efeitos do treino de marcha eletromecânico e órtese robótica na

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EFEITOS DO TREINO DE MARCHA ELETROMECÂNICO E ÓRTESE
ROBÓTICA NA REABILITAÇÃO DO PACIENTE COM LESÃO
MEDULAR
Renata Rodrigues Martins
Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada
End. Eletrônico: [email protected]
Profa. Dra. Cejane Oliveira Martins Prudente
RESUMO
EFEITOS DO TREINO DE MARCHA ELETROMECÂNICO E ÓRTESE ROBÓTICA
NA REABILITAÇÃO DO PACIENTE COM LESÃO MEDULAR
Renata Rodrigues Martins; Cejane Oliveira Martins Prudente
Introdução: Avanços tecnológicos direcionados a indivíduos com déficits de locomoção
como ocorre na lesão medular surgem como uma nova modalidade terapêutica para
tratamento da função da marcha. Objetivo: Analisar os efeitos do treino de marcha
eletromecânico e órtese robótica na reabilitação do paciente com lesão medular. Métodos:
Revisão de literatura, descritivo e exploratório, com estudos publicados no período de 2000 a
2011, nos idiomas inglês e português, pesquisados na fonte de dados PubMed e LILACS.
Foram excluídos os estudos de revisão de literatura. Resultados: Órteses robóticas e treino
de marcha eletromecânico são modalidades terapêuticas com eficiência semelhante ao treino
locomotor manual, porém as vantagens da mecanização estão presentes e são ressaltadas por
terapeutas e pacientes. Conclusão: A tecnologia associada à reabilitação veio como um novo
recurso dinâmico e motivador, possibilitando terapias mais longas e menos exaustivas, e
repetição de movimento, gerando aprendizado motor. Porém, mais pesquisas devem ser
realizadas para obter resultados mais fidedignos.
Palavras-chave: lesão medular, órtese robótica, robótica, treino de marcha, reabilitação.
INTRODUÇÃO
A lesão medular (LM) ocorre quando a medula espinhal é danificada como resultado
de um trauma, processo de doença ou efeitos congênitos, com manifestações clínicas
dependentes da extensão e localização da lesão (UMPHRED, 2004).
Nos Estados Unidos, a incidência anual de LM não incluindo aqueles que morrem no
local do acidente é de aproximadamente 40 casos por milhão de habitantes e cerca de 12.000
novos casos a cada ano. O número de pessoas nos Estados Unidos com LM é de
aproximadamente 265.000 pessoas (UNIVERSITY OF ALABAMA, 2011).
A LM traz consequências na redução da qualidade de vida, custos associados aos
cuidados de saúde e impacto na vida produtiva de adultos jovens, faixa etária mais acometida.
A expectativa de vida para pacientes com LM tem aumentado, mas ainda está um pouco
abaixo das pessoas sem lesão. Nos últimos anos, a principal causa de morte foi insuficiência
renal, mas os cuidados urológicos tiveram avanços. Entretanto, as causas de morte que
parecem ter o maior impacto sobre a expectativa de vida reduzida para esta população são a
pneumonia e septicemia (UNIVERSITY OF ALABAMA, 2011).
O processo de reabilitação é abrangente, incluindo prevenção, reconhecimento
precoce, tratamento com o paciente internado, tratamento ambulatorial e reintegração na
comunidade, sempre com equipe interdisciplinar (UMPHRED, 2004).
De acordo com as atuais Teorias de Controle Motor, no modelo hierárquico, a unidade
básica de nível medular é o reflexo, conhecido como gerador de padrão central (GPC),
encontrados em muitos vertebrados, inclusive em humanos. Os GPCs são diagramados como
osciladores para demonstrar sua atividade rítmica. Uma metade do oscilador controla
sinergias flexoras, e a outra metade controla sinergias extensoras, controlando assim os
músculos do membro inferior inteiro (UMPHRED, 2004).
Com isso, os GPCs são redes neurais localizadas na medula espinhal que produzem
impulsos rítmicos, contribuindo para a função da marcha, ativando neurônios motores
inferiores, provocando flexão e extensão alternadas nos quadris e joelhos. Os GPCs são
ativados quando a pessoa voluntariamente envia sinais a partir do encéfalo para os geradores
na medula espinhal para iniciar a marcha (LUNDY-EKMAN, 2008).
Muitos indivíduos com LM incompleta possuem o tronco e os membros inferiores
fracos ou paralisados, apresentam déficits sensoriais e espasticidade, podendo tornar difícil a
prática repetida de deambulação em solo. Com isso, o treino locomotor (TL) em esteira com
suspensão parcial de pelo (SPP) foi criado para permitir que o indivíduo com LM pratique a
marcha de uma forma segura, com peso nos membros inferiores, forçando o uso das pernas e
do tronco em uma marcha com repetição (BACKUS e TEFERTILLER, 2008).
O TL manual com SPP necessita de até dois terapeutas treinados para facilitar
manualmente o padrão de marcha para cada perna, e uma pessoa para facilitar a estabilidade e
movimento do quadril. Além disso, uma quarta pessoa controla a velocidade da esteira e a
quantidade de SPP. Uma crítica comum do LT manual é que se trata de trabalho exaustivo
para os terapeutas, principalmente quando há fraqueza extrema de membros inferiores e
tronco, ou presença de espasticidade grave (BACKUS e TEFERTILLER, 2008).
Alguns empreendimentos foram criados para automatizar o TL, como um
exoesqueleto de órteses robóticas (Driven Gait Orthosis – DGO) como o sistema Lokomat ®, e
o treino eletromecânico (Gait Trainer – GT) com placas fixadas nos pés que movimentam os
membros inferiores na fase de apoio e balanço, como o LokoHelp ®, e o HapticWalker® no
qual o paciente é posicionado sobre duas placas nos pés e seus movimentos são programáveis
em três graus de liberdade, de modo que o paciente não só pode andar, mas também pode
realizar a prática de subir e descer escadas (SCHMIDT et. al, 2007; COLOMBO et. al, 2001;
HESSE, et. al, 2004; HESSE, et. al, 2009).
O TL robótico, como o sistema Lokomat ®, permite o ajuste de vários parâmetros como
velocidade, amplitude de movimento dos quadris e joelhos, orientação de força, que consiste
na capacidade de diminuir o percentual de condução do robô na determinação do padrão de
marcha, podendo ser reduzida quando o paciente melhora a função, garantindo participação
ativa do paciente, e biofeedback visual fornecido em uma tela. O Lokomat ® também fornece a
capacidade de gravar dados numéricos em relação à força gerada nas quatro articulações que
podem ser comparados ao longo do tempo durante o processo de recuperação (BACKUS e
TEFERTILLER, 2008).
O TL robótico possui vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, pode-se destacar
um treino por longo período, necessidade de apenas um terapeuta sem exigência de esforço
físico, possibilidade de o terapeuta reduzir a quantidade de assistência fornecida, melhor
manejo com espasticidade e fornecer padrão simétrico ao longo da sessão. Dentre as
desvantagens, inclui-se a possibilidade de ser uma modalidade completamente passiva, os
graus de liberdade de quadril e tronco são limitados, os tornozelos são definidos em
dorsiflexão passiva, e velocidade limitada a 3,2 km/h, além do alto custo (BACKUS e
TEFERTILLER, 2008).
Estudos sobre os mecanismos de neuroplasticidade, como reorganização cortical após
uma lesão, reparação do sistema nervoso central, e aprendizado tem levado ao
desenvolvimento de novos conceitos de treinamento através do princípio de repetição e
prática, apresentando bons resultados (TAUB et. al, 2002). Estudos mostram que o treino de
marcha com dispositivos robóticos produz mudanças mensuráveis na excitabilidade cortical e
da coluna vertebral em indivíduos saudáveis (BLICHER e NIELSEN, 2009).
A restauração da marcha passou a ser baseada na abordagem de introdução de uma
tarefa específica com treinamento repetitivo. As máquinas de reabilitação surgem para
contribuir para a restauração da marcha, especialmente para pacientes severamente afetados.
Elas minimizam o trabalho manual repetitivo e forçado dos fisioterapeutas e permitem um
aumento na intensidade de treinamento para os pacientes, fator importante na aprendizagem
motora. Para o incremento da função locomotora, o treino de marcha livre deve ser aplicado,
podendo ser necessário o auxilio de fisioterapeutas (SCHMIDT et. al, 2007).
Avanços tecnológicos direcionados a indivíduos com déficits de locomoção como
ocorre na LM surgem como uma nova modalidade terapêutica para tratamento da função da
marcha que necessita ser avaliada e analisada para identificar qual o grupo de pacientes
podem ser beneficiados dentre lesões completas e incompletas.
Desta forma, esta revisão de literatura tem como objetivo analisar os efeitos do treino
de marcha eletromecânico e órtese robótica na reabilitação de pacientes com lesão medular.
METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura, descritivo e exploratório tendo como
objeto de estudo deste trabalho a produção científica sobre o tema, existente em periódicos
indexados.
A seleção dos artigos seguiu os seguintes critérios de inclusão: estudos experimentais;
publicados no período de 2000 a 2011, sendo possível, assim, reunir pesquisas recentes; e
estudos com o objetivo de avaliar os efeitos do treino de marcha utilizando dispositivos
mecânicos em pacientes com LM. Os idiomas dos artigos incluídos foram inglês e português,
disponíveis na U.S. National Library of Medicine National Institutes of Health, pesquisados
na fonte de dados PubMed no endereço eletrônico http://www.pubmed.gov, e na Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), disponível no endereço eletrônico http://www.bireme.br, onde foi
pesquisada a base de dados da Literatura da América Latina e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS). Livros relacionados à reabilitação neurológica foram utilizados para
embasamento teórico. Foram excluídos os estudos de revisão de literatura.
O material foi, inicialmente, selecionado por meio da leitura dos resumos dos artigos,
possibilitando a aceitação ou rejeição no trabalho. Posteriormente, procedeu-se à busca dos
artigos completos no Pubmed e LILACS. Os artigos indisponíveis na íntegra nas fonte de
dados citadas foram solicitados ao Ministério da Saúde.
Os descritores que nortearam a pesquisa foram: lesão medular (spinal cord injury),
órtese robótica (robotic orthosis), robótica (robotics), treino de marcha
(gait training),
reabilitação (rehabilitation).
Foram extraídas as informações-chave dos artigos selecionados em um instrumento de
coleta de dados, apresentando as seguintes informações: autor, ano, periódico, idioma, país da
pesquisa, tipo de estudo, objetivo, amostra, procedimento/instrumentos e resultados. Foi
realizada uma análise crítica dos estudos, os resultados foram interpretados e discutidos, e
posteriormente apresentados através de uma síntese do conhecimento.
RESULTADOS
Os efeitos do treino de marcha eletromecânico e órtese robótica na reabilitação de
pacientes com LM foram encontrados em oito artigos no idioma inglês que contemplavam o
objeto de discussão do presente estudo, como pode-se observar no Quadro 1.
Não foram encontrados artigos no idioma português sobre o uso destas modalidades de
TL em lesados medulares. Este fato pode ser explicado devido a poucas pesquisas com estas
tecnologias de reabilitação que são consideradas práticas recentes no Brasil, e pesquisas em
relação ao grupo de estudo escolhido não terem sido realizadas com estes dispositivos no país.
Em estudo de dois casos, um paciente nível C3 incompleto com capacidade de mover
os membros inferiores, porém incapaz de andar, e um paciente nível C5 completo, ambos com
espasticidade de moderada a severa, foi pesquisado a eficiência do TL manual e robótico com
Lokomat®. Para interpretar os efeitos do TL nos circuitos neuronais da medula espinhal foi
utilizado eletromiografia (EMG) para verificar a atividade muscular do reto femoral, bíceps
femoral, gastrocnêmio medial, e tibial anterior (COLOMBO et. al, 2001).
Quadro1. Dados referentes aos artigos incluídos no estudo. Goiânia, Goiás, 2011.
Autor
Ano
Periódico
Idioma
País
Colombo
G, et al.
2001
Spinal
Cord
Inglês
Suíça
Tipo
de
estudo
Estudo
de caso
Objetivo
Amostra
Procedimento
Instrumentos
Resultados
Comparar os
efeitos entre o
TL manual e o
TL robótico.
Descrever a
técnica de treino
eletromecânico
com FES.
2 lesados
medulares:
C3 incompleto
C5 completo
1 tetraparético
2 paraparéticos
1 cauda eqüina
incompleta
EMG dos
músculos dos
membros
inferiores.
25 min. de
treino,
totalizando 25
sessões, mais
terapia regular.
Não houve diferença
significativa entre os
dois métodos.
Hesse S,
Bardeleb
en A.
2004
Spinal
Cord
Inglês
Alemanha
Estudo
de caso
Hornby
T, et al.
2005
Physical
Therapy
Inglês
USA
Estudo
de caso
Descrever a
recuperação
locomotora com
TL.
Determinar se o
TL robótico
pode aumentar a
mobilidade
funcional.
Avaliar a
atividade
muscular
durante TL
robótico em LM
e pessoas
saudáveis
Avaliar uma
sequência de TL
manual e TL
robótico.
3 lesados
medulares
incompletos
TL robótico
seguido de TL
manual
Wirz M,
et al.
2005
Arch
Phys Med
Rehabil
Inglês
Alemanha
Estudo
de caso
20 lesados
medulares
crônicos:
9 ASIA C e 11
ASIA D.
9 indivíduos
saudáveis
(controle) e 13
LM completa,
ASIA A e
ASIA B
TL com órtese
robótica com
SPP em esteira.
Lunenbu
rger L,
et al.
2006
Exp Brain
Res
Inglês
Suíça
Estudo
casocontrol
e
TL com
Lokomat em
três velocidades
diferentes, com
avaliação EMG.
Amplitude
eletromiográfica dos
LM, de BF, TA, GM
foram semelhantes.
Backus
D,
Tefertille
r C.
2008
Top
Spinal
Cord Inj
Rehabil
Inglês
USA
Estudo
de caso
2 lesados
medulares
incompletos
TL robótico
seguido de TL
manual com
FES
Estudo
random
izado,
crossover
Comparar os
efeitos de duas
formas de treino
de marcha com
SPP, número de
terapeutas e seu
nível de esforço.
16 pacientes
entre LM,
traumatismo
craniano e
acidente
vascular
cerebral.
Treino
eletromecânico
em comparação
com TL em
esteira ou solo
com auxilio do
terapeuta.
Melhora nas
transferências,
capacidade de
deambular, distância,
velocidade e fluidez da
marcha.
Sem diferenças
significativas entre os
dois treinos. Menor
esforço e menos
terapeutas no TL
automatizado.
Freivogel
S, et al.
2009
J Rehabil
Med
Inglês
Alemanha
Hesse S,
Werner
C.
2009
Brain
Research
Bulletin
Inglês
Alemanha
Estudo
de caso
Avaliar a
capacidade de
deambulação
após treino TL
automatizado
9 lesados
medulares
crônicos e 14
lesados
medulares
agudos.
Treino
eletromecânico.
Maior tolerância dos
pacientes e terapeutas ao
treino. Melhoras na
marcha, e maior
descarga de peso nos
membros inferiores
2 pacientes recuperaram
a marcha sobre o solo e
o outro melhorou
velocidade e resistência.
Melhora da velocidade,
resistência, e atividades
funcionais.
Benefícios em controle
de tronco, diminuição da
espasticidade,
capacidade de
deambulação e uso de
dispositivos auxiliares.
Legenda:
TL: treino locomotor
EMG: eletromiografia
TA: tibial anterior
LM: lesão medular
BF: bíceps femoral
FES: estimulação elétrica
funcional
ASIA: American Spinal
Injury Association
GM: gastrocnêmio medial
Os pacientes relataram que treino automatizado foi mais confortável que o manual,
provavelmente devido ao motivo de terem alcançado um padrão de marcha mais regular e
fisiológico com o uso do Lokomat ®. A amplitude eletromiográfica máxima dos quatro
músculos da perna foi ligeiramente maior durante o TL manual comparado ao robótico no
paciente com lesão incompleta. Já no paciente com lesão completa, a amplitude foi maior no
treino com Lokomat ®. Em síntese, os resultados demonstraram que os efeitos foram
semelhantes nos dois tipos de treino (COLOMBO et. al, 2001).
Estimulação elétrica funcional (FES) é capaz de excitar fibras sensoriais e motoras. A
combinação com o LT robótico ou manual fornece outros meios adequados para promover
menos ativação da espasticidade e padrões anormais de movimento e facilitar estímulos
sensoriais e movimentos apropriados em indivíduos com LM incompleta (BACKUS e
TEFERTILLER, 2008).
A combinação do treino de marcha eletromecânico com o uso de FES foi relatada em
estudo de caso com amostra composta por quatro pacientes lesados medulares com mais de 3
meses de lesão (1 tetraparético, ASIA D; 2 paraparéticos, ASIA D e ASIA C; 1 cauda eqüina
incompleta, ASIA C). Cadência, largura de passo e velocidade (0 a 2.5 km/h) podiam ser
ajustados individualmente no treino eletromecânico. O treino teve velocidade variando entre
1.0 e 2.0 km/h. O FES foi ajustado para uma contração forte, porém tolerável, que estimulou
quadríceps e bíceps femoral em ambos os membros inferiores para extensão dos joelhos
durante a fase de apoio. A SPP foi reduzida o mais rápido possível para permitir a descarga
total do membro. A terapia teve duração de 20 a 25 minutos, com pausas opcionais a cada 5
minutos. Os pacientes foram submetidos a um tratamento de 25 sessões, associado à
reabilitação convencional (HESSE, et. al, 2004).
A prática repetitiva de 800 a 1200 passos por sessão por um período de cinco semanas
resultou em uma melhor capacidade funcional da marcha nos quatro indivíduos pesquisados.
A análise revelou uma marcha mais consistente, simétrica, dinâmica, e com maior descarga de
peso nos membros inferiores. A máquina foi projetada para reduzir o esforço durante o TL,
assim, os terapeutas sentados na frente dos pacientes assistiam a extensão do joelho em
combinação com o FES, e cada vez menos assistência foi exigido durante o tratamento. O
FES, além de ser aplicado para estabilizar os joelhos na fase de apoio, a eletroestimulação
promove fortalecimento muscular, melhora da circulação e mineralização óssea (HESSE, et.
al, 2004).
Em estudo com três lesados medulares incompletos, ambos ASIA C, foi realizado
treino de marcha com SPP e Lokomat ® com velocidade entre 2.0 e 2.5 km/h, distância
máxima percorrida de 1 km por sessão, e duração de 1 hora incluindo tempo de configuração
e pausas para descanso. O paciente era estimulado a gerar movimentos voluntários durante o
TL robótico, no qual o sistema identificava essas forças geradas, e lhe era oferecido feedback
auditivo e visual sobre sua locomoção. Caso o paciente realizasse grande movimentação
voluntária e controle postural mais eficaz, a terapia passava a ser de TL manual com SPP,
realizado com a finalidade de incentivar o movimento voluntário, aumentar a velocidade da
esteira até 5.0 km/h, e minimizar informações sensoriais conflitantes entre a órtese robótica e
o paciente, a fim de melhorar o desempenho da locomoção. O TL manual era encerrado
quando o paciente atingia um platô de quatro semanas em aquisições motoras e funcionais.
Neste estudo foi associado fisioterapia convencional e terapia ocupacional (HORNBY et. al,
2005).
Os resultados desta sequência de treinamento foram positivos. O paciente 1,
inicialmente ASIA C, ao longo de vinte semanas (60 sessões) mudou sua classificação para
ASIA D. Ele realizou TL robótico por oito semanas com SPP de 75% e velocidade de 2.0
km/h. O TL manual iniciou na 9ª semana, teve SPP final de 15% e velocidade incrementada
para 4.0 km/h. Ao final do tratamento, o paciente 1 foi capaz de realizar deambulação em solo
com duas muletas, teve aumento da força muscular resultante dos membros inferiores (6/50
para 48/50), foi classificado como independência modificada, e teve melhoras na velocidade e
distância durante testes específicos (HORNBY et. al, 2005).
O paciente 2 teve resultados semelhantes ao paciente 1, modificando de ASIA C para
ASIA D ao longo de dezesseis semanas (48 sessões), utilizando TL robótico por nove
semanas com SPP inicial de 59% e velocidade de 2.0 até 2.5 km/h. O treino com assistência
manual iniciou na décima semana, teve SPP final 0%, velocidade incrementada até 5.0 km/h.
Ao final do tratamento, o paciente 2 teve aumento da força muscular resultante dos membros
inferiores (19/50 para 50/50), capacidade de deambular com andador e sem assistência, foi
classificado como independência modificada, e teve melhoras na velocidade e distância
durante testes específicos (HORNBY et. al, 2005).
O paciente 3, ASIA C, permaneceu nesta classificação durante todo o tratamento de
dezesseis semanas (39 sessões). Uma intercorrência relacionada com o diagnóstico
neurológico inicial ocorreu durante este período. O paciente 3 utilizou TL robótico por seis
semanas, com SPP inicial de 46% e velocidade de 2.0 a 2.5 km/h. O TL manual iniciou na 7ª
semana, sua SPP final foi de 12%, e velocidade de 4.5 km/h. O paciente permaneceu com
dados semelhantes aos iniciais, com a mesma força muscular de 31/50, capacidade de
deambular com andador e sem assistência, e classificado como independência modificada,
porém velocidade e distância foram incrementados durante testes específicos (HORNBY et.
al, 2005).
Sempre que possível, o TL foi realizado sem o dispositivo robótico, como uma
segunda fase da terapia, utilizando SPP com a assistência de somente um terapeuta, a fim de
aproximar a marcha da cinemática normal. O estudo não elucidou se as duas formas de treino
de marcha são equivalentes ou uma superior a outra (HORNBY et. al, 2005).
Um dos estudos com maior amostra foi de vinte lesados medulares incompletos,
dentre eles, nove ASIA C e onze ASIA D, sendo onze tetraplégicos e nove paraplégicos,
todos crônicos, com 2 a 17 anos de lesão. Dentre eles, 16 tinham habilidade de andar por 10m.
com dispositivos auxiliares e auxilio de uma pessoa e 4 tinham a deambulação como principal
modo de locomoção na comunidade. O estudo compreendeu um período de 26 a 37 sessões de
45 min. com Lokomat ®, e sem fisioterapia complementar. O SPP foi reduzida gradativamente,
chegando de 0 a 5%, e velocidade até 0.66m/s (WIRZ et. al, 2005).
O estudo não apresentou mudanças significativas na capacidade de deambulação e uso
de dispositivos auxiliares. Apenas dois sujeitos obtiveram melhoras neste aspecto, passando
do uso de duas muletas para uma, e uso de uma muleta para marcha sem auxilio. Houve
melhoras significativas na velocidade e resistência da marcha na maioria dos participantes,
além da melhora na força muscular de membros inferiores e redução da espasticidade
extensora (WIRZ et. al, 2005).
Em estudo com grupo controle no qual participaram nove indivíduos sem déficit
neurológico e treze sujeitos com LM completa, ASIA A e ASIA B, nível de lesão entre C4 e
L1, e sem sinais de danos nos nervos periféricos. Dentre o grupo experimental, 8 utilizavam
medicamento anti-espástico. Neste estudo, foi realizado EMG dos músculos dos membros
inferiores durante o treino com Lokomat ®, com SPP de 70%, e em três velocidades diferentes
(1.5, 2.0 e 2.5 km/h), cada um por 20 ciclos de marcha. A duração total de um experimento foi
cerca de 60 min. O grupo controle foi instruído para caminhar passivamente na órtese
robótica, depois andar ativamente na mesma, e por último, andar na esteira com a mesma SPP
sem a órtese robótica (LUNENBURGER et. al, 2006).
Todos os indivíduos foram capazes de andar nas três velocidades dentro da Lokomat ®
sem problemas e sem fadiga. Nos indivíduos com LM, a amplitude eletromiográfica de bíceps
femoral, tibial anterior e gastrocnêmio medial, foram em geral, semelhantes ou mais fracos do
que na forma passiva e ativa do grupo controle, mas a amplitude de reto femoral foi maior. O
grau de co-ativação entre tibial anterior e gastrocnêmio foi maior nos lesados medulares do
que no grupo controle. A amplitude eletromiográfica foi velocidade dependente em ambos os
grupos. Os lesados medulares tiveram modulação na EMG semelhante à marcha ativa com
Lokomat® do grupo controle (LUNENBURGER et. al, 2006).
Em um programa intensivo de em média três vezes por semana com 3 horas por sessão
para reabilitação de LM incompleta subaguda baseado em TL manual e/ou robótico, com ou
sem FES e fortalecimento intensivo de membros inferiores, superiores e tronco, com critérios
pré-estabelecidos de orientação adequada para o tipo de treino, foram pesquisados dois
lesados medulares que haviam sido submetidos ao TL manual e tratamento convencional
anteriormente, porém tinham atingido um platô de ganhos motores (BACKUS e
TEFERTILLER, 2008).
O primeiro paciente (C3-C4) com dois anos de lesão, necessitava de máxima
assistência para andar pequenas distâncias com andador e dependente nas transferências,
realizou TL robótico e treino de marcha em solo com FES bilateral por três meses, passando
assim para o TL manual com FES devido aos ganhos em distância e assistência moderada.
Após 10 meses de 9 horas semanais de tratamento, o sujeito foi capaz de deambular por
longas distâncias, com menos assistência, utilizando ou não FES, e com melhora na
velocidade e fluidez da marcha. O segundo paciente (C5-C6) com um ano de lesão,
necessitava de assistência máxima para andar pequenas distâncias com andador realizou TL
robótico e em solo com FES bilateral por 9 semanas, passando assim para o TL manual com
FES devido aos ganhos em distância e assistência mínima. Ao final de 4 meses de tratamento
intensivo, o paciente obteve melhoras em distância, força muscular, transferências e
necessidade de apenas supervisão (BACKUS e TEFERTILLER, 2008).
Em estudo randomizado do tipo cross-over, participaram da pesquisa dezesseis
pacientes não ambulatoriais, com incapacidade de deambular, após traumatismo crânio
encefálico, acidente vascular cerebral ou lesão medular, sendo a maioria crônicos. Os sujeitos
receberam dois tipos de treino de marcha com SPP, ambos com assistência de terapeutas de
acordo com a necessidade. O protocolo A consistiu em vinte sessões de TL com dispositivo
eletromecânico (LokoHelp®), com velocidade de 0 a 2.5 km/h; e o protocolo B consistiu em
vinte sessões de TL em esteira ou solo, com velocidade de 0 a 5 km/h. De acordo o modelo
cross-over, todos os pacientes foram submetidos aos dois tipos de protocolos. O estudo teve
apenas um sujeito com LM, com incapacidade de andar com independência (FREIVOGEL et.
al, 2009).
A capacidade de marcha melhorou para todos os pacientes, com discreta superioridade
após a intervenção A, mas sem obter diferenças significativas. A velocidade foi semelhante
em ambos os protocolos, e a distância percorrida foi maior em 153 metros no TL
eletromecânico (protocolo A). O número de terapeutas necessários durante as sessões foi
significativamente inferior na intervenção A, não sendo necessário um segundo fisioterapeuta
para dar auxilio, contrário a intervenção B, nas quais 80 sessões de um total de 320 foram
necessário um segundo terapeuta. O desconforto dos pacientes foi discretamente maior
durante a intervenção A e o esforço foi discretamente menor. O desconforto e esforço físico
dos terapeutas foram significativamente menores durante o treino eletromecânico
(FREIVOGEL et. al, 2009).
Queixas e altos níveis de esforço foram relatados com mais freqüência na sequência de
intervenções B para A. As queixas foram registradas com menos freqüência durante o treino
em esteira quando os pacientes já haviam concluído o treino eletromecânico devido a uma
melhora do controle de tronco e capacidade de marcha (FREIVOGEL et. al, 2009).
Um estudo realizado com treino eletromecânico com pacientes lesados medulares em
treinamento por 4 a 6 semanas de treino diário analisou a capacidade de deambulação dos
sujeitos após o protocolo. Dentre os nove pacientes com lesão traumática e crônica, dois eram
ASIA B e paraplégicos e não recuperaram a capacidade de deambular e força muscular abaixo
da lesão, mas obtiveram melhoras na estabilidade de tronco, diminuição da espasticidade, e
maior agilidade nas transferências. Os outros sete participantes (ASIA C/D), dois eram
exclusivamente cadeirantes, e após o treinamento eles foram capazes de andar com andador
por cerca de 80 a 100m. Os demais, inicialmente eram capazes de andar com andador ou duas
muletas em distâncias entre 50 a 100m, e após o protocolo, tiveram melhoras em velocidade
de marcha e distância (HESSE, et. al, 2009).
Os pacientes com lesão não traumática foram admitidos de duas semanas a três meses
após LM, sendo assim, pacientes considerados agudos e subagudos. Dentre os quatorze
pacientes, dois eram ASIA B, sendo que um manteve-se cadeirante e outro tornou-se
demabulador por 152m com uso de andador e órtese joelho-tornozelo-pé unilateral. Os seis
pacientes ASIA C não eram capazes de andar na admissão, e após o treino todos foram
capazes de andar em solo, e três conseguiram pelo menos um lance de escadas. Dentre os seis
pacientes ASIA D, quatro tornaram-se deambuladores ambulatoriais e dois, que já andavam
na admissão, obtiveram melhoras constantes (HESSE, et. al, 2009).
Alguns estudos demonstraram que os pacientes apreciam o treino de marcha em
dispositivos automáticos, pois o padrão de marcha pode tornar-se mais fisiológico e mais
confortável, remetendo a lembranças de como era a marcha antes da lesão (COLOMBO et. al,
2001; HESSE, et. al, 2004; HESSE, et. al, 2009).
O treino mecânico possui vantagens como a possibilidade de otimizar o padrão de
marcha em velocidade, amplitude de movimento e comprimento do passo, força,
possibilidade de treino prolongado e o terapeuta não ser mais submetido a um treino repetitivo
e não ergonômico, ressaltando que a máquina não irá substituir o terapeuta, pois este treino só
pode ser realizado com a supervisão de um profissional qualificado (COLOMBO et. al, 2001).
Com o uso da órtese robótica ou dispositivo eletromecânico, o TL necessita de menos
fisioterapeutas para iniciar e acompanhar a conduta em relação ao TL manual (HORNBY et.
al, 2005; WIRZ et. al, 2005; FREIVOGEL et. al, 2009). Os terapeutas, mesmo quando é
necessário algum auxilio dependendo do dispositivo, relataram que o treino mecânico
promove uma terapia mais ergonômica, menos exaustiva e de tempo mais prolongado
(COLOMBO et. al, 2001; HESSE, et. al, 2004; HESSE, et. al, 2009; FREIVOGEL et. al,
2009).
Dois estudos mostraram a combinação do uso do TL robótico com o TL manual com
critérios de para transição de um treino ao outro (BACKUS e TEFERTILLER, 2008;
HORNBY et. al, 2005). Isso mostra que as duas formas de TL podem ser complementares e
contemplam a melhora da marcha do paciente. Na prática clínica, isso poderia ser colocado
como uma forma de adequar os benefícios que as máquinas trazem aos pacientes até um nível
de aquisições motoras e posteriormente incrementar o treino de uma forma mais
independente.
Estudos os quais os pacientes estavam participando de terapias complementares,
administração de anti-espástico, e pacientes em período de recuperação neurológica
espontânea, podem ter sofrido interferência nos resultados exatos da eficiência do TL
automatizado. Aspectos clínicos, como nível da lesão, idade, tempo de lesão, classificação de
acordo com a ASIA, e habilidades motoras prévias não foram homogêneos na maioria dos
estudos.
O desafio para os terapeutas que reabilitam pacientes com lesões neurológicas será
decidir quais os indivíduos serão mais apropriados para intervenções automatizadas, a
intensidade e a duração das intervenções, e quando o dispositivo robótico não é mais
necessário. A prática de vários movimentos com assistência robótica pode ser útil na obtenção
dos movimentos próximo ao "normal" ou cinemática necessária para executar uma tarefa
(HORNBY et. al, 2005).
CONCLUSÃO
A restauração da marcha é o principal objetivo de pacientes com LM. Com isso, a
reabilitação da deambulação se torna uma grande preocupação para a equipe. A tecnologia
associada à reabilitação veio como um novo recurso dinâmico e motivador, possibilitando
terapias mais longas e menos exaustivas, e repetição de movimento, gerando aprendizado
motor.
Porém, se tratando de um modelo terapêutico considerado recente e de custo elevado,
mais pesquisas devem ser realizadas e analisadas para que a terapia com automatização da
marcha chegue ou não em um bom nível de evidencia. Estudos controlados que evidenciem a
relação entre praticidade clínica, eficácia e custo-eficiência devem ser realizados sem
conflitos de interesse. Traçar os benefícios do TL manual e robótico, e escolher o treino mais
adequado torna-se um desafio para a equipe, levando em consideração a viabilidade financeira
de ter mais terapeutas em uma sessão ou um dispositivo de alto custo, além de determinar
qual dispositivo e treino irá beneficiar o paciente com LM completa ou incompleta.
É fundamental o terapeuta conhecer a literatura relacionada e as características dos
dispositivos para a aplicação clínica baseada em evidências, facilitando a decisão sobre a
escolha do treino locomotor, bem como uma sequência apropriada de uso destas abordagens
para um determinado paciente.
REFERÊNCIAS
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clinical practice: suggestions for clinical decision making. Top Spinal Cord Inj Rehabil. v.
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2005.
ABSTRACT
EFFECTS OF ELECTROMECHANICAL GAIT TRAINIG AND ROBOTIC ORTHOSIS
IN REHABILITATION OF PATIENTS WITH SPINAL CORD INJURY
Introduction: Technological advances aimed at individuals with deficits in movement as
occurs in spinal cord injuries occur as a new therapeutic modality for treatment of gait
function. Objective: To analyze the effects of electromechanical gait training and robotic
orthosis in the rehabilitation of spinal cord injury patient. Methods: Literature review,
descriptive and exploratory studies published between 2000 to 2011, in English and
Portuguese, in the data source searched PubMed and LILACS. Excluded were studies of
literature review. Results: Robotic orthosis and electromechanical gait training are
therapeutic modalities with similar efficiency to the locomotor training manual, but the
advantages of mechanization are present and are highlighted by therapists and patients.
Conclusion: The technology associated with the rehabilitation came as a new feature
dynamic and motivating, enabling longer courses of therapy and less exhaustive repetition of
movement, generating motor learning. However, more research should be conducted to
obtain more reliable results.
Keywords: spinal cord injury, orthosis robotics, robotic, gait training, rehabilitation.
Pesquisadores:
Renata Rodrigues Martins
Fisioterapeuta
Cejane Oliveira Martins Prudente
Fisioterapeuta, Doutora em Ciências da Saúde e Docente do CEAFI PÓS-GRADUAÇÃO
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