AVALIAÇÃO DA FUNÇAO PULMONAR Prof Stven Pinheiro/2009

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AVALIAÇÃO DA FUNÇAO PULMONAR
Prof Stven Pinheiro/2009
Para que serve?
- Qualquer caso de dispnéia em que se queira avaliar, quantificar e qualificá-la;
- Qualquer situação em que o paciente tenha policitemia: paciente com hb de 16,
17... Será que está com capacidade respiratória diminuída? É oxigênio que está faltando?
- Diagnóstico e evolução das doenças pulmonares obstrutivas crônicas, não só DPOC,
que inclui bronquite e enfisema, como é O EXAME PARA ASMA! RX no asmático em sua
grande maioria é normal; quando muito acusa hiperinsuflação pulmonar. A asculta pumonar
muitas vezes tb não acusa nada. Então vai servir para dizer se o paciente tem alguma
obstrução, restrição e observação de resposta positiva ao broncodilatador. “A função
pulmonar está para o pneumologista assim como o ECG está para o cardiologista!”
Há alterações precoces de pequenas vias aéreas que muitas vezes ficam positivas
antes das grandes alterações aparecerem. Então existe uma área do exame chamada FEF 2575% (fluxo exp forçado), que se altera antes dele começar a sentir falta de ar e antes das
alterações cardiológicas. E outra coisa importante: não espere um paciente fumante estar com
RX alterado para tomar uma providência, pois quando isso ocorre já é tarde demais, a doença
já evoluiu muito. A função pulmonar é o primeiro exame a detectar isso.
As doenças sistêmicas que têm manifestação pulmonar, por exemplo, lúpus, doenças
neurológicas em que o paciente vai perdendo a força muscular, como a esclerose lateral
amiotrófica, doenças auto-imunes, como esclerodermia, tudo isso vai levar à alteração na
capacidade respiratória do paciente e com reflexos na função pulmonar.
Deve constar na avaliação pré-operatória, sobretudo de cirurgias cardíacas, tórax,
abdômen superior, qualquer cirurgia que tenha anestesia geral, a prova de função pulmonar é
obrigatória.
No campo da medicina do trabalho também é muito importante.
E agora até na avaliação do atleta! Avaliar função respiratória, consumo de oxigênio.
Muitas vezes vc expõe o paciente com queixa de alergia no ambiente de trabalho.
Então vc faz uma expirometria na sexta à tarde e ele fica afastado das atividades laborais no
fim de semana e vc repete na segunda pela manhã para verificar se há diferença. Aí vc
comprova s ele tem asma induzida por alérgenos ambientais (ele não comentou os critérios de
avaliação).
Há um gráfico aqui q é mto chato (palavras dele!), mas é um gráfico que a gente tem
que fazer uma decoreba de algumas coisas, mas depois vou mostrar aquilo que realmente
interessa. Pq qdo eu me formei às vezes levava um dia pra fazer esse cálculo aki (Senhor!!! Ou
ele era mto ruim de matemática ou o troço era realmente difícil!!! Só para relaxar!! Hehehe),
mas hj o computador já faz tudo!
Existe uma curva de volumes e uma curva de capacidades. E precisamos saber alguns
conceitos para q s possa determinar isso:
Volume corrente: “é isso q vcs estão fazendo aí agora”. É a respiração que entra e sai,
vcs tranqüilos aí, sentados, normal, ao mascar chicletes já mexe mais um pouquinho.
Normalmente é de 10 ml/Kg. Logo, numa pessoa de 50 Kg o volume corrente deve ser 500 ml.
Senhora com o seio bem grande vai ter menos (Jesus!), homem por ter menos seio vai ter mais
q a mulher! É normal!
Volume de reserva inspiratória: é o máximo de ar q vc consegue inspirar após uma
inspiração normal.
O volume de reserva expiratória é o contrário! É o ar liberado numa expiração
normal.
MACETE IMPORTANTE: Volume residual, capacidade residual funcional e capacidade
pulmonar total não podem ser medidos pela espirometria! Tem que fazer através de um
aparelho que nós não temos em Belém, chamado platismógrafo, que parece uma pequena
cabine espacial, hermeticamente fechada, em que a pessoa senta numa cadeirinha e em q já
há toda a quantidade de ar interior calculada, pq o volume residual é este ar que fica no
pulmão após a expiração máxima, pq na sua ausência o pulmão colabaria. Este volume
residual, a capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total só no plastimógrafo!!!
Capacidade vital e capacidade vital forçada é “tudo o que vc bota pra fora após uma
expiração máxima”. Então existe a capacidade vital normal, que são inspiração e expiração
máximas e a forçada é no aparelho. É o famoso CVF!
Capacidade inspiratória: é o máximo de ar inspirado após uma expiração normal. De
outra maneira: é a somatória do volume corrente mais o volume de reserva inspiratório.
Capacidade residual funcional: é o ar que fica retido desde o volume residual até o
volume de reserva expiratório, ou seja, vc expeliu todo o ar somado com aquele que fica
dentro do pulmão.
Capacidade pulmonar total: é tudo! Todo o ar que se coloca para dentro e para fora,
mais o ar que fica retido para não deixar o pulmão colabar.
PRÁTICA
O q s deve saber efetivamente na prova de função pulmonar?
Vc quer saber s o paciente tem um distúrbio obstrutivo, restritivo ou misto.
O q vc obterá através da espirometria?
Vc obterá na prova de função pulmonar e alguns dados.
Um deles é VEF1, que é o volume expiratório no primeiro segundo. Vc pede para o
paciente inspirar ao máximo e expirar com toda a força. O volume q ele libera no primeiro
segundo é o VEF1. É considerado normal quando acima de 80%. Já abaixo de 80% significa
processo obstrutivo, principalmente asma e bronquite crônica.
Um outro dado é o Índice de Tiffeneau: é VEF1 dividido pela capacidade vital forçada.
O normal é q s tenha acima de 70%. Quando está entre 60 e 70%, é considerado obstrução
mínima. Se está entre 60 e 45% é considerado obstrução moderada. Entre 35 e 45% é
considerado obstrução severa e abaixo de 35%, é considerado obstrução muito severa.
A grande maioria dos pacientes encontra-se entre obstrução mínima e obstrução
moderada.
Então, em caso de asma, bronquite crônica VEF1 abaixo de 80% e Índice de
Tiffeneau abaixo de 70%!
A capacidade vital do obstrutivo pode estar normal ou aumentada. O problema não é
encher o peito de ar, mas a demora em expirá-lo.
Paciente restritivo: ele enche um pouquinho e solta, mas tudo o q inspira libera, não
dificuldades em expirar! Mas enche pouco.
O asmático demora para encher, mas enche legal. Na hora de expirar, também
demora, mas acaba soltando legal. (Gente, noutros tempos, eu elaboraria
um texto menos coloquial, mas é uma emergência!!!)
O pick flow: a capacidade vital forçada estará normal (acima de
80%), é ela q diz qdo é restritivo, pois estará abaixo de 80%. É o aparelho
portátil , que correlaciona mais ou menos com VEF1.
Existe uma tabela mundial e uma tabela brasileira de autoria de
Carlos Alberto Ferreira (isso há uns 20 anos, com revisão há três), em q s
analisa pessoas de idade, raça, altura, peso diversos, s é fumante ou não.
Então o computador já calcula se seria o normal mediante esses
parâmetros.
FEF 25/75%: é um marcador de doença obstrutiva e é o primeiro q fica alterado no
fumante. Quando está abaixo de 56% significa doença das pequenas vias aéreas.
Uma das coisas tb q vc precisa saber é s o paciente responde ou não ao
broncodilatador. É a droga de escolha, sob a forma de spray e vc verá o quanto esse paciente
melhora com efeito de berotec, aerolin ou ???, por exemplo. O paciente faz o primeiro sopro
na máquina, vc registra. Posteriormente faz-se duas tomadas de um dos fármacos citados ,
aguarda-se cinco minutos e repete-se a operação.
Se o paciente melhorar 25%, a resposta foi fantástica. Se melhorou de 15 a 25% teve
uma resposta melhor, de 5 a 15% teve uma resposta razoável.
MACETE: hj em dia é adotado o seguinte: antigamente era até 7%, hj resposta
positiva ao broncodilatador: melhora de 12% do VEF1.
Recapitulando: o asmático tem VEF1 abaixo de 80%, Índice de Tiffeneau abaixo de
70%. 10% tem FEF 25-75% abaixo de 56.
Se o paciente é restritivo? Cursa com enfisema, fibrose pulmonar, asbestose com
enclausuramento da pleura, fibrose pulmonar idiopática, sendo esta o grande “manda-chuva”
das doenças restritivas. Há pacientes que têm uma mistura de bronquite com enfisema, então
coexistem componente restritivo e obstrutivo.
No restritivo interessa VEF1? NÃO! O problema é o “acordeon” que não abre direito.
Índice de Tiffeneau tb tá normal. O problema não é botar o ar para fora. É a
quantidade de ar q entra q é pequena.
O CVF, que é a capacidade vital forçada é o mais importante em temos de doenças
restritivas. É normal acima de 80%. De 75 a 80% é restrição mínima. De 50 a 75% a restrição é
moderada. De 35 a 50% a restrição é severa e abaixo de 35% é muito severa.
Então aqueles pacientes pink puffers (MEDCURSO: sopradores róseos – estereótipo
do enfisematoso. À inspeção nota-se apenas pletora e tórax em tonel. Geralmente são magros,
às vezes consumidos pela doença, apresentando dispnéia expiratória, mas sem sinais cor
pulmonale e hipoxemia significativas. AP: diminuição acentuada do murmúrio vesicular, sem
ruídos adventícios), geralmente são idosos com pescoço grande, chega tem um calo de tanto
apoiar o cotovelo na mesa (Jesus!), q anda um pouquinho e já morre d falta de ar. Este
provavelmente é um restritivo severo. Paciente com enfisema ou fibrose pulmonar avançados.
Por ser restritivo, td o q impede a expansão do tórax vai levar à alteração na
pletismografia: o volume residual e capacidade residual funcional estarão diminuídos.
O obstrutivo enche bem o peito de ar, mas demora muito para esvaziar. Obstrutivo
clássico: asma e bronquite.
O restritivo enche pouco o peito de ar, mas esvazia rapidamente. Restritivo clássico:
fibrose pulmonar.
Às vezes o paciente tem distúrbio obstrutivo e tem capacidade residual funcional
diminuída. Então vc descreve como distúrbio ventilatório obstrutivo com redução da
capacidade vital.
Há tb os casos mistos, tanto obstrutivo como restritivo. Ex: enfisema e bronquite.
Já o asmático não. O asmático clássico é obstrução.
Bem galera, foi isso! Espero ter ajudado!!! Bjokas...
Juliana Pinheiro
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