Finanças Públicas BENS PÚBLICOS CAP. 7 STIGLITZ 1. INTRODUÇÃO • • Quando governo deve intervir na economia? Aumentar eficiência • Falhas de mercado: Competição Imperfeita Assimetria de Informação Externalidade Bem Público • • • • • Promover equidade 1. BENS PÚBLICOS Maior parte dos bens e serviços encontrados no mercado são produzidos por firmas privadas Quando não é possível usar preço para discriminar usuário, difícil que o bem seja provisionado de forma privada Quanto alguns bens ou serviços podem ser obtidos sem custo, as forças do mercado deixam de atuar para determinar a alocação desses bens 1. BENS PÚBLICOS Quando um bem não tem preço, mercados privados não podem garantir que a mercadoria é oferecida e consumida na quantidade de equilíbrio Indivíduos são estimulados a não pagar pelo uso Isso é uma falha de mercado que pode ser amenizada pela intervenção do governo 1. BENS PÚBLICOS Bens diferem quanto a exclusividade e rivalidade Um bem é exclusivo se é possível impedir ou limitar o seu uso Um bem é rival se o seu uso por um indivíduo impede ou dificulta o seu acesso por outro indivíduo Maioria dos bens públicos são 'impuros' 1. BENS PÚBLICOS O acesso as diversas mercadorias disponíveis na economia costumam depender de duas características: Exclusividade (consumo exclusivo) Bens em que é possível bloquear o acesso (é possível designar propriedade) Rivalidade (consumo rival) O uso por outra pessoa dimimui a minha chance de uso 1. BENS PÚBLICOS 1. BENS PÚBLICOS Bens privados Exclusivos e rivais Bens públicos Não exclusivos e não rivais Recursos comuns Rivais mas não exclusivos Monopólio Natural Exclusivos mas não rivais 1. BENS PÚBLICOS Alguns pontos sobre a definição de bens públicos: • Apesar de todo mundo consumir o bem público na mesma quantidade nem todo mundo avalia o bem da mesma forma • Classificação não é absoluta (depende da tecnologia e das condições de mercado) • Bens privados não são necessariamente provisionados por firmas privadas • Provisionamento público de um bem não significa produção pública 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Como os governos determinam o nível ótimo de bens públicos? Para Lindahl (1919): seria possível construir uma curva de demanda por bens públicos baseado na intenção de pagamento dos contribuintes por diferentes quantidades de bens públicos Quanto os indivíduos desejam pagar pela próxima unidade de nem público? 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO • Governo estabelece preços (via imposto) do serviço público e a parcela do imposto para cada indivíduo • Indivíduos revelam o quanto querem do bem público de acordo com esse preço • Governo obteria a demanda total por serviço público • Alocação de serviços públicos seria consensual e eficiente 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Ponto chave do equilíbrio em um mercado privado: ao mesmo preço as pessoas demandam quantidade diferentes do bem Um bem público é oferecido na mesma quantidade para todos indivíduos, porém governo pode cobrar preços diferentes por indivíduos (impostos) Por meio dos preços de ‘Lindahl’ contribuintes demandam em equilíbrio a mesma quantidade de bem público 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Preço de Lindahl: reflete a a parcela de imposto que o indivíduo paga para obter uma unidade do serviço público 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Indivíduos estariam sendo tributados de acordo com o benefício que eles recebem do serviço público (princípio do benefício) A medida que o preço do tributo diminui, a demanda do indivíduo por bens públicos aumenta A medida que o indivíduo obtém mais bens públicos, a quantidade de bens privados que ele deseja abrir mão diminui 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Diferentes indivíduos tem preferências diferentes em relação aos gastos de governo Utilidade depende do nível de gasto do governo Soma de quanto cada indivíduo deseja abrir mão de bens privados para obter uma unidade adicional de bem público 2. PROVISIONAMENTO ÓTIMO Um bem público é oferecido na mesma quantidade para todos indivíduos, porém governo pode cobrar preços diferentes por indivíduos (impostos) Diferentemente do setor privado, no caso de serviços públicos é desejável que diferentes grupos paguem diferentes preços Sistema fiscal introduz ineficiências: Oferta de bens privados fica abaixo da curva de possibilidades de produção 3. BENS PRIVADOS & PROV. PÚBLICO Problema: Carona (externalidade) Resistência dos indivíduos em contribuir voluntariamente por um bem ou serviço do qual ele não poderá ser excluído Se o bem vai ser oferecido de qualquer forma, porque devo pagar? Ex: Corpo de Bombeiros Preços de Lindahl garantem nível eficiente de bem público, se contribuinte pagar pelo verdadeiro valor do benefício que recebe 3. BENS PRIVADOS & PROV. PÚBLICO Provisionamento uniforme: A quantidade de bem público disponível é a mesma por indivíduo Somamos as demandas individuais para obter o benefício marginal do bem público Alguns indivíduos irão obter nível de benefício acima do eficiente e outros abaixo (vão procurar suplemento no mercado privado) 3. BENS PRIVADOS & PROV. PÚBLICO Falhas de mercado associadas a bens públicos (fontes de ineficiência) Sub-consumo: Consumo adicional não tem custo mg, mesmo assim cobro pelo uso Sub-oferta: Se não cobro pelo uso, há menos incentivo para oferecer o bem 3. BENS PRIVADOS & PROV. PÚBLICO Se montar cobrança pelo uso do serviço for muito alto, é mais eficiente fazer tributação geral Pode haver sobre-consumo do serviço público Para evitar sobre-consumo governo usa: Racionar: através de preços Filas ('queuing'): elevar tempo de espera Oferecer provisão uniforme 3. BENS PRIVADOS & PROV. PÚBLICO Eventuais problemas: Efeito 'crowd-out': a medida que o governo providência mais de um bem, o setor privado pode responder provisionando menos Pode anular ganho social Efeito costuma ser parcial: Não comprador do bem é tributado para financiar serviço público (diminui sua renda)