Solvência II Experiência e Tendências na Europa

Propaganda
Solvência II
Experiência e Tendências na Europa
Michaela Koller, Diretora Executiva, CEA
Brasília, 9 de junho de 2011
Visão Geral
Seguros: por que é um setor único?
Normas regulatórias mundiais: uma perspectiva histórica
Solvência II
Impactos das exigências de Capital excessivas
Melhor Regulação: experiência recente na Europa
Seguros: por que é um setor único?
Seguros – um setor único
3
Seguros: por que é um setor único?
Os setores de seguros e bancário, ambos fazem parte da maior indústria de
serviços financeiros
Portanto, reguladores tratam ambos os setores de uma forma similar para:


... garantir um campo de atuação equilibrado
... evitar arbitragem regulatória
Mas existem diferenças importantes entre os dois setores, em particular:
Estruturas de balanço patrimonial diferentes;
Exposição ao risco de liquidez diferente;
Grau de interligação entre os dois setores diferente;
‘Propriedade do risco’ diferente;
Exposição à volatilidade diferente;
Exposição a ciclos econômicos diferente.
 Os setores de seguros e bancário precisam ser tratados de forma diferente
 Precisam ser tratados segundo seu respectivo modelo comercial
Seguros: por que é um setor único?
Seguros
Bancos
Financiamento e
estrutura de balanço
patrimonial / Gestão
de Ativos & Passivos
• Financiamento de longo prazo por
intermédio de apólices de seguros
com prêmios antecipados
• Tempo médio de duração 8-10
anos para compensar financiamento
por meio de ativos investidos a curto
prazo garante balanços patrimoniais
estáveis
• Pagamento preestabelecido eventos
desencadeadores e carteiras
conservadoras
• Alocação de recursos conduzida
pelo perfil do fluxo de caixa dos
passivos que os financia;
investimentos conservadores para
financiar formas de pagamento
estimado dos sinistros
• Financiamento de curto prazo, exposto a
retirada de capital, sem ligação com ativos e
passivos
• Valor dos ativos exposto a ciclos econômicos
(ex.: perdas em empréstimo agregado)
• Descompasso no tempo de duração:
- Ativos têm, em geral, um tempo de duração
maior do que passivos;
- Risco de que os ativos não possam ser
liquidados para cumprir as obrigações a tempo
Risco de liquidez
• Diversificação do risco nas carteiras,
estabilizando pagamentos
• Alteração do vencimento modelo comercial
pode causar déficits de financiamento nas
situações preocupantes de saques ou no
mercado de atacado
• Financiamento de curto prazo dependência
conduz à interligação no setor
Seguros: por que é um setor único?
Seguros
Bancos
Prorpriedade do risco
A maioria dos riscos é retida, máximo de
20% é ressegurado, riscos cedidos
permanecem no balanço patrimonial
Criada para difundir modelo: uso intenso
de securitização antes da crise resultou em
normas de subscrição inadequadaos e
depreciação na qualidade dos ativos
Interconectividade
• Financiamento interempresarial é
extremamente baixo
• Não existe efeito dominó na ausência de
ressegurador: resseguradores de alto
nível, de gatilhos para cancelamento
(ex.: cláusulas de redução de classificação)
• A exposição a situações extremas que
não sejam financeiras ou se estende ao
mercado de seguros global ou é
transferida para mercados de capitais
(Garantia Vinculada a Seguros /
Insurance-Linked Securities - ILS) ou é
assumida por programas de governo
Estrutura comercial interligada:
• Financiamento Interbancário e mercados
de operações de reporte
• Consórcios de empréstimo, venda de
valores mobiliários
• Investimentos em ativos securitizados
• Principais atividades em transação e
negociação no setor
• Reações em cadeia em saques de
depósitos
Seguros: por que é um setor único?
Seguros
Bancos
Volatilidade de
negócios
• Volatilidade de curto prazo tem
pouco impacto, assim como renda de
seguro e desembolsos são estáveis
• Alta volatilidade nos lucros: natureza de
negócios de curto prazo, ausência de
consumidores podem exigir baixas no ativo,
efeitos de alavancagem pró-cíclica
Papel
macroeconômico
• Produtos de proteção e poupança
não interligados com atividade da
economia
• Alavancagem, inovação e crescimento
• Canal de transmissão direta de política
monetária
• Players cruciais nos sistemas de
pagamentos
Seguros: por que é um setor único?
Tratamento de um risco sistêmico em seguros: avaliar as especificidades do
setor!
Os setores de seguros e bancário são diferentes:
Por natureza, o setor de seguros é menos arriscado sistemicamente, em especial, nas principais
atividades de seguro: menos interligado, tamanho é um fator positivo, substituibilidade é alta;
Algumas atividades (comércio especulativo de derivativos e gestão de financiamento de curto prazo)
podem ser, em geral, relevantes em determinadas condições;
Abordagem específica em relação ao risco sistêmico:
Ao invés de se concentrar em empresas, supervisores de seguro devem se concentrar na natureza e
no grau de envolvimento em atividades que sejam, em potencial, sistemicamente arriscadas;
‚Reação certa‛: uma combinação de:
‘Supervisão macro-prudencial’: foco nas interações entre participantes e possíveis consequências
para a economia mais ampla;
‘Nível micro-prudencial’: Uma abordagem baseada no risco, combinada com supervisão em grupo, é
a forma correta de supervisionar empresas de seguros, também nas suas atividades que sejam, em
potencial, sistemicamnte arriscadas;
‚Reação errada‛: fazer uma lista das Instituições Financeiras Sistemicamente Importantes do
Mundo / Global Systemically Important Financial Institutions – G-SIFIs em seguro para copiar o trabalho
que é feito em bancos e adotar as mesmas medidas nestas empresas (ex.: aumento das exigências de
capital).
Normas regulatórias mundiais
Normas regulatórias mundiais
– uma perspetiva histórica
9
Normas regulatórias mundiais
Bases diferentes para normas regulatórias internacionais:
Bancos: longa tradição na coordenação de regulação em nível internacional
1974
Criação do Comitê da Basileia
1988
Basileia introduziu exigências de capital mínimo com foco no risco
de crédito. Acordo firmado por mais de 100 países
2004
Melhorias do Basileia II, por exemplo, cobertura de risco mais
ampla, maior abordagem baseada no risco, abordagem em 3
pilares
Dez/2010
Basileia III para corrigir falhas que vieram à tona por causa da
crise (ex.: cobertura inadequada do risco de liquidez)
Fim de 2011
Todos os importantes centros financeiros do G-20 comprometidos
em adotar a estrutura de capital do Basileia III
Seguros: estruturas nacionais variadas
1994
Criação das Associações Internacionais de Supervisores de
Seguros / International Associations of Insurance Supervisors - IAIS
Até hoje
Não existe norma regulatória comum de seguro internacional
Solvência II
Solvência II
11
Solvência II: A norma no estágio atual
Norma no estágio atual:
Avaliação econômica de ativos e passivos
Abordagem analítica, baseada no balanço patrimonial cruzado, reconhecendo
diversificação e atenuação de risco
Uso possível, inteligente de modelos internos para fins regulatórios
Incentivo à Gestão de Risco Empresarial / Enterprise Risk Management - ERM
aprimorado
Escala de intervenção fiscalizadora (Exigências de Capital Mínimo – Minimum
Capital Requirements – MCR e Exigências de Capital de Solvência / Solvency
Capital Requirements - SCR)
Supervisão em grupo
Proteção ao segurado elevada
Harmonização e transparência elevadas abrindo caminho para disciplinar a análise
minuciosa do mercado
Aplicação proporcional ao risco
Reação certa na crise financeira
Tomada de decisão Europeia: Proceso Lamfalussy
 Regulamento flexível capaz de se adatar às evoluções e inovações do mercado
Do Solvência I ao Solvência II:
Para uma abordagem econômica coerente
Futuro
Perfil de risco real
SCR* - Modelos Internos
Progressivamente
exato
SCR* - Abordagem Padrão
• Visão consistente sobre as etapas de
solvência por parte de todos os
interessados
• Discussões com supervisores e
agências de classificação com foco na
exatidão do modelo interno e
qualidade em gestão de risco
Situação atual
Modelos de agências de classificação
Normas atuais do Solvência I
• Múltiplas formas para calcular
solvência que nem sempre são
compatíveis, podendo ser
contraditórias entre si
• Não está alinhada às melhores
práticas de gestão de risco interna
Etapas da margem de solvência
*Exigências de Capital de Solvência / Solvency Capital Requirements – SCR
Abordagem em 3 pilares
Capital elegível
Disposições técnicas
Exigências de capital
Avaliação de Ativo e
Passivo
Processo de revisão
fiscalizadora; capital
em regime de
exclusividade; teste de
pressão, Avaliação do
Risco Próprio e da
Solvência / Own Risk
and Solvency
Assessment - ORSA
Controle interno e
Gestão de risco
Governança
corporativa
Aptidão e domínio
Exigências de divulgação
Relatório de fiscalização
Exigências de capital mais gestão interna e exigências de divulgação
 Fazem com que os gestores fiquem cientes dos riscos que eles administram
Supervisão em grupo
Uma importante lição da crise: é preciso aumentar a supervisão em
grupo
Supervisão em grupo do Solvência II:
Cálculo do perfil de risco consolidado alinhado à realidade econômica dos
grupos
Todos os riscos materiais incluídos são oriundos de entidades de grupo
reguladas e não reguladas
Estrutura Geral da IAIS para grupos internacionais ativos
Ferramenta valiosa para acelerar a convergência regulatória e estabelecer
uma base sólida para melhor coordenação internacional
Equivalência
Garante aos seguradores dos países não-membros da Área Econômica
Europeia (European Economic Area – EEA) uma oportunidade de
receberem o mesmo tratamento dispensado aos seguradores dos
países membros da EEA
Acesso ao mercado elevado
Custo de negociação reduzido na condução dos negócios
Reduz a duplicação dos esforços de fiscalização
Melhora a eficiência de mercado
Facilita a oferta internacional de seguro e resseguro
Consolidação e Solvência II
Exigências financeiras
Consolidação é clara no mercado Europeu atualmente
O Solvência II melhorará ou desacelerará a tendência de mercado?
O novo padrão é desenhado para captar e medir o perfil de risco específico da
companhia em termos de exigências de capital
Estando baseada em uma abordagem econômica, a nova regulação premiará
companhias diversificadas
Na medida em que o tamanho afetará positivamente o perfil do risco (ex.: ao
limitar a volatilidade), e supondo que a diversificação aumenta com o aumento
do tamanho, pode-se concluir que a tendência atual para consolidação na
Europa não seria interromida pelo Solvência II
Consolidação e Solvência II
Princípio de Proporcionalidade
Entretanto, o Solvência II considera o fato de que companhias pequenas
também poderiam ser bem diversificadas:
Resseguro e outros mecanismos de atenuação são um meio para comprar diversificação
Assim como a volatilidade é calculada sobre a carteira líquida, companhias
pequenas podem reduzir sua volatilidade comprando resseguro e podem, portanto,
também se beneficiar de fatores mais baixos
A qualidade da carteira em termos de risco não está necessariamente associada ao
tamanho somente. Companhias pequenas poderiam ter vantagens relacionadas a um
melhor conhecimento de seus segurados (em particular para mercado de nicho), a uma
melhor seleção, a uma gestão mais eficiente do processo de seguros.
As companhias podem utilizar um dado específico da companhia para obter seus
próprios fatores (‚Parâmetros Específicos para Trabalhos‛)
Os cálculos para exigências de capital no Solvência II nem sempre são influenciados pelo
tamanho. Em alguns casos (ao utilizar uma abordagem da situação) as formulas captam
o perfil do risco independentemente do tamanho
Como o Solvência II pode ser natural?
Desde que o Solvência II seja finalizado de forma apropriada, não estima-se que ele
afete indevidamente as tendências de mercado
Os elementos essenciais para que isto seja alcançado são:
Pleno reconhecimento dos mecanismos de atenuação de risco
Uso de dados específicos da empresa para calcular as SCR padrão
Uso de modelos internacionais (também parcial)
Aplicação adequada do princípio da proporcionalidade
Supervisão adequada das atividades terceirizadas
Reconhecimento dos efeitos de diversificação em nível de grupo
Impacto do Solvência II no custo para
captar e manter capital
Companhias esperam captar capital com mais facilidade em uma estrutura do Solvência
II de economia baseada no risco
Companhias estimam que o reconhecimento de mais elementos elegíveis reduzirão o
custo de captação de capital no futuro
Todavia, companhias estimam que uma estrutura regulatória excessivamente
pesada aumentará o custo de captação de capital
A finalização apropriada do regulamento é, portanto, essencial.
Estima-se que os custos administrativos do Solvência II, os iniciais e os que estejam em
andamento, compensem os benefícios do Solvência II.
Novamente isto depende da finalização correta do regulamento
Benefícios qualitativos do
Solvência II
É difícil quantificar os benefícios da estrutura do Solvência II. Contudo,
estima-se que os benefícios qualitativos do Solvência II incluam:
Aumento na transparência e divulgação de investidores e consumidores
Competição elevada nos Mercados de Seguro da Europa
Precificação mais exata e leal dos produtos de seguros
Incentivos melhores para desenvolvimento dos produtos de seguros
Um melhor funcionamento do mercado interno dos serviços de seguros
Garantir, ainda, incentivos regulatórios para que as companhias administrem
melhor seus riscos (para obter estruturas econômicas de capital mais eficientes, e
para reduzir riscos inadequados)
Melhorar a confiança dos investidores por meio de uma melhor compreensão dos
riscos da companhia (reduz prêmios de risco da indústria)
Maior confiança no setor de seguros ao evitar crise em potencial na indústria no
futuro
Todas as partes interessadas, incluindo consumidores, se beneficiarão,
definitiamente, do regulamento do Solvência II que está fundamentado em um risco
baseado na estrutura econômica
Desafios futuros
Finalizando o regulamento
Estabelecer calibração certa e revisá-la ao longo do tempo
Manter consistência da estrutura regulatória, evitando propagação injustificada
proveniente de regulação de outros setores financeiros
Assegurar uma transição suave para o novo regulamento
Implementação do regulamento
Estar pronto para implementar:
Seguradores têm muito a fazer para estabelecer ferramentas, processos e cultura baseados
no risco durante sua organização
Supervisores nacionais devem ter recursos e experiência para mplementar o novo
regulamento e se comportar de forma compatível na Europa (papel importante da Autoridade
Europeia de Seguros e Fundos de Pensões / The European Insurance and Occupational
Pensions Authority - EIOPA
Asegurar que a implementação real dos supervisores seja compatível com a estrutura
regulatória e não conduza a reações pró-cíclicas
Convergência com padrões de fiscalização apropriados do mundo inteiro
Impactos das exigências de capital excessivas
Possível impacto das
exigências de capital excessivas
23
Impactos das exigências de capital excessivas
Custos e riscos oriundos das exigências de capital excessivas:
Para os Seguradores
Retornos limitados para que acionistas possam atrair investidores com
menos capital. Migração de capital para regimes regulatórios mais
favoráveis
Redução da capacidade de aceitação, aumento dos preços de produtos
com alto consumo de capital
Oferta de produtos de seguro de vida recuará devido a estratégias de
investimento extremamente conservadoras (lucros baixos), o tornando
um produto menos atrativo
Impactos das exigências de capital excessivas
Custos e riscos oriundos das exigências de capital
excessivas:
Para a Economia
O papel dos seguradores como investidores de longo prazo será
desafiado por seu investimento reduzido em ações e certificados
bancários
Haverá crescimento incomum nas classes de ativo de baixo risco,
tais como títulos nominais do governo
Transferência de riqueza substancial da indústria de seguro
Europeia para os fundos de pensão, mercados de capitais e para
outros players geográficos
Retornos sobre investimento mais baixos podem implicar em
menos consumidor gastanto e uma taxa de poupança maior
para aposentadoria
25
Impactos das exigências de capital
excessivas
Custos e riscos oriundos das exigências de capital
excessivas
Para os Consumidores:
Oferta reduzida de apólices de seguros de vida com garantia de
retornos mínimos resultaria em um custo social, a preço e risco
elevado para os segurados
Menos escolha entre players do mercado de seguros devido a
fusões, à redução ou extinção de atividade
Confiança em outros provedores de pensão, sujeitos a
exigências de solvência diferentes, enquanto os consumidores
não venham a ficar cientes das diferenças
26
Melhor Regulação
Melhor Regulação
27
Melhor Regulação
Abordagem da Comissão Europeia em relação à
‚Melhor Regulação‚:
Assessoramento intenso para todas as partes interessadas em todas as
etapas do processo;
Assessoramento prévio/assessoramento informal
Assessoramento formal
Feed-back por meio de pareceres publicados pela Comissão
Cálculos de impacto feitos em vários níveis:
Na proposta original
Nas medidas de implementação
Análise do custo-benefício
Para informações adicionais
www.cea.eu
Download