farmcia 2. Bim 2013

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PRINCÍPIOS BÁSICOS OS AGREGADOS SOCIAIS – O GRUPO
AGREGADOS: Constituem uma reunião de pessoas frouxamente aglomeradas
que, apesar da proximidade física, tem um mínimo de comunicação e de
relações sociais. Apresentam as seguintes características: anonimato, nãoorganizada,
limitado
contato
social,
insignificante
modificação
no
comportamento dos componentes, são territoriais e temporários. Os principais
agregados são:
Manifestações públicas: (agregados de pessoas reunidas deliberadamente com
determinado objetivo);
Agregados residenciais: (apesar dos seus componentes estarem próximos,
mantêm-se relativamente estranhos; não há, entre eles, contato e interação e
também não possuem organização);
Agregados funcionais: (constituem uma zona territorial onde os indivíduos tem
funções especificas);
Multidões: (agregados pacíficos ou tumultuosos de pessoas ocupando
determinado espaço físico).
A sociedade, como toda a realidade, é necessariamente dinâmica, está sempre
em processo. Indivíduos, grupos, categorias, agregados, subculturas, estratos
sociais agem e reagem continuamente uns sobre os outros. Em outras palavras,
estão sempre em interação. Por isto, a análise científica da sociedade requer não
apenas a classificação das suas partes – posições, papéis, grupos, agregados,
categorias, camadas, subculturas -, a fim de que seja possível a compreensão do
funcionamento do todo, mas, também, a classificação dos seus processos.
Processo social é qualquer ação entre dois ou mais agente sociais – indivíduos,
grupos, agregados etc. -, contribuindo para aproximá-los ou afastá-los uns dos
outros. Por esta razão, os processos sociais são classificados em coesivos ou
positivos, os que contribuem para aproximar os agentes sociais, de um lado, e,
de outro, disjuntivos ou negativos, os que contribuem para afastar os agentes
sociais.
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O processo social mais importante é a interação. Todos os processos sociais são
diferentes tipos de interação. Por isto, a interação é o processo social geral. A
interação é o processo de influência recíproca ou unilateral entre dois ou mais
agentes sociais. A influência entre os agentes sociais é recíproca quando os
agentes estão fisicamente próximos entre si, em contato direto, ou quando há,
de qualquer modo, a possibilidade de reação por parte de todos os agentes
envolvidos no processo: quando converso com uma pessoa, seja em contato face
a face, seja por telefone, ou mesmo quando me comunico com alguém através de
carta, por exemplo. A influência é unilateral quando algum dos agentes em
interação está presente no processo apenas de forma indireta e, desse modo,
pode influenciar, mas não pode ser influenciado pelo outro. Quando, por
exemplo, leio algum livro, sou influenciado, mas, em geral, não influencio o seu
autor, seja porque eu não tenha como entrar em contato com ele seja porque ele
esteja morto. O mesmo tende a acontecer quando vejo um filme ou assisto
televisão. “A unilateralidade predominante na interação feita com a
intermediação dos modernos meios de comunicação de massa – cinema, rádio,
televisão, jornal – é um eficientíssimo e, por isto mesmo, perigoso instrumento
de dominação e manipulação das massas, através da transmissão de crenças e
valores, bem como, em conseqüência, da formação de opiniões e atitudes”.
“Interação social é a ação social, mutuamente orientada, de dois ou mais
indivíduos em contato. Distingue-se da mera interestimulação em virtude de
envolver significados e expectativas em relação às ações de outras pessoas.
Podemos dizer que a interação é a reciprocidade de ações sociais”.
“Nas sociedades estratificadas, a interação das camadas sociais entre si tende a
ser só aparentemente solidária. Em tais sociedades, as relações entre as
camadas sociais são antes um processo caracterizado pela desigualdade de
poder, assim como pela diferença de interesses. Desse modo, dominação, de um
lado, e submissão, de outro, são características preponderantes no processo de
interação das classes umas com as outras, e o pacto social tende a resultar de
arranjos temporários dos interesses e do poder relativo de barganha das
diversas classes”.
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“Contato social, aspecto primário e fundamental, do qual dependem os outros
processos ou relações sociais.
Comunicação, forma importante de interação, fundamental para o ser social e
para a cultura.
Cooperação, requisito indispensável para a manutenção e continuidade dos
grupos e sociedades.
Competição e conflito, fatores dissociativos, que alteram as relações entre
indivíduos e grupos, no seio da sociedade ou entre sociedades.
Adaptação, acomodação e assimilação, fatores associativos que sucessivamente
propiciam um certo grau de adesão e conformidade às normas estabelecidas; a
diminuição do conflito e o estabelecimento de um modus vivendi; a integração
sócio-cultural entre indivíduos e grupos, no âmbito de uma sociedade”.
O símbolo está presente em todos os momentos de nossa vida, pois ele não se
limita à palavra. A palavra é o símbolo por excelência mas não é a sua única
expressão. A linguagem verbal, no entanto, é o mais importante instrumento de
socialização. O símbolo verbal permite ao homem conduzir suas ações segundo
situações, objetos e pessoas fisicamente distantes, assim como de acordo com
acontecimentos passados ou hipoteticamente futuros; permite a transmissão de
conhecimentos, técnicas e idéias em geral; permite, enfim, a elaboração de um
universo de idéias paralelo e tão real quanto o ambiente e as pessoas. Por isto é
tão rica de possibilidades a comunicação entre os homens. É, portanto,
compreensível que o símbolo, sobretudo o verbal, seja tão importante para o
processo de socialização e, em conseqüência, para a continuidade dos sistemas
sociais.
Embora a socialização seja mais intensa durante a infância e a adolescência, é,
no entanto, um processo permanente, porque, mudando de grupo e de posição
social, os indivíduos têm de se adaptar a novas situações sociais e essa
adaptação é feita através da aprendizagem de novos modos padronizados de
agir e mesmo de pensar. Ademais, todas as sociedades estão sempre se
transformando, mudando os padrões de organização. As sociedades simples,
como as sociedades indígenas, se transformam mais lentamente; as sociedades
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complexas, como as sociedades do tipo urbano-industrial, se transformam com
mais rapidez. De qualquer modo, qualquer que seja o tipo de sociedade, ela está
sempre em mudança. Isto requer do indivíduo, para que ele possa se adaptar às
transformações do seu ambiente social, a assimilação dos novos padrões de
comportamento desenvolvidos na sociedade.
É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade
e ser admitido na sociedade. “A socialização é, portanto, um processo
fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas
também para continuidade dos sistemas sociais”.
“Ao nos referirmos às relações sociais, devemos compreendê-las em seus
aspectos dinâmicos. Os indivíduos, através das relações sociais, podem
aproximar-se ou afastar-se, dando origem a formas de associação ou
dissociação. A este aspecto dinâmico damos o nome de processo social”.
No processo social, podemos ver um aspecto primário, fundamental, que é o
contato social. Essa denominação de primária ou fundamental deriva do fato de
que dependerão do contato todos os outros processos ou relações sociais.
Podemos dizer que o contato é a fase inicial da interestimulação, e que as
modificações resultantes são denominadas de interação. É importante fazer
uma distinção, no que se refere aos contatos, entre os meios físicos e o
significado, isto é, a transmissão de idéias, valores e atitudes. Os meios físicos
são apenas os instrumentos: o aperto de mão, o sinal de cabeça, o assobio, o
piscar de olhos (meios físicos, porque fundamentados em percepções sensitivas,
através dos sentidos da visão, olfato, audição e tato) significam algo, pois são
atribuídos
significados
específicos,
convencionais,
a
esses
elementos.
“Verificamos que o importante no contato social não é apenas o estímuloreação, mas a interpretação, o aspecto social do contato que está baseado na
comunicação de significados”.
Podem ser apontadas como causas do isolamento, enquanto processo social
consistente na falta de contato ou de comunicação entre grupos ou indivíduos:
a) fatores segregadores de caráter geofísico (montanhas, vales, florestas,
pântanos, rios, oceanos), quando os meios de comunicação e os transportes de
que dispõe a comunidade são rudimentares; b) prisões solitárias, no sistema
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penitenciário; c) voluntariedade no isolamento como no caso dos eremitas; d)
diferenças biológicas tais como raça, sexo, idade; e) defeitos físicos podem
provocar o isolamento funcional; f) diferenças culturais podem resultar no
isolamento psíquico como o que ocorre entre o cientista e o analfabeto; g)
fatores culturais como a língua, costumes provocam o isolamento habitudinal.
Como conseqüências do isolamento há: se o indivíduo é isolado nos primeiros
anos de vida, anteriormente ao processo de socialização, ou seja, a criança
afastada inteiramente do convívio de outros seres humanos, tornar-se-á o
chamado homo ferus, como o caso das “meninas-lobo”; se o isolamento não é
total, decorre a mentalidade retardada; se o indivíduo for isolado depois de
socializado, ocorre a diminuição das funções mentais, podendo chegar à
loucura, sendo constatadas em prisioneiros e também entre eremitas; já quanto
ao grupo o isolamento praticamente nada altera, em relação aos seus costumes,
posto que deveras cristalizados ao longo do processo histórico compartilhado.
Grupos Sociais
A própria natureza humana exige que os homens se agrupem. A vida em
sociedade é condição necessária à sobrevivência da espécie humana.
Desde o início, os homens têm vivido juntos, formando agrupamentos, como as
famílias, por exemplo. Para o sociólogo Karl Mannheim, os contatos e os
processos sociais que aproximam ou afastam os indivíduos provocam o
surgimento de formas diversas de agrupamentos sociais, de acordo com o
estágio de integração social. Tais formas são os grupos sociais e os agregados
sociais.
Vamos analisar inicialmente os grupos sociais: aqueles que, devido aos contatos
sociais mais duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração social.
Nos grupos sociais há normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e
posições sociais definidas. Como exemplos temos: a família, a escola, a Igreja, o
clube, o Estado etc.
Grupo social é a reunião de duas ou mais pessoas, associadas pela interação, e,
por isso, capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum.
O indivíduo, ao longo de sua vida, participa de vários grupos sociais.
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Os principais são:
• Grupo familial - família;
• Grupo vicinal - vizinhança;
• Grupo educativo - escola;
• Grupo religioso - Igreja;
• Grupo de lazer - clube, associação;
• Grupo profissional - empresa;
• Grupo político - Estado, partidos políticos.
As principais características de um grupo social são:
• Pluralidade de indivíduos - há sempre mais de um indivíduo no grupo;
• Interação social - no grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
• Organização - todo grupo, para funcionar bem precisa de certa ordem interna;
• Objetividade e exterioridade - os grupos sociais são superiores e exteriores ao
indivíduo, isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando sai,
ele continua a existir;
• Conteúdo intencional ou objetivo comum - os membros de um grupo unem-se
em torno de certos princípios ou valores, para atingir um objetivo de todo o
grupo; a importância dos valores pode ser percebida pelo fato de que o grupo
geralmente se divide quando ocorre um conflito de valores; um partido político,
por exemplo, pode dividir-se quando uma parte de seus membros passa a
discordar de seus princípios básicos;
• Consciência grupal ou sentimento de "nós" - são as maneiras de pensar, sentir
e agir próprias do grupo; existe um sentimento mais ou menos forte de
compartilhar uma série de idéias, de pensamentos, de modos de agir; um
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exemplo disso é o torcedor que, quando fala da vitória de seu time, diz: "Nós
ganhamos";
• Continuidade - as interações passageiras não chegam a formar grupos sociais
organizados; para isso, é necessário que elas tenham, certa duração; como
exemplo, temos a família, a escola, a Igreja etc.; há; porém, grupos de duração
efêmera, que aparecem e desaparecem com facilidade, como, por exemplo, o
mutirão.
Tomando por base a classificação dos contatos em primários e secundários, os
grupos sociais podem ser classificados em:
• Grupos primários - são aqueles em que predominam os contatos primários,
isto é, os contatos mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, o grupo de
brinquedos etc.;
• Grupos secundários - são os grupos sociais mais complexos, como as igrejas e
o Estado, em que predominam os contatos secundários; os contatos sociais,
neste caso, realizam-se de maneira pessoal e direta, mas sem intimidade -, ou de
maneira indireta, através de cartas, telegramas, telefone,etc.;
• Grupos intermediários - são aqueles em que se alternam e se complementam
as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Um exemplo deste
tipo de grupo é a escola.
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