Imprimir () 11/05/2016 ­ 05:00 Investidor brasileiro está mais otimista Por Luciana Seabra de gestor de evitar perdas Gonçalves, da Franklin Templeton: investidor brasileiro valoriza capacidade Uma pesquisa da gestora global Franklin Templeton com 500 brasileiros, entre 25 e 65 anos, com pelo menos R$ 50 mil investidos, mostrou uma melhora de percepção. A parcela de otimistas ou muito otimistas sobre a habilidade de atingir suas metas com investimentos cresceu dos 71% registrados no levantamento do ano passado para 85% agora. Não houve um reflexo pelo menos até o momento, entretanto, em uma estratégia de investimento mais agressiva, opção de somente 19% deles. De acordo com o estudo divulgado com exclusividade para o Valor, 41% disseram que, na realidade, vão ser levemente mais conservadores. A fatia do portfólio dedicada à renda fixa vai ser ampliada por 30% dos investidores ao longo deste ano, segundo a pesquisa de intenções, perdendo apenas para o segmento imobiliário, em que 45% disseram que pretendem aumentar sua participação. Também nas metas de investimento para 2016, os brasileiros colocaram comprar uma casa nova em primeiro lugar, seguida por aportar dinheiro na previdência. Marcus Vinicius Gonçalves, diretor­presidente da Franklin Templeton, diz que o comportamento em relação a imóveis está ligado à falta de renda excedente para poupança no país. "No mundo todo a casa própria é o primeiro investimento, mas atingido em uma idade relativamente baixa", afirma. Dentre os investimentos que vão ser cortados, a campeã é a renda variável, que deve ser reduzida por 15% dos investidores entrevistados neste ano. Uma parcela expressiva dos investidores, 39%, espera que Estados Unidos e Canadá proporcionem o maior retorno em ações em 2016, seguidos de perto pelos 33% que veem mais oportunidades na bolsa brasileira. A mesma perspectiva é mantida para os próximos dez anos. Já na renda fixa, o Brasil lidera em oportunidades na visão do investidor neste ano e na próxima década. A porção dos que esperam mais do mercado local do que dos demais atingiu o maior nível desde 2013. O levantamento mostrou que a inflação é o que mais tira o sono dos investidores hoje, seguida pela incerteza política. A terceira maior fonte de preocupação mudou entre a pesquisa do ano passado e a de agora, passando do estado da economia local para a desvalorização da moeda. Sobre a intenção de investir fora, mercado que a Franklin Templeton tem tentado incentivar no Brasil, 58% disseram que não têm dinheiro aplicado no exterior, ainda que 75% tenham afirmado que não existem fatores que os impeçam de se valer dessa alternativa. A razão mais citada entre os que têm reservas em investir no exterior foi falta de conhecimento do mercado global, seguida pelo impacto do câmbio nos retornos e, em terceiro, pelos impostos. Dois terços tomam decisões de investimento sem ajuda de um consultor financeiro. Sobre o gestor de fundos, 40% disseram que esperam dele principalmente a capacidade de evitar perdas. É um comportamento marcante do investidor brasileiro, diz Gonçalves. "Essa é a resposta mais consistente da pesquisa. Ano após ano o brasileiro responde que prefere um pássaro na mão do que dois voando", diz.