51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] Palavras-chaves: polimorfismos; genes do biometabolismo; população negróide Oliveira, FK1; Maciel, ME1; Propst, GB1; Losi-Guembarovski, R1; Bicalho, MG2; Cavalli, IJ1; Ribeiro, EMSF1 Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética 1 e Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade 2, Departamento de Genética, UFPR. Análise da freqüência de polimorfismos dos genes GSTM1 e GSTT1 em amostra da população negróide do Sul do Brasil A maioria dos carcinógenos não produz seu efeito biológico per se, necessitando de uma ativação metabólica para interagir com macromoléculas da célula. Esta via metabólica é dividida em duas fases e muitos compostos são convertidos em metabólitos reativos (eletrofílicos) por enzimas oxidativas da fase-1, principalmente as enzimas da família do citocromo P-450. Enzimas da fase-2 como a Glutationa-STransferase (GST), agem normalmente como enzimas de inativação. Assim, distúrbios no equilíbrio destes processos podem explicar a variabilidade na resposta individual à exposição a tais compostos. Estudos das freqüências dos alelos polimórficos em indivíduos de diferentes origens étnicas contribuem não só no conhecimento da estrutura populacional como são básicos para a interpretação de estudos de associação com pacientes portadores de câncer. Dentre as enzimas GSTs mais conhecidas estão as GSTM1 e GSTT1. Os genes GSTM1 e GSTT1 são polimórficos na população humana, com alelos funcionais ativos e um alelo com atividade nula. Homozigotos para os alelos nulos (individualmente ou em conjunto) são considerados como grupos de risco, principalmente se expostos a elevados níveis de carcinógenos. Este estudo analisou a freqüência dos genes GSTM1 e GSTT1 em uma amostra de 82 indivíduos da população negróide proveniente do Paraná, sendo o primeiro trabalho com negróides do sul do Brasil. A metodologia empregada foi a amplificação por PCR-multiplex e visualização em gel de agarose corado com brometo de etídeo. Os resultados obtidos foram: 34,15% dos indivíduos apresentaram o genótipo nulo para GSTM1 e 17,07% para o gene GSTT1, tendo ocorrido 7 (8,54%) casos de duplo-nulos. Estudos realizados com amostras de populações brasileiras de outras regiões, demonstram que o genótipo nulo para GSTM1 está presente em 55% dos caucasianos, 33% dos negróides e 20% dos índios da Amazônia. Já o genótipo nulo para GSTT1 foi encontrado em 18,5% dos caucasianos, 19% dos negros e 11% dos índios da Amazônia (ARRUDA et al., 1998). Na pesquisa realizada por GATTÁS et al. (2004) verificou-se o genótipo nulo do GSTM1 em 41,4% dos mulatos e 32,8% dos negros de uma amostra proveniente de São Paulo. Nesta mesma amostra a freqüência do genótipo nulo para o gene GSTT1 foi de 17,2% dos mulatos e 26,3% dos negros. Os nossos resultados, portanto, mostram-se de acordo com os já existentes na literatura. Apoio financeiro: CNPq, UFPR e Fundação Araucária. 798