Análise do comportamento de fluídos não newtonianos Análise do comportamento de fluidos não newtonianos Augusto Passoni, Isadora Drovandi, Patrícia Costa, Ozéias Dias e Renan Santos Professor: Carlos Suetoshi Miyazawa Campus Santo André Resumo Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando sujeito a ação de uma força. Ele pode ser um fluido cuja viscosidade é constante - fluidos newtonianos – ou variável – fluidos não newtonianos. Contudo, em especial aos fluidos não newtonianos do tipo dilatante – no caso, água e maisena em proporção 1:2 - apresentam propriedades interessantes e de certa complexidade, por exemplo, a resposta às deformações. É, portanto, que para mensurar tal reação, foram feitos testes de absorção de impacto sobre queda livre utilizando um sistema composto do fluido juntamente com um sensor frágil o suficiente para ponderarmos os resultados. Nesse caso, usou-se como sensor um ovo e como recipiente para o fluido não escoar, uma luva de silicone. Durante os testes, o sistema alcançou uma velocidade máxima de 40km/h e mesmo assim o ovo não quebrou. Basicamente, o experimento se basta da queda do sistema juntamente com a quebra ou não do ovo. Caso o ovo quebre, a altura de queda livre foi suficientemente alta, dando ao fluido muita energia para se dissipar . Com isso, provou-se que o comportamento de elementos de fácil acesso pode ser extremamente interessante. INTRODUÇÃO Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando sujeito à ação de uma força. Fluidos newtonianos são aquelas substâncias que seguem as leis de Newton possuindo uma taxa de deformação constante em relação a tensão (força por área) aplicada. Já os fluidos não newtonianos são aquelas substancias (liquidas ou gasosas) que desafiam as lei de Newton e os princípios de nossa lógica mais elementar. O físico e matemático Isaac Newton estabeleceu a existência de uma relação linear entre o esforço aplicado no fluido e a resposta desse a esta força, um fluido não newtoniano não tem um valor de viscosidade definido e constante, por isso sua surpreendente resposta ante aos estímulos externos. OBJETIVO Este projeto visa compreender o interessante e exótico comportamento dos chamados fluidos não newtonianos, em especial, do tipo dilatante, como por exemplo a mistura de amido de milho e água. Demonstrar experimentalmente as alterações sofridas pelo material quando sujeito a tensões ou pressões externas variadas e fornecer testes alternativos para melhor compreensão de suas aplicações. Verificaremos, principalmente, o comportamento de fluídos dilatantes perante tensões superficiais variadas. METODOLOGIA Parte A – Preparação do fluido não newtoniano. Os materiais necessários para a preparação do fluido são: Béquer de 500 ml; amido de milho; béquer com 100 ml de água; recipiente (vasilha); bastão de vidro. Usando como base um béquer de 500ml, separa-se 200ml de maisena e 100ml de água, junta-se as duas medidas em um recipiente e mistura-se vagarosamente para deixar a mistura homogênea. Parte B – Queda Livre. A fim de analisar a absorção de impacto, monta-se um sistema contendo o fluido não newtoniano, um referencial frágil o suficiente para graduar a absorção e um invólucro que seja maleável e resistente. Neste caso, usou-se: Ovo, fluido não newtoniano feito na parte A e luva de silicone grande. Amarraram-se os dedos da luva para que o sistema tivesse um formato mais homogêneo. Adicionou-se o fluido e o ovo dentro da luva. A intenção é simular um colete, pois quando o sistema for liberado na altura de teste, o ovo deverá cair juntamente com uma camada de fluido ao seu redor. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011 Análise do comportamento de fluídos não newtonianos Agora se varia a altura de queda do sistema a fim de obter a faixa de absorção de impacto referente a esse fluido. A seguir, na figura 1, pode-se melhor compreender como o fluido age quando sujeito a um impacto. Figura 1:Ilustração do fluido em equilíbrio e quando esta sujeito a uma tensão superficial(pressão). A partir dos testes é possível montar um quadro relacionando a quantidade de energia cinética que foi absorvida pelo fluido, desconsiderando perdas, à velocidade com que o conjunto luva, fluido e ovo chegam ao chão com a condição do ovo pós-queda até o momento de sua quebra. Os dados foram baseados numa amostra de aproximadamente 300g, incluindo o peso do ovo, da luva e do fluido. Quadro I: Análise dos testes de queda livre. Altura Energia Mecânica Velocidade Condição de Final final do do ovo queda (instantaneamente projétil pósantes do impacto) queda 0,5 m 1,5 J 3,16 11,38 m/s km/h Não quebrou 1,5 m 4,5 J 5,48 19,72 m/s km/h Não quebrou 2,5 m 7,5 J 7,07 25,46 m/s km/h Não quebrou 4,0 m 12,0 J 8,94 32,20 m/s km/h Não quebrou 6,5 m 19,5 J 11,4 41,05 Leve m/s km/h rachadura 6,7 m 20,1 J 11,58 41,67 Quebrou m/s km/h RESULTADOS E DISCUSSÃO Em princípio, conseguimos estimar uma taxa de absorção de energia pelo fluido, no entanto a precisão não é muito boa já que boa parte dessa energia foi dissipada em calor, arrasto e, principalmente, som. Infelizmente não foi possível fazer um experimento mais concreto, pois o custo e a disponibilidade de instrumentos não foram plausíveis. Contudo, a velocidade a qual foi alcançada na iminência de quebrar o ovo foi relativamente grande, sendo que 40km/h é a velocidade aproximada de um carro em uma via coletora. Conforme se seguiu o experimento, notamos a aplicação fundamental dos conceitos de mecânica clássica e físicoquímica, necessitando-se de cálculos e teorias básicas para analisar um comportamento aparentemente complexo. Quanto às proporções diferentes, em volume de maisena e água, selecionamos das apresentadas na metodologia a de 2 para 1, pois essa se encaixa na condição necessária para desacelerar o ovo de forma suficientemente lenta, ao passo que absorve o impacto. Visto que quanto maior o tempo do impacto menor será a força exercida sobre o ovo conservando o momento linear. Conclusão Após os experimentos, percebemos que é possível fazer um colete de absorção de impacto razoavelmente bom com um fluido não newtoniano do tipo dilatante, dependendo apenas da pressão exercida sobre o sistema em questão e da fragilidade do sensor de impacto. Muito embora seja composto de elementos simples, que podem ser encontrados em qualquer mercado, apresenta propriedades interessantes e notórias. Referências [1]www.mdig.com.br/index.php?itemid=1307 [2]www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F69 0_F809_F895/F809/F809_sem1_2007/MarieleK _Tamashiro_RF.pdf [3]ciencia.hsw.uol.com.br/armadura-liquida1.htm AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos do grupo de laboratório, incluindo discentes, docentes e aos técnicos. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011