Pacientes esquizofrênicos sentem dor crônica na mesma proporção que indivíduos população em geral De acordo com artigo publicado na última edição dos Cadernos de Saúde por Almeida e colegas, os resultados foram obtidos em pesquisa na qual a equipe incluiu 205 pacientes de atendimento público no município de São Paulo com diagnóstico de esquizofrenia, a maioria formada por solteiros, residentes com os pais e com média de idade de 37 anos. “A prevalência de dor foi de 36,6%; a dor foi mais presente no abdômen (30,7%), seguida da dor de cabeça, face e boca (24%) e região lombar, sacra e cóccix (14,7%). Com relação à frequência, 24% dos entrevistados referiram ter dor todos os dias. O tempo médio de dor foi de 41 meses, com intensidade moderada”, escrevem. Segundo os pesquisadores, “a prevalência de dor crônica em pacientes esquizofrênicos foi semelhante à encontrada para a população geral”. Além disso, duração, intensidade, frequência e tipo de dor foram também praticamente iguais aos da população geral. Os cientistas alertam que “a falta de formação dos profissionais de saúde na área de dor crônica, a não priorização da avaliação e a falta de tratamento de queixas de dor que disso decorrem são, sem dúvida, fatores significativos. Além do mais, a experiência dolorosa pode estar relacionada ao transtorno psiquiátrico (delírio) e ser expressa de forma aberrante quanto à localização, intensidade e qualidades da dor, como descrito na esquizofrenia, o que confunde a compreensão e a valorização da queixa pelos familiares e profissionais”. Para ler o artigo em português acesse http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000300016&lng=pt&nr m=iso&tlng=pt. Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)