Comunidade Mundial de Meditação Cristã Leitura Semanal - 19/12/2010 "Carta Dez, 18 de Dezembro de 1979"- Fr. John Main OSB, in "Cartas do Coração" (no original: “LETTERS FROM THE HEART” - New York: Crossroad, 1988 - pp. 119-20) O Natal é uma festa que pode abrir os corações de todos nós à presença de Cristo. Coloca perante nós as grandes qualidades de inocência e de esperança, que necessitamos se estivermos dispostos a acordar para a Sua luz, E enche-nos de confiança porque nos diz que o tempo antigo chegou ao fim. A nova era, de facto a nova criação, começou e o nosso ponto de partida para a encontrar, por todo o lado, é descobri-la como uma realidade dentro do nosso coração. A nossa viagem, então, é em direcção ao nosso próprio coração. Todos nós somos convidados a penetrar neste templo e a receber esta novidade de vida. É por isso que temos de reconhecer este tempo como um momento para por de lado tudo o que nos impede de abraçar o mistério da nossa própria criação; tudo o que nos refreia de penetrar na plenitude da vida, que recebemos como uma pura dádiva no eterno acto de criação do Pai. A importância do ensinamento da encarnação é que o mistério de Deus, na sua criatividade eterna, é, não só trazido para perto de nós, mas, realmente, unido a nós. Já não precisamos de objectivar o mistério que tomou a sua morada nos nossos corações de carne. Agora, sabemos que o nosso despertar para a sua realidade é uma possibilidade iminente para todos nós, porque o despertar é um encontro encarnado. A imensa alegria, a que esta festa nos deveria conduzir, está em que este despertar não é resultado do nosso próprio poder. Já não estamos isolados e na dependência dos nossos próprios recursos inadequados. Não é o nosso próprio poder de sabedoria que nos conduz, mas o Seu amor, que está presente como a luz da suprema realidade dentro dos nossos corações. A humildade do Jesus Menino é o nosso guia e mestre. Na Sua Luz, nós temos Luz. No Seu Amor, temos Amor. Na Sua Verdade somos tornados Verdadeiros. Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia. Depois da meditação… "Carta Um, 10 de Dezembro de 1977"- Fr. John Main OSB, in "Cartas do Coração" (no original: “LETTERS FROM THE HEART” - New York: Crossroad, 1988 - pp. 40) A nossa tarefa é perseverar – não de forma relutante ou orgulhosa, mas com uma fé simples e um amor que se autorenova. Maria é uma figura central no nosso entendimento do Natal. Acima de tudo, ela é o grande exemplo de interioridade com um significado directo para cada um de nós. Tal como ela trouxe no seu seio o Cristo humano, assim também nós devemos trazer e adorar Cristo no nosso próprio coração, lembrando que Ele está tão verdadeiramente presente no nosso interior como esteve fisicamente presente no ventre de Sua Mãe. Tradução de Rui Gomes Souto