Resoluções das atividades

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GRAMÁTICA
Resoluções das atividades
ções mais pertinentes ao assunto (o contraexemplo seria
“uma progressão técnica mais aritmética do que geométrica, sugerindo a irredutibilidade de seu reduto”).
Capítulo 2
Adequação ao uso da linguagem
PARA COMPREENDER
01 No primeiro parágrafo, há um breve comentário do autor,
no qual ele revela seu incômodo com a linguagem das
crônicas esportivas em voga no período em questão. No
segundo, tal como uma citação em discurso direto, é apresentada uma crônica esportiva no modelo daquelas que
haviam sido criticadas na introdução. Ou seja, o autor faz
um comentário e apresenta um exemplo, escrito por ele
mesmo, de uma crônica de linguagem “preciosa” e “psicológica”; assim, apresenta o problema e o “documenta”.
02 Espera-se que os alunos percebam o sentido irônico que
essa passagem dá à crônica de Paulo Mendes Campos.
03 O autor quis se referir a uma crônica esportiva exuberante
na linguagem e exagerada nas imagens que cria. As principais características dessas crônicas seriam o emprego
abusivo de adjetivos grandiloquentes e a utilização de
vocabulário rebuscado e um tanto retrógrado.
04 Após empregar Vasco (“A ofensiva do Vasco...”), o autor
lança mão de termos ou expressões como: Cruz de Malta,
símbolo do Vasco (“...nas hostes da Cruz de Malta...”);
São Januário, onde se localiza a sede do clube (“Os de
São Januário...”); cruzmaltinos (“Os cruzmaltinos, em uma
palavra, quedavam-se parcimoniosos.”). Esse é um recurso
de coesão semântica; o mesmo não ocorre em relação à
equipe paulista, em que se tem a repetição do nome Portuguesa.
05 É possível afirmar que o autor está criticando, de maneira
bem-humorada, a falta de adequação desta linguagem
rebuscada e empolada para o gênero textual crônica
esportiva. Ao longo da leitura, e muito por conta do parágrafo inicial, fica perceptível que o relato do jogo não está
de acordo com a finalidade que um texto desse gênero
deveria ter.
06 Espera-se que os alunos comentem que o tema (eventos
esportivos, particularmente os jogos de futebol) e a expectativa que os leitores têm ao ler uma crônica esportiva
pedem uma linguagem mais objetiva, menos “poética”
(não faz sentido, na crônica esportiva, passagens como
“no marcador, onde fulgia o sol tropical”), com compara-
07 Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que
a linguagem das crônicas hodiernas apresenta um estilo
mais ágil e próximo da oralidade, com marcas de coloquialidade que aproximam o leitor cotidiano dos fatos
narrados. Sem, claro, perder de vista a mescla entre o teor
jornalístico e o literário característico da crônica esportiva,
por meio do qual os cronistas contemporâneos, respeitando o caráter técnico e tático do futebol, ilustram situações reflexivas sobre a natureza humana.
ATIVIDADES PARA SALA
01 A
O trecho apontado como alternativa adequada é “Essa
palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós
um muro frio e triste.” Na narrativa, há uma situação cotidiana em que, em uma roda de conversa, o tratamento
dispensado pela jovem aos presentes, marcado pelo uso
do pronome você, denota um grau de intimidade maior,
como quando se fala com amigos, familiares. Ao se reportar, naquele momento, ao autor da carta, a jovem usa uma
forma de tratamento mais formal, o pronome senhor, estabelecendo, portanto, um grau de intimidade menor, conforme a interpretação do autor da carta. Metaforicamente,
o muro representa esse distanciamento, visto que se pode
entender que a garota não o considerou tão íntimo como
ele esperava.
02 E
O acentuado grau de coloquialidade e o vocabulário notadamente regionalista produzem o efeito humorístico no
leitor porque, na medida em que fica evidente que se trata
de uma passagem bíblica – que narra o nascimento do
Menino Jesus –, a expectativa do mesmo leitor é rompida
em função do contraste entre o tema abordado e a linguagem utilizada na crônica.
03 a) O recurso utilizado é a transgressão da ortografia, ou
seja, o uso da grafia como transcrição da fala. A tira
apresenta uma forma de escrita que tenta reproduzir a
fala das personagens.
Esse recurso pode ser percebido em três momentos:
na troca da consoante l por r (como em prantando); na
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GRAMÁTICA
supressão da vogal na proparoxítona (como em árv[o]re);
e na troca da vogal e por i (como em di e isperança).
b) Não. Os recursos representados na tira encontram-se
também em regiões urbanas e não refletem escolaridade ou classe social do falante.
A troca da consoante l por r, por exemplo, é um processo bastante recorrente. A supressão da vogal em
palavras proparoxítonas (como em xícara e abóbora)
faz parte de um processo fonológico presente no português brasileiro de forma geral. Já a elevação da vogal
átona (e → i) é uma marca de diferenciação regional e
não de oposição entre rural e urbano.
b) (V)
c) (F)
d) (F)
e) (F)
04 E
A uniformidade de tratamento, segundo a norma-padrão
da língua portuguesa, prevê que os pronomes empregados para se dirigir a alguma pessoa concordem (em relação
à pessoa do discurso) entre si. No título da canção, a “mistura” das formas você (3a pessoa-singular) e tu (2a pessoa-singular) caracteriza um uso mais próximo da fala do brasileiro, o qual, entretanto, segundo a norma, desrespeita as
regras de uniformidade, como indica a alternativa E.
05 a) Sim, já que o padre utiliza palavras, exemplos e metáforas do universo de Augusto Matraga, um homem
do campo, um vaqueiro rude: espora, rédea, estribo,
aboio.
b) Duas frases são equivalentes: “[Deus] não tira o estribo
do pé de arrependido nenhum” e “o Reino do Céu [...]
ninguém tira de sua algibeira”.
ATIVIDADES PROPOSTAS
conhecimento linguístico é sistematizado e apreendido em sua totalidade.
O texto relaciona o ensino escolar com a aprendizagem de regras, mas ressalta que saber português
não é saber regras somente; é dominar as suas
variedades.
É claro o posicionamento do texto ao dizer que
“Saber português não é aprender regras que só
existem numa língua artificial usada pela escola”.
Um “poliglota em sua própria língua” é aquele que
domina as variedades de sua língua, e não o que
detém conhecimento sobre a gramática com que
se trabalha na escola.
O texto menciona a escola como um lugar em que
se aprendem regras que não se relacionam com os
contextos sociais de uso da língua. Por isso não se
pode afirmar que é na escola que as variantes linguísticas são evidenciadas e trabalhadas.
03 A, B e D
a) (V) O texto afirma que “o português e outras línguas
românicas provêm de uma variedade do latim, o
chamado latim vulgar”. Isso confirma que as línguas
não são estáticas e imutáveis.
b) (V) No primeiro parágrafo do texto, é abordada a variação temporal que as línguas passam. Enquanto o
segundo parágrafo trata das variações sociais.
c) (F) A afirmação não está de acordo com as ideias defendidas no texto, pois, segundo ele, “as variantes não
são feias ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes
ou elegantes”.
d) (V) O texto deixa claro a variação linguística como um
fenômeno social.
e) (F) Conforme o texto, a dificuldade que o camponês
tem de se comunicar nos diferentes níveis do português deve-se à falta de acesso à escola ou à má
qualidade do ensino público.
01 C e E
a) (F) O autor deixa claro que o português moderno é
distinto do português clássico, mas seu posicionamento não é de crítica.
b) (F) Conforme o texto, “um bom falante é ‘poliglota’
em sua própria língua” e “Saber português não é
aprender regras”.
c) (V) A relação estabelecida pelo texto é de que “a variação é inerente às línguas, porque as sociedades são
divididas em grupos”.
d) (F) O texto mostra que a variação é “inerente às línguas”, e não um fenômeno típico das línguas
românicas.
e) (V) O texto ressalta que “o uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num
desses grupos, dá uma identidade para seus
membros”.
02 B
a) (F) Segundo o texto, a escola é um lugar em que se
usa uma “língua artificial”. Assim, não é nela que o
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04 Todas as afirmações estão corretas.
a) (V) O trecho em destaque representa uma possível
hipótese.
b) (V) Na frase, o conectivo se pode ser substituído por
“uma vez que” sem alteração do sentido.
c) (V) Em “Quando alguém começa a falar”, o fragmento
representa uma circunstância temporal.
d) (V) A causa e a consequência são apresentadas no trecho.
e) (V) O autor apresenta no texto uma sequência de causas. Elas são introduzidas pelo conectivo porque.
05 B
Nas situações específicas de uso da língua, sobre os
interlocutores é gerada expectativa quanto aos diversos
aspectos que envolvem uma interação verbal contextualizada socioculturalmente. Como se sabe, no Brasil, há um
estereótipo generalizado em torno das falas de jogadores
de futebol em entrevistas. Em se tratando de um gênero
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como a entrevista (oral ou escrita), o nível de linguagem
empregada, a desenvoltura, o próprio vocabulário, entre
outros, são elementos que identificam os interlocutores.
Desse modo, espera-se que seja o entrevistador que apresente um nível de formalidade mais acentuado na linguagem, maior desenvoltura e rebuscamento no vocabulário;
contudo, é o jogador que se apropria desses elementos,
criando uma situação em que a linguagem empregada
não corresponde a um contexto real de uso, uma inadequação à situação.
06 E
O contexto em que a linguagem empregada pelo interlocutor é inadequada à situação é o da alternativa E. Na
situação apresentada, um congresso de projeção internacional, espera-se que um professor manifeste um nível de
linguagem mais formal adequado ao âmbito acadêmico.
Nas demais alternativas, A, B e C (situações de uso oral), a
linguagem se adéqua às situações de fala; e, na alternativa
D (situação de uso escrito), a linguagem mais monitorada
adéqua-se à situação de candidatura a um emprego.
10 O texto apresenta várias marcas que caracterizam a informalidade pretendida pela publicação, relativamente à
estrutura das frases (sintáticas), aos fragmentos mínimos
capazes de expressar significado (morfológicas), aos recursos que exploram o sistema sonoro (fonológicas) e aos
lexicais, relacionados com as unidades significativas, como
nos seguintes casos:
Sintáticas: “Quem quiser se aposentar antes, pode”em
vez de “Quem quiser, pode aposentar-se antes”.
Morfológicas: vovozada, pelo acréscimo do sufixo -ada ao
termo vovó.
Fonológicas: tá e pra, em vez de está e para.
Lexicais: “galera”, “pendurar a chuteira”, “duro”, “botar
pra funcionar”, “grana” e “trampado” com valor semântico de “grupo de pessoas”, “encerrar atividades”, difícil,
“colocar em prática”, dinheiro e trabalhado, respectivamente.
07 B
O emprego do pronome pessoal reto eles em posição de
objeto direto e o apagamento do -r, no final das formas
verbais infinitivas, caracterizam um uso mais próximo da
língua falada, o que é comum em expressões populares.
No uso formal, em obediência à norma-padrão, deve-se
empregar a forma oblíqua correspondente, no caso os,
mas que assume a forma -los por se ligar à forma verbal
terminada em r. Além disso, é preciso recuperar o conteúdo semântico da expressão, o que ocorre em “pegá-los
desprevenidos”.
08 B
Considerando os versos apresentados, é notável que o
texto poético, nos três primeiros versos, reporta-se aos
aspectos linguísticos do Brasil, como o falar “mole”, “descansado” de alguns, o “arranhar” dos erres dos cariocas e
o “escancarar” das vogais de capixabas e parajoaras; nos
versos seguintes, é evidente a alusão a aspectos econômicos, como as diferenças entre o uso da moeda corrente,
bem como a referência à miséria, conforme indica a alternativa B. A alternativa A deve ser desconsiderada, pois não
há relação com os aspectos religiosos, bem como com os
folclóricos (alternativa C), históricos (alternativa D) e literários (alternativa E), para se estabelecer diferenças brasileiras nesses âmbitos.
09 D
A última frase de Calvin rompe com a expectativa do leitor, pois o uso da locução interjetiva “Ah, qual é!”, típica
da linguagem informal, contrasta com o registro linguístico altamente especializado que ele vinha usando até o
momento.
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