título do resumo

Propaganda
ANÁLISE DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS NOS GENES DAS
GLUTATIONA S-TRANSFERASES (GSTs) EM PACIENTES COM CÂNCER
DE MAMA
Mayara Tiemi Enokida (PIBIC), Carolina Batista Ariza, Roberta Losi
Guembarovski (Orientadora), e-mail:[email protected].
Universidade
Estadual
Biológicas/Londrina, PR.
de
Londrina/Centro
de
Ciências
Ciências Biológicas III, Imunologia, Imunogenética.
Palavras-chave: polimorfismo genético, GSTM1, GSTT1, câncer de mama.
Resumo
O câncer de mama é uma doença incomum antes dos 35 anos, mas de
incidência crescente após esta idade, sendo a principal neoplasia entre as
mulheres. Polimorfismos em enzimas que promovem conjugação, como as
glutationa-S-transferases (GSTs), e seu papel nas neoplasias têm sido
investigados. Dentre os genes mais estudados encontram-se GSTM1 e
GSTT1, polimórficos por deleção. Este trabalho objetivou analisar mutações
nestes genes em pacientes com câncer de mama e controles livres de
neoplasia. Amostras de sangue periférico de 121 pacientes e 151 controles
tiveram seus DNAs genômicos extraídos e amplificados por PCR Multiplex. Os
resultados foram analisados em gel de poliacrilamida e corados com nitrato de
prata. O estudo caso-controle não mostrou associação significativa entre a
presença das variantes polimórficas e a suscetibilidade a esta neoplasia. Desta
maneira, os genes GSTM1 e GSTT1 não se mostraram candidatos a
marcadores de suscetibilidade para o câncer de mama.
Introdução e objetivos
O câncer de mama é uma das neoplasias malignas mais comum em mulheres,
sendo responsável por uma grande parcela de mortes relacionada ao câncer
em todo o mundo (Brasil, 2011). Durante a evolução, a espécie humana se
tornou capaz de metabolizar um grande número de compostos químicos que se
acumulam nas células e podem causar danos à saúde (Hatagima, 2002).
Polimorfismos em enzimas que promovem conjugação na fase II do
metabolismo, fundamentais na homeostasia celular, como as GlutationaStransferases (GSTs), e seu papel na suscetibilidade a diversas neoplasias têm
sido extensivamente investigados (Cascorbi, 2006). Dentre os genes desta
superfamília mais estudados encontram-se GSTM1 localizado no cromossomo
1 e GSTT1 localizado no cromossomo 22, os quais são polimórficos por
deleção completa ( Widersten, et al., 1991). Este estudo teve como objetivo
analisar mutações polimórficas nestes genes em pacientes com câncer de
mama e em controles livres de neoplasia.
Procedimentos metodológicos
Seleção de Amostras
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres
Humanos da Universidade Estadual de Londrina e todos os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram obtidas 121 amostras de sangue periférico de paciente com
câncer de mama e de 151 indivíduos amostras de sangue periférico de
controles normais.
Análise Molecular
Extração de DNA
O DNA genômico foi obtido utilizando-se o Kit específico de extração de
DNA da Biopur.
As amostras de DNA foram quantificadas por
espectrofotometria no aparelho Thermo Scientific NanoDrop 2000®.
Análise dos polimorfismos genéticos em GSTM1/GSTT1
A reação de co-amplificação em cadeia pela polimerase foi realizada
para análise da presença ou ausência dos genes GSTM1 e GSTT1, baseada
no protocolo de PCR Multiplex de Abdel-Rahmanet al. (1996), modificado, nas
seguintes condições: tampão da enzima (20 mM de tris-HClpH 8,4; 50 mM de
KCl);2 mM de MgCl2;10 pmol de cada iniciador; 1,25 U de Taq DNA
polimerase; 2 mM de dNTPs;100ng de DNA genômico total e água ultra-pura
estéril para completar o volume final de 25 µl.
Os fragmentos foram amplificados em termociclador PTC-100 (MJ
Research, Inc) e submetidos à eletroforese (3V/ml) em gel de poliacrilamida
10% e corados com nitrato de prata. Para a confirmação do tamanho dos
produtos amplificados, foram utilizados marcadores de DNA (Ladder) de 100
pares de base (pb).
Análise Estatística
As análises foram realizadas pelo cálculo da Odds Ratio (OR) com
Intervalo de confiança a 95% (IC=95%) através do programa estatístico Graph
Pad Prism versão 6.00 for Windows (GraphPad Software, La Jolla California
EUA, www.graphpad.com), como estimativa do Risco Relativo.
Resultados e Discussão
Este estudo analisou os polimorfismos dos genes GSTT1 e GSTM1 em 121
pacientes com tumores de mama e em 151 controles livres de neoplasia.
Segundo Stopecket al. (1998), o desenvolvimento concomitante de
biomarcadores e terapias direcionais é o novo paradigma para alcançar
melhores resultados e poupar as pacientes com tumores malignos de mama da
toxicidade das drogas terapêuticas. De acordo com os mesmos autores
somente através do desenvolvimento de um tratamento baseado em
biomarcadores, o verdadeiro potencial das terapias-alvo será alcançado, o que
ressalta a importância de se buscar marcadores moleculares que possam estar
envolvidos no metabolismo das próprias drogas alvo, bem como de agentes
quimioterápicos, com implicações no prognóstico, sobrevida e resposta
terapêutica.
Para o polimorfismo do gene GSTT1, 15,70% das pacientes e 21,85%
das controles apresentaram o genótipo homozigoto para a deleção polimórfica.
Já em relação ao gene GSTM1, 54,54% das pacientes e 49% das controles
apresentaram o genótipo homozigoto para a deleção (Tabela I). Nossos dados
corroboram estudos prévios descritos na literatura em relação á frequência
destas mutações, uma vez que segundo Arruda et al. (1998), a deleção em
homozigose de GSTM1 é observada variando de 20 a 70% nas diferentes
populações, enquanto que para o gene GSTT1 esta variação é de 11 a 38%.
Das 121 amostras diagnosticadas com neoplasia mamária, 9,91%
apresentaram genótipo homozigoto para a deleção dos dois genes
simultaneamente (GSTT1 e GSTM1). Já no grupo controle, a dupla deleção foi
observada em 13,24% dos indivíduos (Tabela I).
Tabela I– Distribuição genotípica e estudo de associação dos polimorfismos
em GSTM1/GSTT1 entre pacientes e controles.
Controle (n=121)
Caso (n=151)
OR
IC (95%)
GSTT1 Presente
102 (84,3%)
118 (78,15%)
0,67
0,36 - 1,24
GSTT1 Deletado
19(15,7%)
33 (21,85%)
GSTM1 Presente
55 (45,46%)
77 (51%)
1,25
0,77 - 2,02
GSTM1Deletado
66 (54,54%)
74 (49%)
Genótipo Duplo
Deletado
20 (13,24%)
12 (9,91%)
0,72
0,34 - 1,54
Fonte: o próprio autor
Conclusão
O estudo de associação caso-controle não indicou associação positiva ou
negativa entre a presença das variantes polimórficas e a suscetibilidade ao
câncer de mama. Entretanto, os dados obtidos são relevantes para a
comunidade científica, pois indicam que os genes abordados neste estudo não
parecem constituir bons marcadores no contexto amplo da carcinogênese
mamária.
Agradecimentos
CNPq, Fundação Araucária, PROPPG-UEL, CAPES.
Referências
ABDEL-RAHMAN, S. Z.
et al. A multiplex PCR procedure for
polymorphicanalysisof GSTM1 and GSTT1 genes in populationstudies.
CancerLett, v. 107, n. 2, p. 229-33, Oct 22 1996. ISSN 0304-3835 (Print)03043835
(Linking).
Disponível
em:
<
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8947518>.
ARRUDA,
V.
R.
et
al.
Prevalenceofhomozygosity
for
thedeletedallelesofglutathione S-transferase mu (GSTM1) andtheta (GSTT1)
amongdistinctethnicgroupsfromBrazil:
relevancetoenvironmentalcarcinogenesis? ClinGenet, v. 54, n. 3, p. 210-4, Sep
1998. ISSN 0009-9163 (Print)0009-9163 (Linking). Disponível em: <
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9788723>.
BRASIL. Estimate 2012: CancerIncidence in Brazil. SAÚDE, I. M. D. Rio de
Janeiro: INCA: 118 p. 2011.
CASCORBI, I. Geneticbasisoftoxicreactionstodrugsandchemicals. ToxicolLett,
v. 162, n. 1, p. 16-28, Mar 15 2006. ISSN 0378-4274 (Print) 0378-4274
(Linking). Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16310984>.
HATAGIMA, A. Polimorfismos genéticos e metabolismo dos desreguladores
endócrinos na suscetibilidade ao câncer. Cadernos de Saúde Pública, v. 18,
p. 357-377, 2002.
STOPECK, A.T. et al. The role oftargetedtherapyandbiomarkers in
breastcancertreatment. ClinExpMetastasis. 2012; v. 29, n. 7, p. 807-19. Epub
jun. 2012.
WIDERSTEN, M.
et al. Heterologousexpressionoftheallelicvariant muclassglutathionetransferases mu andpsi. Biochem J, v. 276 ( Pt 2), p. 519-24,
Jun 1 1991. ISSN 0264-6021 (Print) 0264-6021 (Linking). Disponível em:
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2049077>.
Download