I.kt\ HlpOTESE SINTATICA PARA U'1 TIPO DE DESVIO NA AQUISl Ro.6 a. A:t:tie F,[9 uebta. UNICAMP Neste trabalho procuramos levantar ums hipotese explicativa para os fenomenos envolvendo a aquisi~io de verbos causativos, tais como se apresentaram na fale de urns c~ianQa em feee de aquisiQao do portuguie como lingua materna (Anamaria = A). no per{odo compreendido entre 2; 8 a 5 anos. De 2;8 a 3;4 diepomos de material proveniente de dues fontes: aJ do diario, isto e. do regis- tro informal das ocorrencias, feito pela mie (a propria pesquisedora)J b) das gravaQoes em fita magnetics segmentos de intersQao informal com urn interlocutor N de adul I to~ na maioria das V8zes, a mas • De 3J4 em diante, tra balhamos soments com as dados registrados no diarlo. do icorpusi de A, sentimo-nOB autorizados a lnicia! urna analise da aquisi9ao dos verbos causativos, dada a can sistencia dos fatos reunidos no diario e que sabemos,ds" antemao. nao serem desmentidos tapeo. Na literatura te referencia pelas seasoes de 'audio- sabre aquisioao que vamos analisar. na aquisioao do ingles por Christy, sujeito de Bowerman ( cf, Bowerman a um dos fanomenos da linguagem.exia- 1974). A analise feita por Bowerman mo unica fonte 01 material registrado no diario. Os das 'de Christy, bomo tambem os de Anameria. entemente consistentes pare permitir tem co da- sio sufici- a formulaoao de al gumas hipoteses. 1.Ne 'corpusv de A, no per!odo mencionado s;o eneontra das um grande numero de verbos cBsativos tes tipos de expressoes V, deixar + V e mandar perifrasicas + sa, Analisando-os, de causa: fazer em relaoao registrallt"sa tambemdes a expressao lexical de cau e poss!vel reconhecer dais tipos ba- 19) uso de um item nao-causativo do, mU$.~a + V. Neste pedodo vios sistematicos e os segui~ de estado/loeaoao (expressando ou atividada) esta por um cau- sativo. 29) usa de um item causativo por urn neo-causativo. De 2J8 a 5 oeorreram as seguintes cas do primeiro tipo: 1. aeabar por fazer aeabar (consumir)2 2. aceitar por ofereeer 3. aehar por proeurar 4 0 3 alcanoar por fazer alcanoar 5. apanhar por bater tro 6. eprender por ensinar 7. £!!!. por derrubar 8. ·corihBcer por apresentar 9. dormir por fazer dormir 10. entrar por fezer entrar (enfiar) II. errar por fezer errar 12. eseorregar por fazer escorregar 13. ficer~! por fazer/deixar 14. fiear + fiear em X (loea~ao) Adj. par fazer fiear Adj. (estado) 15. morrer por matar 16 •.nascer per £!!. a~ (parir. "fazer nascer") 17. passear por fazer/levar passear 18. perder por escender 19. puler por fazer pular 20. ~ por tirar 21. sofrer por fazer sofrer 22. subir por levantar 23. sumir por fazer sumir (esconder) 24. vir por trezer 25. tomar banho/inje~ao por ~ banho/injecao Eata lista eontem verbos impropri~ mente usados como eausativos. mo,,;9cabar.~. Uns s~e intransitivos. dormir. morrer. nascer. ~. tros sac transitivos como aceitar. aprender8 ete, eo ou acha~. ca- nhecer. ete; au, na terminolLigia de Lyons. monovalentes os primeiros e bivalentes de valencia ver Lyons 0 (para 0 cenceita 1968 e 1977). 0 que nos leva dar-1hes urn so tratamento so como no autra. os segundos 8 0 a fato de que tanto num ca- item ausente (0 correta) 8 um item de valencia uma (la) vez superior ao item que efet1va-- i mente ocorre e este aumento de valencia corresponds presen9a de urn lugar adicional ra a expressao ("additional do agente iniciador. place") pa- Assim. 0 monDvalen- te morrer ast~ palo bivalente mater: e a bivalente eerendar asta palo trivalenta ensinaro Em ambos os sas. a diferan9a. que e de uma valencia. sac do mesmo conteudo semantico: serve ~ axpre~ causativ1dada. As trocas no sentido inverso. do tampa compreendido ca- pele pesquisa.foram dentro as seguintes: 1. ensinar por aprender 2. matar par morrer 3 0 procurar par aehar 4. tirar por !!!£ Os desvios do primairo tipo a os des- vios do segundo tipo nao tiveram a mesmB distribui9io de freqOeneia Tomando-se 8m toda a extensao do period a observado por base urn par em que a troce ocorre B tambem dois sentidos - a par ~tirar(qua freqOente ) - pode-se dizer que a incidencia ro tipo e maior de 3,10 a 4,4, enquanto que a 0 • nos mais do primeiinciden- cia do segundo tipo 8 maior de 4,6 a 5. Isto permite grosseiramante da expressao dtvidir 0 desenvolvimento da aquisi9BO lexical de causa em A. em dues stapes: - etapa A: regida pelos desvios do primeiro tipo, - etapa B: regida pelos desvios do segundo tipo. Procuraremos relacionedas fcrmular duas entre si, para explicar em jogo na produQ~o de senten9as hipoteses os fatos que eetao do tipo "voce saiu 0 asma1ta do dado", de um 1adoJ a "voce tirou do dado", da outro. Para esta comunicaOBo, a tamo-nos discusseo asma1ta 0 porem, 1imi de hipotasa re1ativa aos desvios do tipo 10 Antes, porem, cumpre apresentar tad a por Bowerman, para os erros - semelhantes tipo 1. por nos registrados da como sando explicative aos l do em A - teitos por sua filhs ChristYJ hipotese que, inicialmente, 1977: 3771 a hipotesa 1avan- fo! par nos sSBum! dos dados de A CcfoFigueira • 0 De 2,6 ate por volta de 3,8,Christy produziu uma granda numero de estruturas em que verbos. adjetivos e particu1as DOS transitivos, locativas aram usadas come vernormally no sentido de "cause the evan~refer red to by this word to come about" (Bowerman 1974:143). Por exemp1o: - (Christy, com dificu1dade do retrigeredor em sustentar a porta aberta) C. Mommy, can you stay this open? (=make stay open, keep this open) - (Christy,diante 0 de um brinquedo Co I'm singing him (= musicalJ I'm making him sing)(3,l) - (Christy espiando com 1nsatisf~Qio ra que a mas ~i~e Co Full it up: t· sua mamadei- enchido spenas pa~cialmente) make it full; fi]ll it up) Boerman sustenta que, quando Chri~ ty comeQou a usar verboe causativos em sentenQas de 2/3 palavras - em periodo anterior ao das ocorrencias aeima - os verbos cBusativos analisadas, eram essenc1almente formas nao- em que a crianoa ainda neo estavil conscien- te ("aware") de sua estruture interne. Esta consc1enc1e so emergiu quando se registraram pois estes constituem. desvios como os acime, para a autora. um indicio de que a crianoa - por um processo de generalizaQeo sUbsequen- te a um esforoo de analise - ter1a incorporedo ao gr~po de verbos do tipo de :'opan", "break.~ e "warm" formas causativas e nao-causativas cUjc!6 sao identicas - mui- tos outros de seu lexica. A.·fonte das arros de Christy esta, para ela, no dominio desta classe de verbos. pois de ouvir um numero 6uficisnts "open" e "broke" como causativos ty teria abstrafdo e urna regra sobre 1tens Em outras palavras. • me modalo de funcionamento de e nao cillusat1vos,Chri.! e generalizado lexicais passivais. tese de ocorrenc1aa de- ala os tomou co para outros verbos. Sua hipo de que sempre qua urn concsito de estado ou mudan oa de est ado vem associada a aQao ou circunstincia provoca es~e estado ou mudanQa da estado,este Bxpresso nurn unico item lexical. mudando-se trutura da prediciloao verbal. ja que 0 pode que sar apanas a as verbo passe a ser transitivo. Notamos que a explicaQ~o.dada werman para os desvios de Christy estabelece por Bo- que,no te~ po das erras a crianQa ja domina a oposi9aa causative neo-causativo. sac morfologica, faltando-Ihs apenas 0 I dominia de Gxpres- lexical desta diferenoa. Para afirmar que a conceita camplexa codificado so nos itens causativos se tornou conhecido de Christy na epoc~ dos desvios,Bowerman tros fatos do desenvo1vimento que precedeu f pre-requisitQs cognitivos saa da estrutura nar elementos do perfodo Ihe afiguram S8 ~ e sintaticos que representam (1) a emergen- a tentative de duas proposiooes, como para a compree~ dos verbos causativQs": cia de enunciados resultado I1ngaistico eeta etapaJ fatos que •• se apoia em ou e. isto de combi- a agente 8 a de sua aoaa, como:-,"Morrmy see", interpretave:L segundo a autora, como "Mommy pick up Christy Christy can see"J (2) dads estrutural dos complexos 0 subseqOente that aumento da complex! na combinac;ao de propos'i.r;ceeem em.mei,! ~Mommy hold, too heavy")J e finalmente [3] a emergincia de causativas "get". ao lado das primeiras dacs [ef. B6werman perifrasicas com "make"e manifestac;8es de incoativi 1974g162). Do exposto, a exp1ica~ao 50 queremos de Boerman considera salientar que as des vias como sande fruto de uma hipotese da crian~a sabre a configura9ao morfologica do verba causative. hlpotese plitude maior do que seria justa (dado q'Je, tendo amsistema 0 _ lin- gOlstico em questeo) atings ume outra classe de verbose A explicaoao que tentaremos colcear camo alternative . a esta trata dos desvios do tipo 1 came B8nda ccnsequin-cia . tica de urna hipotese Elmque acorrem de cI'iGinQEl sabre a ':IS verbc;,~ caueativos Acreditamoa anc;a po de ser interpratada 8strutura slnt_~_ c que a produQao como sendo derlvada da cri da ap1i- ca~ao de uma regra.como: - estrutura transitiva express. causatividaQs abstra!da nio so do comportamento dos verbos cauaativos da classe ~. mas tambem dos causativos ~. igualmente transitivos. momento de significar tado/loca~ao des classes e e Esta regra setia splicade no uma situa~io em que mUd.n~a de e~ ou atividade vem associada a urn agente in1 ciador. Desta maneira atingiria: a) as intransitivos cair. dormir. morrer. nascer ----------- • stir. etc. que. ao contrario dos ambivalentes guebrar. abrir. etc. so ocorrem em urn (1) tips de estrutura: NV. de interpr~ ta~io nio agentiva, b) os ja transitivos ~. achar. aprender. conhecer.per etc. mas que tem possibilidade de receber uma no~ao adicio-- hal referente ao agente infciador. dBndo origem aos desvios relacionados o ~. 224 ~ 225 emprego de !!!£ na frase "eu voce do ber~o" e de aprender na frase ee saio aprende eu de- senhar?" nao se afiguram •.enteo. para nos. como a ocorrencia de urn item lexical poss!vel. como quer Bowerman. mas como a ocorrencia a agentivo de urn item nao-agentivo (equivale dizer "causative"). que passa a integrar: transitiva transitiva promovido pele estrutura no primeiro caso; bi- no segundo (ou. nos termos de Lyons. bivalen te e trivalente). rela~ao ao mesmo tips de dados. Com aTaito. diante desvios do primeiro tipo. e dos possivel tomar uma de duas posi90es: 19) assumir que a crian9a conhece 0 sentido nBO- causativo de sair e 0 santido causativo de seu correspondente ~ (tirar na lIngua do adultQ neste est agio do desenvolvimento ling~i~ tico da crian9aJ. errands apenas porque urna ganeraliza~ao indevida: faz nao conhace os Ii mites da classe c de verbos causativos. nela incluindosairo 29) assumir que a crian9a nao conheca sa co-- (OU neece. "passe por cima de") 0 sentido nao-age.!:!. tivo do item~, empregando-o a como sa fossa causativo porque atribui expressao de uma situa9so am q~e tres elemen- tos estao envolvidos: estrutura S V 0 a agente. a980 e objeto modificadoo Urns prova de for9a que a ordem S V o desempenha experimento como expresseo da Agente A9ao Objeto 8 realizado por Sinclair e Bronckart com 0 se- qOencias de palavras: "Sixty-eight French-speaking children between the ages of 2 years. 10 months and 7 years warw asked to guess the meaning of 30 deviant theree-word utterances. ressembling utterances sponta~usly produced by very young children. Utterances con- sistent of two nouns (without artcles) and a v~b (in the infinitive). or one noum and two verbs. Verbs werw transitive plus transitive or intransitiveJ verb combinations either reversible According transpose into (boy pushes girl) or irreversi-- ble (boy opens box) sentences. were presented the two N's All the threet -word in,the six possible words orders. to age. children chose different gies to interpret the utterances: estrete the developmentel trend was cleary towards the strategie by which the relative position of the two noums determined the interpretation: the first noun was tOKen to be the subject. the second noun the object". & Bronckart 1972: 329J Diante dos resultados te a pergunta: 0 e grifo "S V 0 a linguistic cia para esta hipotese. Estudos universal?" terpretar astruturas passivas (Slobin & Ferreiro 1970J Bever 1970) -par exema existancia de uma tendencia a ordem de palavras funcionais: fornecem eviden- sabre a interprataQao qua as crianQas fazem de sentenQBs pIa - mostraram nosso). os autores colocam como pertine~ Outros experimentos 1966J Sinclair (Sinclair seqOencias par. in- em termos de relaQoes N V N erGlm dacodificadas de Agente-AQao-Objeto. ram Bevar a supor a 8xistencia como Tais 8videncias de umGl astrategia lavaparce£ tual como "Any N V N sequence within a potencial tarnal unit in the surface estructure tor-action-object". corresponds in-to ac (Bever 1970: 298). Como sa va. a relaQao da ordem S V com a seqOencia Agente-AQso-Objeto - que fundamenta 0 a eagunde posioeo am relaoeo aos desvios - esta sobre uma quant1dade razoavel de ev1dencias apoiada emp!r1cas, Oe1xando de lado os dados exteriores ao 9corpus9 de presente pesquisa. trar a 9uperioridade podemos demons- de segunda hipotese em relaoao a primeira. com as proprios dados de A, A hipotese 2 alam de explicar corretemente os desvios arrolados de 1 a 254• 8xplica tam b~m outros aspectos anoa em relaoao a [tambim desviantesl da fa1a da cri- estrutura basica de uma S, Trata-ss de certes classes de estruturas lingO{sticas gum modo. escepam ao sentoide canonico, que. de al Compreende des- vias: - com verbos - chamados impessaais tradicional pela gramatica - que nao ocorrem com sUjeito. ou • se ocorrem. eete e urn ser nao-animado (fazer ca lor)J r nao - com verbes que se constreem com FN preposta. a - com verbos que tomam como sUjeite urns S , tern jeite de .,,) qual se atribui nao uma leitura de agents. antes de paciente aniversario. Agrupa-Ios-emos (coxar. nascer.(dente). mas fazer durar), sob a Ietra Ao - (a mae pede i cr. para tirar 0 macaoao porque ssta calor) A. NBo Q 0 maaacao que ta fazendo calor. e a cam! - (sentindo-se encalorada) A. 0 vestido ti fazendo calor. - (a mae censura a cr. par ter-se despido na fest., no dia anterior) t! M. Todo mundo de vestido~ Voce fa1 a unice que roJ"i a roupa. A. Maa(s), mesCal a roupa t.va muito ce1or. De vexido. (179 sesseo - 3,2.27) - (V. e A. na cama, V. sugers e A: tiar a colchal A. Nu/nu ••• Ah, mas essa (colcha) nu fez calor essa colcha nao'faz sent1r calor/neo faz (~ calor com esta colcha)5 (149 sessio - 3.2.13) -(uma am1guinha da cr. estava imposs1bi1itada de brincar por algum motivo. a mae insiste em se- ber) M. Anamaria, mamas ta perguntando ta se a Ana Lucia ai, A. Nao M. Vai chamar Ana Lucia pra vim brincar, vai. A. Ela nao tem jeito (= neo tem jeito dela •••) (149 sessia - 3,2.13) A. (inaud) - (a cr. esta vestida com meias longas Bob 0 macacao. a mae venda-a inquieta, pergunte) M. Te sentindo calor? AD To c09ando na perna (= minha perna ta c09ando~ (Q-4.3~12) - (~ mie ob6erV~ J, irmio de A, que leva objetos a ~oc~ p~ra c09ar a gengiv~) Ta M. pondo tudo na boca, n9 Juliana? t 0 denti-- nhe querendo nascer? A. (interessando-se). El~ vai nascer dente? (0 dente dela va! nascer?) - Coomunicande A.O a empreged~ as proezas de irme) Nenzinha~ Ela dela ta (0-411.15) ta nelscendo dente (."0 dante nascendo). Ela me mordeu do{do mesmo. - (conversando com a empregada) A. Ih, ~ Ju vai nascer dente~ (= 0 dente da vai nasoer) Ju (0-4J4.7) - (junto eom a irma no cercado, nao quer fiear ao alcance de sua boca) ti A. N~o JUliana, eu nao posse ficar ai ••• oe ta nsscendo dente em voce/seu ta nascendo). (0-414.9) nascendo dente (~ dente - (felando sobre seu aniversario, lembra-se de que Dutras pessoas de sua familia tambem fazem aniversario). A. Eu fiz aniversario do meu pai, minha m~e ••• meu pai fez aniversario, (= minha maa (fez anivar sario) Mae, quando a Ju faz aniversario? (0-4) - (a cr. tinna ganhado do pai dais aneis radiantef iilI J fice:ca mae Ihe diz qualquer coisa no sen- tido de conserva-los) Ao Ce ~ (0 durar/vai durar pra todo au crescar? (= anal) vai durar ate au crascar?) Mo Hum-hum. A. Pre quando au crascar? (0-4,10027) - (com a mesmo tipo da preocupaQBo anterior) A. Vou ta contar uma coia bam vardada. Vet durer asse bastante? ( = esse (anal) vai durar beaten te?) M. VaL Ao Vai durar esse bastanta? M. Vaio Par que cs ta preocupada com isso? (minutos depois) A. Eu quaria que voce ma dizia ums coise. Vet du- aquala anal? ( = aquele enel rar bastanta vat durar bastante?) (O-4110027') Comparando-se as duas ultimas ocorrencies, ve-ee qua • crianQa deixa de atribuir um agente para e expressio durGir bastGlnta", mils milntem iI orGlam V N, daixando zer a transposiQao ~ do objeto .fetado ~ " de f,! (anal1/aquela para a POSiQBO ds sujaito, a qual parecs, assim,r~ sarvada para a agente. Quando confrontados, as ocorrencias A a as dasvios do tips 1: "a roupa tavB muito calor" tpapai) nao a~en!iClu Stu" "ala vai nascar dente" "(.o.leste balanQo vai ta "t5 cOQando na perna" "eu fiz aniversario do meu cair" "eu vou dormir ela aqui" pain (= meu pai fez eni~er~ miga)" seriol "ci vei durar (0 anel)" "eu saio voce do berQo" "a L, veio uma menina hoje estes parecern pedir uma explicaQBo analise de Bowerman, morfologico aqui" que as relacione, A sendo restrita ao comportamento de urn item particular da santenQs nao daria conta de explicar a conjunto de dados acima, A hipotese permite relaciona-los, ao fornecer segunda uma explic~ 9ao que tern por base a estrutura basica de uma S:no pr! pressoes que nao tern sujeito ou que, tendo sujeito, te nao e 0 es agenteJ no segundo caso ela atribui uma es-- trutura de verbo causativo ( 0 qual contem a nOQao de agents) a verbos que nao sac causativoso Alem disso, pode-se apontar de que a interpreta9so fato dada pOI' Bowerman aos desvios de expressao de causatividade do por Slobin), para 0 0 viola urn principio (postula- qual he bastante eVidencia empi- rica, de que a crianQa tende a distinguir formalmente aquelas rela90es que ja distingue semanticamente: "Operating principle E: Underlying semantic rala tions should be marked overtly and clearly. Universal Ell A child will begin to mark a seman- tic notion earlier if its morphological realiza-- tion is more salient perceptually", (Slobin 1973 :202) crian~a esti descobrinda causativos, a estrutura intern. dos verboB esta lidando com aU9·PO~o~usatiiV~ nao-causatividade (0 que lhe faIts a / aspenass0 c'dominio das formaa·de expresseo desta diferen~asl. Ora, assumindo as formulas~oes acima co~o corretas, 8 1ncompreene!-- vel que as crian~s nao ~istinga formalmente que, supostamente, as diferen~. ja domina no plano do conteudoJ antes disso, que uma classe como a £- constitutd. itens homonimos - tenha se.afigurado te mais salients L OU, por como perceptuelmsn - • Nossa hipotese nao vincula necessaria mente os erras do tipo 1 ao dominio da estrutura'interna dos verbos causativos. " Em rela~aa ~I" pergunta I, col~ cada no inicio deste trabalho, acreditamos nio da rela~ao causal codificada velado pela emergencia nos verbos pode ser rs de causativas verba fazer, quando registradas perifrasicas em larga escala. se, como ja dissemos, de uma expresseo complexidade o seu uso evidencia controle independente 3, Concluinda, 0 em dos componen- do verba causativo 8 • que fenomeno das desvios de 9aussti- vos como sendo derivado de uma estrategia nao morfdlogica as sentido, queremos resumir algumas ventagens se tem em considerar 0 Trata dispondo-o atividade e mudan~aJneste tes msnores de significa~ao" com que analisa semantics do verba causativo, seus sUbcomponentes: que a domi-- sintatice, e ou lexical. 19) A hi~otese 8 meis geral. Explica tambem outros tipos de desvios ... (!) presentes no 'corpus' • 29) Permite integrar numa so explicaQao ~ os des- ~ vias de direQao oposta: causativo por nao-causativo 9 • 39) Permite atribuir urn peso igual as diferentes classes morfologicas de verbos causativos, como deflag~ dores dos desvios. Par que terta a classe c maior lienoia perceptual para a crianQs? Afinal, ela est~ tam bem exposta a ocorrencias os da classe ~ e~, 0 com outros verbos causativos, que tern em comum com aquela, de serem transitivos. te, que e traQo mais geral dos verbos causativos. empiricas no que diz respeito de-causatividade, numero de expressoes fato a Par para a teoria relaQao transitivid~ apontada por alguns lingOistas, Lyons. Este, ao classificar como os verbos de acordo com 0 nominats que the sac associadas,e~ tabelece a relaQao entre causatividade lencia, frisando que a que e e aumento de importante is the fact that the augmentation va nest a conexao " of valen~y is accoun- ted for by the provision of an additional expression referring to the initiating expression 0 Nossa hipotese permite ap6nhar e~ outro lado, fornece evidencias lingO!stica, sa place for agent, and an this foctions as the SUbject of the derived causa tive verb" (cf. Lyons 1977: 488]. Pare os nio-ceus~ti-vos intransitivDS sitiv1dadeJ dade. 0 aumento de valencia resulta em tran para os transitivos resulta em bitransitivi 1. De 2J8 a 3Jl essas grava«;:oes foraro -Feites com intervalo de mais ou menos 15 dias a dura«;:aoaprox1mada de 30 m por sassao, totalizando 10 sessoes com 5h e meia de grava«;:ao(la. etapal. De 3Jl em diente ~s gr~ va«;:oesforam semanais, m, totalizando com 30 ou excepcionalmente 45 46 h de grava«;:ao (2a, etapal, As pr! meiras sessoes foram gravadas aparelho National 212 em gravador em fita Cassette, em e as ultimas em fita Scotch 211 ou Sony TC-l05. 2. Como item correto indicamos itens lexicais relac10ne dos supletivamente, muns na linguagem expressao o quando ales ex1stem coloquial. perifrasica especializados, mais corrente - mas 8 restrita como contraparte 'II . 0 a correspondente. raros na linguagem uma constru«;:ao com co Quando neo, 1ndicemos verba acabar tern uma contraparte lizada .,.consumir a/ou seo ceusative lexica- a alguns emprego!\ coloquial. causativa 0 uso e de Bcabar _ ~ .proprio verbo mais a prsposi«;:ao com: "nao acaba com 0 leite, nao: [0 mesmo 88 de com o verba sumirl. ~ interessante te,contam observar que consumir a preposi«;:ao~. etimolog1camen- A sua present;EI, constru«;:ao com acabar ,s~ria proveniente 119«;:.30, linguisticamente tre acabar e consumir? numa de alguma r~ sentida como procedents, en- derados par nos como causativos. saa distintos demais sob urn aspecto: expressam uma aQao (fazer fi car com. fazer ficar presente cujo efe1to neo agentividade. permissivo e assegurado. no campo visual de X). Em relaQBo a tipos de dir:i.amosque eles codificam (au propiciadorJ. dos urnagente em vez de urn agente f~ tivo . .40 He nesta lista dais pares de verbos: apanhar/bater e tamar (vanho. injeQao)/~ as quais poder~sa-la (banho. injeQao). para reivindicar explicaQBo dente. sob alegsQao da que constituem pac{fica. ados uma classe e~ itens que estao numa relaQBo de co~ verseo de pontos de partida opostos ~. ind8pa~ (como ganhar e comprer e vender). Nes enunc~edos em que se conststa esta relaQ6~ Dear rem duas mOdificaQoes: uma ao nival lexical (subst! tuiQao do verba pOl' sau converso correspondente) outra aonivel sintatico e (permute dos dois sintagmas nominais. sendo que a objeto pode ficar inexpresso: "0 pai bateu no menino" - "0 menino apanhow" J "0 ,;;,8 dico deu injeQBo no maninc" - "0 menino tomou inje- aO"). 9 Ao dizer frases como "papa! naD apanhou moc;;:o quer me tomar injeQ,9o"" lizando apenas parcialmenta i3 BU" 01.;' "0 crian9C1 estaria rea-' a oparsQao Beirne deecrl ta. uma vaz que ela muds os sintagmas sujaito a objeto sem fazer acornpanhar esta mudanQa de urna troca de itens verbals. Uma hipotese podaria ser a de cue Ile ainda nao fixou a item lexicel adequado para expressao de uma situa9ao em que se tome urn e & nao outro elemento como ponto de partida, usendo epenae a crit~rio sintitico. Veja-se, por~m, plica~ac neo e ao contrario, incompatlvel que ~sta ex- com a que-estamos dandcJ refor~a a id~1a de que a ordem a1nt~~ tica dos snunciados em que se tern claramente Agsnt~ A~io-Obj~to 8 logo abstra!da pela crian~e8 passando a funcionar como urn regra qUlilapUca nao-causativos, tambem a verbas como sac as contrapartes tamar injscao/banho item nao-causativo de ~r a ~ apanhar B injsxeo/benho.Um tarna-se causativo pela estrutu- ra que passa a integrar. 5. Estes ocerrencias sao possivais, nio podendo, em s1 mesmas, sar consideradas e significative desviantas. 0 que para nos ~ que tenham side as primeiras, s. durante muito tempa, as unicas na fala de A. Aos 3J8.8 ~pareceu:~Eu t6 sentindo calor com ala (bluea de pijamal", e so depois a constru9ao 6. No 'corpuso de Raquel (outro sUjeito estudsdo Deptoo de LingO{stica da UNICAMPl, acorrencias impessaal. no sac registradas semelhantes: - (sentindo cheiro de sepal R. To cheirando sopa~ (=ta cheirandosopa/to tindo cheiro de sopa) Que delicia~ sen(0-3) - (sentindo cheirc de reslduos de TBcrica de chocolate) ' ·(diente de um restaurants. de onde exala cheiro de comidal R. To cheirando perfume. (0-3l 7. Concordamos. por outro lado. que esta e a classe verbos causativos mo em portuguesJ de mais numerosa. tanto em ingles cos portanto. aquela se acha mais exposta a qual a crian98 (fsto admitinda-se interior das classes. urn equilibrio que haja. no entre vocabula-- rio ativo e passivolo 8. Em nosso sUjeito a epoca de maior incidencia pressoes causativas analiticas coincide com de B ex stapa B. aquela marcada pelos desvios do tipo: "tlrou band-aid" (por"saiu ~alhas -na axpreBB~o registradas 0 0 band-aid"l. lexical de relaQio causal foram em per1odo anterior a 4J6. Ex.: - (final da gravaQao em que a cr. brinca de asconder urn coelhinhol A. E ele ta do~ -- Olha a carinha dele~ ( = digno de dOJ ta provocando ta coitado. pena, fazendo fleer com dol A. -Ta do? (0-4;2.7) . - (a cr. tern fome JeqQ8SB hars do j antar J pede iog!J,£ te. depois sorvete, a mae neo Ihe tiram 0 apetirsJ conhecandcco da porque Ihe valor estimulador in1bidor do ~petite de cartos alimentos. saber ••• l Ao Melio janta? Malia janta. mie? ou a cr.quer (a mae nao entende 0 que a cr. quer dizerJ supondo que ela estava perguntando se melio podia ear conei derado janta, responde que nioJ insatiafeita continua perguntar: e cr. "mel~m janta?"l A. Voce neo entende. Vou falar mais alto. (grite) Me lao janta? M. (para descartar-se da cr.). Janta. A. Sa comer melao, janta? 9. Dispenso-me. (0-4,2.25) nos limites dessa comunice9ao, de sxpor a hipotase relative aos desvios do segundo t1po. ANDERSON, J. (1969) "The case for cause: e ,preliminary enquiry". Journal of Linguistics, BEVER, T .C. (1970) "The cognition 6 (99-104). basis for linguistic structure". In J.R. Hayes (ed), Cognition Development of Language. 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