ANÁLISE DAS ÁREAS DE RISCO A ENCHENTES E INUNDAÇÕES EM ALFENAS-MG. FONSECA, Homero Ferreira da¹ [email protected] BONASSI, Igor Rafael Pernambuco¹ [email protected] SANTOS, Clibson Alves dos² [email protected] ¹ Graduando do Curso de Geografia Bacharelado da Universidade Federal de Alfenas (UNIFALMG). ² Docente/Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). RESUMO Este projeto busca analisar as áreas de risco ligadas às ações pluviais e fluviais no entorno do município de Alfenas-MG. Por meio de elaboração de mapas que servirão de apoio à obtenção de dados em trabalhos de campo, poderão ser aplicados monitoramentos das áreas de risco com proximidades aos córregos e locais propensos a serem afetados por tais ações. Desta forma buscaremos propor não apenas uma previsão de possíveis impactos em locais pré-determinados, mas também soluções juntamente ao poder público e à população para aplicação de técnicas que amenizem possíveis problemas à longo e médio prazo. Palavras-chave: Áreas de Risco; Monitoramento; Base Cartográfica; Geografia INTRODUÇÃO ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 A demanda por novos espaços a serem ocupados, exerce grande pressão sobre áreas que a priori não deveriam ser ocupadas. Elementos políticos, sociais e culturais são os de maior relevância nesse quadro ocupacional. Exemplos desses fatores são as políticas habitacionais ineficientes que provocam o surgimento das periferias no município, a cultura popular de habitação “plana” como o lugar ideal para morar, além de diversos outros fatores sociais que atingem principalmente a população de baixa renda. Eventos como deslizamentos de massa e inundações são cada vez mais causados pelas mudanças climáticas, assim como atividades relacionadas ao uso e ocupação do solo. Alguns aspectos antrópicos, assim como eventos e fenômenos naturais, acabam contribuindo com a aceleração dos processos mencionados. (CASTRO, 1998) O aumento da ocorrência desses fenômenos, principalmente na região Sudeste, exige a necessidade de medidas tomadas com urgência e em conjunto por parte de órgãos da esfera municipal, estadual e federal a fim de evitar os impactos ambientais ocasionados por desastres naturais. O controle de uso efetivo do solo, planos preventivos, o monitoramento desses processos, são algumas das ações que podem reduzir os riscos e evitar a formação do quadro característico de áreas de risco. Juntamente à interferência nas condições de vida da população, atenta-se o fato da alteração nas condições dos ecossistemas dessas áreas. Estes são amplamente prejudicados alterando desde o equilíbrio ambiental até as suas funções mais básicas como a estabilidade do solo gerando, consequentemente, inconsistência nas encostas, problemas de erosão e assoreamento, disposição de resíduos entre outras observações feitas com base em análises da disposição do solo e sua ocupação. (ROBECK & SALES, 2007) A área de estudo será o perímetro urbano da sede do município de Alfenas, localizado na região sul do estado de Minas Gerais. Seu perímetro urbano com a sede municipal instalada no início do século XIX encontra-se localizada no interflúvio de quatro sub-bacias hidrográficas: Córrego do Pântano, do Chafariz, do Cemitério e do Pedra Branca, todos afluentes do Rio Sapucaí (Figura 1). 16 17 Figura 1 – Localização da área de estudo. OBJETIVOS O objetivo desse trabalho é realizar o levantamento e análise das áreas de risco priorizando as áreas sujeitas a enchentes e inundações no perímetro urbano da cidade de Alfenas-MG, utilizando a metodologia proposta pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2006). MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais disponíveis e utilizados para uma melhor perspectiva sobre a área de estudo constituem de carta topográfica na escala 1:50.000 digitalizada em formato vetorial, fotografias aéreas de baixa altitude disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Alfenas – MG, além de imagens de satélite compatíveis com a escala do trabalho. A utilização de SIG's (Sistema de Informação Geográfica) como o ArcGIS 10.2 é importante para e elaboração produtos como o Modelo Númerico do Terreno (MNT). Os MNT’s são representações em três dimensões da paisagem. Através dele é possível confeccionar mapas de rede de drenagem, mapa clinográfico, mapa altimétrico, mapa de áreas de riscos e diversos outros produtos cartográficos (Coelho, 2008) que serão importantes para o trabalho. O levantameto de material bibliográfico, conteúdo teórico e metodológico com relação ao tema do trabalho é de relevante importância. Os materiais e produtos gerados serão voltados para a aplicação da metodologia proposta pelo Ministério das Cidades, que se apoia no método proposto pela Agencia de Coordenação das Nações Unidas para o Socorro em Desastres (UNDRO), elaborada em 1991 para enfrentar os acidentes naturais, que se baseia em duas atividades: prevenção e preparação. As atividades de prevenção consistem em estudos técnico-científicos que buscam compreender a fenomenologia dos processos, estudos de análise de risco e a formulação de métodos, técnicas e ações de prevenção de desastres (Ministério das Cidades, 2004). É essencial identificar esses processos em campo, pois são indicadores do grau de risco de ocorrência de eventos como escorregamentos ou inundações. Segundo o Ministério das cidades (2004) as áreas de risco, enchentes e inundações são áreas de baixa umidade, próximo a corpos d´água, e sujeitas a serem atingidas pelo fenômeno hidrológico. Dessa forma colocam em risco pessoas que habitam este lugar, e que normalmente são áreas associadas ao baixo desenvolvimento econômico, pobreza e desigualdade social (Ministério das Cidades, 2004). A metodologia consiste em duas etapas principais, o Zoneamento e o Cadastramento. O Zoneamento tem a finalidade de delimitar “zonas homogêneas em relação ao grau de probabilidade de ocorrência do processo ou mesmo risco, estabelecendo tantas classes quantas necessárias” (Ministério das Cidades, 2004; p. 17). O Cadastramento busca detalhar as “situações caso a caso ou as vezes por agrupamentos de mesmo grau de probabilidade de ocorrência do processo ou risco” (Ministério das Cidades, 2004; p.17). Avaliando os diversos parâmetros que compõem a metodologia, é possível equacionar e definir o grau de risco, qual o setor está exposto e quais os pontos que devem sofrer intervenção. RESULTADOS ESPERADOS Após a confecção de produtos cartográficos e levantamento de dados, buscase delimitar as áreas de riscos e que merecem mais atenção ou intervenção junto ao 18 poder público. Após definidas e mapeadas essas áreas, pode-se utilizar esse material como orientador para uso e ocupação das áreas de riscos e definir medidas de intervenção, medidas essas que devem servir para a melhoria da qualidade de vida e habitação da população, conciliando os aspectos ecológicos, sociais e econômicos de um modo que essa interação ocorra harmoniosamente e sem danos e transtornos futuros, principalmente para a população menos favorecida que já ocupam essas áreas. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUGUSTO FILHO, O. 2001. Carta de risco de escorregamentos quantificada em ambiente de SIG como subsídio para implantação de seguros em áreas urbanas: um ensaio em Caraguatatuba (SP). Rio Claro. 196p. Tese (Doutorado em Geociências e Meio Ambiente) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista. CARDOS, J. C. Análise, concepção e intervenções nos fundo de vale da cidade de Alfenas (MG). Revista Labor & Engenho. 20p. V.3, n. 1, 2009. COELHO, A.L.N. Uso de Dados SRTM como ferramenta de apoio ao mapeamento geomorfológico de bacia de médio-grande porte. Revista Geografia Academica v.2 n2 (viii.2008) p. 138-153. GARÓFALO, D. F. T. ; FERREIRA, M. F. M. , Diagnóstico Ambiental da Sub-bacia do Córrego da Pedra Branca. 5p. In: 2ª Jornada Científica da Geografia. Paradigmas da Geografia e Contradições do Século XXI. UNIFAL-MG, 2010. MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2011. OLIVEIRA, R. L. S.; FERREIRA, M..F..M.., Análise da microbacia do Córrego da Pedra Branca (Dos Aflitos), na Área Urbana De Alfenas (MG), a partir de critérios geomorfológicos. 5p. In: 2ª Jornada Científica da Geografia. Paradigmas da Geografia e Contradições do Século XXI. UNIFAL-MG, 2010. PLANO DIRETOR DE ALFENAS-MG, Leitura Técnica, 2006. PEREIRA, D. C., Proposta metodológica para mapeamento de áreas de risco a movimentos de massa: Aplicação na área urbana da sub-bacia hidrográfica do Córrego da Pedra Branca no município de Alfenas (MG). Alfenas. 48p. Trabalho de Conclusão de Curso – UNIFAL–MG 2011. 20