atuação da fisioterapia em crianças com derrame pleural

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ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM CRIANÇAS COM DERRAME
PLEURAL: REVISÃO DE LITERATURA
SOUZA,AG1;ROSA,JCD1;JSA, AMÂNCIO2;
LIVEIRA,LHS3;RIOS,DFCR3;BAGANHA,RJ3
1
Aluno do curso de Pós Graduação de Fisioterapia do Instituto do Esporte Wanderley Luxemburgo.
2
Aluno do curso de Pós Graduação de Fisioterapia Respiratória da UNIARARAS.
3
Docente do curso de graduação em Fisioterapia e Educação Física da Universidade do Vale do Sapucaí.
[email protected]; [email protected]; [email protected];
Resumo- O Derrame Pleural (DP) consiste basicamente em qualquer volume de líquido acima de 10 ml no
espaço pleural, podendo ser unilateral ou bilateral. O acúmulo excessivo de líquido na cavidade pleural
ocorre deterioração da função pulmonar caracterizando distúrbios restritivo com redução dos alvéolos
funcionantes. Objetivo: através do levantamento bibliográfico abordar as principais técnicas fisioterapêuticas
utilizadas no tratamento de crianças com DP. As técnicas e recursos normalmente utilizados na literatura
para o tratamento dos pacientes portadores desta patologia são: Manobras de Higiene Brônquica,
Manobras de Expansão Pulmonar, pressão negativa, estimulação diafragmática, padrão respiratório
associado com exercícios de membros superiores e tronco, incentivadores respiratórios (Respiron e
Voldyne) e mudanças de decúbito. Conhecendo as principais técnicas da fisioterapia respiratória, o
fisioterapeuta terá maior embasamento teórico e prático para nortear seu atendimento, poderá melhorar ou
manter a qualidade de vida dos pacientes, diminuindo as limitações impostas pela doença na função
pulmonar através de técnicas específicas, diminuindo o tempo de internação dessas crianças.
Palavras-chave: Derrame Pleural, Fisioterapia
Área do Conhecimento: Ciências da Saúde
Introdução
O Derrame Pleural (DP) é causado por
extravasamento de proteínas para o espaço
pleural, em consequência do aumento da
permeabilidade capilar dos vasos pulmonares por
lesão endotelial secundária à ação de
substâncias produzidas pelo agente infeccioso ou
pela interação deste com o sistema imunológico
do paciente (BRITTO et al.,2005).
As
classificações
desse processo
infeccioso
dividiram-se
em
três
fases
anatomopatológicas consecutivas; fase aguda ou
exsudativa, inicial, caracterizada pela presença
de derrame pleural seroso; fase fibropurulenta,
caracterizada
pelo
acúmulo
de
polimorfonucleares, fibrina e pus, com tendência
à formação de lojas, aderências e septações
pleurais, e fase crônica ou de organização,
caracterizada pela proliferação de fibroblasto e
formação de membrana encarcerante do
parênquima pulmonar (SILVEIRA, 1999).
No Brasil, existem estudos localizados
em que a incidência de DP se encontra entre 20%
e 30% dos casos de pneumonia adquirida na
comunidade internados, em 2005, calcula-se que
o numero de pacientes internados foi de
aproximadamente 730.000, o que permite estimar
entre 140.000 e 210.000 casos de DP (CIRINO et
al., 2002).
A fisioterapia respiratória tem como objetivo
terapêutico principal a melhoria da função
pulmonar, enquanto que, em termos profiláticos,
busca-se o desenvolvimento normal do aparelho
respiratório.
Em
crianças
internadas,
o
atendimento fisioterapêutico é feito de duas a
três vezes por dia, de acordo com a necessidade
e as condições clínicas da criança. A importância
do fisioterapeuta no hospital pediátrico é de, com
suas técnicas promover para a criança uma
recuperação muita rápida, diminuindo o tempo de
internação (HADDAD et al., 2006).
Objetivo
Analisar através de revisão de literatura,
atuação da fisioterapia em crianças com derrame
pleural.
XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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Metodologia
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através
de livros dos ano de 2000 a 2007, artigos
científicos nacionais e internacionais dos anos de
1991 a 2007, os termos utilizados para realização
da pesquisa foram: derrame pleural, pneumonia,
fisioterapia respiratória, doenças restritivas,
Manobras de Higiene Brônquica (MHB) e
Manobras de Expansão Pulmonar (MEP).
Resultados e Discussão
Em alguns estudos pesquisados fica clara
a necessidade da intervenção fisioterapêutica
precoce no tratamento do DP, já que se trata de
uma complicação que implica maiores transtornos
para a mecânica respiratória (RODRIGUES,
2007).
No Derrame Pleural as técnicas e
recursos mais utilizados para aumentar a
expansão pulmonar são: padrão ou estimulação
diafragmática, sustentação máxima da inspiração,
padrão respiratório exercício associado com os
membros superiores e inferiores, soluços
inspiratórios, incentivadores respiratórios- fluxo e
volume (MARCHI et al., 2006).
Já na fase aguda do DP utiliza-se
MHB como a vibrocompressão e MEP como
estimulação diafragmática, o que leva ao
deslizamento dos folhetos pleurais, padrão
respiratório associando os MMSS e tronco,
favorecendo a movimentação do gradil costal
estimulando seu afastamento e mudança de
decúbito (colocando o lado não afetado sob um
travesseiro e o lado afetado livre de pressões
posturais), ativando assim a reabsorção do
líquido pelos canais linfáticos da pleura visceral
(MORIYAMA et al., 1980).
Em um estudo realizado por Britto et al
(2005), enfatizaram a importância da fisioterapia
na remoção de secreções das vias aéreas,
reduzindo a obstrução brônquica e resistência
das vias aéreas, facilitando troca gasosa e
reduzindo o trabalho respiratório, porém não
descreve as manobras específicas no tratamento
do DP.
Moreira (2006), utilizou o protocolo de
tratamento em crianças com DP é baseado nas
manobras de higiene brônquica (AFE, ELPr,
vibrocompressão e manobras de expansão
pulmonar (pressão negativa), e foi eficaz na
melhora do quadro radiológico e na ausculta
pulmonar.
Em uma pesquisa realizada por Valesan
(2004) através de análises de prontuários, na
clínica médica pediátrica do hospital universitário
de Cascavel- PR de Abril a Setembro de 2003, de
833 internações hospitalares, 353 pacientes
(40%) apresentaram como causa primária
enfermidades respiratórias, sendo que 17 (5%)
evoluíram para DP. A fisioterapia atuou por cerca
de 6 dias através de MHB (vibrocompressão e
estímulo
da
tosse),
MEP
(estimulação
diafragmática, padrão respiratório associado com
membros superiores), incentivadores respiratórios
(Respiron, Voldyne) e fisioterapia motora através
da deambulação, neste estudo, o tratamento
fisioterapêutico reduziu o tempo de internação do
grupo de pacientes analisados (PONTE et al.,
2006).
Resultados
controversos
foram
encontrados por Ponte et al., (2006) com estudo
efetuado no hospital universitário João de Barros
Barreto, com 20 crianças com diagnóstico de
pneumonia bacteriana evoluindo para DP com
uso de dreno torácico fechado em selo d’água.
No grupo estudo, foi utilizado como protocolo de
tratamento fisioterapêutico manobras de higiene
brônquica (pressão expiratória), manobras de
reexpansão
pulmonar
(compressãodescompressão, padrão respiratório associada a
deambulação e incentivadores respiratórios e
deambulação.
Não
houve
diferença
estatisticamente significante no tempo de
internação, em relação ao controle que não
realizou fisioterapia.
Segundo Sarmento (2005) preconiza em
seu estudo só técnico de higiene brônquica
utilizadas no DP, o estímulo da tosse e tosse
induzida, facilitando a limpeza de vias aéreas
conduzindo a secreção até a boca, podendo ser
expelida ou deglutida. E aspiração quando
necessário
em
pacientes
entubados
e
traqueostomizados com o mesmo objetivo.
Conclusão
Conclui-se com base na literatura
revisada que a intervenção fisioterapêutica
precoce nos pacientes com diagnóstico de
derrame pleural é muito importante, as principais
técnicas utilizadas são: manobras de higiene
brônquica (vibrocompressão, AFE, ELPr, tosse,
tosse induzida e aspiração quando necessário),
manobras de expansão pulmonar (pressão
negativa, padrão ou estimulação diafragmática,
padrão respiratório associado com exercícios de
membros superiores e tronco, Incentivadores
respiratórios (Respiron e Voldyne) e mudanças de
decúbito (seu efeito principal é colocar o lado não
afetado sob um travesseiro e o lado afetado sem
pressões posturais).
XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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Referências
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XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
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