FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA FILIPE TELES ELLER Análise comparativa das atividades econômicas do agronegócio do estado de Rondônia em relação à Região Norte e ao Brasil no período de 2002-2012 PORTO VELHO - RONDÔNIA 1 2015 Filipe Teles Eller Análise comparativa das atividades econômicas do agronegócio do estado de Rondônia em relação à Região Norte e ao Brasil no período de 2002-2012 Artigo apresentado ao Departamento Acadêmico de Economia da Universidade Federal de Rondônia, Campus José Ribeiro Filho – Porto Velho, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Professor Doutor Jonas Cardoso. 2 PORTO VELHO - RONDÔNIA 2015 Filipe Teles Eller Análise comparativa das atividades econômicas do agronegócio do estado de Rondônia em relação à Região Norte e ao Brasil no período de 2002-2012 Este artigo foi apresentado à banca abaixo e qualificado como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, nos parâmetros elencados em seus itens. Aprovado em: ____/____/____ _________________________________ Prof. Ma. Neima Quele A. da Silva Chefe do Departamento Acadêmico de Ciências Econômicas Professores que compuseram a banca: ________________________________ Prof. Dr. Jonas Cardoso Orientador ________________________________ Prof. Ma. Neima Quele A. da Silva 3 Avaliadora ________________________________ Prof. Dr. Silvio Rodrigues Persivo Cunha Avaliador Agradeço ao professor Jonas Cardoso pela paciência no início do curso e por ter sido mais rígido, exigindo 4 maior empenho da turma, principalmente maior empenho de minha pessoa. O maior grau de dificuldade imposto por este professor fez com que despertasse maior interesse na área e maior aprofundamento nos estudos, inclusive tornara sua matéria a que tive maior interesse em estudos, pesquisas e leituras. 5 6 Análise comparativa das atividades econômicas do agronegócio do estado de Rondônia em relação à Região Norte e ao Brasil no período de 2002-2012 Filipe Teles Eller Elivaldo Bandeira Diniz Júnior Jonas Cardoso Resumo Um conceito recente é estudado por várias áreas com a finalidade de entender o motivo pelo qual existem disparidades de concentração, aglomeração e tecnologia entre regiões. Surgem então debates acadêmicos acerca do Desenvolvimento Regional. A conclusão de alguns teóricos, como Myrdal e Sachs, é que o Estado tem papel fundamental para diminuir tais disparidades entre regiões. O intuito deste estudo é analisar o desempenho da atividade da Agropecuária do estado de Rondônia para ter conhecimento da participação do estado perante nível regional e nacional. Deste modo, obter mensuração do nível de crescimento da agropecuária rondoniense, já que foi uma das principais atividades que contribuíram para o crescimento do PIB e Valor Adicionado Bruto de Rondônia no período analisado. Assim, o estudo tem como objetivo uma descrição com abordagem quantitativa sob método estatístico com caráter documental obtido por dados do IBGE, SEPOG e SUFRAMA, no qual foram apurados dados do setor Agropecuário com intuito de descrever o que ocorreu neste setor econômico durante o período de 2002 a 2012. Para atingir o objetivo, foi feita a análise do nível de participação, crescimento do agronegócio de Rondônia em relação à Região Norte e ao Brasil. Pelos resultados, denota-se que Rondônia expandiu sua economia agropecuária, consequentemente, aumentando sua contribuição regional e nacional. Palavras-chave: Rondônia. Setor Econômico. Agropecuária. Abstract A recent concept has been studying in many ways in order to studying and understanding the reason that has been found disparity of concentration, agglomeration and technologies among the regions. Then come debates about the Regional Development. Some theorists, as Myrdal and Sachs, concluded that the State has a huge function to decrease the disparity among the regions. The purpose of this study is to analyze the performance of economic activities in the state of Rondonia to have knowledge of the participation of the state before regional and national level. Thereby obtaining measurement of the growth rate of Rondonia agriculture, since it was one of the main activities that contributed to the growth of GDP and Gross Value Added of Rondonia in the analyzed period. So, the study aims a quantitative description with approach in statistical method with documental character obtained by government statistics agencies as IBGE, SEPOG and SUFRAMA, which were researched data about the Agriculture thus describe what happened in this economic 7 sector during 2002-2012. At the end, understanding the participation level, growth or decrease as the Rondonia's representativeness against North Region and Brazil. Rondônia expanded its agricultural economy, thereby increasing their contribution to regional and national level. Key-word: Rondonia. Economic Sector. Agricultural. 1 INTRODUÇÃO O Desenvolvimento Econômico Regional é um conceito recente que visa estudar, analisar e dar suporte para a ampliação de melhorias econômicas de uma determinada região. As forças de mercado por si só não são capazes de trazer desenvolvimento igualitário entre as regiões, por conseguinte, são criadas disparidades de crescimento e desenvolvimento entre determinados lugares dentro de um mesmo país (MYRDAL, 1960). Como forma de entendimento dessas formações de regiões mais desenvolvidas que outras, há estudos que procuram explicar o motivo de concentração, aglomeração e maior procura para morar em certos locais (HIRSCHMAN, 1961). Há três fases teóricas que compõem a trajetória do Desenvolvimento Regional: a) Distância e Área; b) Aglomerações; e c) Tecnologia e Inovação. A partir de então, alguns teóricos (MYRDAL, 1960; VEIGA, 2008; SACHS, 1993) passam a defender a intervenção estatal para promover maior equilíbrio no desenvolvimento local com a finalidade de aproveitar os recursos e peculiaridades existentes em cada região. Um desses métodos é visto na Economia Industrial pela qualificação de Políticas Industriais (HENKIN, 2014). As Políticas Industriais têm como objetivo fomentar, ampliar e melhorar o desempenho das atividades econômicas e, como consequência, o desempenho dos setores econômicos. Por meio de políticas públicas é possível alcançar melhor forma de produção de acordo com os recursos disponíveis na região, já que cada local possui suas especificidades. Dentro deste contexto, procura-se saber como foi o desempenho do setor agropecuário do estado de Rondônia perante: a) os estados da Região Norte; b) a Região Norte como um todo; e c) o Brasil. Para tal, foi analisado o Produto Interno Bruto (PIB), o Valor Adicionado Bruto (VAB) total e o VAB da agropecuária. No caso, o objeto a ser estudado é o setor Agropecuário. O intuito é ter conhecimento de qual nível de contribuição tal setor deu ao estado de Rondônia e compará-lo a nível 8 regional e nacional para saber se este crescimento econômico foi local, regional e nacional e se foi acima dos outros dois espaços comparados. O espaço temporal será de 2002 a 2012. Para que se tenha conhecimento dos fatos ocorridos ao longo desse período, foram utilizados gráficos e tabelas apresentados como forma de melhor visualização, entendimento e compreensão dos dados. Além da introdução, este artigo divide-se em seções que apresentam as principais teorias do crescimento econômico e desenvolvimento regional, a metodologia utilizada, os resultados obtidos e, por fim, as principais conclusões. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Teorias do Desenvolvimento Regional Os estudos sobre Desenvolvimento Regional e Economia da Localização são recentes na história da Ciência Econômica. Por muito tempo, a teoria econômica tradicional negligenciou a variável espaço de seus modelos. Nesse contexto, “Embora os economistas clássicos escrevessem sobre a sequência evolutiva da atividade econômica, sua análise formal se relacionava principalmente com um mundo estático, não espacial [...]” (RICHARDSON, 1975, p. 15). É importante lembrar que tais formulações eram consideradas leis universais e imutáveis. O Desenvolvimento Regional surge, portanto, como importante quebra de paradigma e traz à tona o fato de que: “As forças de mercado não levam inevitavelmente à igualdade das rendas regionais per capita ou à localização espacial ótima dos recursos e, em certas circunstâncias, podem operar de forma instabilizadora” (RICHARDSON, 1975, p. 17). Desse modo, o aspecto regional rebate a universalidade e imutabilidade dos pressupostos clássicos e busca “[...] explicar a diversidade de performance econômica entre os países ou regiões” (CARVALHO; HERMANNS, 2005, p. 18). A evolução das teorias de Desenvolvimento Regional divide-se em três grupos: 1) Distância e área: custos de transporte; 2) Interligações setoriais: economias de aglomeração; e 3) Externalidades dinâmicas: tecnologia e inovação, competitividade. (GROUPE DE RECHERCHE EUROPÉEN SUR LES MILEUX INNOVATEURS apud FOCHEZATTO, 2010). O primeiro grupo tem como expoentes Von Thünen (1826), Weber (1909), 9 Christaller (1933), Lösch (1940) e Isard (1956) que propuseram modelos de localização da produção a fim de minimizar custos de transporte (FOCHEZATTO, 2010). São análises estáticas que consideram apenas custos e lucros para a definição da localização ótima da firma em determinada região (FOCHEZATTO, 2010). O segundo grupo compõe-se de Perroux (1955), Myrdal (1956) e Hirschman (1958) (FOCHEZATTO, 2010). Em 1955, François Perroux desenvolveu a teoria dos pólos de crescimento ao observar a concentração industrial na França e na Alemanha (SOUZA, 2005). Assim, o “polo de crescimento tem uma forte identificação geográfica, porque ele é produto das economias de aglomeração geradas pelos complexos industriais, que são liderados pelas indústrias motrizes” (SOUZA, 2005, p. 170). Entretanto, Richardson (1975, p. 401) lembra que “[...] uma descrição das ligações interindustriais em uma determinada localização não proporciona os efeitos estratégicos da polarização”. Em resumo, esse último autor deixa claro que, conforme Perroux, a aglomeração de duas ou mais indústrias não é suficiente para caracterizar um polo de crescimento. Em vez disso, o que é determinante na definição de pólos de crescimento é a influência que as regiões nodais (centrais) exercem sobre a periferia de uma determinada região. Portanto, se o crescimento restringe-se ao nódulo, não há polarização. Gunnar Myrdal, por sua vez, desenvolveu a teoria da causação circular cumulativa, que tem por finalidade explicar por que determinadas regiões permanecem pobres: “O autor recorre à noção de círculo vicioso para explicar como um processo se torna circular e cumulativo, no qual um fator negativo é ao mesmo tempo causa e efeito de outros fatores negativos” (SILVA; LIMA, 2014, p. 6). Determinada localidade pode, por exemplo, não se desenvolver em virtude de não possuir infraestrutura que atraia indústrias e empresas correlatas. Se não há atração de indústrias, o investimento em infraestrutura fica comprometido por causa da baixa renda e poupança locais. Assim, a tendência é estagnação ou empobrecimento da localidade. “Nessa análise, nega-se o equilíbrio estável como forma de explicar as mudanças no sistema social, ou melhor, não há uma tendência em direção automática da autoestabilização” (CARVALHO; HERMANNS, 2005, p. 23). O equilíbrio estável (laissez-faire) é considerado, sob esse prisma, como aprofundador natural das desigualdades inter-regionais caso não haja intervenção estatal. Por último, Albert Hirschman formulou, a partir do conceito de crescimento 10 não balanceado, a teoria dos encadeamentos para frente e para trás. Sua análise pressupõe que “[...] o progresso econômico não se manifesta em toda parte ao mesmo tempo e que, uma vez que ele surge, forças poderosas promovem a concentração espacial do desenvolvimento, em volta dos pontos originários iniciais” (CARVALHO; HERMANNS, 2005, p. 22). Em consonância a tal raciocínio, deve-se “[...] promover o desenvolvimento de certos setores-chave da economia, escolhidos com base no número de encadeamentos e em seu poder, bem como na sua lucratividade intrínseca” (CARVALHO; HERMANNS, 2005, p. 22). Por conseguinte, Hirschman admite que o crescimento desigual entre regiões seja condição natural do processo de desenvolvimento (CARVALHO; HERMANNS, 2005). O terceiro e último grupo compõe-se de teorias que incorporaram externalidades dinâmicas do tipo marshallianas. Autores como Arthur e Krugman incorporaram em seus modelos as ideias marshallianas de economias externas, tanto tecnológicas quanto pecuniárias, e os rendimentos crescentes de escala (FOCHEZATTO, 2010). Além desses autores, incluem-se na abordagem marshalliana os autores evolucionistas e institucionalistas, como Becattini e Storper, que atribuem um importante papel aos agentes locais na organização dos fatores e na coordenação do processo cumulativo (FOCHEZATTO, 2010). 2.2 Produto Interno Bruto (PIB), Valor Adicionado Bruto (VAB) e Crescimento Econômico. O crescimento da capacidade produtiva e da produção efetiva é mensurado pelo Produto Interno Bruto (PIB). PIB é um indicador que representa a soma de toda produção de bens e serviços finais de acordo com o período selecionado. Nesse contexto, a “representação do produto agregado nas contas da região escolhida é o Produto Interno Bruto deste local, ou seja, é o valor total da produção dos bens e serviços, valores adicionados e rendas em um período estabelecido de uma economia” (BLANCHARD, 2011, p. 18). Resume-se que o PIB é a referência de toda produção de bens e serviços finais produzidos dentro de uma região (ROSSETTI, 1997). O PIB pode ser Real ou Nominal. O PIB real é calculado com valores constantes, isto é, valores predefinidos para todos os períodos sem os fatores que aumentam os preços da produção. Segundo Blanchard (2011, p. 20), o “PIB Nominal ou PIB a preços 11 correntes é medido em conjunto com a variação de preços no período”. O PIB nominal possui objetivo de mensurar o PIB em um determinado tempo com as oscilações nominais ocorridas no período (ROSSETTI, 1997). O cálculo do PIB real possibilita notar com maior precisão a evolução da economia de um determinado local escolhido para análise sob forma comparativa do produto de um ano em relação a outro ano (GREMAUD, VASCONCELLOS e TONETO, 2013). Indo além, o PIB real confere a oscilação da produção física da economia em intervalos temporais selecionados, haja vista a valorização na quantidade produzida em diferentes períodos, porém com mesmo preço (DORNBUSH, FISCHER e STARTZ, 2013). Mankiw (2012, p. 20) afirma que “o PIB real é correspondente ao valor de bens e serviços mensurados com a utilização de um conjunto constante de preços”. Segundo Dornbusch, Fischer e Startz (2013), o valor adicionado bruto a preços básicos consiste na precificação em cada estágio da produção de um bem e, à medida que são adicionados outros fatores, o valor é contabilizado. Dornbusch, Fischer e Startz (2013) sintetizam esse conceito quando exemplificam o caso do pão, no qual há o valor do trigo, após o processamento há o valor da farinha negociada pelo moleiro e quando o ciclo de produção fecha, o valor final é igual ao valor do pão vendido. Sampaio (2013, p. 41), por sua vez, define que o Valor Adicionado Bruto (VAB) “é o produto somado ao que está sendo utilizado”. Sendo assim, é a contribuição para qual cada etapa no processo de produção agrega na transformação do produto. Nesse conceito, “o VAB adiciona valor aos bens e aos serviços consumidos no seu processo produtivo” (SAMPAIO, 2013, p. 41). Segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2013, p. 33), “o valor que foi, em cada etapa produtiva, adicionado ao valor das matérias-primas utilizadas”. Crescimento econômico, por seu turno, dar-se-á pelo "crescimento dos insumos, como capital e trabalho, e pelos aperfeiçoamentos na tecnologia" (DORNBUSCH, FISCHER E STARTZ, 2013, p. 52). Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2013) afirmam que o crescimento econômico de uma região, dado o período escolhido a ser apurado e analisado, é definido como o aumento do produto no intervalo de tempo predefinido; sendo assim, é o crescimento na produção de bens e serviços que venham a trazer maior bem-estar da população para que atendam suas necessidades, é a ótica quantitativa de produção. Desta forma, os dados e gráficos analisados darão dimensão se as oscilações ocorreram devido a fatores nacionais, 12 regionais ou estaduais, sendo assim, possível descrever uma proxy para o cenário do agronegócio do estado de Rondônia ao longo do período 2002-2012. 2.3 Agropecuária. A atividade de agricultura e pecuária torna-se realizável com o estabelecimento do homem em local definido (ARAÚJO, 2007). Então, a partir dessa fixação, é descoberta formas de cultivação de sementes e domesticação e utilização de animais para auxílio na produção. Defini-se portanto o conceito de agropecuária: "Todo o conjunto de atividades desenvolvidas no meio rural" (ARAÚJO, 2007, p. 15). Com o passar dos anos técnicas de cultivo foram evoluindo, assim ampliando a produção. Tal fomentação da atividade acabou acarretando uma formação de todo um setor voltado para esta atividade de cultivo rural. Essa tendência cria uma cadeia produtiva, na qual é chamada de Agronegócio. Os segmentos de insumos, produtos agropecuários, processadores, indústrias de alimentos e fibras, distribuidores, áreas de apoio financeiro, acadêmico e de comunicação, máquinas, investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, revenda, transporte, exportação, dentre outros, foram criados como suporte para maximização e otimização de produção (ARAÚJO, 2007). A dimensão do mercado criado em torno do agronegócio é visto ao comparar a produção mundial com o PIB americano. "Em 2003, o comércio internacional do agronegócio girou em torno de US$7,3 trilhões" (ARAÚJO, 2007, p. 27). Enquanto o PIB do Brasil foi de US$552,5 bilhões, segundo o Banco Mundial. Dentre as Teorias de Desenvolvimento Regional estão os Encadeamentos para Frente e para Trás de Albert Hirschman. Este conceito diz respeito à cadeia produtiva criada para fornecimento de insumos antes do produto principal, chamado de Encadeamento para Trás (HIRSCHMAN, 1961). E a cadeia produtiva gerada a partir do produto principal, conhecida como Encadeamento para Frente (HIRSCHMAN, 1961). Este fato pode ser percebido ao deparar-se com o crescimento do comércio de Rondônia, no qual cresceu 158,69% no acumulado de 2002 a 2012, segundo dados do IBGE, onde cresceu não apenas pela atividade agropecuária. Segundo dados da SEPOG a partir da safra de grãos de 2012, Rondônia foi o maior produtor de café e feijão, o segundo maior produtor de milho, soja e cacau, terceiro maior produtor de 13 arroz e o quarto maior produtor de mandioca da região Norte. A nível internacional, o Brasil tornou-se o terceiro maior exportador agrícola do mundo em 2010, sendo superado apenas pelos Estados Unidos e União Europeia, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Há previsões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento da Europa (OCDE) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que o Brasil se tornará o maior exportador agrícola do mundo em 2024. Na perspectiva de Gunnar Myrdal (1960), sem controle do Estado ou sem políticas públicas para nivelar o crescimento e desenvolvimento entre regiões, as disparidades socioeconômicas tendem a crescer. Cimoli, Dosi e Stiglitz (2008) e Henkin (2014) apontam as Políticas Industriais para promover e nivelar o desenvolvimento entre regiões. O governo do Estado de Rondônia vem tomando algumas medidas para estimular o setor agropecuário. Uma delas foi a reestruturação das jazidas de calcário para que os produtores pudessem corrigir o PH do solo, por conseguinte aumentar a produtividade das lavouras. Além da reestruturação, o governo rondoniense através da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI) passou a distribuir calcário para pequenos produtores, sendo um dos pontos para alavancar o setor. Passando adiante, a utilização do Banco da Amazônia (BASA) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos para expansão produtiva foram fundamentais. A linha de crédito fornecida a juros mais baixos que o mercado ajudaram os produtores na ampliação de produção. Programas como: Atividade Pesqueira, PRONAMP, Investimentos e Linha de Apoio à Agropecuária, Aquisição de Bens de Capital são exemplos de medidas que fomentaram o setor agropecuário em Rondônia. As campanhas de vacinação e cultivo de solo também foram execuções diferenciadas de transmissão de conhecimento sobre melhor aproveitamento de pastagens, colheitas e do gado. Ademais os investimentos e apoios feitos em Exposições e Feiras Rurais foram importantes para promoção e troca de conhecimento de órgãos governamentais, produtores e consumidores. Essas Feiras são de suma importância para conhecimento e divulgação de inovações e tecnologias que chegam ao mercado para melhorar safras e criação de gados. Isso vai de encontro com a essência da terceira fase das Teorias do Desenvolvimento Regional, que tem como 14 base as externalidades marshallianas. As externalidades marshallianas incorpora o mercado de mão de obra especializada, facilidade de acesso a fornecedores e maior disseminação de conhecimento especializado (KRUGMAN, 1991). 3 METODOLOGIA A análise realizada possui natureza de uma descrição geral dos dados apurados, sem especificação da origem e motivos dos fatos consumados nos setores agropecuários de Rondônia, região Norte e Brasil em cada ano estudado. É uma abordagem de dados de natureza descritiva com finalidade quantitativa. Segundo Gil (2008) o método estatístico dá maior precisão nos resultados, ou seja, maior probabilidade de acerto nas conclusões. Sendo assim, o método utilizado para este estudo. A análise dos dados tem caráter documental por via de registros estatísticos, haja vista os dados apurados não tiveram um tratamento analítico ainda (GIL, 2008). Portanto os dados ainda podem ser estudados com mais afinco entrando em concordância com os objetivos da pesquisa. Assim, mensurado e comparado os dados, origem e motivo tornam-se objetivos de estudos futuros. O intervalo temporal a ser analisado é entre os anos de 2002 a 2012, com o objetivo de identificar qual a contribuição e representatividade do setor agropecuário na composição do PIB e Valor Adicionado Bruto da Região Norte e no PIB e Valor Adicionado Bruto do Brasil. Assim, poder-se-á mensurar se houve maior crescimento econômico desse setor no estado de Rondônia, na Região Norte ou no Brasil. Para tal, os dados foram obtidos por relatórios do IBGE, em parceria com os Órgãos de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. A partir dos dados obtidos, foram realizados cálculos estatísticos para aprofundar os estudos. Com isso, foram elaborados gráficos e tabelas para auxiliar no entendimento da importância do setor Agropecuário do estado de Rondônia. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Nesta seção, são apresentados o PIB e sua variação percentual de 2002 a 2012, a participação relativa do estado de Rondônia e da região Norte no PIB brasileiro. Em seguida, o VAB rondoniense e sua variação percentual no decênio 2002-2012, a participação de Rondônia no VAB do Brasil e da região Norte. Também se analisam o 15 VAB agropecuário e sua variação percentual, a participação de Rondônia no VAB agropecuário do Brasil e do Norte e, por último, a participação do VAB agropecuário no VAB total dos estados do Norte, da região Norte em sua totalidade e do Brasil. 4.1 Produto Interno Bruto O gráfico a seguir apresenta o a evolução do PIB a preços correntes dos estados componentes da região Norte no período compreendido entre 2002 e 2012. Gráfico 1– Produto Interno Bruto a preços correntes dos estados da Região Norte (R$ milhões). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Os PIBs dos estados da Região Norte, a preços correntes, denotam que o Pará liderou em toda a série, seguido pelo Amazonas. Os dois estados evoluíram de forma semelhante até 2009, quando o hiato entre os produtos começou a aumentar. Rondônia manteve-se na terceira posição nos onze anos analisados, sucedido pelo estado de Tocantins. Amapá e Acre revezaram-se na 5ª e 6ª colocações. Por último, ficou o estado de Roraima. Em 2012, Amazonas e Pará representaram, aproximadamente, 67,04% do total do PIB da Região Norte; Rondônia alcançou os 12,69%, o que revela uma dinâmica econômica maior nos dois maiores estados. A partir do gráfico 2 é possível comparar as taxas de crescimento dos PIBs do estado de Rondônia, da região Norte e do Brasil no período entre os anos de 2002 a 2012. Gráfico 2– Variação do Produto Interno Bruto do Brasil, Região Norte e Rondônia (Valores constantes de 2002). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Rondônia manteve um crescimento inconstante durante os onze anos apurados. O crescimento acumulado de 2002 a 2012 foi de 66,84%, aproximadamente. No ano de 2006 decresceu 4,47%, enquanto a região Norte e o Brasil cresceram, respectivamente, 6,53% e 4,15%. De maneira geral, o estado cresceu percentualmente, ao longo da série, acima da média regional (5,25%) e nacional (3,86%), e alcançou os 6,68% ao ano, o que torna um dado relevante para a economia local. Em 2009, o 16 Norte e o Brasil apresentaram recessão em suas economias e recuaram, respectivamente, 1,7% e 0,37%, enquanto Rondônia cresceu 5,93%. No ano seguinte, alcançou-se o auge do crescimento no nível regional (15,27%) e nacional (8,18%). Em 2012, o estado cresceu 0,17%, o segundo pior resultado da série. O estado não seguiu, de maneira coordenada, as oscilações regionais e nacionais. Teve ano em que o estado viu sua produção acelerar, enquanto na região e no país desacelerou, e viceversa. A tabela abaixo mostra a contribuição do estado de Rondônia e da região Norte para o PIB brasileiro em sua totalidade no decorrer dos anos de 2002 a 2012. Tabela 1 - Participação relativa da região Norte e de Rondônia no PIB do Brasil (em %). Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 100 100 100 100 100 100 Brasil 4,69 4,78 4,95 4,96 5,06 5,02 Norte 0,53 0,57 0,58 0,60 0,55 0,56 Rondônia Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. 2008 100 5,10 0,59 2009 100 5,04 0,62 2010 100 5,34 0,62 2011 100 5,40 0,67 O fato da representatividade, em relação ao Brasil, do PIB de Rondônia ter saltado de 0,53% em 2002 para 0,67% em 2012 confirma o fato de que o estado cresceu a uma taxa média superior. A região Norte também aumentou sua representatividade face o PIB nacional e passou de 4,69%, em 2002, para 5,27% em 2012. 4.2 Valor Adicionado Bruto O gráfico seguinte demonstra como se comportaram os VABs a preços básicos dos sete estados componentes da região Norte do país. Gráfico 3 - Valor Adicionado Bruto a preços básicos dos estados da Região Norte (R$ milhões). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. A série do VAB mostra evolução idêntica à do PIB. Pará e Amazonas ficam à frente, seguidos pelos estados de Rondônia e Tocantins. Amapá e Acre também se revezam na 5ª e 6ª colocações ao longo dos onze anos, enquanto Roraima permanece em último lugar. O gráfico 4 detalha as taxas de crescimento dos VABs de Rondônia, da região 17 2012 100 5,27 0,67 Norte e do Brasil. Gráfico 4 – Variação do Valor Adicionado Bruto do Brasil, Região Norte e Rondônia (Valores constantes de 2002). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Na análise da variação do Valor Adicionado Bruto a preços básicos, Rondônia segue a mesma tendência do PIB. O ano de 2006 segue como ano ímpar de desaceleração, quando recuou 5,42%, valor muito baixo quando comparando a taxas positivas de 4,23% e 6,38% do país e da Região Norte, respectivamente. Enquanto o ano de maior crescimento foi em 2011, no qual resultou em 11,52%. No último ano, o VAB rondoniense ficou praticamente estagnado e cresceu 0,18%, o segundo pior resultado da série; a Região recuou 3,12% e o Brasil avançou 0,20%. As linhas do gráfico do Valor Adicionado Bruto a preços básicos seguiram a variação do PIB. As menores taxas de crescimento do Valor Adicionado Bruto deram-se nos mesmos anos que do PIB. No geral, o VAB rondoniense cresceu, em média, 6,57% ao ano, taxa muito superior às apresentadas pelo Norte (5,16%) e país (3,67%). Naturalmente, Rondônia também se destaca por ter apresentado o maior crescimento acumulado nos dez anos, ao expandir-se 65,66%, contra 51,64% do Norte e 36,74% do Brasil. Na tabela 2 são mostradas as evoluções da participação do VAB de Rondônia na composição dos VABs do Brasil e da região Norte. Tabela 2 - Participação relativa de Rondônia no VAB do Brasil e do Norte (em %). Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 RO/BR 0,55 0,59 0,60 0,62 0,57 0,58 0,62 0,65 0,65 0,70 0,70 RO/NO 11,37 12,08 11,83 12,20 10,93 11,31 11,74 12,51 11,64 12,42 12,82 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. De 2002 a 2012, Rondônia aumentou sua participação relativa no VAB do país e da região Norte, chegando, respectivamente, a 0,70% e 12,82% do total no último ano da série analisada. 4.3 Valor Adicionado Bruto da Agropecuária Estão relacionadas, no gráfico abaixo, as evoluções dos VABs agropecuários dos estados da região Norte de 2002 a 2012. 18 Gráfico 5 - Valor Adicionado Bruto da Agropecuária a preços básicos dos Estados da Região Norte (Em R$ milhões). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Os VABs da agropecuária relativos aos estados da região Norte mostram muitas oscilações. O estado do Pará liderou com certa folga até 2008 quando Rondônia, segundo colocado até então, reduziu consideravelmente o hiato do VAB, para, em 2009 e 2010, figurar em primeiro lugar. Em 2011, ambos os estados observaram uma redução dos seus respectivos VABs, ocasião em que o Pará recuperou a primeira posição. No biênio 2002-2003, o Amazonas figurou como terceiro colocado, mas, no ano seguinte, abriu espaço ao estado de Tocantins que se manteve na posição até ser ultrapassado pelo Amazonas em 2010. Acre, Roraima e Amapá mantiveram suas respectivas posições em toda a série. Constam, no gráfico 6, as taxas de crescimento dos VABs agropecuários do estado de Rondônia, da região Norte e do Brasil. Gráfico 6 – Variação do Valor Adicionado Bruto da Agropecuária do Brasil, Região Norte e Rondônia (Valores constantes de 2002). Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. O crescimento acumulado do setor agropecuário de Rondônia, de 2002 a 2012, atingiu 76,62%, com uma taxa anual de 7,66%. O resultado mais expressivo ocorreu em 2003, ao avançar 31,86%, seguido de 27,33%, em 2008. Os resultados negativos, por sua vez, deram-se no biênio 2005-2006, com recuos de 0,76% e 10,50%, respectivamente, e em 2010, quando decresceu 3,15%. O estado superou, na média de crescimento, o Norte (3,05%) e o Brasil (1,66%); em consequência, o crescimento acumulado também foi maior que o da região (30,47%) e do país (16,63%). Na tabela 3, denota-se a contribuição do VAB agropecuário de Rondônia para os VABs da região Norte e do Brasil. Tabela 3- Participação relativa de Rondônia no VAB da Agropecuária do Brasil e do Norte (em %). Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 RO/NO 18,50 21,68 24,08 23,60 21,71 23,72 26,91 28,94 26,16 27,10 26,40 RO/BR 1,63 1,84 1,91 2,23 2,01 2,12 2,40 2,71 2,61 2,58 2,69 19 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Como seria natural supor, o estado aumentou sua participação relativa no VAB da agropecuária, tanto da Região Norte quanto do Brasil. Nos 11 anos considerados, Rondônia saltou de 18,50% para 26,40% do total do Norte; e de 1,63% para 2,69% do total do país. Entre os estados da região Norte, Rondônia, entre 2002 e 2008, manteve-se em segundo lugar no ranking dos valores adicionados brutos da agropecuária. Em 2009, ultrapassou o Pará, líder até então, e alcançou o maior VAB agropecuário, mantendo-se na primeira posição em 2010, para voltar ao segundo lugar em 2011. Não surpreende, portanto, que Rondônia tenha respondido por pouco mais de um quarto do VAB da região Norte em 2012. A tabela 4 apresenta a participação do VAB agropecuário no VAB total dos estados do Norte, na região Norte e no Brasil. Tabela 4 - Participação do Valor Adicionado Bruto da Agropecuária no VAB total dos Estados do Norte, da Região Norte e do Brasil (em %). Brasil Anos 2002 6,62 2003 7,59 2004 6,91 2005 6,91 2006 5,17 2007 4,75 2008 5,91 2009 5,63 2010 5,97 2011 4,85 2012 5,32 Norte 12,11 14,40 10,82 12,12 9,41 7,85 10,03 10,18 10,27 8,61 9,96 Rondônia 19,71 25,88 22,03 23,56 20,32 15,04 23,01 23,56 23,92 18,13 20,51 Acre 16,99 24,30 18,37 22,05 18,73 11,35 18,57 17,24 18,35 18,17 18,28 Amapá 4,19 5,74 3,25 5,91 2,65 1,71 3,78 3,25 3,57 2,95 3,24 Amazonas 7,21 7,85 4,69 6,03 4,42 3,63 5,40 5,14 7,40 5,76 7,37 Pará 12,51 13,67 9,04 10,79 7,93 7,11 7,08 7,36 6,89 5,79 7,22 9,87 10,13 10,98 8,72 6,68 7,24 Roraima 20,61 24,50 23,70 21,88 20,78 18,09 Tocantins Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. 6,44 5,65 4,98 4,31 4,72 20,80 20,64 17,85 17,38 16,33 Constata-se, a partir da tabela acima, que o setor agropecuário tem importante peso na economia rondoniense. Não obstante as oscilações, a contribuição da agropecuária manteve-se muito próxima dos 20% do VAB total do estado em boa parte dos anos analisados, à exceção do ano de 2007. Os VABs do Norte e do Brasil também recebem importante contribuição desse setor, embora tenha importância relativa menor do que outros setores da economia. Acre e Tocantins são estados que também mantêm forte dependência da agropecuária para gerar riquezas. Tabela 5 - Tabela Geral de Resultados: Crescimento, participação relativa do VAB da Agropecuária e composição da Agropecuária no VAB total. RO NO BR Média VAB Agropecuária 7,66% 3,05% 1,66% Média VAB Total 6,57% 5,16% 3,67% 20 76,62% 30,47% 16,63% 65,66% 51,64% 36,74% Acumulado VAB Agropecuária Acumulado VAB Total Participação VAB Agropecuária 2002 2012 RO/NO 18,50% 26,40% RO/BR 1,63% 2,69% 2002 2012 19,71% 20,51% 12,11% 6,62% 9,96% 5,32% VAB Agropecuária em relação ao VAB total Rondônia Norte Brasil Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015. Com intuito de facilitação na compreensão dos dados, a tabela geral é dividida em três partes: Crescimento médio e acumulado de Rondônia, Norte e Brasil, Participação do VAB da agropecuária em relação ao Norte e ao Brasil e por último a Participação do VAB da Agropecuária na composição do VAB total de Rondônia, do Norte e do Brasil. É notório o crescimento maior do setor agropecuário no estado de Rondônia quanto comparado a níveis regionais e nacionais, tanto a nível médio quanto a nível acumulado no período analisado. A elevação da participação da agropecuária rondoniense em relação ao Norte e ao Brasil corrobora com tal afirmativa. Rondônia tornou-se mais expressiva perante à região e ao contexto nacional. Em última pontuação, nota-se, também, que o VAB da agropecuária ganhou peso na composição do VAB total no estado de Rondônia, enquanto a região Norte e o Brasil tiveram queda. Quanto aos motivos de tais fatos, ficarão para estudos posteriores a este com intuito de explicar o porquê este setor teve elevação em Rondônia e queda na região Norte e Brasil. 5 CONCLUSÕES O PIB de Rondônia cresceu acima da média da região Norte e do país, mas nem sempre acompanhou as oscilações, e aumentou sua representatividade no PIB brasileiro. Em termos de VAB, mostrou-se também muito superior, ao crescer acima da média nacional e regional. Ao longo da série, o VAB rondoniense representou sempre mais do que 10% do VAB da região Norte. Esses fatos são corroborados pela terceira posição que o estado ocupou entre os maiores PIBs e VABs da região Norte entre os anos de 2002 e 2012. O valor adicionado pela agropecuária 21 evoluiu de forma bastante forte, a ponto de Rondônia disputar com o Pará a primeira posição dos maiores VABs do Norte. A taxa média de crescimento do setor em Rondônia (7,66%) foi superior à média regional (3,05%) e nacional (1,66%). O estado confirmou a força de seu setor agropecuário ao representar, exceto em 2002, sempre mais de um quinto do VAB agropecuário da região Norte, e ao chegar, em 2012, a um quarto do total. Internamente, o setor respondeu, na maior parte da série, por aproximadamente um quinto do VAB total do estado, representatividade que só encontra semelhanças nos estados do Acre e do Tocantins. Em contraponto à região e ao Brasil, a agropecuária apresentou crescimento percentual na composição do VAB total, ou seja, enquanto a Região Norte o Brasil possuíram queda do setor agropecuária na formação do VAB total (2,15% e 1,30%, respectivamente), o estado de Rondônia possuiu aumento quanto a esta variável (0,80%). Tal fato é corroborado pelo crescimento do setor acima dos níveis regional e nacional. Ao passo que Rondônia cresceu seu VAB acumulado da agropecuária em 76,62%, o Norte obteve 30,47% e o Brasil atingiu 16,63% no intervalo temporal estudado. A consequência foi uma elevação no nível de participação relativa do estado perante a Região Norte e ao Brasil (7,90% e 1,06%, respectivamente) no período analisado. Por fim, é possível afirmar que a agropecuária de fato cresceu acima da média regional e nacional e que o estado de Rondônia tem nesse setor uma importante fonte de geração de riquezas e renda, capaz de impulsionar o desenvolvimento regional. Portanto, as políticas industriais e setoriais tornam-se imprescindíveis para que as vantagens comparativas e os recursos locais sejam aproveitados da melhor forma a fim de proporcionar a maximização do crescimento econômico de Rondônia, visando, assim, a maximização no desenvolvimento do estado de Rondônia. Ressalta-se que tais políticas deverão ser objeto de estudos futuros para conhecimento de quais delas obtiveram maior eficácia ao setor para que se atingisse tal nível. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos do Agronegócio. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2007. BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 22 BRASIL. Banco da Amazônia. Financiamento de Empresas. Disponível em: <http://www.bancoamazonia.com.br/index.php/ro-menu-empresa/39-financiamentoempresa>. Acesso: 17/12/2015. BRASIL. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Áreas de atuação: Agropecuária. 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