5 – Grafos Conexos Considere os grafos abaixo: G1 v1 G2 v2 v2 v1 É possível achar um caminho entre os vértices v1 e v2? Definição 1 – Um grafo é dito conexo se existir pelo menos um caminho entre cada par de vértices do grafo. Caso contrário, o grafo é chamado de desconexo. O grafo G1 acima é conexo, e o grafo G2 é desconexo. Componente – cada um dos subgrafos conexos maximais de um grafo desconexo é chamado de uma componente do grafo. Ou seja, uma componente é um subgrafo conexo que não esteja estritamente contido em outros subgrafos conexos. (Seja S e S’, tal que S’⊂ S. S’ é maximal em relação a uma propriedade P quando S’ satisfaz P e não existe S’’ ⊃ S’ que também satisfaz P.) Dado um grafo qualquer, como determinar se o grafo é conexo? Teorema 5.1 – Um grafo G(V,A) é desconexo se e somente se seu conjunto de vértices V puder se particionado em dois conjuntos disjuntos e não vazios, V1 e V2, de forma que não exista uma aresta com uma extremidade em V1 e outra extremidade em V2. Prova: ⇒ g é desconexo então existe uma partição de V, V1 e V2, tal que não existe uma aresta com uma extremidade em V1 e outra extremidade em V2. Seja G um grafo desconexo. Precisamos encontrar uma partição de V que satisfaça a propriedade acima. Considere um vértice vi qualquer de V. Forme o conjunto V1 com todos os vértices de V que estejam ligados a vi pôr um caminho. Com G é desconexo, V1 não contém todos os vértices de G. Assim os vértices restante formam um conjunto não-vazio V2, e não existe nenhuma aresta de G com uma extremidade em V1 e outra V2. Assim V1 e V2 formam a partição desejada. ⇐ Existe uma partição de V, V1 e V2, tal que não existe uma aresta com uma extremidade em V1 e outra extremidade em V2 então G é desconexo. Considere dois vértices quaisquer de V, pôr exemplo vi e vj, tais que vi∈V1e vj∈V2. Não pode existir nenhum caminho entre vi e vj, pois se existisse, haveria uma aresta com uma extremidade em V1 e outra em V2. Portanto se uma partição existe então o grafo é desconexo. V2 V1 vj vi conexo.doc – Teoria dos Grafos – Prof. Maria do Socorro Rangel – DCCE/UNESP -30/08/07 - Página 1 de 4 Questão: Qual é o número máximo de arestas que um grafo simples com n vértices pode Ter? Cada vértice pode ser ligado pôr uma aresta a cada um dos outros vértices do grafo, isto é aos outros (n-1). Isto nos da (n-1) arestas. Com existem n vértices, teremos então n(n-1) arestas. No entanto, cada aresta interliga dois vértices e portanto esta sendo considerada duas vezes. Assim, para obtermos o número correto de arestas é necessário dividir o valor que temos até o momento pôr 2. O número máximo de aresta é então: n(n-1)/2. Teorema 5.2 – O número máximo de arestas em um grafo simples com n vértices e k componentes é dado pôr: (n-k)(n-k+1)/2 Exemplos: n=6k=2 a) componente 1: K4 componente 2 : uma aresta b) componente 1: K3 componente 2 : K3 c) componente 1: K5 componente 2 : 1 vértice Exercícios: 1) Desenhe um grafo conexo que se torna desconexo quando qualquer aresta é removida. 2) Mostre que um grafo conexo G se mantém conexo após a remoção de uma aresta aj se e somente se a aresta pertence a algum circuito de G. conexo.doc – Teoria dos Grafos – Prof. Maria do Socorro Rangel – DCCE/UNESP -30/08/07 - Página 2 de 4 5.1 - Operações com grafos União - A união de dois grafos G1(V1,A1) e G2(V2,A2) é um grafo G3(V3, A3) onde: G3 = G1∪G2, V3 = V1∪ V2 e A3 = A1 ∪ A2 Interseção - A interseção de dois grafos G1(V1,A1) e G2(V2,A2) é um grafo G3(V3, A3) onde: G3 = G1 ∩ G2, V3 = V1 ∩ V2 e A3 = A1∩ A2 Obs: Se V3 = ∅, dizemos que a interseção entre G1 e G2, G1 ∩ G2, é vazia. Pelas definições dadas é fácil verificar que as operações de união e interseção de grafos são comutativas, isto é: G1 ∪ G2 = G2 ∪ G1 G1 ∩ G2 = G2 ∩ G1 v1 Exemplo 5.1.1 v1 G1: v2 G1 ∪ G2: G1 ∩ G2: G2: v3 v2 v3 v4 v6 v5 v5 Decomposição - Um grafo G é dito decomposto em dois subgrafos g1 e g2 se: g1 ∪ g2 = G e g1 ∩ g2 = grafo nulo. Ou seja, cada aresta de G pertence a g1 ou a g2. Alguns vértices no entanto podem pertencer aos dois. Exemplo 5.1.2 Remoção (ou exclusão) de vértices e arestas - Se aj é uma aresta de G, então G-aj é um subgrafo de G obtido pela remoção da aresta aj do grafo G. Se vi é um vértice de G, então G-vi é um subgrafo de G obtido pela remoção do vértice vi do grafo G. A remoção de um vértice implica na remoção das arestas a ele incidentes. De maneira similar é possível incluir vértices e arestas em um grafo. conexo.doc – Teoria dos Grafos – Prof. Maria do Socorro Rangel – DCCE/UNESP -30/08/07 - Página 3 de 4 Exemplo 5.1.3 G G-(2,6) G-1 G+(1,4) 4 3 5 2 6 1 Fusão de vértices - A fusão de um par de vértices a e b em um Grafo G é feita substituindo os dois vértices por um único vértice ab , de tal forma que toda aresta que era incidente no vértice a e/ou no vértice b passa a ser incidente no novo vértice ab . Assim a fusão de vértices em um grafo não altera seu número de arestas, apenas diminui o número de vértices. Contração de vértices - a contração de dois vértices a e b é feita através da fusão dos vértices a e b e a remoção dos loops e arestas paralelas que são formadas no processo. Contração de aresta - a contração de uma aresta (a,b) é feita removendo-se a aresta (a,b) e contraindo os vértices a e b. É denotado por G/(a,b). Exemplo 5.1.4 1 2 a) fusão dos vértices 1 e 2: b) contração da aresta (1,2) 6 5 3 4 Exercícios 1) Considere o grafo: 1 i b f c 6 a h 2 4 j d e 5 g 3 a) Considere os caminhos definidos no exercício anterior (tópico Subgrafos). Agrupe os caminhos obtidos em conjuntos de caminhos arestas disjuntos. Mostre que a união de dois caminhos aresta-disjuntos entre dois pares de vértices forma um circuito ou é a união de circuitos. b) Remova o vértice 5 deste grafo c) acrescente a aresta (2,7) d) decomponha este grafo em três subgrafos. e) contraia a aresta (2,3) conexo.doc – Teoria dos Grafos – Prof. Maria do Socorro Rangel – DCCE/UNESP -30/08/07 - Página 4 de 4