Fisiologia do Intestino Grosso 1. Estrutura O esfíncter ileocecal separa o íleo do ceco. Depois do ceco, os vários segmentos são o cólon ascendente, o transverso, o descendente e o sigmoide, o reto e o canal anal, com os esfíncteres interno e externo. Por todo o cólon a camada de músculo circular é bem desenvolvida. As fibras da camada longitudinal reunem-se em feixes chamados de taenia coli. Fibras pré-ganglionares parassimpáticas para o cólon ascendente e transverso vêm pelo vago. Para o cólon descendente, sigmoide, reto e canal anal a inervação parassimpática vem pelos nervos pélvicos, que emergem da medula sacral. A inervação simpática vem pelos plexos mesentérico superior, inferior e hipogástrico. O esfíncter anal interno é formado por músculo liso, de tônus controlado pelo sistema nervoso neurovegetativo. O esfínter anal externo, de músculo estriado, invervado por neurônios somáticos do nervo pudendo, é de controle voluntário. 2. Movimentos O esfíncter ileocecal se abre quando uma onda peristáltica percorre o íleo terminal e restos do quimo são transferidos para o ceco. O esfíncter se fecha, então, impossibilitando refluxos. Os movimentos do cólon, distendido pela massa fecal, são os de segmentação, acentuados a ponto de formar constrições ou "haustras". Estes movimentos não são propulsivos. Com uma freqüência de 1 a 3 por dia, movimentos de massa, que são ondas peristálticas vigorosas, empurram a massa fecal em direção ao reto. Como em outros segmentos, aqui no intestino grosso o parassimpático aumenta a freqüência e amplitude dos movimentos. O simpático os inibe. O plexo nervoso entérico organiza os movimentos. Um dos reflexos bem definidos é o gastrocólico em que, por meio do sistema nervoso e de hormônios, a presença de alimento no estômago aumenta a motilidade no intestino grosso. 3. Defecação Na maior parte do tempo o reto está vazio. Um esfíncter anatômico, na transição sigmóide-reto e acentuada curvatura desta região previnem a entrada eventual de fezes no reto. Contudo, o movimento de massa de regiões mais proximais empurra a massa fecal para o reto. A distensão deste é o estímulo que, por reflexo envolvendo o plexo entérico, determina o relaxamento do esfíncter anal interno e a sensação da necessidade de defecar. A contração voluntária do esfíncter anal externo impede a defecação. Persistindo a retenção das fezes no reto o esfíncter anal interno recobra o tônus; a urgência do ato desaparece. Os movimentos de segmentação do reto tendem a empurrar as fezes de volta ao cólon sigmoide. Se houver relaxamento voluntário do esfíncter externo iniciar-se-á o ato de defecação. A contração em massa do reto, estimulada pelo parassimpático, tende a expulsar as fezes. A contração da musculatura longitudinal encurta o reto e o relaxamento da musculatura puboretal alinha o reto e o canal retal. O aumento da pressão intrabdominal contribui para a expulsão das fezes. Esta se dá pela contração da musculatura da parede anterior do abdómen e pelo abaixamento do diafragma e parada em inspiração com a glote cerrada. 4. Questões orientadoras do estudo 1. Discuta os principais movimentos do intestino grosso: organização do movimento, controle, e importância fisiológica. 3. Discuta o reflexo de defecação.