Sartre e Foucault: duas formas de pensar a liberdade na Filosofia francesa contemporânea Malcom Guimarães Rodrigues* * é assistente de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana e doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) _______________________________________________________________________________ Trata-se de analisar as relações, as diferenças e as bases filosóficas das reflexões éticas acerca da liberdade em Sartre e Foucault. Em seus textos, direta ou indiretamente, os dois filósofos sempre se mostraram inquietos em relação ao estatuto da liberdade na contemporaneidade. Apesar da proximidade de inquietações, contudo, suas teses filosóficas no campo da ética se revelam quase como antíteses uma da outra. Foucault não deixa de ser, inclusive, um crítico ferrenho do humanismo sartriano. Certamente, se ele se propôs a compreender este humanismo do ponto de vista da coerência interna do sistema filosófico do qual ele provém, esta já é outra questão que deveremos explorar. Em todo caso, as críticas foucaultianas não são gratuitas. Ao contrário, como tentaremos mostrar, podem atingir em cheio o coração do humanismo sartriano. Por outro lado, se Foucault é um crítico de Sartre, não é difícil mostrar como e por que este pode ser um crítico daquele. Em todo caso, não será possível compreender o antagonismo filosófico em questão se ficarmos na superficialidade do pensamento destes representantes da filosofia francesa contemporânea. A comunicação perpassa, portanto, alguns pormenores dos questionamentos éticos sobre a noção de liberdade em Sartre e Foucault.