Slide 1 - Tesouro Escondido

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Todos sabem como o magistério dos Bispos de Roma esteve sempre particularmente
atento, à luz da revelação e da Paradosis Ecclesiae, para motivar, regular, incrementar e
acompanhar a veneração e a piedade dos fiéis para que este antigo e justificado costume
variado nas suas expressões e profundo nas suas motivações, é um fato eclesial relevante
e universal.
Foi também relevante o interesse dos Papas pela oração do Rosário ou Saltério com
freqüência devido ao seu caráter ou marca bíblica centrada na contemplação dos
acontecimentos salvíficos da vida de Cristo, à qual foi estreitamente associada
a Virgem Maria.
São também numerosos os testemunhos dos Pastores e de homens de vida santa sobre o
valor e a eficácia desta oração . Nos nossos dias, apesar da renovação da liturgia e da
piedade popular após o Vaticano II e a Marialis cultus, ela conhece em certos ambientes
uma espécie de altiva marginalização de natureza pseudodemocrática (K. Rahner)
justificada pelo receio de que ela possa, de alguma forma,
diminuir a centralidade da liturgia eclesial.
Longe de competir de maneira conflitual com a oração pública da Igreja, O Rosário é uma
prática piedosa, uma oração popular proposta de novo por João Paulo II com a sua Carta
apostólica Rosarium Virginis Mariae; proposta que tem a finalidade, fazendo nossas
algumas observações ainda atuais de Von Balthasar de libertar o rosário de uma espécie de
mesquinhez alheia ao espírito de Maria e alimentá-lo, em conformidade com aquele mesmo
espírito, com a plenitude da idéia e da obra salvífica de Deus para o mundo.
A essência e a ação de Maria em tudo isto é a mediação: entre Deus e o mundo, entre Cristo
e a Igreja, entre espírito e carne, entre os dois modos de existência eclesial, entre o mundo
dos santos e o dos pecadores. Ela encontra-se em todas as encruzilhadas, para indicar o
caminho. Estas são palavras que resumem muito bem a atitude, as intenções os conteúdos
e as propostas com que os Romanos Pontífices, se empenharam a eles mesmos e ao seu
magistério no Rosário da Virgem Maria.
João Paulo II, eleito Bispo de Roma a 16 de Outubro de 1978, o Papa do Totus tuus,
relançou esta prática desde o começo do seu pontificado e em diversas ocasiões se deteve
a ilustrar o seu valor, atualidade e finalidade. É suficiente recordar os Angelus do mês de
Outubro de 1993, nos quais realçou o valor evangélico,
eclesial e humano da oração do Rosário;
Oração cristã que eleva os sentimentos e os afetos do homem; que faz reviver as
esperanças do crente: às esperanças da vida eterna, que empenham a onipotência de Deus,
e as expectativas do tempo presente, que comprometem os homens a colaborar com Deus.
Na catequese mariana de 5 de Novembro de 19997, João Paulo II realçava como esta prece
leva a contemplar os mistérios da fé....
Alimentando o amor do povo cristão pela Mãe de Deus, ordena mais claramente a oração,
mariana para a sua finalidade: a glorificação de Cristo. Na recente Rosarium Virginis Mariae,
o Santo Padre recorda como no Saltério da Virgem, que é ao mesmo tempo meditação e
súplica, a Orante misericordiosa, como gostam de a chamar e invocar os Orientais, colocase também diante do Pai que, com o seu Espírito, a encheu de graça e ao Filho nascido do
seu seio virginal, rezando conosco e por nós.
Por estes motivos, afirma João Paulo II, ò Rosário é a minha oração predileta... Podemos
dizer que o Rosário é, de um certo modo, um comentário-oração do último capítulo da
Constituição Lumen gentium do Vaticano II, capítulo da admirável presença da Mãe de Deus
no mistério de Cristo e da Igreja...
Ao mesmo tempo o nosso coração pode encerrar nestas dezenas do Rosário todos os fatos
que compõem a vida do indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da humanidade.
Vicissitudes pessoais e vicissitudes do próximo e, de modo particular, daqueles que estão
mais próximos de nós, que nos são mais queridos. Assim a simples oração do Rosário bate
o ritmo da vida humana.
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30/10/2010
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