LITERATURA DE ALHO Nome Científico: Allium sativum L. Sinônimo Científico: Allium pekinense Prokg. Nomes Populares: Alho, alho-bravo, alho-comum, alho-hortense, alho-manso, alho-ordinário, alho-do-reino. Família Botânica: Alliaceae Parte Utilizada: Bulbo Descrição: Erva bulbosa, pequena, de cheiro forte e característico, perene, com bulbo formado de 8-12 bulbilhos (dentes). Folhas lineares e longas. Flores brancas ou avermelhadas, dispostas em umbela longo-penduculada. O fruto é uma cápsula loculicida com 1 a 2 sementes em cada loja. Originária provavelmente da Europa, é largamente cultivada em todo o mundo para uso como condimento de alimentos, desde a mais remota antiguidade. Constituintes Químicos Principais: Óleo essencial, ajoeno, alicina, aliina, gamaglutamil-(S)-alil-L-cisteína, alilmetiltrissulfeto, alilpropildissulfeto,dialildissulfeto, dialiltrissulfeto, mercaptano, glicosídeos, monoterpenóides, enzimas, vitaminas, minerais e flavonóides (canferol e quercetina). Vitaminas A1, B2, B6, C, aminoácidos, adenosina, enzimas e sais minerais como ferro, selênio, silício e iodo Indicação e Usos: O alho vem sendo usado na medicina tradicional desde a mais remota antiguidade, para evitar ou curar numerosos males, desde perturbações do aparelho digestivo, verminoses e parasitoses intestinais, edema, gripe, trombose, arteriosclerose, até infecções da pele e das mucosas na forma de macerado, chá, xarope e tintura ou mesmo por ingestão dos dentes recentemente cortados. O óleo essencial obtido do Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO bulbo (0,1 a 0,2%), contém cerca de 53 constituintes voláteis instáveis, quase todos derivados orgânicos do enxofre, principalmente ajoeno, alicina, aliina, que se degradam mais lentamente em meio ácido, o que explica o melhor efeito do alho quando associado a sucos de frutas ácidas, como limão e outras. Numerosas pesquisas farmacológicas tem mostrado a existência no alho de propriedades antitrombóticas, antifúngica, antibacteriana, antioxidante, hipotensora, hepatoprotetora, cardioprotetora, hipoglicemiante, antitumoral, particularmente em caos de câncer de cólon, também tem registrado atividade analgésica nos casos de neuralgias e antiviral, contra herpes simples tipos 1 e 2, alguns estudos tem mostrado também propriedade hipolipemiante no controle dos níveis de colesterol e triglicérides, assim como na inibição da agregação plaquetária, mostrando uma provável proteção contra a trombose coronariana ou devida a arteriosclerose. A administração diária de doses entre 600 e 900mg de pó de alho, ou de 4 a 6g de alho fresco, durante cerca de 61 dias, reduz em 15% o nível de triglicérides no sangue e em 12% o de colesterol de pessoas com níveis altos. O alho tem sido utilizado para tratar infecções respiratórias (como resfriado, gripe, bronquite crônica e catarro nasal e na garganta) e doenças cardiovasculares. Acredita-se que ele apresenta propriedades anti-hipertensiva, antitrombótica, fibrinolítica, expectorante, antidiabética. É também extensivamente utilizado como alimento. Farmacocinética: Há muitos constituintes ativos no alho e seus papéis não foram completamente elucidados. A alicina sofre um efeito de primeira passagem considerável, e não é metabolizada pelo fígado somente em concentrações elevadas. Por ser um composto muito instável, assim como ajoeno, vinilditinas e dialilsufeto, não é encontrada no sangue ou na urina após a ingestão oral. Vários estudos experimentais foram realizados para avaliar os efeitos do alho e de seus constituintes sobre as isoenzimas do citocromo P450. Estudos in vitro sugeriram que o alho inibe, em graus variados, as isoenzimas CYP2C9, CYP2C19, a isoenzima da subfamília CYP3A, as isoenzimas CYP2A6, CYP1A2, CYP2D6 e CYP2E1. Estudos em ratos sugeriram que o alho inibe a isoenzima CYP2E1 e induz a isoenzima CYP2C9*2. No entanto, em estudo clínicos, parece improvável que o alho e seus constituintes afetem as isoenzimas do citocromo P450 de forma clinicamente relevante. A possível exceção à falta de efeito do alho sobre o citocromo P450 é a isoenzima CYP2E1, que requer um estudo mais aprofundado. Também é improvável que qualquer efeito demonstrado in vitro sobre fármacos transportados pela glicoproteína-P seja clinicamente significativo. Cápsulas Oleosas de Alho: O óleo de alho, suplemento nutricional muito popular, tem sido produzido nos últimos 80 anos, sendo misturado com óleo vegetal sendo processado em forma de cápsulas de óleo de alho. Possui rica composição de vitaminas A1, B2, B6, C, Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO aminoácidos, adenosina, enzimas e sais minerais como ferro, selênio, silício e iodo, além de alicina, ajoeno e outros compostos. O alho e seus subprodutos são famosos por seus benefícios de saúde. O alho tem sido usado pelo homem há séculos como um remédio natural para uma variedade de problemas médicos, tais como infecções respiratórias, problemas intestinais, doenças de pele e vermes. Durante as guerras, o alho tem sido utilizado para o tratamento de feridas e para combater a infecção por aplicação direta. O óleo de alho ajuda a regular o colesterol, reduzindo os níveis de LDL e aumentando os níveis de HDL, fator importante para quem pretende emagrecer, além de beneficiar o sistema imunológico e oferecer proteção contra doenças cardíacas, reduzindo assim o risco de ataques cardíacos e derrames, um grande risco principalmente para pessoas com sobrepeso. O óleo de alho é rico em antioxidantes, que podem prevenir o aparecimento de vários tipos de doenças. O consumo em forma de cápsulas pode evitar problemas de indigestão, que podem ocorrer em algumas pessoas que consomem o alho fresco. Benefícios Óleo de Alho em Cápsulas: Atua como coadjuvante no tratamento de hipertensão arterial leve; Auxilia na Redução de Colesterol Ruim (LDL) e aumenta o Colesterol Bom (HDL); Auxilia no combate a doenças reumáticas; Rico em Vitaminas A, B1, B2, C, PP entre outras; Rico em Sais Minerais (Cálcio, Enxofre, Germânico, Magnésio, Selênio, Silício, Sódio e Zinco); Fortalece o sistema imunológico, aumentando a resistência orgânica e contra infecções; Ativa o funcionamento do fígado, preventivo contra doenças biliares; Reduz os sintomas da Prisão de Ventre; Auxilia no tratamento ácido úrico, gota e ciática. Efeitos Adversos: O consumo de suplementos de alho em combinação com o uso de alguns remédios diluentes de sangue, como a aspirina, pode causar efeitos colaterais adversos, vez que o alho é um afinador natural do sangue, sendo recomendada a cessação imediata do uso ao qualquer sinal aparecimento de sintoma adverso. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO Contraindicações: Gestantes, nutrizes e crianças até 3 anos, somente devem consumir óleo de alho em cápsulas sob orientação de nutricionista ou médico. Revisão de Interação: Os relatos de caso sugerem que o alho pode ter efeito aditivos na redução da pressão arterial quando utilizado com lisinopril, e pode causar sangramentos em pacientes tratados com varfarina e fluindiona. Também foi sugerido que qualquer efeito antiplaquetário do alho pode ser aditivo ao de medicamentos antiplaquetários e AINEs, e estudos mostraram que o alho pode reduzir os níveis da isoniazida. No entanto, nenhuma interação foi comprovada com quaisquer desses fármacos. Em geral, o alho não tem nenhum efeito, ou tem apenas efeitos clinicamente irrelevantes quando administrado com álcool, benzodiaxepínicos, cafeína, clorzoxazona, dextrometorfano, docetaxel, gentamicina, paracetamol, rifampicina ou ritonavir. Um estudo demonstrou que uma dieta rica em gordura não afetou a absorção de alguns dos constituintes ativos do óleo de alho. a) Alho + Álcool A interação entre alho e álcool é baseada somente em evidências experimentais. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: O sumo do alho, produzido a partir do bulbo de alho fresco, inibiu o metabolismo do álcool em camundongos. O alho é um ingrediente comum em alimentos e, por isso, é muito pouco provável que essa interação seja clinicamente relevante. b) Alho + Alimentos As informações em relação ao uso de alho com alimentos são baseadas somente em evidências experimentais. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: Em um estudo realizado com ratos alimentados com uma dieta rica em gorduras ou com baixo teor de gordura, e também com óleo de alho ou com seus constituintes dialilsufeto e dialildissulfeto, não foram observados alterações bioquímicas entre os grupos que poderiam ter interações bioquímicas entre o óleo de alho e a gordura da dieta. Nenhuma interação clínica é esperada, apesar do alho ser extensivamente utilizado como ingrediente de alimentos. c) Alho + Antiplaquetários O alho pode ter propriedades antiplaquetárias. Portanto, pode-se esperar que aumente os riscos de sangramento quando utilizado com medicamentos antiplaquetários e com outros medicamentos que tenham efeitos adversos antiplaquetários. Evidências Clínicas: Em um estudo realizado com 23 indivíduos saudáveis, a ingestão de 5mL de um extrato de alho líquido envelhecido, administrado diariamente durante 13 semanas, inibiu tanto a taxa de agregação Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO plaquetária quanto a agregação plaquetária total. Efeitos semelhantes foram encontrados em outro estudo realizado com 28 indivíduos saudáveis que ingeriram cápsulas do extrato de alho envelhecido. Cada dose foi administrada diariamente por um período de 6 horas. Evidências Experimentais: O ajoeno, um composto sulfurado do alho com propriedades antiplaquetárias e antitrombóticas, demonstrou potencializar sinergicamente a ação antiplaquetária do dipiridamol, epoprostenol e indometacina in vitro. Mecanismo: Incerto. Os autores de um estudo experimental sugeriram que o ajoeno inibe a ligação do fibrinogênio ao seu receptor, que ocorre na etapa final da cascata de agregação plaquetária. Espera-se, portanto, que o ajoeno interaja sinergicamente com medicamentos antiplaquetários que atuam em uma etapa anterior da cascata. Importância e Conduta: Há uma consistência razoável nas provas que sugerem que produtos fitoterápicos contendo alho envelhecido podem ter propriedades antiplaquetárias. Se isso ocorrer,e eles forem ativos de forma similar ao ácido acetilsalicílico em baixas doses, poderiam supostamente aumentar os riscos de sangramento quando utilizados com medicamentos antiplaquetários e outros medicamentos que apresentam efeitos adversos antiplaquetários, como indometacina. No entanto, considerando o uso difundido do alho e dos produtos contendo alho e a limitação das informações disponíveis, parece pouco provável que o alho tenha qualquer interação importante com medicamentos antiplaquetários. Apesar disso, é importante considerar a possibilidade dessa interação no caso de uma resposta inesperada ao tratamento. d) Alho + Benzodiazepínicos O alho não parece afetar a farmacocinética do alprazolam, do midazolam ou do triazolam de forma clinicamente relevante. Evidências clínicas: Em um estudo realizado com 14 indivíduos saudáveis, foi demonstrado que a ingestão de comprimidos de alho na dose de 600mg, 2 vezes ao dia, por um período de 14 dias, não afetou a farmacocinética de uma dose única de midazolam. De forma similar, 500mg de óleo de alho administrados 3 vezes ao dia, durante 28 dias, não afetaram o metabolismo de 4 doses de midazolam em indivíduos jovens ou idosos saudáveis. Evidências experimentais: O efeito de alguns componentes do alho inibiram a atividade da isoenzima CYP3A, sendo que a um dos componentes reduziu a atividade por volta de 60 %. Nenhuma outra inibição significativa foi detectada. Mecanismo: Os resultados de um estudo clínico sugeriram que o alho não apresenta um efeito clinicamente relevante sobre a atividade da isoenzima CYP3A4. Embora alguma inibição sobre a isoenzima CYP3A tenha sido observada no estudo in vitro, esta não foi considerada como mecanismo base, e as concentrações utilizadas tinham uma ordem de magnitude maior que as concentrações esperadas in vivo. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO Importância e Conduta: Os resultados de um estudo clínico sugeriram que o alho não afeta o metabolismo do alprazolam ou do midazolam e, portanto, nenhum ajuste de dose parece ser necessário se os pacientes em tratamento com esses benzodiazepínicos também ingerirem suplementos de alho. O midazolam é utilizado como substrato marcador da atividade da isoenzima CYP3A4 e, portanto, esses resultados também sugerem que é pouco provável que ocorra uma interação farmacocinética entre o alho e outros substratos da isoenzima CYP3A4. e) Alho + Cafeína O alho não parece afetar a farmacocinética da cafeína. Evidências clínicas: A ingestão de 500mg de óleo de alho, 3 vezes ao dia, durante 28 dias, não afetou o metabolismo de uma dose única de 100mg de cafeína em indivíduos jovens ou idosos saudáveis. Mecanismo: O alho não apresentou efeito clinicamente relevante sobre a atividade da isoenzima CYP1A2 do citocromo P450 utilizando-se a cafeína como fármaco modelo. Importância e Conduta: As evidências de uma interação entre alho e cafeína advêm de dois estudos bem planejados em humanos. Esses estudos sugerem que o alho não afeta o metabolismo da cafeína e, portanto, um aumento nos efeitos adversos da cafeína não seria esperado nos indivíduos que também ingerem suplementos de alho. A cafeína é utilizada como fármaco modelo da atividade da isoenzima CYP1A2 e, dessa forma, esses resultados também sugerem que é pouco provável que ocorra uma interação farmacocinética entre o alho e outros substratos da isoenzima CYP1A2. f) Alho + Clorzoxazona O metabolismo da clorzoxazona é moderadamente inibido pelo alho, mas provavelmente esse efeito não é clinicamente relevante. Evidências Clínicas: A ingestão de 500mg de óleo de alho por 12 indivíduos saudáveis, 3 vezes ao dia, durante 28 dias, reduziu a conversão de uma dose única de 500mg de clorzoxazona à 6-hidroxiclorzoxazona em aproximadamente 40%. Posteriormente, em um estudo semelhante realizado pelos mesmos autores com 12 indivíduos saudáveis idosos, uma redução menor, de 22% foi observada. Outro estudo realizado com oito indivíduos saudáveis demonstrou que uma dose elevada de um dos constituintes do alho, o dialilsulfeto, de 200µg/kg (equivalente a 15 dentes de alho fresco, contendo 1mg/g de dialilsulfeto), reduziu a conversão da clorzoxazona à 6-hidroxiclorzoxazona em aproximadamente 30%. Evidências experimentais: Um dos constituintes do alho, o dialilsulfeto, foi administrado a ratos nas doses de 50mg/kg e 200mg/kg, 12 horas antes de uma dose intravenosa de 150µM/kg de clorzoxazona. O dialilsulfeto aumentou a ASC da clorzoxazona em 3 e 5 vezes, respectivamente. Mecanismo: O alho parece inibir a atividade da isoenzima CYP2E1 do citocromo P450, que metaboliza a clorzoxazona à 6-hidroxiclorzoxazona. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO Importância e Conduta: Há vários estudos clínicos sobre a possibilidade de uma interação entre alho e clorzoxazona. Apesar de esses estudos sugerire, que o metabolismo da clorzoxazona é moderadamente inibido pelo alho em indivíduos saudáveis, tal efeito provavelmente não é clinicamente relevante. A clorozoxazona é utilizada como fármaco modelo para a atividade da isoenzima CYP1E2; assim, esses resultados também sugerem que é improvável que ocorra uma interação farmacocinética entre o alho e outros substratos da isoenzima CYP1E2. g) Alho + Dextrometorfano O alho não parece afetar a farmacocinética do dextrometorfano ou da debrisoquina. Evidências Clínicas: Um estudo realizado com 14 indivíduos saudáveis demonstrou que a ingestão de comprimidos de 600mg de alho, 2 vezes ao dia, por um período de 14 dias, não afetou a farmacocinética de uma dose única de 30mg de dextrometorfano. A administração de 500mg de óleo de alho, 3 vezes ao dia, por 28 dias, não afetou o metabolismo de uma dose de 5 mg de debrisoquina em indivíduos jovens ou idosos saudáveis. Evidências Experimentais: O efeito de alguns constituintes do alho sobre a atividade do fármaco modelo da isoenzima CYP2D6, o dextrometorfano, foi investigado em microssomas hepáticos humanos. Nenhuma inibição significativa foi detectada. Mecanismo: O alho não parece afetar a isoenzima CYP2D6 do citocromo P450. Importância e Conduta: Há dois estudos clínicos que investigaram a possibilidade de uma interação entre alho e dextrometorfano, e ambos demonstraram que a farmacocinética de dextrometorfano não foi afetada pelo alho e seus constituintes. Portanto, a posologia do dextrometorfano não necessita de ajustes se os pacientes desejarem também ingerir suplementos de alho. Dextrometorfano e debrisoquina também são utilizados como fármacos modelo para atividade da isoenzima CYP2D6 e, em consequência, esses resultados também sugerem que é improvável que ocorra uma interação farmacocinética entre alho e outros substratos da isoenzima CYP2D6. h) Alho + Docetaxel O alho não parece afetar a farmacocinética do docetaxel administrado por via intravenosa. Evidências clínicas: Em um estudo farmacocinético, 10 pacientes com câncer de mama metastático, ou localizados não curados, foram tratados com infusões intravenosas de docetaxel por 1 hora, semanalmente, durante 3 semanas. Cinco dias após a primeira infusão, comprimidos de alho foram administradas 2 vezes ao dia, durante 13 dias. Os pacientes também foram submetidos a um regime de pré-medicação com dexametasona 12 horas Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO antes de cada infusão de docetaxel e, depois, a ondansetrona, ranitidina, difenidramina meia hora antes de cada infusão de docetaxel. Os comprimidos de alho não apresentam efeito sobre a farmacocinética do docetaxel na 2ª ou 3ª semana, quando comparadas com a 1ª semana. Mecanismo: O docetaxel é metabolizado, em parte, pela isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Esse estudo sugere que o alho provavelmente não altera a atividade dessa isoenzima. Importância e Conduta: As evidências parecem estar limitadas a esse único estudo, porém elas são apoiadas pelos resultados de outros estudos que sugerem que o alho não altera os efeitos da isoenzima CYP3A4, a principal via de metabolismo do docetaxel. Portanto, pelo que se tem conhecimento, sugere-se que nenhuma interação farmacocinética seria esperada em pacientes que ingerem suplementos de alho durante o tratamento com docetaxel por via intravenosa. i) Alho + Gentamicina As informações em relação ao uso de alho com gentamicina são baseadas somente em evidências experimentais. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: O extrato de alho envelhecido ou o extrato de alho em pó não afetaram a atividade antibacteriana de gentamicina sobre Escherichia coli. O efeito antibacteriano da gentamicina contra E coli, medido por densidade ótica, foi aumentado por alguns constituintes do alho, mas o significado desse resultado é incerto. No entanto, nenhuma interação clinicamente siginificativa é esperada, além da própria atividade antibacteriana. j) Alho + Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) Em um único relato, um paciente em tratamento com lisinopril desenvolveu hipotensão acentuada e sentiu-se enfraquecido após tomar cápsulas de alho. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: Um homem cuja a pressão arterial era de 135/90 mmHg durante o tratamento diário com lisinopril iniciou a ingestão de alho diariamente. Após 3 dias, ele sentiu-se fraco quando em pé e apresentou uma pressão arterial de 90/60 mmHg. A interrupção da ingestão de alho restabeleceu sua pressão arterial a 135/90 mmHg em uma semana. O alho, por si só, não fez a pressão arterial diminuir. As razões para essa interação não são conhecidas, embora tenha sido relatado que o alho causa vasodilatação e redução da pressão arterial. Este parece ser o primeiro e único relato dessa interação e, de modo geral, sua importância é pequena. Não parece haver nada documentado sobre o alho e algum dos outros inibidores da ECA. k) Alho + Inibidores da protease Um suplemento de alho reduziu os níveis plasmáticos do saquinavir em um estudo, mas apresentou um pequeno efeito em outro. Outro suplemento de Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO alho não afetou significativamente a farmacocinética de uma dose única do ritonavir. Evidências clínicas: Em um estudo realizado com nove indivíduos saudáveis, a ingestão de alho reduziu a ASC e as concentrações plasmáticas máxima e mínima do saquinavir em aproximadamente 50%. O alho foi administrado na forma de um suplemento dietético, 2 vezes ao dia, foi administrado por um período de 4 dias antes, durante e após o suplemento de alho. Quatorze dias após a interrupção da ingestão do suplemento de alho, a farmacocinética do saquinavir ainda não havia retornado aos valores de linha base. Dos nove indivíduos, seis tiveram uma queda substancial na ASC do saquinavir durante o tratamento com alho e, em seguida, um aumento, quando o alho foi interrompido. Os outros três indivíduos não apresentaram alterações na ASC do saquinavir durante a administração do alho, mas apresentaram uma queda com a interrupção deste. No entanto em outro estudo, 1,2g do extrato de alho administrado diariamente durante 3 semanas não apresentou efeito significativo sobre a farmacocinética de uma dose única de saquinavir (um ligeiro decréscimo na ASC em sete indivíduos e um ligeiro aumento em três). Em um estudo realizado com 10 indivíduos saudáveis, o uso de um extrato de alho 2 vezes ao dia, durante 4 dias, não afetou de forma significativa a farmacocinética de uma dose única de ritonavir. Houve um decréscimo não significativo de 17% na ASC do ritonavir. O alho foi administrado na forma de cápsulas. Uma toxicidade gastrintestinal foi observada em dois pacientes que ingeriram alho ou suplementos de alho quando iniciaram o tratamento com ritonavir. Evidências experimentais: Em um estudo experimental com linhagens de células, a alicina, um dos principais constituintes ativos do alho, diminuiu significativamente a eliminação (efluxo) do ritonavir das células de uma maneira concentração-dependente. Mecanismo: O mecanismo dessa interação é incerto, mas acredita-se que o alho reduziu a biodisponibilidade do saquinavir pelo aumento do seu metabolismo no intestino. O motivo pelo qual houve uma disparidade nos efeitos do alho sobre o saquinavir entre os pacientes não é evidente. Estima-se que a alicina tenha inibido a atividade da glicoproteína-P in vitro, que causou o acúmulo do ritonavir nas células. Importância e Conduta: Embora a informação seja limitada, uma redução nos níveis plasmáticos do saquinavir na ordem de magnitude observada no primeiro estudo pode diminuir sua eficácia antiviral. Todos os suplementos de alho devem ser evitados por pacientes tratados com saquinavir como o único inibidor da protease, mas observe que isso não é geralmente recomendado. O efeito do alho sobre a concentração do saquinavir na presença de ritonavir (como um potenciador farmacocinético) aparentemente não foi estudado. O efeito farmacocinético de uma dose única de ritonavir não foi clinicamente importante; porém, esse resultado requer confirmação em um estudo com múltiplas doses. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO l) Alho + Isoniazida A interação entre alho e isoniazida é baseada somente em evidências experimentais. Evidências experimentais: Em um estudo realizado com coelhos, um extrato de alho, produzido a partir de uma mistura de dentes de alho e administrado oralmente por 14 dias, reduziu a ASC e a concentração sérica máxima de uma dose única de 30mg/kg de isoniazida em torno de 55% e 65%, respectivamente, quando comparado com os níveis atingidos após uma dose única de 30mg/kg, administrada 7 dias antes do extrato de alho. Mecanismo: Incerto. Esperava-se que o alho poderia aumentar os níveis de isoniazida pela inibição da isoenzima CYP2E1 do citocromo P450, porém uma redução nos níveis foi observada. Apesar dos autores observarem que o extrato de alho poderia induzir as isoenzimas da mucosa intestinal, que interferem na absorção da isoniazida, eles também sugeriram que os resultados não podem ser explicados exclusivamente com base nessas informações. Importância e Conduta: As evidências são limitadas a esse único estudo, e, como o mecanismo é desconhecido, foi utilizado um extrato de alho cru e os dados foram obtidos a partir de coelhos, é difícil aplicar os resultados a um cenário clínico. No entanto, se a redução fosse observada em humanos, a eficácia da isoniazida poderia ser reduzida e, assim, estudos adicionais são necessários. Até que se obtenham mais informações, uma abordagem conservadora seria sugerir alguma precaução com o uso de suplementos de alho em pacientes em tratamento com isoniazida. m) Alho + Medicamentos fitoterápicos contendo cafeína O alho não interage com a cafeína, e é, portanto, improvável que interaja com fitoterápicos contendo cafeína. n) Alho + Óleos de peixe Suplementos de alho e óleos de peixe podem ter efeitos benéficos sobre os lipídeos do sangue. Evidências clínicas: Em um estudo controlado por placebo, realizado com 46 indivíduos com hipercolesterolemia moderada, não tratada, o uso combinado de comprimidos de alho, 3 vezes ao dia, durante 12 semanas, foi comparado tanto com o alho quanto com o óleo de peixe isoladamente. O alho reduziu moderadamente o colesterol total, e o óleo de peixe não alterou esse efeito. O óleo de peixe reduziu os níveis de triglicerídeos, e o alho não os alterou. O alho, quando administrado sozinho, reduziu o colesterol LDL, e o uso combinado com óleo de peixe reverteu o aumento do colesterol LDL observado quando o óleo de peixe foi administrado sozinho, além de produzir uma redução similar à observada com o alho unicamente. Leves reduções na pressão arterial também foram reportadas em todos os tratamentos. O óleo de peixe foi utilizado na forma de cápsulas de 1g, cada uma contendo ácido eicosapentaenoico e ácido docosaexaenoico. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO Evidências experimentais: O óleo de alho aumentou os efeitos antioxidantes dos óleos de peixe em ratos. Mecanismo: Incerto. No estudo experimental, o óleo de alho aumentou sinergicamente a indução da atividade antioxidante da enzima superóxido dismutase pelos óleos de peixe, e a combinação aumentou aditivamente os níveis proteicos das isoenzimas CYP1A1, CYP2E1 e CYP3A1. Importância e Conduta: As evidências clínicas disponíveis parecem advir de um único estudo, que sugere que o uso combinado de suplementos de alho e óleos de peixe pode ter efeitos benéficos sobre os lipídeos do sangue, conhecidos fatores de risco para doenças coronarianas e aterosclerose. Embora a importância clínica não seja conclusiva, espera-se que nenhuma interação seja prejudicial. Estudos mais aprofundados são necessários para se estabelecer os benefícios do uso combinado. o) Alho + Paracetamol (acetaminofeno) Estudos com indivíduos saudáveis demonstraram que o alho não afeta a farmacocinética de uma dose única de paracetamol de forma clinicamente relevante. Evidências clínicas: Um estudo realizado com 16 indivíduos saudáveis mostrou que o uso de um extrato de alho envelhecido durante 3 meses apresentou um pequeno efeito sobre o metabolismo de uma dose oral única de paracetamol. Evidências experimentais: O dialilsulfeto, um dos constituintes do alho, e, em maior extensão, seu metabólito dialilsulfona, protegeram camundongos da hepatotoxicidade induzida pelo paracetamol quando administrados imediatamente após uma dose tóxica de paracetamol. O efeito da dialilsulfona foi equivalente ao do antídoto conhecido. Acetilcisteína. Mecanismo: Houve um aumento muito fraco na glucuronidação de uma dose terapêutica de paracetamol após o uso prolongado de alho em um estudo clínico, e há evidências de que a conjugação com sulfato foi reforçada, porém nenhum efeito sobre o metabolismo oxidativo foi observado. Sugerese que a dialilsulfona protegeu contra a hepatotoxicidade do paracetamol após uma dose tóxica em camundongos porque inibiu irreversivelmente a isoenzima CYP2E1 do citocromo P450. Essa isoenzima é considerada responsável pela produção de um metabólito do paracetamol menor, mas altamente reativo. Importância e conduta: As evidências de uma interação entre paracetamol e alho são limitadas; porém, a partir do que se conhece, sugere-se que nenhuma interação clinicamente significativa seria esperada se o paracetamol for ingerido conjuntamente ao alho. Os dados em animais sugerem que é possível que os constituintes do alho, ou substâncias dele derivadas, possam vir a proteger contra a hepatotoxicidade do paracetamol em doses maiores que as doses terapêuticas, mas essa informação requer um estudo mais aprofundado. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO p) Alho + Rifampicina (Rifampina) A informação a respeito do uso de alho com rifampicina é baseada somente em evidências experimentais. Evidências experimentais: Em um estudo com coelhos, um extrato de alho, produzido a partir de uma mistura de dentes de alho e administrado oralmente durante 14 dias, não alterou a ASC e a concentração sérica máxima de uma dose única de rifampicina, quando comparadas com os níveis atingidos após uma dose única de rifampicina, administrada 7 dias antes do extrato de alho. Importância e Conduta: As evidências parecem ser limitadas a esse único estudo em animais. Dessa forma, pelo que se conhece, sugere-se que provavelmente nenhuma alteração na dose de rifampicina seja necessária, se esta for administrada conjuntamente ao alho. q) Alho + Varfarina e fármacos afins Um relato isolado descreveu um aumento dos efeitos anticoagulantes da varfarina em dois pacientes que ingeriram suplementos de alho. Outro relato descreveu um decréscimo dos efeitos anticoagulantes em um paciente que ingeriu comprimidos de alho. O suplemento de alho sozinho raramente tem sido associado a sangramentos. No entanto, em um estudo, o extrato de alho envelhecido não aumentou a INR ou o risco de sangramento em pacientes tratados com varfarina. Evidências clínicas: (a) Fluindiona Em um homem de 82 anos estabilizado com fluindiona para fibrilação atrial crônica, a INR diminuiu abaixo de sua faixa usual (de 2 a 3) quando comprimidos de alho foram administrados diariamente, e permaneceu abaixo de 2 durante 12 dias consecutivos, apesar de um aumento na dose da fluindiona. A INR (Índice Internacional Normalizado) retornou ao normal, associada a uma redução na dose de fluindiona, quando a administração dos comprimidos de alho foi interrompida. O paciente também foi tratado com enalapril, furosemida, pravastatina. (b) Varfarina Um paciente estabilizado com varfarina teve sua INR mais que duplicada e apresentou hematúria 8 semanas após iniciar a administração de três comprimidos de alho diariamente. A situação resolveu-se quando o alho foi interrompido. A INR subiu posteriormente, quando o paciente foi tratado com dois comprimidos de alho diariamente. A INR de outro paciente também mais do que duplicou após ingestão de seis comprimidos diários de alho. Em contrapartida, em um estudo controlado por placebo realizado com 48 pacientes estabilizados com varfarina, não houve alteração na INR ou evidências de um aumento de Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ALHO sangramentos naqueles que receberam extrato de alho envelhecido 2 vezes ao dia, durante 12 semanas. De forma similar, em um relato preliminar do uso de medicamentos alternativos ou complementares em 156 pacientes em tratamento com varfarina, não houve risco aparente aumentado ou sangramento, ou INRs elevadas em 57 pacientes tomando medicamentos complementares que potencialmente interagiam, comparados com 84 que não tomaram. Mecanismo: O uso do alho tem sido associado à diminuição da agregação plaquetária. Esse efeito sobre a agregação plaquetária tem pelo menos dois relatos documentados indicando sangramentos espontâneos na ausência de anticoagulantes. Os efeitos podem, portanto, aumentar os riscos de sangramentos com anticoagulantes. No entanto, isso não causaria um aumento na INR, e o mecanismo para o efeito observado nos casos descritos é desconhecido. Importância e Conduta: As informações sobre uma interação adversa entre anticoagulantes cumarínicos e alho parece estar limitada a esses dois relatos com varfarina e fluindiona. Levando-se em consideração o uso generalizado do alho e de produtos contendo alho, as informações limitadas oriundas de um artigo de revisão e de um estudo com extrato de alho envelhecido, parece ser pouco provável que o alho tenha qualquer interação importante com anticoagulantes. No entanto, é importante ter essa possibilidade em mente no caso de uma resposta inesperada ao tratamento. Além disso, o alho pode apresentar algum efeito antiplaquetário e, embora não haja aparentemente relatos clínicos de uma interação adversa entre alho e medicamentos antiplaquetários, é prudente considerar a possibilidade de um aumento na gravidade dos sangramentos se o alho for administrado conjuntamente a anticoagulantes. Referências Bibliográficas: 1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa – SP Brasil, 2008. 2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos. Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012. 3. Cápsulas Oleosas de Alho. Disponível em: <http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/oleo-de-alhobeneficios.html> 4. Cápsulas oleosas de alho. Disponível em: <http://www.natuervas.com/produto-365-oleo_de_alho_50_capsulas> Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP