60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DO CONCRETO PRODUZIDO COM AGREGADOS RECICLADOS DA RECUPERAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADAS Adalberto Luiz Rodrigues de Oliveira1 Tiago Tadeu Amaral Oliveira2, Victor T. A. Oliveira3, Darlene Lopes do Amaral4, 1 Prof. do Curso Engenharia Civil da UTFPR-CM [email protected] 2 Mestrando do Curso de Mestrado em Estruturas da Universidade Estadual de Maringá, 3, Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da UNICESUMAR 4 Prof a. do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Campo Mourão (UTFPR-CM) RESUMO: A intensa transformação urbana atual leva a muitas demolições e reformas de casas e edifícios gerando uma enorme quantidade de entulho de construção civil. O objetivo deste estudo foi elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) que incluiu a quantificação dos resíduos, tendo sido separados os de revestimento cerâmico para reutilização na elaboração de concretos os quais depois de britados e passados em peneiras, substituíram frações do agregado graúdo (pedra brita) e do agregado miúdo (areia). Foram elaborados corpos – de – provas, que foram rompidos para a caracterização da resistência estrutural dos concretos produzidos, granulometria e absorção de água. Os concretos com teores de 25 e 50% de agregados graúdos reciclados apresentaram resistências mecânicas maiores que o de seus respectivos controle, enquanto os concretos com agregados miúdos reciclados não apresentaram bom desempenho. Palavras chave: revestimento cerâmico, propriedades físico-mecânicas, reciclagem. INTRODUÇÃO A gestão de resíduos sólidos se enquadra nas atividades de saneamento básico, pois existe a interdependência entre este, a saúde e o meio ambiente. A construção civil, devido às praticas utilizadas, gera grandes volumes de resíduos, e 2164 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP isto pode ser observado desde a produção de insumos, que caracteriza a geração anterior a própria etapa construtiva. A construção e a reforma de edificações, demolições, obras viárias, materiais de escavação, são origens de resíduos da construção civil. A Resolução CONAMA Nº 307/02 (1) aborda a reutilização, reciclagem e beneficiamento de resíduos e define reutilização como a reaplicação do resíduo, sem transformação. Concretos com agregados reciclados selecionados têm sido estudados, e o seu uso em proporção dosada corretamente, não afeta a durabilidade ou resistência do concreto (2). Segundo (3) , a utilização de agregados reciclados proporcionam vantagens como a redução da extração de matérias primas, redução de custos de transporte, melhora nos lucros, redução de impactos ambientais. As fachadas dos edifícios além de possuir alto valor estético, devem atender as questões de durabilidade, estanqueidade e proteção à edificação. O problema mais temido pelas construtoras são as patologias resultantes nas fachadas, as eflorescências, infiltrações para o interior dos apartamentos, fissuras, falhas de vedação e o destacamento de placas cerâmicas. A NBR 15575-1, ABNT (2013)(4) aborda que a vida útil de projeto para sistemas de vedação vertical externa deve estar entre 40 a 60 anos, desde que se realizem ações de manutenção. Do contrário, o revestimento pode ser seriamente comprometido, resultando em patologias por uso inadequado e não por falha de construção. A troca de revestimentos cerâmicos em edifícios gera grande quantidade de resíduos. O objetivo deste estudo foi gerenciar resíduos de construção e gerar concreto com finalidade não estrutural a partir do processamento de resíduos de revestimento cerâmico de fachadas. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da área de estudo O objeto do presente trabalho técnico foi um edifício residencial composto de 17 pavimentos sendo a garagem no subsolo, a recepção e o salão de festas no térreo e 15 pavimentos sendo um apartamento por andar. Em julho de 1987 foi aprovado o projeto arquitetônico e a obra foi concluída e o certificado de habitação 2165 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP foi expedido pela Prefeitura de Campo Mourão em maio de 1990 Em 1997 as placas cerâmicas do revestimento das fachadas começaram a desprender-se do substrato, expondo a riscos as pessoas residentes nos edifícios. Para além do perigo associado à queda, o destacamento dos materiais de revestimento criou condições favoráveis à entrada de quantidades de água no suporte o que acelerou ainda mais o processo de degradação e provocou infiltrações para o interior do edifício. b- a- 262 325 1083 1057 137 85 495 Fundos Frente Lateral esquerda 419 Lateral direita Figura 1- Vista frontal do edifício em agosto de 2008(a) e resultado do teste de percussão mostrando regiões que apresentaram problemas de aderência (b). O edifício apresentava em 2005 severas patologias na fachada frontal do térreo e primeiro piso (Figura 2). Uma vistoria foi realizada e pode-se observar 21% de área lesionada através do ensaio à percussão em um total de 3862,00 m2 de área de revestimento de fachada. O revestimento cerâmico utilizado no edifício foi do tipo pastilha em placas de 11 X 11 cm e a fachada frontal foi aquela que apresentou maior incidência de cerâmicas com som cavo, característico de perda de aderência (Figura 1b). Os resultados dos ensaios de resistência de aderência à tração (Tabela 1) mostraram que dos vinte e quatro executados no edifício todos apresentaram valores inferiores a 0,30 MPa, 100%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96 (5). A ausência de juntas de movimentação e dessolidarização longitudinal e/ou transversal e deficiência no assentamento das cerâmicas foram considerados fatores críticos no descolamento das cerâmicas. Em 2008 os proprietários decidiram em reunião de moradores, por decisão unânime a remoção total do revestimento cerâmico. A troca do revestimento cerâmico por argamassa decorativa (tipo textura 2166 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP projetada) foi opção do condomínio, cujos moradores não queriam correr o risco, novamente, de instalar um revestimento que gerasse problemas futuros. Figura 2- Patologias apresentadas no edifício em 2005: A)Trincas e eflorescências; B) Desaprumo, bolor e deterioração das juntas de assentamento; C) descolamento, D) espessura da argamassa de assentamento, E) Remoção de pastilhas e reboco existentes na fachada, com refazimento do reboco e F) Foto do edifício após a recuperação em 2010. O memorial descritivo dos serviços de reforma das fachadas foi assim apresentado:- i)demolição de todo o revestimento de pastilha e emboço, ii) tratamento das fissuras e rachaduras existentes, iii) recuperação do emboço, regularização com argamassa tipo AC II desempenada, iv) criação do sulco no emboço, v) execução da membrana impermeabilizadora , v) preenchimento da junta de trabalho com material selante. 2167 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP Tabela 1- Resultados do ensaio resistência de aderência á tração. A= Fachada frontal, B= Fachada lateral direita, , C= Fachada dos fundos e D= Fachada lateral esquerda; Med= valor médio de 6 re petições da resistência de aderência em Mpa , R.P.= Ruptura predominante, E= Emboço. Co= Conforme , N.C.= Não Conforme. Aplicação do Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC) No planejamento, foram identificados os funcionários diretamente ligados ao PGRCC, e relacionado o grau de conhecimento e entendimento em relação à atividade desenvolvida. Os funcionários identificados em relação a um maior conhecimento receberam treinamento adicional em reuniões com a equipe de trabalho definida. O canteiro de obras foi preparado para a gestão de resíduos e a caracterização dos resíduos da construção civil foi realizada de acordo com a resolução CONAMA 307/2002: Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de terraplanagem, etc; Classe B –plásticos, papel/papelão, metais, madeiras; Classe C –gesso e Classe D – perigosos, como tintas, solventes, óleos. Portanto, 2168 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP os resíduos foram separados em classes e em baias cuja área variou proporcionalmente à quantidade gerada. Para racionalizar a adoção dos procedimentos pelos operários, foi fundamental: i) a definição dos sistemas de transportes horizontal e vertical dos resíduos por classes, ii) a definição dos locais adequados para as baias e containeres (foi preciso sempre tentar colocar o container dentro da obra e nunca na calçada, já que as pessoas, por não conhecimento, podem jogar materiais orgânicos ou até mesmo outros produtos nos containeres errados) e iii) os resíduos segregados serem acondicionados até que pudessem ser transportados pela coleta seletiva. Em cada pavimento foram colocados depósitos temporários para os resíduos que tendem a ser de pequeno volume. A partir de certo volume o resíduo foi encaminhado para ser coletado e receber sua destinação final. Os resíduos que tendem a ser gerados em maior volume, como por exemplo, os de classe A (restos de cerâmica, argamassa, blocos, concreto, etc.), foram encaminhados ao armazenamento no final do período em que foi gerado. Os resíduos da Classe A, nas obras foram encaminhados para os containeres que foram posicionados no térreo, a fim de facilitar a retirada dos resíduos pela transportadora responsável pela coleta. Nos pavimentos superiores, esses resíduos foram transportados, horizontalmente, em carros de mão ou jericas. O transporte vertical até o térreo se deu mediante tubo coletor de transporte de materiais usando a energia mais barata que é a da gravidade, ou através do guincho de carga (balancim) com carros de mão ou jericas. Os resíduos de Classe A foram armazenados em containers de 4,2m3 e a partir destas foram quantificados. O resíduo de argamassa que se pode retirar das pastilhas foi armazenado no pátio, posteriormente foi peneirado e utilizado para composição de novas argamassas. Reaproveitamento dos revestimentos cerâmicos da fachada O material aproveitado para a confecção de pavers foram os resíduos da reforma dos revestimentos de fachada. Os procedimentos experimentais executados neste trabalho foram realizados em três fases: Fase I: Preparatória: representada pela coleta, moagem e caracterização qualitativa e quantitativa do resíduo reciclado: As amostras foram inicialmente estocadas em caçambas. Com o auxílio de uma pá 2169 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP carregadeira o entulho foi retirado e colocado diretamente na caçamba do caminhão que efetuou o transporte e foi levado até a pedreira da Prefeitura Municipal de Campo Mourão. A britagem dos resíduos foi feita em britador tipo mandíbula (Figura 4) e posteriormente foram passados por peneiras de granulometria diferentes dando origem aos agregados reciclados. Fase II: Ensaios: Foram realizados testes preliminares para se avaliar aos 7 e 28 dias, a resistência à compressão do concreto produzido com os agregados reciclados, e a viabilidade da realização da pesquisa. Para a confecção dos corpos de prova foram seguidas às recomendações da NBR 5738/ 84(6)- “Moldagem e Cura de Corpos de prova de Concreto Cilíndricos ou Prismáticos”. O cimento utilizado para a confecção dos CPS foi o CP II E - 32, por tratar-se de um material de fácil disponibilidade no mercado e, principalmente, por ser o cimento geralmente utilizado na produção dos elementos construtivos não estruturais, os CPs foram de formato cilíndrico de diâmetro 150 mm, e altura 300 mm em número de cinco. Os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório de Materiais do Curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná- Câmpus Campo Mourão. Foram confeccionados novos CPs com diferentes percentuais de agregados graúdos reciclados (0, 25, 50, 75 e 100%) como também de agregados miúdos (0, 5, 10, 15 e 20%) e submetidos a ensaio de resistência à compressão axial simples, absorção de água e massa específica absoluta de acordo com a NBR 9937/87(7). Fase III: Fabricação das lajotas (pavers): A partir dos resultados obtidos avaliou-se qual o concreto de melhor desempenho e posteriormente foram confeccionados blocos de pavimento utilizando a máquina para fabricação de blocos VIBRAÇO modelo V-1000 (Figura 5). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resíduos de papel e plástico foram provenientes de embalagens de materiais como cal, cimento. Os resíduos de argamassa foi gerado nos trabalhos de chapisco, reboco e emboço. Para minimizar o impacto da água oriunda da lavagem da betoneira no solo foi construído um filtro de decantação simples. O filtro constituiu-se de um buraco em torno de 1,50 m a 1,70 m de profundidade, com uma camada de brita de 50 cm a 70 cm no fundo. Na boca do buraco foi colocada uma peneira para coar a água antes de ser colocada no filtro. A limpeza do filtro foi feita 2170 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP periodicamente e os seus resíduos foram depositados em conjunto com os resíduos classe A (argamassa) pois são resíduos de cimento. O resíduo dos revestimentos cerâmicos retirados foram os maiores em volume (80 m3) (Figura 3) e que depois de britados (Figura 4) foram utilizados para a confecção dos CPs com os diferentes percentuais de agregados Figura3- Resíduos gerados na recuperação das fachadas do edifício. . Figura 4- Esquema evidenciando o armazenamento dos revestimentos cerâmicos de fachada após sua retirada em caçambas (a), Fotos da moagem em britador tipo mandíbula (b) e (c). A análise dos resultados encontrados da resistência á compressão para os CPs após 7 dias e 28 dias de cura úmida, como também o volume de água de amassamento em função das diferentes proporções de agregados graúdos reciclados (AGRs) (Tabela 2) mostra que o tempo de cura interferiu significativamente no processo de hidratação e consequentemente na resistência. Os valores de resistência á compressão para os CPs obtidos para o tempo de cura de 7 dias para os concretos com diferentes proporções de AGRs não apresentaram diferenças significativas, no entanto os CPs com 100% de agregado reciclado superaram os valores de resistência do concreto de referência em 4,6%, isto pode ser atribuído à quantidade de água retirada da água de amassamento, a qual foi pequena (3183ml) e pela alta absorção do agregado reciclado. A água retida nos poros destes agregados não está disponível para a hidratação do cimento, mas na fase de endurecimento da pasta, provavelmente, a água no interior do agregado 2171 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP reciclado contribuiu para a hidratação, como se fosse uma “cura úmida interna”, conforme descreve NEVILLE (8) , ao se referir aos concretos de agregados leves de alto poder de absorção. Tabela 2- Resultados dos ensaios de resistência á compressão em cura após 7 dias e 28 dias e o volume de água de amassamento/ 100 em ml em função das diferentes proporções de reciclados graúdos. % Agregados Graúdos Ensaio Volume de Resistência em Mpa H2O (mL) Relação Reciclados 7 dias 28 dias Amassamento a/c 1 0 30,6 40,8 5400 0,6 2 25 30,9 32,8 6600 0,5 3 50 30,3 35,7 5600 0,42 4 75 31,2, 38,2 4720 0,46 5 100 32 42,4 3183 0,48 Quando comparamos as resistências em MPa dos CPs rompidos aos 7 dias com aqueles rompidos aos 28 dias verificamos que a resistência aumenta com o tempo de cura. Ressalta-se que o CP com 25 % de agregado reciclado foi aquele onde a resistência sofreu menor acréscimo, isto pode ser atribuído á maior relação água cimento, evidenciada pelo volume de água de amassamento de 6600 ml neste ensaio. A análise da resistência dos corpos de prova rompidos aos 28 dias está intimamente ligada ao volume de água adicionado para amassamento, á medida que este teor aumenta a resistência diminui. Segundo (9) , isto pode ocorrer devido à pasta que penetra nos poros superficiais dos reciclados, garantindo maior interação entre a pasta e o agregado. A “cura interna” também pode favorecer a aderência entre a matriz de cimento e o agregado. O valor da resistência á compressão encontrado depende fundamentalmente da relação água/ cimento. O valor obtido no ensaio de resistência depende da quantidade de água que permanece no material após a cura, ela varia em função da capacidade de retenção de água e da absorção inicial dos blocos. A resistência á compressão dos corpos de provas após 7 dias de cura com teores de agregados miúdos reciclados (AMRs) maiores do que 10% foram muito próximos aqueles apresentados após 28 dias de cura (Tabela 3), isto pode ser atribuído aos maiores valores de volume de água para amassamento adicionado. Uma das principais características do reciclado miúdo é sua significativa absorção, que pode dificultar o controle tecnológico do concreto e prejudicar sua 2172 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP qualidade. Ao se preparar concretos com o material, deve-se levar em conta a possibilidade do agregado retirar água da pasta, por absorção, influenciando negativamente na hidratação do cimento. Tabela 3- Resultados dos ensaios de resistência á compressão das diferentes proporções de reciclados miúdos. % Agregados Miúdos Ensaio Volume de Resistência em MPa H2O (mL) Relação Reciclados 7 dias 28 dias Amassamento a/c 1 0 30,6 40,8 5400 0,6 2 5 29,1 42,4 5600 0,35 3 10 32,8 38,2 5600 0,42 4 15 29,9 30,1 4720 0,42 5 20 31,1 35,8 6600 0,5 Em função disto boa parte dos usuários de reciclado em concreto préumidificam este material antes de aplicá-lo. Como os resultados obtidos para os concretos com agregados graúdos reciclados foram melhores em relação aos miúdos, optou-se por se produzir lajotas com incrementos de 50 % de Agregados graúdos reciclados (Figura 5). Figura 5- Foto evidenciando a máquina para a fabricação de blocos (a) e os blocos construídos a partir dos agregados reciclados (b). CONCLUSÃO Os resultados mostram, a viabilidade técnica e econômica de se empregar reciclados de concreto, como agregados graúdos para concretos de baixa e média resistência. Os resultados deste estudo incluem melhor compreensão do comportamento do “novo” concreto confeccionado com agregados de concreto pelo processo de britagem. Este conhecimento reduz significativamente o risco associado ao uso de tal concreto na prática, e irá encorajar mais profissionais da área a 2173 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP utilizarem esse material em obras de concreto de baixa e média resistência com as devidas restrições que lhes cabem. Desta forma, a reciclagem dos resíduos de construção civil, pode combinar a preservação do meio ambiente com o aperfeiçoamento de políticas sociais. Com os ensaios realizados, pode-se ressaltar que a utilização dos agregados graúdos é promissora O desempenho de concretos com agregado miúdo em relação á resistência á compressão não foi eficiente, fatores que interferiram foram a relação água cimento e a absorção de água. As lajotas fabricadas com resíduos de concreto reciclado apresentaram um ótimo aspecto. Julga-se que os resultados obtidos são coerentes com as diretrizes, pressupostos e hipóteses de trabalho apresentadas, embora se reconheça que este trabalho não esgota (como não poderia) o assunto, sendo antes mais um passo no sentido da consolidação da reciclagem na construção civil. REFERÊNCIAS [1] BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA) Resolução CONAMA Nº 307- Diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos de construção civil, 2002. [2] LIMA, J. A. de. Proposição de Diretrizes para Produção e Normalização de Resíduo de Construção Reciclado e de suas aplicações em argamassas e concretos. Dissertação (Mestrado), Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 1999, 222 p. [3] RAKSHVIR, M.; BARAI, S. V. Studies on recycle aggregates based concrete. Waste management & Reserch. Vol 24, p. 225-233, 2006. [4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (ABNT)- NBR 15575-1. 2013 Edificações habitacionais — Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais, 2013. 70 p [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) –NBR 13755:1996 – Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora ABNT, 12/1996. 11p. [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT)-NBR 5738 Moldagem e cura de corpos de prova de concreto, cilíndricos ou prismáticos Procedimento. Rio de Janeiro, 1984. 2174 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 15 a 18 de maio de 2016, Águas de Lindóia, SP [7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT)-NBR 9937 – Determinação da Absorção e da Massa Específica Absoluta dos Agregados Graúdos. Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1987. [8] NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Trad. Por S.E. Giamusso. Pini Editora. São Paulo, 1997. [9] LATTERZA, L. M. & JR., E. F. M. Concreto com Agregado Graúdo Reciclado: Propriedades no Estado Fresco e Endurecido e Aplicação em Pré-moldados Leves. Cadernos de Engenharia de Estruturas, 2003. São Carlos, n. 21, p. 27-58 PROPERTY EVALUATION OF CONCRETE PRODUCED WITH AGGREGATE COATINGS RECOVERY RECYCLED FACHADAS CERAMIC ABSTRACT: The current intense urban transformation leads to many demolitions and renovations of houses and buildings generating a huge amount of construction debris. The aim of this study was to prepare the Construction Waste Management Plan (PGRCC) which included the quantification of waste, having been separated the ceramic coating for reuse in the preparation of concrete that after crushed and passed in sieves, replaced fractions the coarse aggregate (crushed stone) and fine aggregate (sand). bodies were prepared - of - evidence, which were broken to characterize the structural strength of the produced concrete, grain size and water absorption. Concrete with 25 and 50% of recycled coarse aggregates contents had higher mechanical strength than that of their control, while the concrete with recycled aggregates kids did not perform well. Key- words: ceramic coating, physical and mechanical properties, recycling. 2175