FTC- Feira de Santana Colegiado de Administração Disciplina: TAA II – Prof. Rui C. Brandão Data: Julho/2009. TEORIA DOS BENS SOCIAIS Dada a característica da não exclusividade, não há meios pelos quais o setor privado possa oferecer esses bens lucrativamente. No caso dos bens privados, devido ao direito de propriedade, uma pessoa que possui esses bens pode excluir outros indivíduos de usufruir seus benefícios. Teoria de Musgrave Segundo Musgrave, o conceito de bem social é aquele cujo consumo é disponível a qualquer pessoa, ou seja, o consumo por um indivíduo não exclui nem reduz o consumo de outra pessoa na sociedade, com isso o consumo adicional de um bem, não implicaria acréscimo do custo. Se o custo marginal é igual a zero, assim deveria ser o preço. Já os bens privados têm a característica de ser exclusivo, ou seja, o consumo de um bem é internalizado por quem paga para te-lo. Portanto, os bens sociais são não rivais e não exclusivos, enquanto os bens privados são exclusivos e rivais. Nos bens sociais, cada indivíduo espera pagar um preço diferente para obter a mesma quantidade do bem e a soma dos preços unitários iguala-se ao custo marginal. Teoria de Lindahl Lindahl dividiu os bens em dois tipos: - O primeiro tem a característica de que o consumo por um indivíduo subtrai o total disponível para outras pessoas da sociedade. Dadas às condições de preço no mercado o indivíduo maximizaria sua utilidade de acordo com suas necessidades e suas disponibilidades de recursos. - O segundo refere-se àqueles bens que têm a característica de que o consumo de uma pessoa não afetaria o total disponível para outro indivíduo. Teoria dos Bens Coletivos de Samuelson Samuelson dividiu os bens como sendo “bens privados” e “bens coletivos”. Bens privados são aqueles cujo consumo por um indivíduo reduz a sua disponibilidade para outros indivíduos. Bens coletivos são aqueles cujo consumo por um indivíduo não afeta a sua disponibilidade para os outros indivíduos. O modelo de Samuelson procura determinar o nível ótimo de produção dos bens coletivos. Bens sociais e o modelo de Tiebout Segundo Tiebout seria necessário um número razoavelmente grande de governos locais e se cada comunidade oferecesse diferente conjunto de bens públicos, então cada indivíduo poderia selecionar a localidade para fixar a residência que satisfizesse a sua escala de preferência. Assim, cada indivíduo revelaria simultaneamente sua preferência e seria conseguida a ótima alocação dos recursos no setor público. Com isso, Tiebout tenta mostrar que a alocação ótima dos recursos por parte do governo teria maior chance de ser obtida quanto maior fosse à aproximação dos indivíduos com os executores da política governamental. Daí sua preferência pelos gastos em nível local que, segundo ele, refletem melhor as reais preferências dos indivíduos. Tiebout tenta explicar as vantagens de seu modelo de dispêndios públicos em termos locais, cujos principais pontos são: Possibilidade de migrações por parte dos indivíduos até que eles encontrem o governo local que ofereça os bens públicos que satisfaçam a seus padrões de preferências; As diferenças entre os padrões de gastos e receitas seriam conhecidas pelos indivíduos; Existe grande número de localidades nas quais os indivíduos podem escolher uma para morar; Não haveria problemas sobre oportunidades de emprego, assumindo que não há problemas com a distribuição da renda; Não haveria externalidades (quando uma pessoa age provocando efeitos a outras pessoas, sem o consentimento destas, podendo o efeito ser benéfico: externalidade positiva ou prejudicial: externalidade negativa) entre as comunidades nos serviços públicos oferecidos; O padrão e conjunto dos serviços a serem oferecidos pela comunidade seguiriam as preferências dos atuais residentes da comunidade, não havendo, em princípio, um tamanho ótimo para a comunidade. Este ótimo seria definido em relação ao número de residentes para os quais se procuraria oferecer os serviços públicos ao menor custo possível; O último pressuposto é o de que as comunidades abaixo do tamanho ótimo procurarão atrair novos residentes para diminuir seus custos médios. Situação oposta aconteceria com aquelas comunidades acima do tamanho ótimo. Aquelas que conseguissem obter os seus níveis ótimos tentariam mantê-los. Destacadas essas condições, observa-se que o movimento migratório é de crucial importância dentro do modelo Tiebout. Isto porque este movimento mostrará quanto o consumidor espera ou está disposto a pagar por um bem e atua como um mecanismo pelo qual o indivíduo revela sua demanda pelos bens públicos. CONCLUSÃO -As teorias definem como públicos aqueles bens cujo consumo é feito no mesmo montante por todos os indivíduos. -O consumo de uma pessoa não diminui as oportunidades de consumo de outro indivíduo. -Essas teorias tentam mostrar os mecanismos pelos quais os consumidores revelariam suas preferências pelos bens públicos puros, tal que o governo adaptasse suas cestas de bens e serviços ao padrão de consumo dos indivíduos. Fonte bibliográfica: RIANI, Flávio. Economia do Setor Público. São Paulo: Atlas, 4ª. Ed. 2002