Minha contestação é feita de renúncia, de não

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Revista Filosofia Capital
ISSN 1982 6613
Vol. 7, Edição 14, Ano 2012
EDITORIAL
EDITORIAL
JÚLIA DE HOLANDA
Caríssimos e Fraternos Leitores,
“- Minha contestação é feita de renúncia,
de não-participação, de não-conivência, de nãoalinhamento com o que não considero ético e
justo. Sou como aqueles que, desarmados,
deitam-se no meio da rua para impedir a
passagem dos carros da morte. Esta forma de
resistência, se praticada por todos, se
constituiria em uma força irresistível [...]
- O drama [...] trago-o na alma. A minha
pintura, sombria, dramática, suja, corresponde à
verdade mais íntima que habita no íntimo de uma
burguesia que cobre a miséria do dia-a-dia com
o colorido das orgias e da alienação do
povo. Não faço mortalha colorida.
- Por que sou assim?
- Porque todo homem tem um dever social,
um compromisso com o próximo.
- Não há um ideal de beleza, mas o ideal
de uma verdade pungente e sofrida que é a minha
vida, é tua vida, é nossa vida, nesse caminhar no
mundo.
- Sou impiedoso e crítico com minha obra.
Não há espaço para alegria. É difícil revelar o
significado das coisas. O Homem olha a sua
face, interroga-se e não sabe quem é.
- Acho que toda grande obra tem raízes no
sofrimento. A minha nasce da dor.
- A vida dói [...]”.
Iberê Camargo
Esta Edição v. 7, n 14, (2012) nos traz boas
discussões que envolvem “Consciência e
Interconsciência: sujeito e sujeição na sociedade
contemporânea”. Assim, inspirados pela arte e
embalados pelas cruas palavras de Iberê Camargo
daremos abertura a mais uma edição permeada de
reflexões sobre a minha vida, a sua vida, a nossa
vida, nesse caminhar no mundo.
No primeiro momento apresentamos a
ética diante do “fracasso” que identificamos nas
situações-limite descritas por Karl Jaspers,
levando em consideração a existência empírica, a
consciência em geral e o espírito, onde é possível
que o homem, por meio de uma ação interior, se
reconheça
como
existência.
Também
apresentamos uma investigação sobre a relação
da história entre a mulher e a filosofia. Em outro
momento abordamos a corporeidade e Educação
sobre corpo e sentidos em Emílio de Rousseau,
na qual se adota o desenvolvimento da criança
como núcleo central do entendimento do homem
e da sociedade.
No tema sobre a educação estética, no
último Foucault, as discussões são acerca da
relação entre ética e estética no processo de
formação do sujeito. Ainda apresentamos
questões que envolvem o conceito de
inconsciente coletivo na perspectiva das massas
numa leitura da Filosofia da história
benjaminiana
sempre
na
tentativa
de
“desconstrução” da força do simbólico e seu
sentido supremo.
Na “Psicologia do Redentor” busca-se a
distinção axiológica estabelecida por Nietzsche
entre a prática evangélica de Jesus e a distorção
da mesma pela institucionalização da moralidade
cristã. A propósito, seguindo a filosofia
nietzschiana, refletiremos sobre o eruditismo na
crítica de Nietzsche ao sistema pedagógico
moderno.
Questões sobre internalismo como
coerentismo irão relacionar a justificação de
caráter internalista como pressuposto de
coerentismo na teoria rawlsiana. Além disso,
analisaremos o totalitarismo como negação do
político ao substituir as leis positivas pelas leis
históricas ou naturais que se realizam
independentemente da ação e vontade humanas.
E por fim, será analisado o fenômeno da
verificação da verdade e identificação como
elucidação fenomenológica do conhecimento
husserliano.
Como sempre desejamos a todos boas
vibrações, boa leitura e sinceras saudações
filosóficas! E que no ano vindouro as conquistas
sejam concretas, positivas e enriquecedoras.
Revista Filosofia Capital – RFC ISSN 1982-6613, Brasília, vol. 7, n. 14, p. 03-105, jan/2012.
Revista Filosofia Capital
ISSN 1982 6613
Fraternal and Dear Readers,
"- My response is made of resignation,
non-participation, non-collusion, non-alignment
with what I do not consider ethical and fair. I am
like those who, unarmed, lie in the street to
prevent the passage of the cars of death. This
form of resistance, if practiced by all, would
constitute an irresistible force [...].
- The drama [...] bring it in the soul. My
painting, dark, dramatic, dirty, corresponds to
the most intimate truth which dwells in the depths
of a bourgeoisie that covers the misery of the
day-to-day with colorful revelry and the
alienation of the people. I do not shroud color.
- Why am I like?
- For every man has a social duty, a
commitment to others.
- There is a beauty ideal, but the ideal of a
poignant and painful truth is that my life is your
life is our life, to walk in this world.
- I'm ruthless and critical of my work. No
room for joy. It is difficult to reveal the meaning
of things. Man looks at his face, wonders and do
not know who he is.
- I think every great work is rooted in pain.
My pain is born.
- Life hurts [...]".
Iberê Camargo
Vol. 7, Edição 14, Ano 2012
development as the core of the understanding of
man and society.
On the subject of the aesthetic education in
the last Foucault, discussions are about the
relationship between ethics and aesthetics in the
process of subject formation. Also present issues
surrounding the concept
of
collective
unconscious from the perspective of a mass
reading of the Philosophy of History Benjamin
always trying to "deconstruct" the force of the
symbolic and the supreme sense.
In "Psychology of the Redeemer" seeks to
distinguish axiological established by Nietzsche
between the evangelical practice of Jesus and the
same distortion of the institutionalization of
Christian morality. By the way, following the
Nietzschean philosophy, we will reflect on the
scholarship on Nietzsche's critique of the modern
educational system.
Questions will relate internalism as
coherent justification internalist character as a
presupposition of coherentism in Rawlsian
theory. In addition, we analyze the denial of
political totalitarianism as the positive laws by
replacing the historical or natural laws that take
place independently of human will and action.
Finally, we will analyze the phenomenon of truth
verification and identification as elucidating
Husserl's phenomenological knowledge.
As always we wish you all good vibes,
good reading and philosophical sincere greetings!
And that in the coming year's achievements are
concrete, positive and enriching.
V. This Issue 7, No. 14, (2012) brings us
some good discussions involving "Consciousness
and Interconsciousness: subject and subject in
contemporary society." So, inspired by art and
words we Iberê Camargo opening to another
issue fraught with reflections on my life, your
life, our life in this way in the world.
At first we present ethics on the "failure"
that identified in the extreme situations described
by Karl Jaspers, taking into account the empirical
existence, consciousness and spirit in general,
where it is possible that man, through an inner
action, is recognized as existence. We also
present an investigation into the relationship
between women's history and philosophy. In
another embodiment the time approached and
Education on the body and senses in Emile
Rousseau, in which one takes the child's
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