oficina do barulho: a música como mediadora no trabalho com a

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Recredenciamento
Portaria MEC 347, de 05.04.2012 - D.O.U. 10.04.2012.
OFICINA DO BARULHO: A MÚSICA COMO MEDIADORA
NO TRABALHO COM A ORALIDADE
Joici dos Santos Pereira1
Christiane Jaroski Barbosa2
Resumo: Este artigo apresenta os resultados e a reflexão acerca da aplicação do Subprojeto
Tagarela, através de sua oficina, “Oficina do Barulho” e a relevância do mesmo para o
desenvolvimento psicossocial dos alunos das escolas envolvidas, bem como para a vivência da
prática docente dos acadêmicos de Letras, da Faculdade Cenecista de Osório, FACOS CENEC,
beneficiados pelo Programa de Incentivo a Docência (PIBID), promovido pela CAPES. O projeto
é desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Osvaldo Amaral, situada no
município de Osório-RS, tendo como seu principal objetivo o desenvolvimento expressivo em
sua totalidade, objetivando também, demonstrar que o trabalho com a oralidade pode revelar-se
um facilitador para a aprendizagem dos mesmos.Como suporte teórico foram utilizados os estudos
de Bakhtin (1988), Loureiro (2001), Marcuschi (2008) e Vieira (1997), que oferecem
significativos esclarecimentos acerca das questões relacionadas ao desenvolvimento da atividade
oral, do trabalho com oficinas, da relevância do trabalho com a música e do fator social inerente
às mesmas. A metodologia utilizada é a da atividade experimental, com análise qualitativa e
descritiva dos resultados obtidos, os quais apontam para o êxito no trabalho com a oralidade no
tocante ao desenvolvimento psicossocial dos alunos, percebido através das falas dos mesmos e no
relato de professores que notaram uma melhora na participação em aula, o que confirma a
significância de se considerar a oralidade nos processos de aprendizagem, tanto pela
representatividade linguística, quanto pelo fator social a ela inerente.
Palavras-chave: música, oralidade, trabalho com oficinas, inserção social.
Resumen: Este artículo presenta los resultados y la reflexión sobre la aplicación del Subproyecto
Tagarela, puesto en práctica a través del taller Oficina do Barulho, la importancia del mismo para
el desarrollo psicosocial de los alumnos de las escuelas involucradas y para la experiencia de la
práctica docente de los académicos de Letras, de la Facultad Cenecista de Osório, FACOS
CENEC, beneficiados por el Programa de Incentivo a la Docencia (PIBID), promovido por
CAPES. El proyecto es desarrollado en la Escuela Municipal de Enseñanza Primaria Osvaldo
Amaral, ubicada en la ciudad Osório-RS, y tiene como objetivo fundamental el desarrollo
expresivo de los alumnos en su totalidad, además de demostrar que el trabajo con la oralidad
puede revelarse como un facilitador para el aprendizaje de los mismos. Como soporte teórico
fueron utilizados los estudios de Bakhtin (1988), Loureiro (2001), Marcuschi (2008) y Vieira
(1997), que ofrecen significativas aclaraciones sobre las cuestiones relacionas al desarrollo de la
actividad oral, del trabajo con talleres, de la importancia del trabajo con la música y del rasgo
social inherente a las mismas. La metodología utilizada es la de la actividad experimental, con
análisis cualitativa y descriptiva de los resultados obtenidos, los cuales apuntan para el éxito del
trabajo con la oralidad en lo que se refiere al desarrollo psicosocial de los alumnos, percibido en el
relatos de los mismos y de los profesores que observaron una mejora en la participación en clase,
1
Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, da CAPES – Curso de Letras da
Faculdade Cenecista de Osório.
2
Coordenadora do Subprojeto PIBID/Letras.
50
lo que reafirma la importancia de considerar la oralidad en los procesos de aprendizaje, tanto por
la representación lingüística, cuanto por el rasgo social a ella inherente.
Palabras-clave: música, oralidad, trabajo con talleres, integración social.
INTRODUÇÃO
O ensino de Língua Portuguesa fundamentou-se, durante longo período, na forma escrita da
língua, privilegiando a norma padrão, desconsiderando a oralidade nesse processo. Levandose em consideração que o aluno ao ingressar na escola já possui certo conhecimento da língua
e apresenta capacidade comunicativa desenvolvida, é notório que tais fatores precisam ser
considerados no processo de ensino-aprendizagem.
Desse modo, desenvolver a oralidade não se reduz ao fato de se ensinar a “falar bem”, e sim,
de refletir sobre as múltiplas situações de uso, dominar os diversos gêneros dessa modalidade
(entrevistas, debates, discursos, exposições e dramatizações), formando sujeitos aptos a se
utilizarem das muitas possibilidades que a língua lhes permite.
No entanto, para que os estudantes tenham uma plena inserção social e possam se tornar
sujeitos efetivamente ativos, mais do que desenvolver sua capacidade linguística, é necessário
que se aprimore sua competência comunicativa, pois, segundo Marcuschi (2008, p.233),
“Todas as ações diárias mais significantes estão revestidas de linguagem”.
Frente a tantos desafios, é urgente que a escola busque alternativas diferenciadas para o amplo
desenvolvimento dos estudantes, tanto oral quanto comunicativo, sendo esse o propósito deste
trabalho, ou seja, sugerir e aplicar alternativas eficazes para a obtenção de tal intento.
Nesse contexto a música apresenta-se como uma ferramenta eficaz, devido ao seu teor
atrativo e apelo lúdico, o que a torna um gênero maleável e rico em possibilidades, sendo
pertinente o trabalho com a mesma.
A música faz parte da vida dos alunos desde a infância, quando ouviam canções de ninar,
brincavam de roda, adivinha, parlendas. Quando vão para a escola, as crianças continuam em
contato com a arte musical, já que se ouve música nos momentos recreativos e, de forma
bastante acentuada, nas ocasiões de festividade, porém, observa-se a ausência do ensino
sistemático da música nas instituições, onde a mesma é vista como um fim em si própria, ou
seja, apenas se ouve música e não se ensina sobre e através dela.
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Através da música há a possibilidade do trabalho em equipe, de ações que promovam o
respeito e motivação, bem como a desinibição e as diversas formas de expressão, seja oral ou
corporal. São trabalhados, ainda, a criatividade, o senso crítico e a afirmação identitária dos
jovens.
O presente trabalho está ancorado nas concepções de estudiosos como Bakhtin (1988),
Loureiro (2001), Marcuschi (2001, 2008), Vieira (1997) e nas orientações presentes nos PCNs
de Língua Portuguesa.
ORALIDADE E ENSINO
Primeiramente é preciso destacar que quando se fala em oralidade no ensino de língua
materna, não se pretende com isso ensinar os alunos a falar, visto que os mesmos chegam às
séries iniciais com uma capacidade comunicativa desenvolvida, o que se busca é mostrar aos
educandos as diferentes situações de uso e sua reflexão sobre as mesmas.
Evidente que não se trata de ensinar a falar, mas de usar as formas orais em situações que o
dia-a-dia nem sempre oferece, mas que devem ser dominadas [...] Trata-se de valorizar a
reflexão sobre a língua, saindo de um ensino normativo para um ensino mais reflexivo.
(MARCUSCHI, 2008, p.55)
Ainda de acordo com o autor, a escola deve buscar,
a preparação do aluno para a produção ágil de seus discursos e para a avaliação crítica dos
discursos alheios - no que se conseguirá que ele obtenha uma maior eficácia na sua atuação
social, um maior sucesso na descoberta de si mesmo e na sua intervenção na prática social.
(MARCUSCHI, 2008, p.56)
Ou seja, oferecer aos alunos suporte para que estejam preparados para as diversas situações
de uso da língua, permitindo desse modo, o autoconhecimento e a capacitação necessária,
possibilitando que sejam capazes de desempenhar os diversos papéis que a vida em sociedade
demanda .
Mesmo que ao iniciarem a vida escolar os estudantes já possuam uma bagagem comunicativa,
seu uso se dá normalmente nas conversas paralelas, no diálogo com os colegas, e menos na
participação em aula, para a qual parecem inseguros e receosos, sendo preciso pensar em
práticas para o desenvolvimento oral desses jovens.
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A atividade mental tende desde a origem para uma expressão externa plenamente realizada.
Mas pode acontecer também que ela seja bloqueada, freada: nesse último caso, a atividade
mental desemboca numa expressão inibida. (BAKHTIN, 1988, p. 118)
Encontrar propostas que favoreçam o diálogo, a troca de experiências e o contato afetivo entre
os discentes, através de dinâmicas de grupo, por exemplo, permite que se tornem mais
confiantes e abertos à participação, como nos confirma Bakhtin (1988, p. 123), ao dizer que
“a interação é a realidade fundamental da linguagem”.
Ações que trabalhem a expressão, tanto oral quanto corporal, são sempre válidas, pois
propiciam a participação dos estudantes que, atraídos pelo apelo lúdico, trabalham de maneira
natural as expressões faciais, a explanação oral, a postura exigida pelo contexto, empregando
maior veracidade e emoção às suas práticas.
Mas o que é afinal a expressão? Sua mais simples e mais grosseira definição é: tudo aquilo
que, tendo se formado e determinado de alguma maneira no psiquismo do indivíduo,
exterioriza-se objetivamente para outrem com a ajuda de algum código de signos exteriores.
(BAKHTIN, 1988, p. 111).
Também os PCNs norteiam
sua proposta pedagógica focados na capacitação
ampla e
competente dos alunos, não restrita ao desempenho linguístico.
Procurando desenvolver no aluno a capacidade de compreender textos orais e escritos e de
assumir a palavra, produzindo textos em situações de participação social, o que se propõe ao
ensinar os diferentes usos da linguagem é o desenvolvimento da capacidade construtiva e
transformadora. O exercício do diálogo na explicitação, contraposição e argumentação de
ideias é fundamental na aprendizagem da cooperação e no desenvolvimento de atitudes de
confiança, de capacidade para interagir e de respeito ao outro. A aprendizagem desses
aspectos precisa, necessariamente, estar inserida em situações reais de intervenção,
começando no âmbito da própria escola. (PCNs, 1998, p. 41)
Mas, para que se obtenha dos estudantes o desempenho esperado, é preciso criar situações que
favoreçam a construção da aprendizagem e a aquisição do conhecimento, sendo as oficinas
aliadas eficientes nessa tarefa.
Oficina é uma forma, um caminho, um guia flexível, enriquecedora para a pessoa e para o
grupo, fundamentada no aprender fazendo com prazer e na ativação do pensamento por
própria convicção, necessidade e elaboração. (LESPADA, 1988 Apud VIEIRA, 1997, p. 12)
53
O trabalho com oficinas favorece o espaço para a vivência, a troca, o intercâmbio de ideias, a
reflexão, o lúdico, o jogo, a cooperação e o respeito. Conforme Vieira (1997, p.12 ), “através
de oficinas podemos ensinar de forma mais humanizada”, justificando-se assim, a prática
pedagógica baseada nessa modalidade de ensino.
POR QUE A MÚSICA?
O potencial da música no processo de integração social e de construção da identidade é algo
notável. Segundo a Assessora de Comunicação do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância), em Brasília, Florrance Bauer,
a música atrai a criança, serve de motivação, deixa-a mais atenta e é um instrumento de
cidadania, contribuindo para a elevação de sua auto-estima. A isso se deve o grande número
de projetos de educação através da música no Brasil e seu sucesso. ( In LOUREIRO, 2001, p.
20)
O contato entre a música e os sujeitos ocorre desde muito cedo, seja por meio dos diversos
sons que cercam a criança desde o nascimento, seja por intermédio da mãe e suas canções de
ninar. Sendo, então, algo familiar aos indivíduos, é natural que favoreça o seu
desenvolvimento expressivo, tanto da linguagem quanto do pensamento, surgindo como mais
uma alternativa de esse indivíduo se comunicar.
A música caracteriza-se como meio de expressão e comunicação. Meio de expressão por
objetivar e dar forma a uma vivência humana e de comunicação por revelar este experiência
pessoal de modo que possa alcançar o outro ser compartilhado. (VASQUES, 1978 Apud
PENNA, 1990, p.20).
Ao perceber a infinidade de sons que a cerca, e as possibilidades de criação a partir dos
mesmos, a criança descobre novas maneiras de se expressar, percebe que através do som, dos
gestos e das palavras pode manifestar sentimentos e emoções, ampliando, dessa forma, suas
linguagens e favorecendo a construção de sua subjetividade.
A música é dotada de grande carga emotiva, despertando nos indivíduos as mais diversas
sensações, facilitando a expressão de suas emoções e com isso consolidando seu
reconhecimento enquanto sujeitos, a formação de sua personalidade.
Fica clara a importância de incluir a música nas ações pedagógicas, sendo que, através dela, é
possível o amplo desenvolvimento expressivo dos discentes.
54
a razão que justifica o ensino de música nas escolas é oferecer a todas as crianças, qualquer
que seja sua aptidão, a oportunidade de lidar com a música e seus elementos, próprios de todo
ser humano: audição, expressão rítmica e melódica, sensorialidade, emotividade, inteligência
ordenadora e criatividade. (LOUREIRO, 2001, p. 22)
De acordo com os PCNs, o trabalho com a música permite:
pesquisar, explorar, improvisar, compor e interpretar sons de diversas naturezas e
procedências, desenvolvendo autoconfiança, senso estético crítico, concentração, capacidade
de análise e síntese, trabalho em equipe com diálogo, respeito e cooperação.” (PCNs, Arte,
1998 p. 81).
Logo, alunos pouco comprometidos, dispersos e com baixo rendimento, apresentando
dificuldades de relacionamento, inclusive com o ensino-aprendizagem, podem, ao serem
instigados a experimentar formas de apreensão da linguagem musical, mesclando estilos e
procedimentos, proporcionando maior abertura para o diálogo e o fazer musical, ter
otimizadas suas inter-relações com a aprendizagem e com o outro.
É com base nesses dados e foco no desenvolvimento psicossocial dos educandos, que as
práticas da “oficina do Barulho”, pretendem através da música, atingir
êxito em seus
propósitos.
A IMPORTÂNCIA DA “OFICINA DO BARULHO” PARA A INSERÇÃO SOCIAL
DOS ESTUDANTES
A prática ocorre através de oficinas semanais, com carga horária de duas horas, desenvolvidas
em turno inverso, com dezoito alunos de sexto a nono ano do Ensino Fundamental, da Escola
Osvaldo Amaral, localizada em Osório.
Os encontros constituem-se de atividades diversas com o propósito de desenvolver
principalmente a oralidade, para tanto são realizadas ações como dinâmicas de grupo, durante
as quais os alunos interagem, reforçando laços afetivos. Há a escuta de músicas de diversos
gêneros, oportunizando diferentes propostas de debate, confecção de materiais (painéis,
fanzines - revistas alternativas nas quais divulgam suas bandas preferidas, opiniões sobre
temas diversos, bem como criações de charges e quadrinhos-, “curativos sociais”- em formato
de curativos adesivos, mais conhecidos como band aid, nos quais se propõe a “cura” para
diversos males da sociedade atual como preconceito, desigualdade, bullying, dentre outros),
55
relatos, encenações e criação de números artísticos para um “Show de talentos”, ou seja, ações
capazes de propiciar a atividade oral, argumentativa e escrita, bem como o exercício da
convivência em grupo, o estabelecimento de relações de amizade, o senso crítico e o respeito.
Desse modo, ao proporcionar atividades através das quais a desinibição e o desenvolvimento
da autoconfiança são possíveis, a Oficina do Barulho contribui para a construção dos alunos
enquanto sujeitos, visto que a linguagem é uma forma de interação que propicia não apenas a
troca de informação, mas a criação de vínculos que não seriam possíveis sem a mediação da
fala e que são significativos para a inserção social desses estudantes.
RESULTADOS
Já nos primeiros encontros os alunos mostraram-se participativos, principalmente no
momento das dinâmicas, revelando-se essas eficazes quanto à desinibição e o entrosamento
do grupo.
Nos encontros que se seguiram, foram interagindo também nos momentos de explanação dos
temas, querendo colocar suas opiniões, responder aos questionamentos e, até mesmo, realizar
a leitura em voz alta de materiais como slides, por exemplo. É o caso de uma aluna bastante
tímida, a qual relatou que em sala de aula a professora de Língua Portuguesa dizia que a cada
palavra que ela proferisse lhe premiaria com uma bala, tamanha a sua introspecção e, que no
decorrer dos encontros, foi se integrando ao grupo de tal maneira, que já conseguia apresentar
dramatizações e interagir de forma espontânea, demonstrando maior autoconfiança.
Também é indício desse progresso a fala dos alunos, os quais afirmam estar mais seguros para
apresentar seus trabalhos oralmente frente à turma e pelo fato de serem capazes de estabelecer
relações entre o que é visto nos encontros e o que ocorre em suas vivências diárias, como o
relato do estudante João3, de doze anos, que, após ter sido trabalhada esta charge, afirmou:
3
Os nomes dos estudantes mencionados neste artigo são fictícios.
56
Disponível em: http://licenciaturageografiauniube.com.br/. Acesso em: 29 jan. 2013
“ No final de semana fui a Capão da Canoa e vi a charge professora, de um lado tinha um
condomínio bonito e do outro lado da rua uma favelinha”.
Outra atividade bem sucedida foi a composição musical, através da qual os educandos, após a
escuta e análise de canções de diversos gêneros musicais, optaram pelo gênero e temática que
mais os instigava, procedendo com a elaboração de suas músicas. Um exemplo dessa prática é
este Rap criado por Augusto, de treze anos:
Mudanças
Desde pequeno até a adolescência, cresceu zoando na rua por más influências
Brigando sempre na escola, seu pai, ausente, nem dava bola
Um dia por acaso alguém se apresentou, prometeu mudar sua vida e ele aceitou
Tomou sua decisão e foi embora
Avisou seu irmão que não voltará
Seu irmão também parceiro, com ele foi embora
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Arrumou um emprego pra ele e ele disse: valeu, da hora!
Assim minha vida mudou, tudo se transformou
Graças ao meu irmão, anjo da guarda
Mudou a minha vida, em troca não pediu nada
Violência não leva a nada, mude a sua vida
Você não paga nada
Cresci no mundo do crime, o preço é muito alto amigos
Parentes se foram por nada
A vida é uma guerra, vamos criar uma aliança por mais esperança!
O relato dos professores é outro indicador de êxito no trabalho que vem sendo realizado.
Esses afirmam que notaram uma melhora na participação em aula, por parte dos alunos, a qual
ocorria de forma unilateral, ou seja, partia sempre do docente, ou acontecia em conversas
paralelas, e, após os encontros do PIBID, passa a ocorrer de modo interativo.
Foi um período de tempo relativamente curto para que mudanças relevantes pudessem ser
observadas, visto que a oficina teve duração de um semestre, porém, a resposta dos educandos
foi significativa, ao passo que sinaliza para os bons resultados que são possíveis de se atingir
no trabalho envolvendo a música e a oralidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível constatar, através dos resultados obtidos, que o trabalho com a oralidade é
fundamental para o desenvolvimento dos estudantes. Através do aprimoramento da oralidade
esses jovens tornam-se mais atuantes, interagem de forma mais articulada, o que favorece sua
inserção social e desenvolve sua autoconfiança, sendo um facilitador do reconhecimento de si
mesmos e do outro, em um processo recíproco de valoração dos sujeitos.
O exercício da oralidade propicia também, o desenvolvimento da capacidade linguística, não
se restringindo a habilidade oral, mas também a escrita, através de atividades que favorecem a
leitura crítica, a escuta de sentenças com a propícia entonação, a criação textual, seja
individual ou coletiva, o que demanda a necessidade de serem coerentes e atentos às maneiras
mais adequadas de manifestarem textualmente suas ideias.
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Tais percepções vêm ao encontro do que afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais, ou
seja, a necessidade de se considerar a oralidade nos processos de aprendizagem, tanto pela
representatividade linguística, quanto pelo fator social a ela inerente.
Sinalizando, desse modo, para a necessidade de se pensar práticas realmente significativas
para o desenvolvimento oral, para a capacidade comunicativa, bem como o trabalho com a
língua materna focado no uso e na reflexão, formando sujeitos socialmente aptos, preparados
não apenas para o mundo acadêmico, mas para as diversas esferas da vida em sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.
LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O Ensino da Música na Escola Fundamental: Um
Estudo Exploratório. Belo Horizonte: Mestrado em Educação da PUC/Minas, 2001.
Disponível
em:
http://xa.yimg.com/kq/groups/25209179/1250954832/name/Educacao_LoureiroAM_1.pdf.
Acesso em: 23/02/2013.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MEC/SEF (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do Ensino
Fundamental. Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação Fundamental,
Brasília.
PENNA, Maura L.. Reavaliação e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1990.
VIEIRA, Elaine; VOLQUIND, Léa. Oficinas de Ensino: O quê? por quê? Como? Porto
Alegre: EDIPUCRS, 1997.
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