Conselhos aos viajantes: Novas recomendações para os residentes

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Conselhos aos viajantes: Novas recomendações para
os residentes e visitantes de países infetados pelo
vírus da poliomielite
O que é a poliomielite?
A poliomielite é uma doença viral altamente contagiosa, que pode causar paralisia para a vida e por vezes a
morte. O vírus é transmitido de uma pessoa para outra, pelas vias fecal-oral e oral-oral. A maior parte das
infeções de poliomielite são assintomáticas, sendo que apenas uma em 200-300 pessoas infetadas desenvolve
a forma mais grave da doença, a paralisia. As infeções assintomáticas pelo vírus da poliomielite passam
normalmente despercebidas. No entanto, as pessoas com infeções não paralíticas excretam de qualquer modo
o poliovírus nas suas fezes e pelas mucosas da boca e do nariz durante várias semanas. Isto significa que
podem infetar outras pessoas, as quais podem em seguida desenvolver a forma grave da doença.
Como prevenir a poliomielite?
A poliomielite é eficazmente evitada através da vacina antipoliomielítica, da qual existem dois tipos: a IPV
(«Inactivated Polio Vaccine»), à base de vírus inativados, que é injetada, e a OPV («Oral Polio Vaccine»), sob a
forma de gotas orais. Nas últimas décadas, todos os países da UE passaram da OPV para a IPV. Ambas as
vacinas são eficazes e seguras, tendo sido estabelecido o objetivo de erradicar os poliovírus pela vacinação em,
pelo menos, 80 % de todas as populações do mundo. O número de casos de poliomielite sofreu uma redução
de mais de 99 % nos últimos 25 anos; hoje em dia, apenas dez países continuam a estar infetados.
Por que razão emitiu a OMS novas recomendações relativas à vacinação contra a
poliomielite?
As novas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são temporárias e aplicam-se às pessoas
que visitam ou vivem em países em que o poliovírus está ainda em circulação. As pessoas que viajam para
esses países devem consultar os conselhos dados aos viajantes nos seus países de origem e no país que
tencionam visitar, para além das recomendações da OMS. O objetivo das recomendações da OMS é impedir o
vírus da poliomielite de ser transportado de um país infetado para um país que tenha sido declarado livre da
poliomielite. As pessoas vacinadas podem ser infetadas com o poliovírus no intestino por um período muito
curto sem sentirem quaisquer sintomas. A infeção não causa danos nem sintomas e desaparece após algumas
semanas. Mas a pessoa infetada pode transportar o vírus para locais livres da poliomielite, onde ele pode
causar surtos. O risco de transportar o poliovírus diminui depois de a pessoa receber uma nova dose da vacina
(reforço) e vai aumentando lentamente à medida que o tempo passa, após a última vacinação. É por esta
razão que a OMS recomenda agora que os residentes e visitantes a países infetados recebam uma nova dose
da vacina contra a poliomielite no prazo de 12 meses antes de viajarem para o país infetado.
Emergência de saúde pública internacional
A exportação do vírus da poliomielite de um país infetado para um país livre da doença e com baixos níveis de
vacinação pode vir a resultar em grandes surtos suscetíveis de pôr em causa o objetivo de erradicação da
doença. Para evitar esta situação, a OMS declarou a propagação internacional da poliomielite uma emergência
de saúde pública internacional e emitiu recomendações temporárias para os dez países em que o vírus ainda
circula. São eles o Afeganistão, os Camarões, a Etiópia, a Guiné Equatorial, o Iraque, Israel, a Nigéria, o
Paquistão, a Somália e a Síria. O vírus da poliomielite foi detetado nos esgotos de Israel em 2013, mas ninguém
no país desenvolveu a forma paralítica da doença. Os outros nove países declararam casos de poliomielite
paralítica nos últimos anos.
A OMS divide os dez países infetados em dois grupos:
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Três países exportadores do vírus: o Paquistão, os Camarões e a Síria, com casos notificados da doença e
dos quais o vírus foi exportado no passado recente; e
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sete países infetados: Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria, que estão
infetados com o vírus da poliomielite selvagem, mas não estão atualmente a exportá-lo para outros
países.
Recomendações temporárias da OMS
A OMS recomenda que os países que atualmente exportam o vírus da poliomielite selvagem (Paquistão,
Camarões e República Árabe da Síria), garantam que:
-
Todos os residentes e visitantes de longa duração (ou seja, mais de 4 semanas) recebem uma dose da
vacina oral contra a poliomielite (OPV) ou da vacina inativada (IPV) entre 4 semanas e 12 meses antes
de viagens internacionais;
-
Quem tenha de viajar com urgência (ou seja, nas 4 semanas seguintes) e não tenha recebido uma
dose de OPV ou IPV nas 4 semanas a 12 meses anteriores, recebe uma dose da vacina pelo menos
antes da partida;
-
A esses viajantes é concedido um Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia de acordo com
o modelo constante do anexo 6 do Regulamento Sanitário Internacional (2005), que regista a
vacinação contra a poliomielite e faz prova de vacinação.
A OMS recomenda que os países que estão infetados com o vírus da poliomielite selvagem mas que
atualmente não exportam o vírus incentivem os seus residentes e visitantes a seguir os mesmos conselhos em
matéria de vacinação que são dados nos países de exportação.
Conselhos aos residentes da UE que viajam de e para países infetados com o vírus
da poliomielite
Na sua maioria, os residentes na UE receberam um ciclo completo de vacinação contra a poliomielite, nos
termos do plano nacional de imunização do seu país. Para as pessoas que completaram o ciclo de vacinação
contra a poliomielite, as recomendações anteriores eram de tomar uma dose da vacina antes de viajar para
uma zona infetada. As recomendações nacionais para o intervalo entre estas doses de reforço variam entre
países, indo desde uma dose adicional para o resto da vida no caso de uma pessoa plenamente vacinada até
uma dose adicional a cada 10 anos. Atendendo às novas recomendações temporárias emitidas pela OMS no
sentido de que os países infetados pelo vírus da poliomielite garantam ou incentivem as pessoas que deles
saem a tomar a vacina nos 12 meses anteriores, pode haver razões práticas para os Estados-Membros da UE
reverem os seus conselhos aos viajantes para países infetados. A fim de evitar a possibilidade de terem de ser
vacinados na fronteira ao saírem de um país infetado, os viajantes para países infetados são aconselhados a
cumprir as recomendações da OMS antes de visitarem um país infetado. Os residentes em países infetados
são aconselhados a cumprir as recomendações da OMS antes de saírem do país.
Os viajantes da UE que estejam totalmente vacinados contra a poliomielite de acordo com o plano nacional de
imunização do seu país e que tencionam viajar para qualquer um dos dez países infetados devem receber uma
dose suplementar de vacina inativada contra a poliomielite (IPV). A fim de cumprirem as recomendações da
OMS e para evitarem ter de ser vacinadas nos países infetados, é importante que as pessoas que viajam para
países infetados planeiem a tempo esta dose adicional de IPV de forma a que a mesma seja tomada nos 12
meses anteriores à data da partida prevista do país infetado.
Todas as pessoas que vivem ou permaneceram mais de quatro semanas num país infetado e pretendam
abandonar esse país devem receber uma dose adicional da vacina contra a poliomielite (IPV ou OPV) o mais
tardar entre quatro semanas e 12 meses antes da data de saída do país infetado.
Se alguém que tenha permanecido mais de quatro semanas num país infetado tiver de viajar urgentemente
para fora desse país (isto é, nas 4 semanas seguintes), essa pessoa deve receber uma dose de vacina pelo
menos até ao momento da partida, a menos que já a tenha recebido nos últimos 12 meses.
•
Aquando de viagens com destino a ou origem em países infetados, os viajantes devem transportar
consigo a prova da vacinação contra a poliomielite utilizando o Certificado Internacional de Vacinação
ou Profilaxia («boletim amarelo») da OMS.
•
Os residentes na UE que não tenham, de todo, sido vacinados contra a poliomielite, ou que não
tenham recebido um ciclo completo de vacinação contra esta doença, ou não tenham a certeza da
sua situação em matéria de vacinas, devem consultar o seu médico, uma clínica de vacinação ou uma
clínica de saúde do viajante, para aconselhamento e vacinação. Este conselho é válido tanto para
quem viaja para países infetados como para todos os residentes e cidadãos da UE,
independentemente dos seus planos de viagem.
•
Estes conselhos aplicam-se tanto a adultos como a crianças com menos de 18 anos. Dado que a
vacina da poliomielite é administrada às crianças como parte de uma combinação de vacinas (uma
injeção com vários componentes) no plano de vacinação de rotina, é importante consultar um médico
ou a clínica de vacinação para aconselhamento sobre o calendário e a escolha das vacinas das
crianças.
•
O risco de entrar em contacto com o poliovírus num país infetado pode ser reduzido através de uma
higiene rigorosa das mãos (lavar as mãos com sabão antes de preparar alimentos e de comer, e
depois de ir à casa de banho) e da prática de lavar e descascar as frutas e os vegetais crus
imediatamente antes do seu consumo.
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