religiosidade e da lei, a vida quotidiana cadenciada pelos
dias de trabalho e pelo descanso do sábado, o calendário das festas.
Com efeito, o versículo de encerramento do episódio diz que Jesus «desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes
submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura (maturidade),
sabedoria e graça diante de Deus e dos homens». Eis o profundo mistério de Nazaré: Jesus, a Palavra de Deus em
pessoa, imergiu-se na nossa humanidade durante trinta anos!
As palavras dos homens, as relações familiares, a experiência da amizade e da conflitualidade, da saúde e da
enfermidade, da alegria e do sofrimento tornaram-se linguagens que Jesus aprendeu, para proferir a Palavra de Deus.
De onde vêm, a não ser da família e do ambiente de Nazaré, as palavras de Jesus, as suas imagens, a sua capacidade
de contemplar os campos, o camponês que semeia, a messe que lourece, a mulher que mistura a farinha, o pastor que
extraviou a ovelha, o pai com os seus dois filhos. Onde foi que Jesus aprendeu a sua surpreendente capacidade de
narrar, imaginar, comparar e pregar na vida e com a vida? Não vêm elas porventura da imersão de Jesus na vida de
Nazaré? Por isso dizemos que Nazaré é o lugar da humildade e do escondimento.
Prece: Peçamos neste mistério: que as nossas famílias sejam o primeiro lugar da descoberta e da experiência do amor
de Deus.
No terceiro mistério, meditemos na família de Nazaré, como escola do evangelho
Texto bíblico: «Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos,
subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa».
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Meditação: Jesus vive numa família caracterizada pela espiritualidade judaica e pela fidelidade à lei: «A família e a lei
constituem o contexto onde Jesus cresce em sabedoria e graça. A família e a religiosidade judaicas, uma família
patriarcal e uma religião doméstica, com as suas festas anuais, com o sentido do sábado, com a oração e o trabalho
diário, com o estilo de um amor de casal puro e meigo, fazem compreender que Jesus viveu profundamente a sua
família.
Também nós crescemos numa família humana, dentro de vínculos de acolhimento que nos fazem crescer e responder
à vida e a Deus. Também nós nos tornamos aquilo que recebemos. O mistério de Nazaré é o conjunto de todos estes
vínculos: a família e a religiosidade, as nossas raízes e o nosso povo, a vida diária e os sonhos para o porvir. A aventura
da vida humana começa a partir daquilo que recebemos: a vida, a casa, o afeto, a língua e a fé. A nossa humanidade é
forjada por uma família, com as suas riquezas e as suas pobrezas.
Prece: Peçamos neste mistério, que as nossas famílias sejam primeira escola da fé e da prática do evangelho.
No quarto mistério, meditemos na Igreja, como família dos filhos de Deus
Texto do Magistério da Igreja: Aprendamos a descobrir de novo um rosto mais familiar de Igreja, com a adoção de «um
estilo de relações mais humano e fraterno».
Meditação: «Animada e sustentada pelo mandamento novo do amor, a família cristã vive a acolhida, o respeito, o
serviço para com o homem, considerado sempre na sua dignidade de pessoa e de filho de Deus. Isto deve acontecer,
antes de tudo, no e para o casal e para a família, mediante o empenho quotidiano de promover uma autêntica
comunidade de pessoas, fundada e alimentada por uma íntima comunhão de amor. Deve além disso ampliar-se para o
círculo mais universal da comunidade eclesial, dentro da qual a família cristã está inserida: graças à caridade da família,
a Igreja pode e deve assumir uma dimensão mais doméstica, isto é, mais familiar, adotando um estilo de relações mais
humano e fraterno.
Prece: Peçamos neste mistério: que as nossas famílias se tornem «igrejas domésticas» e a nossa Paróquia se torne
uma «família de famílias».
No Mistério, meditemos no exemplo da Família de Nazaré
Texto do Magistério da Igreja: Disse em Nazaré o saudoso Papa Paulo VI: “Nazaré é a escola em que se começa a
compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. (…) Aqui, nesta escola, se
compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e
sermos discípulos de Cristo.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Em primeiro lugar uma lição de silêncio! Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável
hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos
clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo! Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a
interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a
necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração
que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples
beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar
e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa
mas redentora, do trabalho humano.
(Das Alocuções de Paulo VI, Papa, Alocução em Nazaré, a 5 de janeiro de 1964; cf. Liturgia das Horas, Ofício de Leitura da Festa da Sagrada Família.
Prece: Peçamos neste mistério, que as nossas famílias se tornem a primeira escola de silêncio, de vida familiar e de
trabalho.
Oração Final
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Pai,
nós Te adoramos, Fonte de toda comunhão!
Protege e abençoa as nossas famílias
para que nelas haja comunhão e doação mútua
entre os esposos, entre pais e filhos.
Nós Te contemplamos
Artífice de toda perfeição e de toda beleza;
concede a cada família um trabalho digno e justo,
para podermos ter o necessário sustento
e gozar do privilégio de sermos teus colaboradores
na edificação do mundo.
Nós Te glorificamos,
Motivo de júbilo e de festa;
abre também às nossas famílias o caminho da alegria e do repouso
para podermos gozar, desde então, daquela alegria perfeita
que nos doaste em Cristo Ressuscitado.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Assim os nossos dias, laboriosos e fraternos,
são frestas abertas sobre o teu mistério de amor e de luz,
que o Cristo teu Filho nos revelou
e o Espírito vivificador nos antecipou.
E nós viveremos satisfeitos de sermos a tua família,
no caminho para Ti,
Deus bendito para sempre.
Amém.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Terça, 22 de maio
Cf. 2ª Catequese do VII Encontro Mundial de Famílias
A família gera a vida
«A família é verdadeiramente “o santuário da vida (...), o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente
acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de
um crescimento humano autêntico” (Centesimus annus, 39). Por isso, o papel da família é determinante e insubstituível
na construção da cultura da vida. Vamos hoje meditar neste tema: a família gera a vida. Deixemo-nos guiar pelas
primeiras páginas da Bíblia, que nos oferecem dois relatos da criação da pessoa humana, onde está clara a dimensão
do amor conjugal, aberta à vida.
No 1º mistério, meditemos no projeto do Criador que chama homem e mulher à comunhão de vida e amor
Texto bíblico: Diz-se logo na primeira narrativa da criação do homem, no livro do Génesis: 27Deus criou o homem à sua
imagem; criou-o à imagem de Deus: criou-os varão e mulher (Gn 1, 27).
Meditação: Por que motivo Deus criou o homem e a mulher? Por que quis que no casal humano, mais do que em
qualquer outra criatura, resplandecesse a sua imagem. O homem e a mulher que se amam, com todo o seu ser, são o
berço que Deus escolheu para ali depositar o seu amor, a fim de que cada filho e cada filha que nascem no mundo
possa conhecê-lo, recebê-lo e vivê-lo, de geração em geração, prestando louvor ao Criador.
Nas primeiras páginas da Bíblia explica-se o bem que Deus pensou para as suas criaturas. Deus criou o homem e a
mulher iguais em dignidade, e no entanto diferentes: um é homem, e o outro é mulher. A semelhança unida à diferença
sexual permite aos dois entrar em diálogo criativo, estabelecendo uma aliança de vida, que não diz respeito unicamente
a eles mesmos, mas envolve o Criador!
Prece: Peçamos neste mistério: Que a aliança que une homem e uma mulher, na sua diferença e complementaridade,
seja sempre vivida à imagem e semelhança do Deus, aliado do seu povo.
No segundo mistério meditemos na comunhão dos esposos, como bênção para o ser humano
Texto bíblico: Diz-se ainda noutra passagem do livro do Génesis: 18E o Senhor Deus disse: «Não é bom que o homem
esteja só: vou dar-lhe uma ajuda, que lhe seja adequada».
Meditação: Para cumular a solidão de Adão, Deus cria para ele «uma ajuda que lhe seja adequada». Na Bíblia, o termo
«ajuda» tem sobretudo Deus como sujeito, a ponto de se tornar um título divino («O Senhor está comigo, é a minha
ajuda» Sl 117, 7); além disso, com «ajuda» não se entende uma intervenção genérica, mas o socorro oferecido diante de
um perigo mortal. Portanto, a mulher e o homem são, um para o outro, uma «ajuda» que «está à sua frente», sustém,
compartilha e comunica, excluindo qualquer forma de inferioridade ou de superioridade. A igual dignidade entre o
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
homem e a mulher não admite qualquer hierarquia e, ao mesmo tempo, não exclui a diferença. A diferença permite ao
homem e à mulher estreitar-se em aliança, e a aliança fortalece-os.
Prece: Que os nossos casais, saibam acolher e respeitar as respetivas diferenças, como caminho de crescimento e
condição para a geração de novas vidas.
No terceiro mistério, meditemos na diferença entre homem e mulher como um dom para a comunhão entre ambos
Texto bíblico: E continua o livro do Génesis: 19Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos
campos e todas as aves dos céus, levou-os ao homem para ver como ele lhes havia de chamar: e cada nome que o
homem deu aos animais vivos, tal devia ser o seu verdadeiro nome.
20Assim,
o homem deu um nome a todos os
animais, a todas as aves dos céus e a todos os animais dos campos; mas não se encontrava para o homem uma ajuda
que lhe fosse adequada. 21Então, o Senhor Deus mandou descer sobre o homem um profundo sono; e enquanto ele
dormia, tirou-lhe uma costela e fechou com a carne o seu lugar. 22E da costela que tinha tirado do homem, o Senhor
Deus criou uma mulher, e levou-a para junto do homem. 23Então, o homem disse: «Eis agora aqui, o osso dos meus
ossos, e a carne da minha carne; ela chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem». 24Por isso, o homem deixará o
seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne (Gn 2, 18-24).
Meditação: Nesta segunda narrativa da criação, Adão descobre-se homem precisamente no momento em que
reconhece a mulher: o encontro com a mulher faz-lhe entender e mencionar o seu ser homem. O reconhecimento
recíproco do homem e da mulher derrota o mal da solidão e revela a bondade da aliança conjugal.
A diferença dos dois sexos é muito importante. É o pressuposto para que cada um possa desenvolver a sua própria
humanidade na relação e na interação com o outro. Quando os dois cônjuges se entregam totalmente um ao outro,
juntos doam-se também aos filhos que poderiam nascer.
Prece: Peçamos neste mistério: que esta dinâmica do dom nunca seja depauperada, cada vez que se recorre a uma
utilização egoísta da sexualidade, excluindo toda a abertura à vida!
No quarto mistério, meditemos na comum dignidade do Homem e mulher, criados por Deus à sua imagem e
semelhança:
Texto bíblico: Diz-se no livro do Génesis: 23Então, o homem disse: «Eis agora aqui, o osso dos meus ossos, e a carne da
minha carne; ela chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem». 24Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe
para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne (Gn 2, 18-24).
Meditação: O homem e a mulher que se amam no desejo e na ternura dos corpos, assim como na profundidade do
diálogo, tornam-se aliados que se reconhecem um graças ou outro, mantendo a palavra dada, são fiéis ao pacto,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
sustentam-se mutuamente para realizar aquela semelhança com Deus à qual, como varão e mulher, são chamados
desde a fundação do mundo. Ao longo do caminho da vida aprofundam a linguagem do corpo e da palavra, porque de
ambos há tanta necessidade quanto do ar e da água.
Prece: Peçamos neste mistério: Que homem e mulher evitem as insídias do silêncio, da distância e da incompreensão.
Não raro, os ritmos de trabalho, quando se tornam extenuantes, subtraem tempo e energias ao cuidado da relação
entre os esposos: descubram então a necessidade do tempo da festa, que celebra a aliança e a vida.
No quinto mistério, meditemos na unidade conjugal, como expressão do amor de Deus
Texto bíblico: Diz-se no livro do Génesis: «Eis agora aqui, o osso dos meus ossos, a carne da minha carne»:
Meditação: O homem pronuncia estas suas primeiras palavras diante da mulher. Até àquele momento ele tinha
«trabalhado», dando um nome aos animais, mas permanecendo ainda sozinho, incapaz de pronunciar palavras de
comunhão. No entanto, quando vê diante de si a mulher, o homem profere palavras de admiração, reconhecendo nela
a grandeza de Deus e a beleza dos afetos.
Deus confia a sua criação à comunhão rica de enlevo, gratidão e solidariedade de um homem e de uma mulher.
Aliando-se no amor, ao longo do tempo eles tornar-se-ão «uma só carne».
No casal existe admiração, acolhimento, dedicação, alívio à infelicidade e à solidão, aliança e gratidão pelas obras
maravilhosas de Deus. E deste modo ela torna-se terreno fértil onde a vida humana é semeada, germina e vem à luz.
Prece: Peçamos neste mistério que a relação conjugal dos esposos se torne lugar de vida, lugar de Deus: acolhendo
tanto um como o Outro, o casal humano realize o seu destino ao serviço da criação e, tornando-se cada vez mais
semelhante ao seu Criador, percorra o caminho rumo à santidade.
Meditação antes das 3 AM
Diz-nos o Papa Bento XVI:
«A família tem a ver com os seus membros durante toda a existência de cada um, desde o nascimento até à morte. Ela
é verdadeiramente “o santuário da vida (...), o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e
protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um
crescimento humano autêntico” (Centesimus annus, 39). Por isso, o papel da família é determinante e insubstituível na
construção da cultura da vida. Como igreja doméstica, a família é chamada a anunciar, celebrar e servir o Evangelho da
vida.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quarta, 23 de maio
Cf. 3ª Catequese - A família vive a provação
Nesta noite, iremos refletir nas «noites da família» que caem sobre todas as idades da vida e sobre todas as fases da
existência. Vamos ler com amor os sofrimentos e as dificuldades que atravessam a vida familiar. Partimos do texto da
fuga da sagrada família para o Egito. Recordemos o texto de São Mateus:
Texto bíblico: 13Um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e a sua mãe, e
foge para o Egito; permanece lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino, para o matar».14José
levantou-se durante a noite, tomou o menino e a sua mãe, e fugiu para o Egito. 15Ali permaneceu até à morte de
Herodes, para que se cumprisse quanto o Senhor dissera através do profeta: «Do Egito chamei o meu filho».19Quando
Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse-lhe: 20«Levanta-te, toma o menino e a
sua mãe, e retorna para a terra de Israel, porque morreram aqueles que atentavam contra a vida do menino». 21José
levantou-se, tomou o menino e a sua mãe, e foi para a terra de Israel. 22No entanto, aoouvir que Arquelau reinava na
Judeia, no lugar do seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Depois, avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a
província da Galileia, 23e foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que assim se cumprisse o que fora dito pelos
profetas: «Será chamado Nazareno» (Mt 2, 13-15.19-23).
No primeiro mistério, meditemos neste pormenor bíblico: Um anjo apareceu em sonhos a José.
Meditação: Mais cedo ou mais tarde, de vários modos, a vida de família é posta à prova. Então, exigem-se sabedoria,
discernimento e esperança, muita esperança, às vezes para além de qualquer evidência humana. O sofrimento, o
limite e a falência fazem parte da nossa condição de criaturas, assinalada pela experiência do pecado, ruína de toda a
beleza, corrupção de toda a bondade. Isto não significa que somos destinados a sucumbir; pelo contrário, a aceitação
desta condição estimula-nos a confiar na presença benévola de Deus, que sabe renovar todas as coisas.
Este trecho evangélico descreve com tons dramáticos a viagem de uma família, a família de Jesus, aparentemente
semelhante a muitas outras: a criança está em perigo e, durante a noite, é necessário partir imediatamente,
empreendendo a viagem rumo a uma terra estrangeira. Assim, a jovem família encontra-se a encaminhar-se por uma
estrada imprevista, complicada e inquietadora.
É aquilo que acontece também nos dias de hoje e muitas famílias, obrigadas a deixar as suas habitações para poder
oferecer aos seus filhos um contexto de vida melhor e para os subtrair aos perigos do mundo circunstante.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Peçamos neste mistério: Que os pais saibam «ouvir os anjos», isto é, que saibam discernir espiritualmente os
acontecimentos e os momentos da vida familiar, para que as relações sejam sempre purificadas, favorecidas e curadas
pela graça de Deus.
No segundo mistério, meditemos neste pormenor bíblico: «Toma o menino e a sua mãe»
Meditação: José obedece, toma o menino e a sua mãe, e afasta-os da situação de perigo. Com efeito, o rei Herodes,
que devia ser garante da vida do seu povo, na realidade transformou-se no perseguidor do qual escapar.
Também hoje, a família vive em contacto com insídias perigosas e dissimuladas: sofrimento, pobreza e prepotência, mas
também ritmos de trabalho excessivos, consumismo, indiferença, abandono, solidão... O mundo inteiro pode
apresentar-se como hostil, adversário da vida dos mais pequeninos, de muitas formas. Cada pai ou mãe gostaria de
tornar mais fácil o mundo, mais habitável para os seus filhos, demonstrando-lhes que a vida é boa e digna de ser vivida.
Prece: Peçamos neste mistério: Que os homens que são pais saibam superar as incertezas, a ir em frente, a cuidar do
menino e da mãe.
No terceiro mistério, meditemos neste pormenor bíblico: «Fugiu para o Egito»
Meditação: O Egito enche de pensamentos o imaginário de Israel: é a terra em que foram hospedados Jacob e os seus
filhos e, antes ainda, o seu filho José, vendido pelos próprios irmãos; é a terra onde o povo sofreu a escravidão e
experimentou a libertação. José parte «durante a noite». Na noite nada se vê, o homem caminha como um cego;
porém, é possível ouvir e escutar a voz que sustém e encoraja. Existem muitas «noites» que caem sobre a vida de
família: aquelas povoadas de sonhos, bons e maus; aquelas que veem o casal andar às apalpadelas na escuridão de um
relacionamento que se tornou difícil; aquelas dos filhos em crise, que se tornam mudos, distantes, ou então
acusadores e rebeldes... quase irreconhecíveis. Todas estas noites – ensina a narração da fuga para o Egito – podem
ser atravessadas, levando o filho para um lugar seguro, na medida em que se mantiver com confiança o ouvido atento
à Palavra do Senhor.
Prece: Peçamos neste mistério: Que os pais preservem os filhos contra as numerosas noites da sua relação, dos seus
problemas, e contra as noites dos seus próprios filhos, por vezes muito dolorosas, por causa das suas escolhas
contrárias ao bem.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No quarto mistério, meditemos neste pormenor bíblico: Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em
sonhos a José, no Egito, e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e a sua mãe, e retorna para a terra de Israel, porque
morreram aqueles que atentavam contra a vida do menino».
Meditação: Ainda em sonhos, José compreende que chegou o momento de reconduzir a família para a terra de Israel.
Sabiamente toma as iniciativas, avalia a situação e decide – iluminado por uma profecia misteriosa – estabelecer a sua
morada em Nazaré, um lugar mais seguro em relação à Judeia. Nada pode pôr em xeque a providência de Deus, capaz
de salvar das situações mais difíceis e perigosas todos aqueles que se lhe confiam.
Prece: Peçamos neste mistério: Que as nossas famílias descubram que Deus está presente nas noites da vida. E que, na
trama escondida e às vezes obscura dos acontecimentos, tece o seu desígnio de salvação.
No quinto mistério meditemos nas noites das famílias de hoje:
Texto do Magistério da Igreja: «Um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do
exemplo do Bom Pastor, é pedido para aquelas famílias que se encontram em situações difíceis [...] Tais são, por
exemplo, as famílias dos emigrantes por motivos de trabalho; as famílias de quantos são obrigados a ausências longas,
como, por exemplo, os militares, os marinheiros, os itinerantes de todo o tipo; as famílias dos presos, dos refugiados e
dos exilados; as famílias que vivem praticamente marginalizadas nas grandes cidades; aquelas que não têm casa, as
incompletas ou «monoparentais»; as famílias com filhos deficientes ou drogados; as famílias dos alcoólatras; as
desenraizadas do seu ambiente social e cultural ou em risco de perdê-lo; as discriminadas por motivos políticos ou por
outras razões; as famílias ideologicamente divididas; as que dificilmente conseguem ter um contacto com a paróquia;
as que sofrem violência ou tratamentos injustos por causa da própria fé; as que se compõem de cônjuges menores; os
anciãos, não raramente forçados a viver na solidão e sem meios adequados de subsistência [...]
Prece: Neste mistério, rezemos por todas as famílias, que experimentam a noite.
3 AM
Nestas 3 AM rezemos pelas famílias que têm necessidade de ajuda da comunidade eclesial e dos seus pastores, por
razões diversas: a irrequieta adolescência contestadora e às vezes tumultuosa dos filhos; o seu matrimónio, que os
separa da família de origem; a incompreensão ou a falta de amor da parte das pessoas mais queridas; o abandono do
cônjuge ou a sua perda, que faz começar a experiência dolorosa da viuvez, a morte de um familiar, que mutila e
transforma em profundidade o núcleo originário da família».
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quinta, 24 de maio
Cf. 4ª Catequese: A família anima a sociedade
Continuamos as nossas reflexões sobre a família, seguindo as catequeses preparatórias do VII Encontro Mundial de
Famílias. Hoje recordamos o papel da família na sociedade. A família oferece como dom à sociedade o precioso fruto
do amor gratuito que se reveste de docilidade, de bondade, de serviço, de abnegação e de estima recíproca. Por outro
lado, o ensinamento da Igreja sempre desejou ressaltar como a família, além de ser a escola dos afetos, se conota
inclusive como a «primeira escola de virtudes sociais». Efetivamente, ela possui uma dimensão pública específica e
originária, que influi positivamente sobre o bom funcionamento da sociedade e sobre a estabilidade dos vínculos
sociais. Por isso, a nossa reflexão desta noite é sobre o papel da família, que anima a sociedade.
Texto bíblico: Escutemos um texto revolucionário de Jesus, no seu famoso Sermão da Montanha, no evangelho segundo
São Mateus: 43Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.44Eu, porém, digo-vos: amai os
vossos inimigos, fazei o bem a quantos vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem.
45Deste
modo, sereis os
filhos do vosso Pai que está nos céus, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover
sobre os justos e sobre os injustos.
46Se
assim também os próprios publicanos?
amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não agem
47E
se saudais apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não
agem assim também os pagãos? 48Portanto, sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
No primeiro mistério, fixemo-nos nestas palavras de Jesus: Ouvistes o que foi dito... Eu, porém, digo-vos.
Meditação: Por que motivo temos que educar os nossos filhos para a generosidade, o acolhimento, a gratidão, o
serviço, a solidariedade, a paz e todas aquelas virtudes sociais, tão importantes para a qualidade humana da sua vida?
Que vantagem obtêm eles de tudo isto?
Talvez não haja um aumento de riqueza, de prestígio e de segurança. E no entanto, só se cultivarem estas virtudes os
homens terão um futuro na terra. Elas crescem graças à perseverança daqueles que, como os pais, educam as novas
gerações para o bem.
A mensagem cristã encoraja-nos a algo maior, mais bonito, mais arriscado e mais promissor: a humanidade da família,
graças àquela centelha divina nela presente, e que nem sequer o pecado eliminou, pode renovar a sociedade em
conformidade com o desígnio do seu Criador.
A família é a primeira escola dos afetos, o berço da vida humana, onde o mal pode ser enfrentado e superado. A família
é um recurso precioso de bem para a sociedade. Ela constitui a semente da qual nascerão outras famílias, chamadas a
melhorar o mundo.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No entanto, pode acontecer que os laços familiares impeçam o desenvolvimento do papel social dos afetos. Isto
acontece quando a família arrebata para si energias e recursos, fechando-se na lógica da vantagem familiar, que não
deixa qualquer herança para o futuro da sociedade.
Prece: Peçamos a Jesus que liberte o casal e a família da tentação de se fecharem em si mesmos, pois Ele mesmo nos
diz: «Se amais somente aqueles que vos amam… se saudais apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário?».
No segundo mistério, fixemo-nos nestas palavras de Jesus: «Sereis os filhos do vosso Pai que está nos céus».
Meditação: Jesus exige este estilo de vida singular e assim revela que os homens estão destinados precisamente a
estas alturas. Confia no ensinamento que as famílias, por desígnio de Deus, são capazes de oferecer no caminho do
seu amor. Na família educa-se a dizer «obrigado» e «por favor», a ser generoso e disponível, a emprestar as próprias
coisas, a prestar atenção às necessidades e às emoções dos outros, a ter em consideração os cansaços e as
dificuldades de quem está próximo. Nos pequenos gestos da vida quotidiana, o filho aprende a estabelecer um bom
relacionamento com os outros e a viver na partilha.
Promover as virtudes pessoais é o primeiro passo para educar para as virtudes sociais. Na família ensina-se aos mais
pequeninos a emprestar os seus brinquedos, a ajudar os seus companheiros na escola, a pedir com gentileza, a não
ofender quem é mais fraco, a ser generoso nos favores. Por isso, os adultos esforçam-se em dar exemplo de atenção,
dedicação, generosidade e altruísmo. Assim a família torna-se o primeiro lugar onde se aprende o sentido mais
verdadeiro da justiça, da solidariedade, da simplicidade, da honestidade, da veracidade e da retidão.
Prece: Peçamos neste mistério que a família seja a «célula primeira e vital da sociedade» (FC, 42), em que se aprende
como é importante o vínculo com os outros.
No terceiro mistério, fixemo-nos nestas palavras de Jesus: «E o teu Pai, que vê no segredo, recompensar-te-á»
Meditação: A conservação dos vínculos e dos afetos familiares é melhor garantida, quando a família é boa e generosa
com as outras famílias, atenta às suas feridas, aos problemas dos seus filhos, por mais diferentes que sejam dos
nossos. Entre pais e filhos, entre marido e esposa, o bem aumenta na medida em que a família se abre à sociedade,
prestando atenção e oferecendo ajuda às necessidades dos outros. Deste modo, a família adquire motivações
importantes para desempenhar a sua função social, tornando-se fundamento e recurso principal da sociedade. A
capacidade de amar adquirida ultrapassa com frequência a necessidade da própria família. O casal torna-se disponível
para o serviço e a educação de outros jovens, além dos seus: também deste modo os pais se tornam pais e mães de
muitos.
Prece: Peçamos neste mistério: que as famílias se entreajudem, nas suas dificuldades e desafios.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No quarto mistério, fixemo-nos nestas palavras de Jesus: «Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos
céus»:
Meditação: A perfeição que aproxima as famílias do Pai que está nos céus é aquele «suplemento» de vida oferecido
para além do próprio núcleo familiar, um vestígio daquele amor superabundante que Deus derrama sobre as suas
criaturas.
Muitas famílias abrem a porta de casa à hospitalidade, cuidam do mal-estar e da pobreza do próximo, ou então
simplesmente batem à porta ao lado, para perguntar se há necessidade de algo, oferecem algumas roupas ainda em
boas condições, hospedam os companheiros de escola dos filhos para fazer os deveres escolares…Ou ainda, acolhem
uma criança que não tem família, ajudam a manter o calor familiar onde permaneceu somente o pai, ou apenas a mãe,
associam-se para ajudar outras famílias nas numerosas dificuldades contemporâneas, ensinando aos filhos o auxílio
recíproco em relação a quantos são diferentes por raça, língua, cultura e religião. Assim, o mundo torna-se mais
agradável e habitável para todos, beneficiando a qualidade de vida em vantagem da sociedade inteira.
Prece: Peçamos neste mistério: que as nossas famílias se ajudem, no meio das crises e sofrimentos, por que todos
passamos.
No quinto mistério, fixemo-nos nestas palavras do Beato João Paulo II: «As relações entre os membros da comunidade
familiar são inspiradas e guiadas pela lei da “gratuidade”
Meditação: Respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor, a
família torna-se se acolhimento cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso,
solidariedade profunda». [Familiaris Consortio, 42, 43]
Prece: Peçamos neste mistério, que as nossas famílias sejam o lugar onde cada pessoa vale pelo que é e não pelo que
produz.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Sexta, 25 de maio
Cf. 5ª Catequese: O trabalho e a festa na família
Continuamos as nossas reflexões sobre a família, seguindo as catequeses preparatórias do VII Encontro Mundial de
Famílias, sobre a Família, o Trabalho e a Festa. Hoje recordamos: não apenas o trabalho mas o próprio descanso
festivo constitui um direito fundamental e, ao mesmo tempo, um bem indispensável para os indivíduos e as suas
famílias: O homem e a mulher valem mais do que o seu trabalho: eles são feitos para a comunhão e para o encontro.
Por conseguinte, o domingo configura-se não já como um intervalo ao cansaço, a preencher com atividades frenéticas
ou experiências extravagantes, mas sim como o dia do descanso que abre ao encontro, leva a redescobrir o outro e
permite dedicar tempo às relações em família e com os amigos e à oração.
Vamos refletir, neste dia, sobre o trabalho e a festa na família. Comecemos pela leitura do livro do Génesis, que nos
fala do descanso de Deus, no final da sua obra criadora:
Leitura bíblica: “26Então, Deus disse: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes
do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se
arrastam sobre a terra». 27E Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus: criou-os varão e mulher.
28Deus
abençoou-os e disse-lhes: «Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra». 29Deus disse: «Eis que eu vos dou
toda a erva que produz semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente,
para que vos sirvam de alimento. 30E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a todos os seres que se
arrastam sobre a terra, e em que haja o sopro da vida, eu dou toda a erva verde como alimento». E assim se fez. 31Deus
contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.
1Assim
foram completados os céus, a terra e todos os seus exércitos. 2Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que
tinha feito, descansou do seu trabalho. 3Ele abençoou o sétimo dia e consagrou-o, porque nesse dia repousara de toda
a obra da Criação. 4Esta é a história da criação dos céus e da terra (Gn 1, 26-31; 2, 1-4a).
No primeiro mistério, meditemos nas palavras: «Deus disse: façamos o homem.»
Meditação: A narração bíblica das origens apresenta a criação do homem, varão e mulher, como obra de Deus, fruto
do seu trabalho. A obra criadora de Deus é acompanhada da sua palavra, aliás, realiza-se mediante a sua palavra:
«Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”… E Deus criou o homem à sua imagem…».
Aquilo que Deus leva a cabo não é sobretudo «usado», mas contemplado. Ele contempla aquilo que tinha feito, até
captar o seu esplendor, e alegra-se diante da beleza do bem que Ele criou. Aos seus olhos, o trabalho parece uma
obra-prima.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Para poder viver, o homem deve trabalhar, mas as condições de trabalho devem salvaguardar e, aliás, promover a sua
dignidade de pessoa. Hoje, o mercado do trabalho obriga não poucas pessoas, principalmente se são jovens e
mulheres, a situações de incerteza constante, impedindo-os de trabalhar com a estabilidade e as seguranças de ordens
económica e social, as únicas que podem garantir às jovens gerações a formação de uma família, e às famílias, a
geração e a educação dos seus filhos.
Prece: Peçamos neste mistério, que o trabalho humana, seja para cada pessoa uma forma de realização pessoal e de
serviço aos outros.
No segundo mistério, meditemos nas palavras: «Deus disse-lhes… enchei a terra e submetei-a»
Meditação: A criação «muito boa» não deve ser apenas contemplada pelo homem, mas é também um apelo à
colaboração. Com efeito, o trabalho é para cada homem uma chamada a participar na obra de Deus e, por isso, um
verdadeiro lugar de santificação. Transformando a realidade, ele reconhece que o mundo vem de Deus, que o
empenha a completar a obra boa por ele encetada. Isto significa, por exemplo, que o grave desemprego, fruto da
atual crise económica mundial, não apenas priva as famílias dos meios de sustento necessários mas, negando ou
reduzindo a experiência de trabalho, impede que o homem se desenvolva plenamente.
O trabalho não deve submeter o homem, mas o homem, através do trabalho, é chamado a «submeter» a terra (cf. Gn 1,
28). Depois de ter trabalhado durante seis dias na criação do mundo e do homem, no sétimo dia Deus descansa. O
homem não vive só de relações de trabalho, em função da economia.
Prece: Peçamos neste mistério: que as pessoas não vivam para o trabalho, mas encontrem também tempo para
cultivar as relações gratuitas dos afetos familiares e dos vínculos de amizade e de parentesco.
No terceiro mistério, meditemos nas palavras: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança»
Meditação: Criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26) o homem, como Deus, trabalha e descansa. O tempo
tranquilo do descanso e jubiloso da festa é também o espaço para dar graças a Deus, criador e salvador. Suspendendo
o trabalho, os homens recordam a experimentam que na origem da sua atividade de trabalho está a obra criativa de
Deus. A criatividade humana mergulha as suas raízes no Deus criador: só Ele cria a partir do nada.
Descansando em Deus, os homens encontram também a justa medida do seu trabalho, comparativamente com a sua
relação com o próximo. A atividade de trabalho está ao serviço dos vínculos mais profundos que Deus quis para a
criatura humana. O pão que se ganha trabalhando não é só para si mesmo, mas doa sustento também aos outros com
os quais se vive. Através do trabalho, os cônjuges nutrem a sua relação e a vida dos seus filhos.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Os ritmos de trabalho frenéticos, as viagens para ir ao trabalho e voltar para casa, reduzem drasticamente o espaço de
confronto e partilha entre os cônjuges e a possibilidade de estar com os filhos. Entre os desafios mais árduos dos
países economicamente desenvolvidos há o de equilibrar os tempos da família com os tempos do trabalho.
Prece: Peçamos neste mistério: que as leis laborais não sacrifiquem mais o tempo devido à família.
No quarto mistério, meditemos nas palavras: «Deus abençoou-os»…
Meditação: Da narração da criação sobressai uma estreita ligação entre o amor conjugal e a atividade de trabalho: com
efeito, a bênção de Deus diz respeito à fecundidade do casal e à sujeição da terra. Esta dúplice bênção convida a
reconhecer a bondade da vida familiar e da vida de trabalho. Por isso, encoraja a encontrar uma forma de viver a
família e o trabalho de modo equilibrado e harmonioso. Hoje não faltam tentativas que vão neste rumo, como por
exemplo, onde é possível e oportuno, o horário parcial de trabalho, ou as autorizações e as licenças compatíveis com
os deveres de trabalho, mas correspondentes às necessidades da família. Também a flexibilidade dos horários pode
favorecer o justo equilíbrio entre as exigências familiares, ligadas sobretudo ao cuidado dos filhos, e as exigências do
trabalho.
A bênção é dada aos cônjuges a fim de que sejam fecundos e beneficiem da fecundidade da terra. Abençoada por
Deus, a família é chamada a reconhecer os dons que recebe de Deus. Um modo concreto para recordar a obra
benéfica de Deus, origem de todo o bem, é a oração de bênção que a família recita à hora das refeições.
Prece: Peçamos neste mistério: que as nossas famílias saibam reunir-se para louvar a Deus e para lhe dar graças pelo
alimento! É um gesto tanto simples quanto profundo: é a expressão da gratidão do Pai dos céus que provê aos seus
filhos na terra, concedendo-lhes a graça de se amarem e o pão para viverem.
No quinto mistério, meditemos nas palavras: “Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do
seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e consagrou-o, porque nesse dia repousara de toda a obra da Criação”.
Meditação: Não apenas o trabalho mas o próprio descanso festivo constitui um direito fundamental e, ao mesmo
tempo, um bem indispensável para os indivíduos e as suas famílias.
O homem e a mulher valem mais do que o seu trabalho: eles são feitos para a comunhão e para o encontro. Por
conseguinte, o domingo configura-se não já como um intervalo ao cansaço, a preencher com atividades frenéticas ou
experiências extravagantes, mas sim como o dia do descanso que abre ao encontro, leva a redescobrir o outro e
permite dedicar tempo às relações em família e com os amigos e à oração.
Prece: Peçamos neste mistério: que o dia do Senhor seja também o dia de repouso do trabalho e “que o homem não
se deixe escravizar pelo trabalho, que não o idolatre pretendendo achar nele o sentido último e definitivo da vida».
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Oração Final
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Pai,
nós Te adoramos, Fonte de toda comunhão!
Protege e abençoa as nossas famílias
para que nelas haja comunhão e doação mútua
entre os esposos, entre pais e filhos.
Nós Te contemplamos
Artífice de toda perfeição e de toda beleza;
concede a cada família um trabalho digno e justo,
para podermos ter o necessário sustento
e gozar do privilégio de sermos teus colaboradores
na edificação do mundo.
Nós Te glorificamos,
Motivo de júbilo e de festa;
abre também às nossas famílias o caminho da alegria e do repouso
para podermos gozar, desde então, daquela alegria perfeita
que nos doaste em Cristo Ressuscitado.
Assim os nossos dias, laboriosos e fraternos,
são frestas abertas sobre o teu mistério de amor e de luz,
que o Cristo teu Filho nos revelou
e o Espírito vivificador nos antecipou.
E nós viveremos satisfeitos de sermos a tua família,
no caminho para Ti,
Deus bendito para sempre.
Amém.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Sábado, 26 de maio
Cf. 8ª Catequese: A festa, tempo para a família
Continuamos as nossas reflexões sobre a família, seguindo as catequeses preparatórias do VII Encontro Mundial de
Famílias, sobre a Família, o Trabalho e a Festa. Hoje recordamos a festa, como tempo para a família.
A família que sabe suspender o fluxo contínuo do tempo, fazendo uma pausa para recordar com gratidão os
benefícios recebidos do seu Senhor, exercita-se em entrar no descanso de Deus. A família chamada a descansar no
Senhor sabe reorientar a dispersão dos dias para o dia de ação de graças. Sabe transformar a expectativa dos dias na
única espera do Dia do Senhor. Volta, como o leproso curado, para dar graças ao seu Senhor pela salvação de todos. P
Textos bíblicos: Para compreendermos o sentido cristão da festa dominical, escutemos dois textos:
Do livro do Génesis:”1Assim foram completados os céus, a terra e todos os seus exércitos. 2Tendo Deus terminado no
sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. 3Ele abençoou o sétimo dia e consagrou-o, porque nesse
dia repousara de toda a obra da Criação. 4Esta é a história da criação dos céus e da terra” (Gn 2, 1-4a).
Do livro do Êxodo: “8Recorda-te do dia de sábado, para o santificares. 9Trabalharás durante seis dias e realizarás toda
a tua obra; 10mas no sétimo dia, que é o sábado em honra do Senhor, teu Deus, não realizarás qualquer trabalho, nem
tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua escrava, nem os teus animas e nem sequer o
estrangeiro que estiver hospedado na tua casa. 11Porque em seis dias o Senhor criou o céu, a terra, o mar e tudo
quanto eles contêm, e descansou no sétimo dia; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado, e consagrou-o (Êx 20, 811)”.
Neste primeiro mistério meditemos a partir deste pensamento bíblico: «E descansou no sétimo dia; por isso, o
Senhor abençoou o dia de sábado, e consagrou-o».
Meditação: O sétimo dia é, para os cristãos, o «dia do Senhor», porque celebra o Ressuscitado presente e vivo no seio
da comunidade cristã, na família e na vida pessoal. É a Páscoa semanal. O domingo não interrompe a continuidade
com o sábado judaico mas, ao contrário, completa-o.
Por isso, para compreender a singularidade do domingo cristão é necessário referir-se ao sentido do mandamento do
sábado. Para santificar a festa, em conformidade com o mandamento, o povo de Deus deve dedicar um tempo
reservado a Deus e ao homem. No Antigo Testamento existe um forte vínculo entre o sétimo dia da criação e a lei de
santificar o sábado. O mandamento do sábado, que reserva um tempo para Deus, conserva em si também a sua
intenção de criar um tempo para o homem.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
«Não foi tanto Israel que conservou o sábado – afirmou-se – mas é o sábado que conservou Israel». Assim, também o
domingo cristão conserva a família e a comunidade que a celebra, porque abre ao encontro com o mistério santo de
Deus e renova os relacionamentos familiares.
Hoje, a festa como «tempo livre» é vivida no contexto do «fim de semana», que tende a dilatar-se cada vez mais e
adquire características de dispersão e de evasão. O tempo do week-end, particularmente agitado, sufoca o espaço do
domingo.
Em vez do descanso, privilegia-se a diversão, a fuga das cidades, e isto influi sobre a família, principalmente se tem
filhos adolescentes e jovens. Ela tem dificuldade de encontrar um momento doméstico de serenidade e de
proximidade.
O domingo perde a sua dimensão familiar: é vivido mais como um tempo «individual» do que como um espaço
«comum». O tempo livre torna-se com frequência um dia «móvel» e corre o risco de não ser mais um dia «fixo»,
adaptando-se ao contrário às exigências do trabalho e da sua organização.
Prece: Peçamos neste mistério: que as famílias voltem a descobrir a festa como lugar do encontro com Deus e da
proximidade recíproca, criando a atmosfera familiar sobretudo quando os filhos são pequenos.
Neste segundo mistério meditemos a partir deste pensamento bíblico: «Recorda-te de que foste escravo no país do
Egito, de onde o Senhor, teu Deus, te fez sair… O Senhor, teu Deus, ordenou-te que guardasses o dia de sábado» (Dt 5, 15).
Meditação: «Guardar o dia de sábado» significa realizar um «êxodo» para a liberdade do homem, passando da
«escravidão» ao «serviço». Durante seis dias o homem servirá com esforço, mas no sétimo dia cessará o trabalho servil,
a fim de poder servir na gratidão e no louvor.
Prece: Peçamos neste mistério: em casa e na comunidade cristã, a família experimente a alegria de transformar a vida
de todos os dias numa liturgia viva. Que os filhos vejam os pais rezarem antes deles e com eles, para assim
aprenderem a orar na comunidade eclesial.
Neste terceiro mistério meditemos ainda mais uma vez a partir deste pensamento bíblico: O Senhor, teu Deus,
ordenou-te que guardasses o dia de sábado» (Dt 5, 15).
O encontro com Deus e com o outro é o âmago da festa. A mesa dominical, em casa e com a comunidade, é diferente
daquela de todos os dias: a de cada dia serve para sobreviver, mas a do domingo serve para viver a alegria do
encontro. A mesa festiva é tempo para Deus, espaço para a escuta e a comunhão, disponibilidade para o culto e a
caridade. A celebração e o serviço são as suas formas fundamentais da lei, com as quais se honra a Deus e se recebe a
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sua dádiva de amor: no culto, Deus comunica-nos gratuitamente a sua caridade; no serviço, o dom recebido torna-se
amor compartilhado e vivido com os outros. O dia do Senhor deve tornar-se inclusive o dia do Homem, de toda a
pessoa humana!
Prece: Peçamos neste mistério: que a família se aproxime deste modo da festa, para poder vivê-la como o dia «do
Senhor».
Neste quarto mistério meditemos a partir deste pensamento bíblico: O Senhor, teu Deus, ordenou-te que guardasses o
dia de sábado» (Dt 5, 15).
Meditação: “Recorda-te do dia de sábado, para o santificares” (20, 8). E mais adiante, o texto inspirado dá a razão
disso mesmo, apelando-se à obra de Deus: “Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto eles
contêm, e descansou no sétimo dia; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e consagrou-o” (v. 11).
Antes de impor qualquer coisa a ser praticada, o mandamento indica algo a recordar. Convida a avivar a memória
daquela grande e fundamental obra de Deus que é a criação.
É uma memória que deve animar toda a vida religiosa do homem, para depois confluir no dia em que ele é chamado a
repousar.
Prece: Peçamos neste mistério: que os cristãos aprendam a repousar não só como Deus repousou, mas a repousar no
Senhor, devolvendo-lhe toda a criação, no louvor, na ação de graças, na intimidade filial e na amizade esponsal.
Neste quinto mistério meditemos a partir deste pensamento bíblico: “Recorda-te de que foste escravo no país do
Egito, de onde o Senhor, teu Deus, te fez sair com mão forte e braço poderoso. É por isso que o Senhor, teu Deus, te
ordenou que guardasses o dia de sábado” (Dt 5, 15).
Meditação: O conteúdo do preceito não é, pois, primariamente uma interrupção qualquer do trabalho, mas a
celebração das maravilhas realizadas por Deus. Na medida em que esta “lembrança”, repleta de gratidão e louvor a
Deus, estiver viva, o repouso do homem, no dia do Senhor, assume o seu pleno significado. Por ele, o homem entra na
dimensão do “repouso” de Deus para dele participar em profundidade, tornando-se assim capaz de experimentar
aquele regozijo de alegria que o próprio Criador sentiu depois da criação, vendo que toda a sua obra “era muito boa”
(Gn 1, 31)». [Dies Domini, 16-17]
Prece: Peçamos neste mistério: que a celebração do domingo não seja apenas uma interrupção qualquer do trabalho,
mas a celebração das maravilhas realizadas por Deus.
Domingo, 27 de maio
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Cf. 9ª catequese: A festa, tempo para o Senhor
Continuamos as nossas reflexões sobre a família, seguindo as catequeses preparatórias do VII Encontro Mundial de
Famílias, sobre a Família, o Trabalho e a Festa. Hoje recordamos «a festa, como tempo para o Senhor».
Na verdade, sabemos que a família é coisa do domingo, «dia de alegria e de descanso»: é assim que o define o Concílio
Vaticano II. Deve ser coisa não tanto do domingo como dia livre, descanso coletivo, festa popular, mas principalmente
do domingo como «dia do Senhor», ou seja, como dia da assembleia eucarística, da qual parte e para a qual converge
(fonte e ápice), em unidade de tempo e de lugar, toda a vida cristã. A assembleia eucarística é necessária para a família.
A família cristã organiza a sua vida, educa-se a si mesma e os seus filhos, de maneira a poder dar à Eucaristia a
precedência ou preferência, sobre qualquer outro compromisso.
Texto bíblico: Escutemos um texto polémico, a respeito de uma atitude de Jesus, a um sábado, o dia judaico do
descanso: 23Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e os seus discípulos, andando, começaram a colher
espigas. 24Os fariseus disseram-lhe: «Vê! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?». Jesus respondeu-lhes:
25«Nunca
lestes o que fez David, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26Ele entrou na
casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era
permitido comer, e deu-os também aos seus companheiros». 27E dizia-lhes: «O sábado foi feito para o homem, e não o
homem para o sábado; 28e, por isso, o Filho do homem é senhor também do sábado» (Mc 2, 23-28).
No primeiro mistério, contemplemos Jesus, como «Senhor» do sábado
Meditação: Como sabeis, o domingo nasce como «memória» semanal da ressurreição de Jesus, celebra a «presença»
real do Senhor ressuscitado, cumpre a «promessa» da sua vinda gloriosa. Nos primeiros tempos do cristianismo, o
domingo não substituiu imediatamente o sábado judaico, mas viveu em simbiose com ele. Para compreender isto,
temos que meditar sobre três momentos: a relação entre Jesus e o sábado; o surgimento do primeiro dia da semana;
o domingo nos primeiros séculos. Nestes três momentos torna-se presente o significado espiritual e teológico do
domingo cristão como memória, presença e promessa.
No Evangelho, Jesus manifestou uma liberdade particular em relação ao sábado, a tal ponto que a sua atividade
taumatúrgica parece concentrar-se naquele dia: pensemos no episódio das espigas recolhidas no dia de sábado (cf.
Mc 2, 23-28; Mt 12, 1-8; Lc 6, 1-5); na cura do homem com a mão seca (cf. Mc 3, 1-6; Mt 12, 9-14; Lc 6, 6-11), da mulher
curvada (cf. Lc 13, 10-17) e de um homem hidrópico (cf. Lc 14, 1-6). O evangelista João insere num dia de sábado a cura
do paralítico na piscina (cf. 5, 1-18) e o episódio do cego de nascença (9, 1-41).
Em relação ao sábado, Jesus move-se numa tríplice perspetiva. Antes de tudo, Jesus confirma a veneração pelo
mandamento do sábado: para além da prática legalista dos fariseus, Jesus reconhece, vive e recomenda o significado
do sábado. O episódio das espigas recolhidas num dia de sábado interpreta a Lei à luz da vontade de Deus: «O sábado
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
foi feito para o homem, e não o homem para o sábado». O sábado tem como finalidade a vida plena do homem (cf. Mc
3, 4; Mt 12, 11-12).
Em segundo lugar: Jesus cumpre o sentido do sábado, libertando o homem do mal. O sábado é o auge da obra de
Deus, e o homem é criado para o sábado autêntico, ou seja, a comunhão com Deus. A missão de Jesus cumpre-se no
gesto de oferecer à humanidade a graça de realizar a sua vocação, aquela para a qual Deus a criou desde a origem.
Isto acontece sobretudo para aqueles que vivem feridos no corpo e na alma: os doentes, os aleijados, os cegos, os
pecadores. O sábado é o dia dos gestos de libertação de Jesus. Enfim, Jesus é o «Senhor» do sábado. Jesus é o Senhor
do sábado porque é o Filho e, como Filho, introduz na plenitude do sábado.
Para experimentar a «presença» do Senhor ressuscitado, a família deve deixar-se iluminar pela eucaristia dominical. A
celebração da missa torna-se o fulcro vivo e pulsante do dia do Senhor, da sua presença aqui e hoje como
Ressuscitado. A eucaristia faz-nos chegar à margem do mistério santo de Deus.
Prece: Peçamos neste mistério: que, no domingo, a família encontre o centro da semana, o dia que conserva a sua vida
quotidiana. Isto acontece quando a família se interroga: podemos encontrar juntos o mistério de Deus? Na sua
simplicidade, a celebração deixa que o «mistério» de Deus venha ao encontro da família.
No segundo mistério, meditemos no Domingo, como «primeiro dia da semana»!
Meditação: O domingo é a «memória» da Páscoa de Jesus. Segundo o concorde testemunho evangélico, Cristo
ressuscitou no «primeiro dia da semana» (Mc 16, 2.9; Mt 28, 1; Lc 24, 1; Jo 20, 1). Nesse dia cumpriram-se todos os
acontecimentos sobre os quais se fundamenta a fé cristã: a ressurreição de Jesus, as aparições pascais e a efusão do
Espírito.
Os cristãos das origens retomaram o ritmo semanal judaico mas, a partir da ressurreição, começaram a dar uma
importância fundamental ao «primeiro dia depois do sábado» (Lc 24, 1). No âmbito desse dia, João e Lucas inserem a
memória das refeições consumidas em companhia do Ressuscitado (cf. Lc 24, 13-35 e Jo 21, 1-14), colorando-os com
traços eucarísticos.
O texto contido no capítulo 21 de São João descreve bem a atmosfera dos encontros eucarísticos das primeiras
comunidades cristãs. Jesus «toma, dá graças e distribui» o pão partido (Jo 21, 12.9-14), e é «reconhecido ao partir o
pão» (Lc 24, 30.35). Em continuidade com as refeições de Jesus colocam-se as «reuniões» do primeiro dia da semana,
recordadas em Act 20, 7 como um momento da assembleia comunitária para «partir o pão» e para ouvir a palavra do
apóstolo, e mencionadas em 1 Cor 16, 2 como dia da coleta para os pobres de Jerusalém. Por este motivo, o domingo é
conotado por estes três elementos: a escuta da Palavra, o partir do pão para a partilha fraterna e a caridade.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Mais tarde, em Ap 1, 10, será chamada o «Dia do Senhor». Assim, a Igreja das origens confirma o vínculo de
continuidade e de diferença em relação ao sábado. O «dia do Senhor» é o dia da memória da ressurreição.
Prece: Peçamos neste mistério: que a família, participando na missa, dedique espaço e tempo, ofereça energias e
recursos, e aprenda que a vida não é feita unicamente de necessidades a atender, mas de relações a construir. A
gratuidade da eucaristia dominical exige que a família participe na memória da Páscoa de Jesus.
No terceiro mistério, descubramos como se vivia o domingo nos primeiros séculos da era cristã
Meditação: Nos primeiros tempos da vida da Igreja, o domingo e a eucaristia no dia do Senhor punham fortemente em
evidência também a espera da vinda do Senhor. São Justino, filósofo e mártir, deixou-nos a imagem sugestiva da
comunidade cristã congregada no «dia do Senhor», correspondente ao dia seguinte ao sábado.
«No dia, chamado do Sol, reúne-se a assembleia. Todos aqueles que moram na cidade ou no campo
encontram-se no mesmo lugar, para a leitura das memórias dos apóstolos ou dos escritos dos profetas, na
medida que o tempo o permitir. Depois, quando o leitor termina, aquele que preside dirige palavras de
admoestação e de exortação, que convidam a imitar gestas tão bonitas. Em seguida, levantamo-nos todos
juntos e elevamos orações; quando terminamos de orar, trazem pão, vinho e água. Então, aquele que preside
formula a oração de louvor e de ação de graças, com todo o fervor, e o povo aclama: Amém! Enfim, a cada um
dos presentes são distribuídos e comunicados os elementos sobre os quais foram dadas graças, enquanto os
mesmos são enviados aos ausentes por mão dos diáconos. No fim, aqueles que possuem em abundância e
que o desejarem, oferecem livremente quanto quiserem. Aquilo que se reúne é depositado junto de quem
preside, e ele socorre os órfãos, as viúvas e quantos, por doença ou por outro motivo, se encontram em
necessidade, e depois também aqueles que estão na prisão e os peregrinos que chegam de fora. Em síntese,
cuida de todos os necessitados» (cf. I Apologia, LXVII, 36).
Prece: Peçamos neste mistério: que o domingo seja o dia da assembleia dos cristãos. Que a Igreja e a família se sintam
novamente convocadas a esta nascente que jorra, a fim de que a originalidade do domingo cristão não venha a
perder-se.
No quarto mistério, meditemos na Eucaristia, como coração do domingo
Meditação: Na missa, a família alimenta-se na mesa da palavra e do pão, que dá sabor e sentido às palavras e ao
alimento compartilhado à mesa de casa. Desde crianças, os filhos devem ser educados para a escuta da palavra,
retomando em casa aquilo que se ouve na comunidade. Isto permitir-lhes-á descobrir o domingo como «dia do
Senhor». O encontro com Jesus ressuscitado, no âmago do domingo, deve alimentar-se na memória de Jesus, na
narração do Evangelho, na realidade do pão partido e do corpo oferecido.
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A memória do Crucificado ressuscitado marca a diferença do domingo em relação ao tempo livre: se não nos
encontrarmos com Ele, a festa não se realiza, a comunhão é apenas um sentimento e a caridade se reduz a um gesto
de solidariedade, que no entanto não constrói a comunidade cristã e não educa para a missão.
Prece: Peçamos neste mistério: enquanto nos introduz no coração de Deus, a eucaristia do domingo faça a família, e a
família, na comunidade cristã, faça, de um certo modo, a Eucaristia!
No quinto mistério, recordemos, por último, e em jeito de síntese, as palavras do Concílio Vaticano II, sobre o
Domingo, dia do Senhor:
Meditação: «Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério
pascal de oito em oito dias, no dia que justamente se denomina dia do Senhor, ou domingo. Nesse dia devem os fiéis
reunir-se para participar na Eucaristia e para ouvir a palavra de Deus, e assim recordar a Paixão, a Ressurreição e a
glória do Senhor Jesus, e dar graças a Deus que os “regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus
Cristo de entre os mortos” (1 Pd 1, 3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e a inculcar no espírito dos
fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso. Não deve ser sacrificado a outras celebrações que não sejam da
máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o centro de todo o ano litúrgico». [Sacrosanctum
Concilium, 106]
Prece: Peçamos neste mistério: que a família cristã organize a sua vida, se eduque a si mesma e aos seus filhos, de
maneira a poder dar à missa a precedência e a preferência, sobre qualquer outro compromisso.
Oração Final
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Pai,
nós Te adoramos, Fonte de toda comunhão!
Protege e abençoa as nossas famílias
para que nelas haja comunhão e doação mútua
entre os esposos, entre pais e filhos.
Nós Te contemplamos
Artífice de toda perfeição e de toda beleza;
concede a cada família um trabalho digno e justo,
para podermos ter o necessário sustento
e gozar do privilégio de sermos teus colaboradores
na edificação do mundo.
Nós Te glorificamos,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Motivo de júbilo e de festa;
abre também às nossas famílias o caminho da alegria e do repouso
para podermos gozar, desde então, daquela alegria perfeita
que nos doaste em Cristo Ressuscitado.
Assim os nossos dias, laboriosos e fraternos,
são frestas abertas sobre o teu mistério de amor e de luz,
que o Cristo teu Filho nos revelou
e o Espírito vivificador nos antecipou.
E nós viveremos satisfeitos de sermos a tua família,
no caminho para Ti,
Deus bendito para sempre.
Amém.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Segunda, 28 de maio
Cf. 10ª catequese: A festa, tempo para a comunidade
Concluímos hoje as meditações, que temos vindo a fazer, a partir das Catequeses preparatórias do VII Encontro
mundial de famílias, sobre a «Família, o trabalho e a festa». Hoje vamos concentrar-nos sobre a “Festa, como tempo
para a comunidade”, evidenciando as várias dimensões da celebração festiva do domingo.
Na verdade, o domingo é a repetição, no ciclo breve, do tempo semanal do grande mistério da Páscoa. É chamado
também «pequena Páscoa dominical». O domingo como festa para os outros não deve ser entendida unicamente em
função litúrgica: ela constitui um valor humano, além de uma dádiva cristã. Não viver os dias como se fossem iguais (e
somente o domingo tem o segredo da diversidade), dedicar tempo à comunidade e à caridade é um caminho eficaz
para a libertação do homem da servidão do trabalho.
No primeiro mistério, meditemos no domingo, como Dia da comunhão
Texto bíblico: Diz o livro dos Atos dos Apóstolos: 46«Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o
pão nas casas e consumavam as refeições com alegria e singeleza de coração, 47louvando a Deus e cativando a simpatia de
todo o povo. E o Senhor acrescentava cada dia à comunidade outros que estavam a caminho da salvação» (At 2, 46-47).
Meditação: O dia do Senhor faz viver a festa como um tempo para os outros, dia da comunhão e da missão. A
eucaristia é memória do gesto de Jesus: isto é o meu corpo entregue, isto é o meu sangue derramado por vós e por todos.
O «por vós e por todos» vincula intimamente a vida fraterna (por vós) e a abertura a todos (pela multidão). Na
conjunção «e» encontra-se toda a força da missão evangelizadora da família e da comunidade: é doado a nós, a fim de
que venha a ser para todos.
A Igreja que nasce da eucaristia dominical está aberta a todos. A primeira forma de missão consiste em construir a
comunhão entre os fiéis, em fazer da comunidade uma família de famílias. Esta é também a lei fundamental da missão:
a Igreja unida e concorde é o testemunho mais persuasivo para o mundo. A Igreja só pode tornar-se escola de missão,
se for casa de comunhão. Os trechos tirados dos Atos dos Apóstolos oferecem-nos a imagem das primeiras
comunidades que vivem a sua experiência cristã entre a casa e o templo. A festa e o domingo constituem o momento
para renovar a vida eclesial, de tal modo que a comunidades dos fiéis venha a assumir o clima da vida familiar, e a
família se abra ao horizonte da comunhão eclesial.
Na paróquia as famílias, que são «igreja doméstica», fazem com que a comunidade paroquial seja uma igreja no meio
das casas do povo. A vida quotidiana, com o ritmo de trabalho e de festa, permite ao mundo entrar na casa, abrindo a
casa ao mundo.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Por outro lado, a comunidade cristã deve cuidar das famílias, subtraindo-as à tentação de se fechar no seu
«apartamento» e abrindo-as aos caminhos da fé. Na família, a vida é transmitida como dom e promessa; na paróquia, a
promessa contida no dom da vida é acolhida e alimentada.
Prece: Que o dia do Senhor se torne dia da Igreja; e que nós saibamos experimentar a beleza de um domingo vivido
juntos, evitando a banalidade de um fim de semana consumista, para realizar às vezes também experiências de
comunhão fraterna entre as famílias.
No segundo mistério, meditemos no domingo, como dia da caridade
Texto bíblico: Diz o livro dos Atos dos Apóstolos:
46Unidos
de coração, partiam o pão nas casas e consumavam as
refeições com alegria e singeleza de coração» (At 2, 46-47).
Meditação: O dia do Senhor, como dia da Igreja torna-se dia da caridade. A Igreja que se alimenta da Eucaristia
dominical é a comunidade ao serviço de todos. A família, embora não sozinha, é a rede em que se transmite este
serviço. O bonito texto do Evangelho de Marcos, acima citado, explica o modo como na eucaristia dominical Jesus
está no meio de nós como aquele que serve. Este é o critério do serviço na comunidade: quem quiser ser o maior,
torne-se o menor (vosso servo), e quem quiser ser o primeiro, dedique- se aos pobres e aos mais pequeninos (servo de
todos). O serviço da caridade é um elemento caracterizador do domingo cristão.
Alguns períodos litúrgicos (o Advento e sobretudo a Quaresma) propõem-no como uma tarefa essencial das famílias e
da comunidade. Assim, o domingo torna-se o «dia da caridade». O serviço da caridade exprime o desejo da comunhão
com Deus e entre os irmãos. Ao longo da semana, a família vai ao encontro das necessidades de todos os dias, mas a
vida familiar não pode limitar-se a oferecer bens e a cumprir compromissos: deve fazer crescer o vínculo entre as
pessoas, a vida boa na fé e na caridade. Sem uma experiência de serviço em casa, sem a prática da ajuda recíproca e a
participação nos deveres comuns, dificilmente nasce um coração capaz de amar. Na família, os filhos experimentam
no dia a dia a dedicação incansável da parte dos pais e o seu serviço humilde, aprendendo do seu exemplo o segredo
do amor. Quando, na comunidade paroquial, os adolescentes e os jovens, tiverem que ampliar o horizonte da caridade
às outras pessoas, poderão compartilhar a experiência de amor e de serviço aprendida em casa.
Prece: Que as famílias exercitem a prática da caridade e dediquem o domingo ao serviço do próximo nos mais
distantes.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No terceiro mistério, meditemos no domingo, como Dia do envio em missão.
Texto bíblico: Diz o livro dos Atos dos Apóstolos: 1Havia então na Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles
Barnabé, Simão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo.
2
Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: «Separai-me Barnabé e
Saulo para a obra à qual os destinei». 3Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e despediram-nos. 4Enviados
assim pelo Espírito Santo, foram a Selêucia e dali navegaram para a ilha de Chipre. 5Tendo chegado a Salamina,
começaram a pregar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Estava com eles João, que os assistia (Act 13, 1-5).
Meditação: A dimensão missionária da Igreja está no centro da eucaristia dominical e abre as portas da vida familiar ao
mundo. A comunidade dominical é, por definição, uma comunidade missionária.
No bonito ícone do Livro dos Atos dos Apóstolos, que acabámos de ouvir, é descrita a comunidade de Antioquia que,
enquanto celebra o culto do Senhor, talvez dominical, é impelida pelo Espírito rumo à missão. No dia do culto, a
comunidade torna-se missionaria. A missão não se refere unicamente aos indivíduos enviados, mas mostra a sua
eficácia quando a Igreja inteira, com a variedade dos seus carismas, ministérios e vocações, se torna o sinal real da
caridade de Cristo para todos os homens. As formas missionárias da comunidade são diferentes, mas todas devem
conduzir os homens para Cristo. A família é chamada a evangelizar de maneira própria e insubstituível: no seu interior,
no seu ambiente (vizinhos, amigos e parentes), na comunidade eclesial e na sociedade em geral.
A comunidade eucarística ampliará o seu olhar rumo a um horizonte universal, assumindo a solicitude de São Paulo
por todas as Igrejas. Se a missão aos pagãos constitui o horizonte da missão para a Igreja, também a Igreja local é, no
seu próprio território, enviada a anunciar o Evangelho.
A educação para o acolhimento do próximo, do diverso, do imigrado deverá começar a partir das famílias e receber
um impulso da parte da comunidade. Antes ainda, é na família que, não raro, nasce a intuição de uma vida despendida
em benefício dos outros, dedicada à missão e ao compromisso no mundo.
Em muitas famílias cristãs, com uma vigorosa experiência de humanidade e de amor, e com a frequência da eucaristia
dominical, brotaram maravilhosas histórias de vocação para o serviço no seio da sociedade, para o compromisso no
voluntariado, para o testemunho na política e para a missão nos outros países do mundo.
Prece: Que a vivência cristã do domingo conduza a uma nova consciência missionária.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No quarto mistério, meditemos na celebração da Eucaristia dominical, como condição necessária para uma vida
cristã coerente e consciente
Texto bíblico: Diz o livro dos Atos dos Apóstolos:
33
Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles havia uma grande a graça (Act 4, 33). 42E todos os dias não cessavam de
ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e nas casas (Act 5, 42).
Meditação: A força extraordinária do domingo, centrado na eucaristia doméstica, levou os mártires de Abitene até ao
martírio. Escutemos alguns textos das atas dos chamados mártires do domingo:
«Agiste contra as prescrições dos imperadores e dos Césares, congregando todas estas pessoas?».
E o presbítero Saturnino, inspirado pelo Espírito do Senhor, retorquiu:
«Celebramos a eucaristia dominical, sem nos preocuparmos com elas».
E o procônsul perguntou-lhe:
«Por quê?».
Ele respondeu:
«Porque a eucaristia dominical não pode ser descuidada» (IX).
«Na tua casa foram realizadas reuniões contra o decreto dos imperadores?». Emérito, repleto de Espírito Santo, disse:
«Na minha casa celebramos a eucaristia dominical». Ele perguntou: «Por que lhes permitias que entrassem?».
Retorquiu: «Porque são meus irmãos, e eu não os poderia impedir». «E no entanto – retomou o procônsul – tu tinhas o
dever de os impedir». E ele disse: «Eu não poderia impedi-los, porque nós cristãos não podemos viver sem a eucaristia
dominical» (Ata Saturnini, Dativi, et aliorum plurimorum martyrum in Africa, XI). Nos primeiros séculos, a eucaristia
dominical permitiu que a Igreja se difundisse até aos confins do mundo.
Prece: Que os cristãos não esqueçam que a vida quotidiana da família e da Igreja é convidada a recomeçar a partir
daqui: os cristãos não podem viver sem a eucaristia dominical!
No quinto mistério, meditemos o que significa viver segundo o domingo
Texto bíblico: Diz o livro do Apocalipse: 9«Eu, João, que sou vosso irmão e companheiro na perseguição, no Reino e na
constância cristã, encontrava-me na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. 10No dia
do Senhor, o Espírito arrebatou-me e ouvi atrás de mim uma voz potente como de trombeta» (Ap.1,9-10).
Meditação: O dia do Senhor, o primeiro dia da semana, é dia escolhido de Cristo, para se manifestar Ressuscitado aos
discípulos. É o dia escolhido por Jesus, para estar no meio de nós e libertar-nos do medo e do peso de cada dia. Este
encontro acontece à volta da mesa da Eucaristia.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
«Esta novidade radical, que a Eucaristia introduz na vida do homem, revelou-se à consciência cristã desde o princípio;
prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o estilo da sua
vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como “aqueles que chegaram à nova
esperança”, e apresentava-os como aqueles que vivem “segundo o domingo” (iuxta dominicam viventes).
Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida
cristã no seu dia a dia.
O costume característico que têm os cristãos de se reunir no primeiro dia depois do sábado para celebrar a
ressurreição de Cristo – conforme a narração do mártir São Justino – é também o dado que define a forma da vida
renovada pelo encontro com Cristo. Mas, a expressão de Santo Inácio – “viver segundo o domingo” – sublinha
também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana.
De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das atividades habituais, como se fosse uma
espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da
semana, porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o
cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente:
Prece: Que as nossas famílias aprendam a “Viver segundo o domingo” , isto é, que vivam conscientes da libertação
trazida por Cristo e realizem a própria existência como oferta de si mesmo a Deus. [Sacramentum Caritatis, 72]
Oração Final
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Pai,
nós Te adoramos, Fonte de toda comunhão!
Protege e abençoa as nossas famílias
para que nelas haja comunhão e doação mútua
entre os esposos, entre pais e filhos.
Nós Te contemplamos
Artífice de toda perfeição e de toda beleza;
concede a cada família um trabalho digno e justo,
para podermos ter o necessário sustento
e gozar do privilégio de sermos teus colaboradores
na edificação do mundo.
Nós Te glorificamos,
Motivo de júbilo e de festa;
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
abre também às nossas famílias o caminho da alegria e do repouso
para podermos gozar, desde então, daquela alegria perfeita
que nos doaste em Cristo Ressuscitado.
Assim os nossos dias, laboriosos e fraternos,
são frestas abertas sobre o teu mistério de amor e de luz,
que o Cristo teu Filho nos revelou
e o Espírito vivificador nos antecipou.
E nós viveremos satisfeitos de sermos a tua família,
no caminho para Ti,
Deus bendito para sempre.
Amém.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Terça, 29 de maio
A família, Igreja Doméstica
Introdução: O Santo Padre, João Paulo II, exortou inúmeras vezes as famílias cristãs à oração no lar doméstico com a
recitação do Rosário: "é preciso voltar a rezar em família e rezar pelas famílias, usando ainda esta forma de oração".
Nesta noite, reunimo-nos em família de famílias, para dar vida à nossa fé, rezando à Mãe de todas as famílias do
Mundo.
1. No primeiro mistério, meditemos na família humana à imagem da família divina da Santíssima Trindade
Texto bíblico: Do livro do Apocalipse: 3”E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: «Esta é a morada de Deus
entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”
(Ap.21,3).
Meditação: Deus é comunhão, aliança, relação, Família! A Santíssima Trindade é a nome do mistério que damos a esta
«Família divina», com três Pessoas, que se amam de um modo infinito e indizível. O Pai ama o Filho, dá-Se ao Filho e
acolhe-O no seu ser de Pai. O Filho faz o mesmo, com a mesma intensidade divina, ou seja, ama o Pai, dá-Se ao Pai e
acolhe-O no seu ser de Filho. Este fluxo e refluxo de amor, este (beijo eterno de amor), este divino abraço de amor, é o
Espírito Santo.
Prece: Se Deus é família, é comunhão plena das três pessoas, é unidade total, no dom e na comunhão, aprendamos da
família divina da Santíssima Trindade a ser família onde reine o amor, a comunhão, a concórdia, a unidade, a paz, o
diálogo familiar.
2. Neste segundo mistério meditamos na unidade da Família Sagrada da Nazaré, Jesus, Maria e José
Texto bíblico: “48Ao ver Jesus, no Templo, entre os doutores da lei, Maria e José, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe:
«Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» 49Ele respondeu-lhes: «Porque me
procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» 50Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse.
51Depois
desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração”
(Lc.2,48-51).
Meditação: Com dificuldades, provações, ocasiões difíceis, como a perda de Jesus no Templo, a Família de Nazaré
soube superar obstáculos, vencer dificuldades, porque alicerçada em Deus, porque cada um dos membros da Sagrada
Família se esforçava por si e sempre cumpriu a vontade do Pai. Por isso não havia críticas, divisões, discórdias, ofensas.
Movidos pelo amor que vem do Céu, vivem a unidade da família humana, na comum obediência amorosa ao Pai que
está nos céus.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Prece: Peçamos à família de Nazaré por todas as famílias humanas, sobretudo as deste lugar, as que passam por mais
dificuldades.
3. No terceiro mistério, meditemos na família, como lugar da primeira experiência de Igreja
Texto do magistério da Igreja: Disse o beato João Paulo II: «A futura evangelização depende em grande medida da
Igreja doméstica». Mais ainda, «a família é o coração da Nova Evangelização» (Evangelium Vitae, 92).
Meditação: A família é a primeira experiência de Igreja, que uma pessoa recebe, pois nela a pessoa recebe uma
primeira e elementar iniciação à fé, recebe os sacramentos mais importantes e tem a primeira experiência da caridade.
A transcendência da família cristã é, pois, realmente extraordinária para a vida e o progresso da Igreja; tanto que,
quando falta, é muito difícil supri-la.
Os pais, de facto, realizam a educação na fé, sobretudo, pelo testemunho da sua vida cristã, especialmente pela
experiência de amor incondicional com que amam os filhos e pelo amor profundo que estes têm entre si; o qual é um
sinal vivo do amor de Deus Pai.
Além disso, segundo a sua capacidade, estão chamados a dar uma instrução religiosa, geralmente de caráter ocasional
e não sistemático, à qual levam a bom termo descobrindo a presença do mistério de Cristo Salvador do mundo nos
acontecimentos da vida familiar, nas festas do ano litúrgico, nas atividades que os filhos realizam na escola, na
paróquia.
A história da Igreja o confirma desde as suas origens. Um caso típico é o de santo Agostinho, convertido pela graça de
Deus implorada com as lágrimas abundantes de sua mãe, Santa Mónica.
Prece: Que a família realize a «sua missão de anunciar o evangelho, principalmente por meio da educação dos filhos»
(EV 92).
4. Neste quarto mistério, meditemos na família, como primeira escola da fé
Texto bíblico: “Como eleitos de Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade,
humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa
contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que
é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E
vivei em ação de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos
outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão.
E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai”
(Col.3.12-17).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Meditação: A família cristã, Igreja doméstica, participa da missão da Igreja, não apenas como destinatária, mas
também como sujeito e agente desta. Além disso, a família tem como primeiros e principais destinatários deste
anúncio missionário os seus filhos e familiares, como o atestam as Cartas Pastorais paulinas e a praxe posterior. Os
esposos santos e os pais cristãos de todos os tempos assim o viveram (pai de santa Teresa de Jesus, pai de santa
Teresinha; tantos pais de hoje).
À luz da feliz experiência da Igreja nas sociedades cristãs da Europa (quando a família realizou esta missão educadora
com seus filhos) e à luz também das gravíssimas repercussões negativas que hoje se constatam (pelo abandono ou
descuido desta missão), é preciso que a família volte a ser a primeira educadora da fé nestas nações – hoje já não
cristãs de facto – nas quais se está afiançando a fé e nas quais se está implantando a Igreja.
O principal apostolado missionário dos pais deve realizar-se em sua própria família, pois seria uma desordem e um
antitestemunho pretender evangelizar a outros, descuidando a evangelização dos nossos. Os pais transmitem a fé aos
seus filhos com o testemunho de sua vida cristã e com sua palavra.
Contudo, nenhum homem e nenhuma mulher, sozinhos e unicamente com as próprias forças, podem dar aos filhos de
maneira adequada o amor e o sentido da vida.
De facto, para poder dizer a alguém "a tua vida é boa, mesmo se eu não conheço o teu futuro", são necessárias uma
autoridade e uma credibilidade superiores às que o indivíduo pode ter sozinho. O cristão sabe que esta autoridade é
conferida àquela família mais vasta que Deus, através do seu Filho Jesus Cristo e da doação do Espírito Santo, criou na
história dos homens, isto é, a Igreja. Aqui ele reconhece a obra daquele amor eterno e indestrutível que garante à vida
de cada um de nós um sentido permanente, mesmo se não conhecemos o futuro.
Neste sentido, a família também necessita da paróquia e do serviço da catequese, como colaboração que a
comunidade cristã presta aos pais, na educação da fé dos filhos.
Prece: Que a nossa comunidade seja sempre e cada vez mais «paróquia em família, casa de comunhão».
5. A FAMÍLIA, PRIMEIRA ESCOLA DE ORAÇÃO
Texto do Magistério da Igreja: «É sobretudo na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do matrimónio,
que devem ser ensinados os filhos desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no Batismo, a conhecer e a adorar Deus
e amar o próximo» (GE3).
Meditação: Em virtude da sua dignidade e missão, os pais cristãos têm o dever específico de educar os filhos para a
oração, de os introduzir na descoberta progressiva do mistério de Deus e no colóquio pessoal com Ele.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de família, que em todas as suas diversas fases é
interpretada como vocação de Deus e atuada como resposta filial ao Seu apelo: alegrias e dores, esperanças e
tristezas, nascimento e festas de anos, aniversários de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas
importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus, na história da
família, assim como devem marcar o momento favorável para a ação de graças, para a súplica, para o abandono
confiante da família ao Pai comum que está nos céus.
Elemento fundamental e insubstituível da educação para a oração é o exemplo concreto, o testemunho vivo dos pais: só
rezando em conjunto com os filhos, o pai e a mãe, enquanto cumprem o próprio sacerdócio real, entram na
profundidade do coração dos filhos, deixando marcas que os acontecimentos futuros da vida não conseguirão fazer
desaparecer.
Escutemos o apelo que o Papa Paulo VI dirigiu aos pais: «Mães, ensinais aos vossos filhos as orações do cristão? Em
consonância com os Sacerdotes, preparais os vossos filhos para os sacramentos da primeira idade: confissão,
comunhão, crisma? Habituai-los, quando enfermos, a pensar em Cristo que sofre? A invocar o auxílio de Nossa Senhora
e dos Santos? Rezais o rosário em família? E vós, Pais, sabeis rezar com os vossos filhos, com toda a comunidade
doméstica, pelo menos algumas vezes? O vosso exemplo, na retidão do pensamento e da ação, sufragada com alguma
oração comum, tem o valor de uma lição de vida, tem o valor de um ato de culto de mérito particular; levais assim a
paz às paredes domésticas: " Paz a esta Casa! Recordai: deste modo construís a Igreja!» (Paulo VI, Audiência Geral, 1108.1976).
Prece: Que as famílias descubram o valor da oração. Que nunca comecem nem terminem um dia sem, pelo menos, um
breve contacto com Deus.
Preces finais
Rezemos pelas famílias onde não há amor, paz, concórdia onde reina a desunião, a ofensa, a zanga.
Rezemos pelas famílias onde não há pão, cultura, bens materiais suficientes,
Rezemos por aquelas que apesar de terem dinheiro não o sabem gerir ou governar, gerando mal-estar e desordem.
Rezemos pelas famílias onde as infidelidades conjugais causam dor e humilhação,
Rezemos por aquelas onde os filhos são vítimas da falta de amor dos pais,
Rezemos por aquelas onde o divórcio criou rutura e dor.
Rezemos ainda pelas famílias onde os idosos não são amados e acarinhados.
Que Nossa Senhora a todos abençoe.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Quinta, 31 de maio
FESTA DA VISITAÇÃO DE MARIA - ENCERRAMENTO DO MÊS DE MARIA
RECEBER MARIA EM NOSSA CASA
1. MARIA EM CASA DE ISABEL: Maria é portadora da alegria do Senhor e da força do Espírito Santo
Quando Maria entrou em casa de Isabel e a cumprimentou, a velhinha ficou cheia de Espírito Santo e exclamou em alta
voz: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto das tuas entranhas. Mas eu quem sou, para ter a graça e receber
em minha casa a Mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 41-43).
Estas palavras fazem-nos pensar nas do centurião, mais tarde: - «Senhor, eu não sou digno que Tu entres em minha
casa...» (Lc 7, 6). Isabel recebeu Maria em sua casa. E com Maria entrou Deus encarnado e a abundância do seu Espírito.
Prece: Maria, entra em nossa Casa e abre os nossos corações à partilha da palavra e da presença de Cristo, que nos faz
vibrar de alegria.
2. MARIA EM CASA DE JOSÉ: Maria é o sol da família de Nazaré
Pouco tempo depois, a Virgem viu-se no grave perigo de ser abandonada, e ficar sozinha, com o seu Menino para criar.
Mas Deus interveio a seu favor, por meio do Anjo, que, em sonho, recomendou a José: «Não tenhas medo de trazer
Maria para tua casa». E José, porque era um justo, e porque Deus lhe fez ver claramente que ele ainda estava no seu
devido lugar, trouxe Maria para sua casa (Mt 1, 20-24). E foi muito bom para ele, para ela, para o Menino, e para nós.
Prece: Como José, acolhamos e recebamos Maria, em nossa casa, aprendendo a obedecer, sem reservas, à vontade de
Deus e pondo Deus em tudo e sempre em primeiro lugar.
3. MARIA EM CASA DE JOÃO, O DISCIPULO AMADO: Maria é Mãe da Humanidade inteira
Junto da cruz de Jesus agonizante, Ela estava, de novo, em perigo de ficar abandonada, sozinha, e sem o filho. E,
desta vez, foi o próprio Filho de Deus moribundo que interveio, e recomendou a João: «Eis aí a tua mãe»! (Jo 19, 26-27).
E João, consciente de tão grande graça e de tão grande responsabilidade, recebeu-a como sua, trouxe-a para sua casa.
E todos ganharam com isso. Sobretudo ele, que recebeu assim a melhor das mães.
Prece: Que saibamos, nos momentos difíceis, dar lugar a Maria, que nos conduz sempre para o amor à cruz, para o
amor até ao fim, para o amor que não acaba nunca, para o amor que é mais forte do que a morte.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
4. MARIA NO CENÁCULO «EM CASA DA IGREJA»: Maria é Mãe da Igreja
«E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais,
Mãe de Jesus» (Act.1,14)
Naquela grande cidade, naquela sala emprestada, a Igreja de Deus estava para nascer. E Maria estava lá. A preparar o
nascimento da Igreja, como tinha preparado o nascimento do Filho de Deus. Naquela sala da última ceia e do lava-pés
e do mandamento novo, naquela sala da instituição da Eucaristia e da Oração Sacerdotal de Jesus, naquela sala em
que Ele lhes prometera o Espírito, Maria orava com eles, a preparava-os para o Pentecostes.
Prece: Que a presença de Maria, na Igreja, não seja apenas uma devoção. Mas a aceitação da Mãe, que o Filho nos
confia, como modelo de fé, de obediência, de serviço e de amor.
5. MARIA EM MINHA CASA... é minha mãe
Hoje, é a mim que Jesus vem recomendar: Eis aí a tua mãe! A Senhora de trazer para casa! Fica-te, pois, com ela em tua
casa, no teu lar, na tua família, no teu coração, na tua vida. Nunca te arrependerás. Lembra-te que nunca se ouviu dizer
que algum daqueles que a tivesse trazido para casa se tivesse arrependido. Se tu trouxeres Maria para tua casa, terás
contigo aquela que consigo tem o Senhor Omnipotente. Quem a recebe e acolhe em casa, recebe e acolhe Aquele que
vo-la recomenda. Tragam-na para casa todos os que andarem cansados e oprimidos! Ela lhes dará o descanso.
E que significa para mim, concretamente, trazê-la para casa? Significa tê-la presente todos os dias, na minha oração e
na minha vida. Significa rezar todos os dias a Ave-Maria. Significa regressar ao salutar costume do rosário diariamente
rezado em família. Significa levantar-lhe, em qualquer canto da casa, um pequenino oratório, onde alguma sua
imagem devota me recorde todos os dias que Jesus me entregou sua própria mãe e me recomendou que a tivesse
comigo em casa, como a mais excelente bênção de Deus.
Prece: Que a imagem de Maria, em nossa casa, não seja apenas uma recordação piedosa, mas o sinal que nos convoca
e nos provoca à comunhão com Cristo e com a Igreja.
Preces finais
P- Ao Teu coração materno, Senhora, queremos hoje confiar os nossos anseios e as nossas inquietações e as do nosso
mundo, com a invocação que em Fátima, fez ressoar o beato João Paulo II: R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe das crianças: como o foste de Jesus menino, ajudando-as a crescer em idade, sabedoria e graça! R. Mostra que és
nossa Mãe!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Mãe dos jovens: que pelo testemunho da beleza da tua humanidade e da tua fé possam descobrir o encanto e a beleza
da vida com Cristo! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe dos lares e das famílias, a quem chamas a redescobrir a beleza do seu amor. Faz que ele se torne mais forte que
toda a fraqueza e toda a crise! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe dos doentes e dos idosos: pela constante proteção nos seus sofrimentos e na solidão, sê para eles Consoladora
dos aflitos! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe da nossa fé: que nos dás a conhecer Jesus, bendito fruto do teu ventre, e nos convidas a acolhê-Lo com a alegria e
a prontidão do teu “sim”! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe da Igreja, humanamente limitada e pobre, santa e pecadora, mas empenhada como Tu em abandonar-se à ação
do Espírito que a santifica, renova e embeleza, para que deixe transparecer a beleza do rosto de Cristo no mundo! R.
Mostra que és nossa Mãe!
Mãe dos pobres, que recordas ao Pai na oração do Magnificat, dos humilhados e ofendidos na sua dignidade, dos que
não encontram trabalho, nem casa, nem pão… Que vejam reconhecida a sua dignidade! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe do nosso mundo, mãe da grande família humana, Mãe dos povos, no início deste milénio, tão ameaçados por
divisões e confrontos, por ódios, rancores, vinganças e terrorismos. Caminha com os povos para o diálogo das culturas
e das religiões, para a solidariedade e para o amor! R. Mostra que és nossa Mãe!
Mãe, particularmente, dos povos do Médio Oriente, tão martirizados pela violência e pela guerra. Sê para eles Mãe do
perpétuo socorro e Rainha da paz! R. Mostra que és nossa Mãe!
P- Sim, continua a mostrar-te Mãe para todos, porque o nosso mundo tem necessidade de Ti, Mãe da divina
misericórdia, Mãe da consolação, da esperança e da paz! Vela por nós, filhos teus, Mãe de Jesus, nosso Bem, Tu podes, és
Mãe de Deus, Tu deves, és nossa Mãe!
CONSAGRAÇÃO DAS FAMÍLIAS A MARIA
SANTA MARIA DE TODAS AS IDADES
Hoje quero recordar-Te
a Ti, Santa Maria sem fronteiras,
que acompanhas o homem em todas as idades,
do berço à morte, como mãe sempre fecunda.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Rezar-Te a Ti, Santa Maria das crianças.
Que nos acompanhaste quando mal balbuciávamos pela primeira vez as tuas ave-marias.
Tu, que um dia cuidaste do menino Jesus, cuida hoje dos nossos filhos,
dá-lhes o gozo inextinguível de se sentirem amados, o pão da ternura,
a graça de uma casa sem fendas,
a luz de uma esperança no futuro.
E Tu, Santa Maria dos adolescentes, que, com catorze anos,
penetraste no abismo de ser mãe de Deus
e tiveste a audácia de dizer «SIM» ao céu,
dá hoje aos nossos rapazes e raparigas a coragem de serem jovens a sério,
a força para tomarem as suas vidas com ambas as mãos,
sem desperdiçarem a sua juventude,
sem perderem, no meio de ruídos e ilusões, o vulcão vivo do seu coração.
E Tu, Santa Maria da Juventude,
que soubeste, sem dúvida mais do que ninguém,
que ter a alma cheia é enchê-la de Deus,
concede a tantos jovens o dom de descobrirem
que o reino dos céus está dentro deles,
que a alegria não se vende nos mercados deste mundo,
que não têm direito a desperdiçar a alma,
que é preciso encher a vida como Tu encheste a tua.
E a Ti, Santa Maria da idade madura,
que conheceste o medo e a angústia e o pranto
e que também bebeste até à ultima gota a solidão,
a Ti pedimos hoje
por quantos veem frustrado o fruto dos seus anos,
e chegam, mais do que à maturidade, à amargura de se sentirem vencidos.
Ajuda a quantos veem os seus filhos perdidos, Tu, que perdeste o teu.
Ampara quantos caem sob as injustiças,
Tu, que foste testemunha da maior de todas.
E Tu, Santa Maria da Terceira Idade,
que perdeste na terra os melhores tesouros que o mundo conheceu,
um esposo como foi José, um Filho como Jesus,
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
lembra-Te, Senhora, de todos os anciãos que foram perdendo os seus entes queridos
foram ficando sós, num mundo vazio,
como um dia sucedeu contigo nesta terra, sem José e sem Jesus.
Descobre-lhes a eles a luz da esperança, mostra-lhes o caminho
Que conduz ao abraço com tudo o que se perdeu,
O caminho que tu percorreste na tarde daquele dia glorioso
Da tua assunção ao Céu!
(J.L.MARTIN DESCALZO, Maria de Nazaré, Ed. Missões, Cucujães, 2000, 118-120).
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Apêndice:
ROSÁRIO, SENHORA DA HORA
Maria, a Mãe de Jesus, atrai, mais uma vez, hoje e sempre, a comunidade dos discípulos de Jesus, para se reunirem,
em oração, à volta do seu Filho, agora exaltado junto do Pai. De facto, depois da Ascensão, na sala de cima, no mesmo
lugar da última Ceia, estão reunidos, em oração, os apóstolos e algumas mulheres, entre as quais, se destaca Maria, a
Mãe de Jesus! Esta sala de cima, evoca a dimensão contemplativa da existência, o tempo alto da oração, que une o
silêncio das estrelas com o turbilhão dos dias. Hoje e aqui nos acolhemos e recolhemos, ao colo da Mãe, para rezar e
esperar com ela, e como ela, o dom do Espírito, que faz da Igreja, casa de comunhão.
Leitura inicial do Evangelho: Bodas de Caná
Escutai, irmãos, as palavras do santo Evangelho segundo São João (2,1-11)
Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram
também convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho».
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos
serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas ao rito da purifi cação dos
judeus; cada uma levava duas ou três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei as talhas de água». Eles encheram -nas até
acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe da mesa». E eles levaram. Quando o chefe da mesa provou a
água transformada em vinho, sem saber donde era, __ só os serventes, que tinham tirado a água, é que sabiam __
chamou o esposo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de terem bebido bem, é que serve o
inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim, em Caná da Galileia, que Jesus deu início aos sinais que
realizou. Manifestou a sua glória e os seus discípulos acreditaram n’Ele.
1. No primeiro mistério, aprendamos a viver, como Maria, na atenção do coração, a todas as horas do dia!
Em Caná, enquanto outros se distraem, Maria apercebe-se, com a atenção própria do seu coração feminino, materno e
amigo. Na sala da Festa, Maria vê o que ninguém vê. Vive com atenção. E intervém provocando a hora. Preocupada
com a falta do vinho, ela não diz a Jesus, de modo impessoal “já não há vinho”, como se isso fosse um simples facto
material, mas diz, gemendo por dentro, “não têm vinho”, como um problema moral que lhe diz inteiramente respeito.
Maria está atenta àquilo que falta, à pobreza imprevista, envergonhada, ou desconhecida.
Maria ensina-nos então a viver na atenção do coração aos outros, quer nas horas de tristeza, quer nas horas de alegria;
devemos, como Maria, vibrar com o pulsar do mundo, perscrutar os seus gemidos, as suas dores, as suas angústias e
aflições.
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
No segundo mistério aprendamos de Maria a interceder, com confiança humilde
Desta atenção, desta comunhão com as alegrias e angústias, brota a intercessão gratuita de Maria. Na sala das bodas,
em Caná da Galileia, Maria intercede, junto de Jesus. Fá-lo sem se lamentar, sem acusar ninguém, sem procurar
culpados. E dirige-se então a Jesus, seu Filho, não simplesmente, como a um Homem, contando com a sua fantasia e
disponibilidade, para socorrer. Ela confia uma necessidade humana, a um poder, que está para além da habilidade e da
capacidade humanas.
É assim mesmo que Maria nos ensina a rezar: não rezamos, para firmar diante de Deus a nossa vontade e os nossos
desejos, por mais importantes ou razoáveis que nos pareçam, mas rezamos para os levar à presença de Deus e deixar
que seja Ele a decidir, o que mais nos convém.
No terceiro mistério, aprendamos de Maria a envolver a todos, na resolução dos problemas da vida!
O facto de Maria se fiar e de nos confiar inteiramente a Deus, nem por isso nos descompromete, na resolução dos
problemas. Maria é presença que envolve outras pessoas: Jesus, os criados, os comensais, o mestre-sala e por fim os
discípulos. Maria e figura que agrega e convoca, em torno de si, matriz de comunhão. Ela é a mulher de relações
abertas e criativas, que não se isola, está sempre pronta a estabelecer pontes e parcerias.
Maria desafia-nos a ser assim mesmo, na família, na comunidade eclesial, na sociedade civil: nunca sem os outros,
pessoas criadoras de relações, pessoas envolvidas e envolventes. Este é o método fundamental para que corra e
escorra, sobre a mesa da criação e do mundo, o bom vinho da fraternidade e da alegria, fruto de uma autêntica cultura
de solidariedade.
No quarto mistério, meditemos no segredo de Maria: fazer tudo o que Jesus nos disser!
Por isso, a oração implica a nossa ação: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, indicou Maria. Isto é, acreditai, agi,
empenhai-vos, trabalhai naquilo que Jesus vos indicar. Levai ao mundo a força revolucionária das palavras de Jesus.
Fazer cumprir a Palavra de Jesus é o segredo de Maria, para a transformação do mundo, para reconquistarmos, a
partir da nossa própria casa, a alegria do amor: seja daquele primeiro amor, que uniu os esposos e se estende agora
sobre o marido ou a esposa, que se enganou; seja daquele amor materno e paterno, que se distende sobre o filho que
errou; seja daquele amor paciente e prestável que se inclina, sobre o ancião que perdeu o juízo, sobre algum familiar
doente; sempre daquele amor que tudo cobre, tudo crê, espera, tudo suporta (cf. I Cor.13,7).
No quinto mistério, aprendamos de Maria, a esperar, contra toda a esperança!
Guião de Oração do Rosário no mês de Maria 2012
Por último, em Caná, Maria não se resigna perante a crise, como não se resignará, nem sequer perante o fracasso
aparente da Cruz. É essa “esperança”, que a mantém de pé, em ativa expectativa, até chegar a “Hora” da cruz e da
glória, da plena união entre Deus e os homens.
Maria, tal como a mulher grávida ou como a mãe de criança ao colo, espera sempre, para lá do possível e do razoável.
Espera contra toda a esperança! A esperança é virtude fundamental, se queremos encher, de novo, as ânforas vazias
da nossa vida, com o vinho novo do amor e da alegria! Maria encoraja-nos a não desanimar, diante da demora na
resposta, perante as dificuldades e problemas inevitáveis de todos os dias.
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