CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO DE FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA PEDIATRAS E NEONATOLOGISTAS – DETECÇÃO PRECOCE DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Audiologia Clínica. KÁTIA MARIA WEISS ORIENTADORA: MIRIAN GOLDENBERG PORTO ALEGRE, 1999 RESUMO Sabemos a fundamental importância que a audição exerce no desenvolvimento global de um indivíduo. Mas alguns profissionais ainda desconhecem a contribuição que podem dar para minimizar as seqüelas de uma perda auditiva. Esta pesquisa tem como objetivo principal levantar dados relativos à conduta de pediatras e neonatologistas frente a detecção precoce da deficiência auditiva. Visa ainda identificar as necessidades de informação que esses médicos apresentam sobre a detecção precoce da deficiência auditiva. Através de questionário enviado a 196 pediatras e neonatologistas, buscou-se levantar estes dados. Constatou-se que a conduta mais freqüente diante da suspeita de deficiência auditiva é o encaminhamento a outro profissional, no caso o otorrinolaringologista. Em relação a necessidade de informação sobre a detecção precoce da deficiência auditiva, conclui-se que a maioria dos pediatras e neonatologistas pesquisados desconhecem muitas informações importantes, porém os mesmos demonstram interesse em receber tais informações. “Titia, diga-me alguma coisa, estou com medo porque está muito escuro. O que adiantaria, já que você não me pode ver? Não faz mal: quando alguém fala, fica claro”. Sigmund Freud AGRADECIMENTOS Ao Dr. Marco Aurélio Costa, pediatra que acredita na importância do diagnóstico precoce da deficiência auditiva, pelo apoio. A Tânia M. Tochetto, fonoaudióloga e mestre, pelos ensinamentos. Amanda, Pedro e Túlio pelo carinho. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 1 2. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 3 3. DISCUSSÃO TEÓRICA ................................................................................................ 6 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 18 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 22 6. ANEXOS ......................................................................................................................... 27 6.1 Anexo A - Questionário .............................................................................................. 27 6.2 Anexo B - Gráficos ...................................................................................................... 30 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo principal levantar dados relativos à conduta dos pediatras e dos neonatologistas, que atuam em um hospital da cidade de Porto Alegre, frente à detecção precoce da deficiência auditiva. Visa ainda identificar as necessidades de informação sobre o método de detecção precoce da deficiência auditiva, baseado nas Emissões Otoacústicas (EOA). Para alcançar tais objetivos, foi desenvolvido um questionário (Anexo A), que foi remetido para os pediatras e para os neonatologistas do hospital escolhido. Os questionários foram enviados via postal, juntamente com um envelope selado e endereçado à responsável pela pesquisa. Os médicos poderiam devolver via fax ou deixar em uma unidade de pediatria do hospital. O questionário postal foi escolhido pelas vantagens que apresenta (Kotler e Armstrong, 1993), ou seja, pode coletar informações em grande quantidade a um custo baixo por entrevistado. Esses podem, desta maneira, fornecer respostas mais honestas do que dariam a questões apresentadas de uma forma mais pessoal ou pelo telefone. Nenhum entrevistador estaria envolvido para influenciar as respostas do entrevistado. O questionário apresentou uma explanação breve sobre a pesquisa com onze perguntas do tipo aberta e fechada. As perguntas buscavam informações sobre o profissional, sua conduta frente a alguma queixa de suspeita de deficiência auditiva, qual encaminhamento profissional era realizado no caso de suspeita de deficiência auditiva (DA) e o método mais conhecido no auxílio da detecção precoce da deficiência auditiva. O número de médicos (215), dos quais 210 são pediatras e 5 neonatologistas, foi fornecido pela Direção do Hospital juntamente com o nome completo dos mesmos. O endereço foi conseguido através da Sociedade de Pediatria que se encarregou de etiquetar e enviar para 187 médicos que estavam inscritos nessa Sociedade. O endereço dos outros 28 foi pesquisado através de Guia Telefônico e de Convênios. Porém, somente nove destes médicos foram localizados. Assim, um total de 196 médicos receberam o questionário. Os médicos tiveram um período de um mês para fazerem a devolução. Até a data estabelecida, 29 questionários foram devolvidos, 24 deles vieram através de correio e 5 via fax. Nenhum questionário foi recebido através do Serviço de Pediatria. 2 2. JUSTIFICATIVA Os pediatras e os neonatologistas são, em geral, os profissionais que têm o primeiro contato com o recém-nascido (RN) (Lichtig, 1997). Em algumas cidades do interior ou hospitais que não possuam o especialista em neonatologia, é o pediatra que assiste o recém-nascido. Durante um longo período, o bebê visitará o pediatra que terá oportunidade de observar os seu desenvolvimento. Mas, as mudanças que vão ocorrendo são muitas e, as vezes, é difícil estar atento a todos os aspectos do desenvolvimento mesmo que isso seja o esperado. A mãe geralmente é a primeira a dar-se conta que algo não está bem com a audição do seu filho. Essa queixa, porém, chega ao pediatra por volta do segundo ano de vida (Nóbrega, 1994; Simonek e Lemes, 1996). Muitas vezes essa observação é bloqueada pelo envolvimento afetivo mãe-bebê, que não permite que a mesma seja verbalizada. A teoria do “período crítico” diz que há um estágio do desenvolvimento, entre zero e dois anos de idade, no qual os sinais auditivos são otimamente recebidos e utilizados para atividades pré-lingüisticas. Uma vez que este estágio tenha passado, a utilização efetiva dos estímulos sonoros decresce gradualmente. (Northern e Downs, 1989). É importante aproveitar a plasticidade cerebral que alcança seu ápice logo nos dois primeiros anos de vida (Chiriboga, 1998). Tendo em vista a necessidade de aproveitamento máximo do “período crítico” para o desenvolvimento da linguagem, é imprescindível garantir à criança estimulação sonora nesta época. A detecção precoce de deficiência auditiva infantil é de fundamental importância para prevenir alterações no desenvolvimento lingüístico, social, emocional, intelectual e psicológico que ocorrem nas crianças privadas de estimulação sonora nos primeiros anos de vida (Oliveira e Vieira, 1995). As conseqüências da deficiência auditiva revelam, ainda problemas na produção da fala, na comunicação, nos aspectos cognitivos, nos educacionais, nos vocacionais e na família (Boothroyd, 1982). A esses comentários, ressalta-se que, os problemas sociais vão se refletir no momento em que esses deficientes se lançam no mercado de trabalho e encontram barreiras para desempenhar alguma atividades, chegando até a serem marginalizados. Os avanços tecnológicos, por sua vez, têm possibilitado a sobre vida cada vez maior de recém-nascidos pré-termo e de muito baixo peso, (Lichtig, 1993; Costa Vaz, 1996; Azevedo e Col., 1995). Porém essas crianças devido às intercorrências a 4 que estão sujeitas tornam-se mais propensas a seqüelas, entre elas a deficiência auditiva. A prevalência de deficiência auditiva em neonatos que não apresentam intercorrência é de 1 por 1000, enquanto que, em neonatos e lactentes com um ou mais fatores de risco, é estimada em 1,5 a 6,0 por 1000 nascimentos (Lichtig e Col., 1997). Sabe-se que os custos da reabilitação de um deficiente auditivo que foi diagnosticado tardiamente são tão elevados que esse aspecto por si só já justificaria a implantação de programas de triagem (Downs, 1989). Sabe-se, ainda, que os primeiros parâmetros da linguagem começam a ser adquiridos no período pré-natal e neonatal, e um deficiente auditivo pode ter um desenvolvimento do aprendizado semelhante ao do ouvinte desde que devidamente estimulado. Os programas de triagem visam, além da detecção precoce da deficiência auditiva, à conscientização sobre esse problema. Também é, num período precoce, que se pode verificar as etiologias mais freqüentes. Através dessas informações poder-se-iam traçar formas de atuação preventivas das mesmas. O diagnóstico tardio da deficiência auditiva pode inviabilizar o conhecimento da sua etiologia. Devido às graves conseqüências para o desenvolvimento da linguagem e a elevada incidência de problemas auditivos na infância, têm sido recomendados e desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, programas de detecção precoce da deficiência auditiva em berçários (Russo e Santos, 1994). 5 3. DISCUSSÃO TEÓRICA Durante muito tempo, os deficientes auditivos foram confundidos com indivíduos portadores de problemas mentais (Borel-Maisonny, 1989). Isso ocorria porque se desconhecia muitos aspectos associados à deficiência auditiva. Aspectos esses que são relacionados ao diagnóstico correto e à forma de lidar com essa deficiência em termos sociais, psicológicos e pedagógicos. À medida que as técnicas de diagnóstico foram se aperfeiçoando e os estudos em relação ao desenvolvimento do deficiente auditivo evoluíram, percebemos o quanto estes indivíduos podem alcançar um desenvolvimento próximo do ouvinte normal. Já não é tão comum confundir o deficiente auditivo com patologias psiquiátricas, como ocorria com o autismo, ou afirmar que este possui um déficit de inteligência. Um dos aspectos que tem sido muito estudado e questionado para a mudança desse comportamento diz respeito ao diagnóstico precoce. E é, através da triagem auditiva, ainda no berçário, que se pode iniciar um processo de identificação precoce da perda auditiva. A triagem é vista como um processo para se aplicar a um grande número de indivíduos, determinadas medidas rápidas e simples que identificarão alta probabilidade de doenças na função testada (Downs, 1989), ou seja, ela é um instrumento razoavelmente barato e eficiente como forma de identificação de sujeitos de risco. Porém, é importante salientar que a triagem por si só não traz nenhum benefício à saúde, simplesmente identifica pessoas que podem se beneficiar com o tratamento (Andrade, 1996). O ideal é tentar identificar, logo após o nascimento, quais as crianças com risco para deficiência auditiva (Ramos, 1998), encaminhá-las para confirmação da suspeita de deficiência auditiva e enquadrá-las em processos terapêuticos. Para que isso ocorra, é necessário contar com os pediatras e com os neonatologistas, pois são eles que atuam diretamente com o bebê, logo após ao nascimento. Também são esses que têm junto aos pais um respaldo profissional que pode ser usado em benefício do reconhecimento da necessidade de programas de triagem auditiva neonatal. O primeiro passo será dado com a ajuda desses profissionais. Os próximos passos dependerão de programas bem estruturados que dêem continuidade para o diagnóstico e o processo de habilitação. Os familiares, educadores, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos também são responsáveis pela identificação de uma criança com comportamento auditivo suspeito (Souza e Col., 1998). Os obstetras, por sua vez, colaborarão muito se informarem aos pediatras sobre a evolução da gestação de suas pacientes (Lichtig, 1993). 7 Somente através de informações dadas aos pediatras e aos neonatologistas sobre as reais possibilidades de detecção, de diagnóstico e de intervenção da perda auditiva, é que se poderá ajudar o deficiente auditivo e sua família de forma efetiva. Os programas de triagem visam à prevenção, à identificação, o diagnóstico e à habilitação da criança deficiente auditiva o mais precocemente possível, (Russo e Santos, 1994). A triagem deve estender-se a todos os recém-nascidos, independentemente de serem de risco ou não para a deficiência auditiva. Isso porque se sabe que cerca de 30 a 50% das crianças com deficiência auditiva não seriam consideradas de risco pelo critério, ou seja, não estariam dentro do grupo que apresenta critérios de risco para a deficiência auditiva. Em 1991, o “Joint Comittee on Infant Hearing Screening” listou os critérios de alto risco para a identificação de deficiência auditiva em recém-nascidos: a) história familiar de deficiência auditiva neurossensorial congênita ou progressiva na infância; b) infecção congênita conhecida ou suspeita de estar associada à deficiência auditiva neurossensorial, como citomegalovírus e herpes; 8 toxoplasmose, sífilis, rubéola, c) anomalias craniofaciais, incluindo anormalidades morfológicas do pavilhão e do conduto auditivo, do filtro labial ausente, da implantação baixa do cabelo, etc.; d) peso no nascimento inferior a 1500 gramas; e) hiperbilirrubinemia com níveis superiores para indicação de transfusão exsangüínea; f) medicações ototóxicas, incluindo, mas não se limitando aos aminoglicosídeos usados sem ou em combinação com diuréticos; g) meningite bacteriana; h) apgar de 0 – 4 no primeiro minuto, ou 0 – 6 no quinto minuto; i) ventilação mecânica por 5 dias ou mais; j) sinais ou outros achados associados a síndromes conhecidas que incluam deficiência auditiva neurossensorial e/ou condutiva. Azevedo, 1997, acrescentou ainda, outros critérios: k) exposição dos neonatos a ruídos intensos na incubadora além de 7 dias; l) alcoolismo materno ou uso de drogas psicotrópicas na gestação; m) hemorragia ventricular; n) convulsões neonatais. 9 Esse mesmo Comitê, em 1994, recomendou que o diagnóstico das alterações auditivas e a intervenção, através da habilitação, deveriam ocorrer respectivamente até os 3 e 6 meses de idade. Chapchap (1999) cita estudos realizados por Yoshinaga-Itano e Col., nos quais foram demonstrados que o desempenho lingüístico e social de crianças deficientes auditivas era melhor quando a intervenção ocorria antes dos seis meses de idade quando comparado com crianças que iniciaram intervenção após essa idade. Sendo assim, o período de identificação da deficiência auditiva não pode mais se estender até os dois anos e sim, até o sexto mês de vida, no qual a criança deverá ter seu diagnóstico concluído e o processo de intervenção iniciado. Os procedimentos de triagem auditiva neonatal podem ser divididos em duas categorias: triagem auditiva comportamental e a eletrofisiológica. A triagem auditiva comportamental baseia-se na observação da mudança do comportamento da criança após a estimulação auditiva (Lewis, 1996), ou seja, apresenta-se um estímulo e observa-se a reação do recém-nascido. Essa reação, geralmente, é dada através de uma resposta reflexa (Hodgson, 1989). O estímulo apresentado pode ser com sons calibrados (tons puros, ruído de banda estreita), produzidos por algum equipamento, e com sons não calibrados (instrumentos sonoros, a voz materna). O registro das respostas pode ser automático, isto é, 10 captado por algum equipamento e anotado, ou pela concordância de dois observadores, que registram a resposta em um protocolo. Existem procedimentos baseados na mudança dos batimentos cardíacos do bebê, mudanças no padrão respiratório e padrão de sucção, após apresentação de um estímulo sonoro. O “cribo-gran” e “auditory response cradle” também são equipamentos que utilizavam um transdutor colocado abaixo do berço de bebê que, após a estimulação sonora, é capaz de captar as mínimas mudanças de comportamento, tais como pequenos movimentos visuais. Atualmente, usa-se observar as respostas do bebê frente a instrumentos sonoros. Os instrumentos utilizados são sino, “black-black”, agogô (campânula grande). As técnicas comportamentais, contudo, apresentam uma série de limitações. Geralmente, identificará somente as formas mais graves de perda auditiva. Por ser usada em campo livre, é possível que a perda auditiva neurossensorial unilateral não seja detectada. Por último, expressou-se preocupação quanto à sensibilidade e à especificidade dessa abordagem, porque a resposta depende tanto do estado motor do bebê quanto da sua capacidade sensorial (Bess e Humes, 1998). Os procedimentos de triagem auditiva eletrofisiológicos que vêm sendo utilizados em triagem auditiva neonatal, são a Audiometria de Tronco Encefálico (ABR) e as Emissões Otoacústicas Evocadas Transitórias (EOAT). 11 A Audiometria de Tronco Encefálico é um exame objetivo de audição que avalia a integridade da via auditiva (Matas e Col., 1998). A Audiometria de Tronco Encefálico tem sido utilizado como procedimento de avaliação em neonatos há mais de 15 anos, já tendo reconhecimento quanto à sua eficiência. Uma das vantagens da Audiometria de Tronco Encefálico, para a triagem de recém-nascidos, incluem sua aplicabilidade nos neonatos em níveis muito baixos de estímulos, reduzindo a possibilidade de deixar de ser detectada uma perda auditiva de suave à moderada (Oliveira e Oliveira, 1994), apresentando a capacidade de detectar perdas unilaterais e bilaterais. É um procedimento que se baseia no uso de uma medida fisiológica dependente de uma resposta sensorial. Algumas das limitações da técnica incluem o custo e a natureza sofisticada da instrumentação, o uso de um clique acústico que torna a Audiometria de Tronco Encefálico basicamente sensível somente à perda auditiva em freqüências altas e o fato de não ser uma resposta consciente, no nível do córtex (uma Audiometria de Tronco Encefálico com presença de resposta não significa que o indivíduo pode ouvir). As Emissões Otoacústicas (EOA), descobertas por Kemp em 1978 (Chapchap, 1996), são atualmente um dos métodos mais utilizados para triagem auditiva neonatal. Kemp constatou a presença de uma energia acústica, produzida no ouvido interno de forma espontânea ou em reposta a um estímulo sonoro. Essa 12 energia foi denominada Emissões Otoacústicas. Existem quatro tipos de Emissões Otoacústicas, mas em triagem neonatal são utilizadas as Emissões Otoacústicas Evocadas Transitórias (EOATs). As EOATs têm sido citadas como melhor procedimento para triagem auditiva por suas características, quando comparadas com outros procedimentos (Parrado e Gattaz, 1995). É um método rápido, simples, não necessitando de sedação. As EOATs podem ser registradas em indivíduos que apresentam limiares de, no máximo, 30 dBNA (Vono-coube e Costa Filho, 1998). Uma das desvantagens das EOAs é que esse método não quantifica o grau de perda, apenas nos diz se há integridade da cóclea, mais especificamente, das células ciliadas externas. Além disso, se a deficiência auditiva for do tipo retrococlear não poderá ser identificada, somente através dessa técnica. O que se observa é que todos os métodos apresentam vantagens e desvantagens, pois cada técnica avalia determinada estrutura. O ideal é que se pudesse submeter os recém-nascidos a todos esses métodos, porém isso acarreta um custo muito elevado. Então, na maioria dos casos, o que se faz é escolher o método com o menor percentual de falsos-positivos (crianças que falham na triagem, porém não é constatada uma perda auditiva) e falsos-negativos (crianças que passam na triagem e, posteriormente, se constata uma perda auditiva) e utilizar-se dela para, no caso da criança falhar na testagem, submetê-la aos outros métodos que confirmem ou não o diagnóstico. O que se observa é que os métodos eletrofisiológicos apresentam menor ocorrência de falsos-positivos e falsos-negativos. Por isso, muitos profissionais acabam incluindo 13 um método eletrofisiológico em seus programas de triagem neonatal. Tais programas devem vir acompanhados por outros que justifiquem a sua existência e o complementam. A identificação e o diagnóstico das perdas auditivas, em crianças muito pequenas, não encerra uma etapa, ao contrário, inaugura um período em que se devem buscar os caminhos a serem trilhados para cada criança num longo e único processo terapêutico (Balieiro e Col., 1997). Então, é fundamental juntamente com os programas de triagem neonatal existirem programas nos quais a suspeita seja confirmada ou não, através de métodos diagnósticos mais completos. Na confirmação da alteração, deve ser iniciada a protetização e o processo terapêutico, bem como a orientação à família. No Brasil, em alguns estados, os programas de triagem neonatal estão muito avançados, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Porém, nos outros estados, esses programas quase não existem. No Rio Grande do Sul, sabe-se que a triagem neonatal está muito longe de ser ideal. Existem poucos fonoaudiólogos atuando em hospitais, o que dificulta a implantação de programas de triagem auditiva em berçários, já que são esses profissionais que implantam e coordenam os programas de triagem neonatal. Santa Maria e Novo Hamburgo são as únicas cidades onde já se desenvolve esse tipo de trabalho. Em Porto Alegre, os programas estão ainda em estágio de projetos de pesquisas. 14 O fonoaudiólogo ainda não atua efetivamente junto a equipes de pediatria. Os pediatras, por sua vez, apresentam-se pouco informados em relação ao trabalho do fonoaudiólogo e sobre os métodos de detecção precoce da deficiência auditiva. É o que mostra essa pesquisa na qual, apesar de 62,1% dos pediatras e neonatologistas estudados atuarem em berçários, mais da metade da amostra (55,2%) não conhece métodos de avaliação auditiva para recém-nascidos. Isso poderia pressupor que estes mesmos profissionais julguem que não seja possível a avaliação precoce da deficiência auditiva, ou talvez este desconhecimento em relação aos métodos esteja relacionado ao tempo que esses profissionais estão desenvolvendo suas atividades (são profissionais que estão no mercado de trabalho há mais de dez anos (68,9%). No caso das Emissões Otoacústicas, seu descobrimento deu-se no final da década de 70, mas somente em meados dos anos 90, é que tem sido difundida com maior intensidade em nosso país. Isso poderia ser uma justificativa para seu desconhecimento, já que somente 15,4% da amostra diz conhecê-la como um método para avaliação auditiva. A Audiometria de Tronco Encefálico, como já foi citado, é utilizado há pelo menos 15 anos como método de triagem neonatal, e somente 53,8% citam-na como um método conhecido. Como os cursos que são direcionados a estes profissionais, pediatras e neonatologistas, muitas vezes não abordam temas como a detecção precoce da deficiência auditiva, somente profissionais que se interessam pelo assunto irão buscar outras fontes para 15 adquirir as informações necessárias. O curso de formação em Medicina, não apresenta em seus currículos de forma específica estes conhecimentos. Observa-se, na presente pesquisa, um alto índice de queixas relacionadas à audição em crianças (86,2%). Essas queixas costumam aparecer entre as idades de dois a quatro anos (46,9%). Período em que os pais costumam observar que a linguagem e a fala não estão ocorrendo da forma esperada. Acima dos quatro anos o percentual de queixas (28,1%) ainda é maior do que dos zero aos dois anos (18,8%), levando-nos a pensar que a detecção precoce, ou seja, antes dos dois anos está muito longe do que se gostaria. Estes resultados, refletem a falta de informação, que os pediatras e os neonatologistas pesquisados, têm sobre os recursos existente para se fazer um diagnóstico precoce e a relevância que esse têm para o desenvolvimento global da criança. Ao se perguntar qual seria sua conduta, ou seja, como costumavam avaliar, 93,1% responderam, que encaminham para outro profissional. Não há clareza sobre esse aspecto: o trabalho é multidisciplinar ou se o paciente é encaminhado aos especialistas mencionados. O profissional escolhido para este encaminhamento é o Otorrinolaringologista (88,9%) e o Fonoaudiólogo (44,4%). Este resultado difere do que Oliveira e Col. (1998), encontraram em pesquisa semelhante, em que a maioria da amostra (45,16%) encaminha primeiro para Fonoaudiólogos e 35,49% para Otorrinolaringologistas. Mas corrobora com os achados de Lemes e Col., (1999), que encontraram 61,64% 16 de encaminhamento para o Otorrinolaringologista. Na mesma pesquisa é citado, ainda, que os pediatras desconhecem o fato de a Audiologia ser uma especialidade do Fonoaudiólogo. Questionados sobre se teriam seu próprio método de avaliação, os entrevistados responderam que a anamnese (64,3%) e o “grau de atenção da criança” (50,0%) eram os métodos utilizados. Há que se fazer um parênteses aqui, pois sabemos da enorme contribuição da anamnese para a coleta de informações a respeito do paciente, mas utilizá-la como método de avaliação seria demasiado perigoso. O que se observa, porém, é o interesse pelo assunto: 93,1% acha importante a avaliação auditiva do bebê ainda no berçário; 100% da amostra gostaria de saber o que são Emissões Otoacústicas; 86,2% gostariam que a audição dos recém-nascidos fosse testada antes da alta hospitalar. A desinformação a respeito das possibilidades de diagnóstico precoce da deficiência auditiva não é privilégio dos profissionais pesquisados. Em pesquisa recente, Oliveira e Col. (1998), apresentam um índice de 68,75% de mães internadas em uma maternidade de Santa Maria, que também desconhecem esta possibilidade. 17 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Meses antes do nascimento, a capacidade de ouvir dos bebês já é aguda e bem desenvolvida (Klaus e Klaus, 1989). As pesquisas trazem-nos conhecimentos que não podem apenas preencher livros. Tudo o que se descobriu a respeito do fantástico sentido da audição há de ser usado em prol daqueles que são privados desse, fazendo com que alcancem, através de outras possibilidades, uma qualidade de vida menos restrita. No entanto quando a possibilidade de triagem neonatal tornou-se uma realidade prática, cresceu a esperança de que mais crianças com surdez congênita severa seriam vistas dentro de uma ou duas semanas após o nascimento. Isso não ocorreu em uma extensão significativa, e o número de crianças que são diagnosticadas tarde, após seu primeiro ou até mesmo após seu segundo ou terceiro aniversário, permanecem escandalosamente elevados (Ballantyne e Col., 1995). Os resultados encontrados em nossa pesquisa podem de certa forma, justificar o fracasso em se estabelecer de maneira efetiva um diagnóstico precoce da deficiência auditiva. Constatou-se que, os pediatras e neonatologistas são alvo de muitas queixas relacionadas a audição. Essas queixas ocorrem em sua grande maioria após os dois anos de idade. A conduta mais observada é o encaminhamento a outro profissional. O profissional escolhido é predominantemente o otorrinolaringologista. Os médicos (pediatras e neonatologistas) ainda desconhecem os métodos de avaliação auditiva para recém-nascidos. Outro aspecto que cabe salientar é a falta de interesse desses profissionais demonstrada pela pouca participação em nossa pesquisa, pois apenas 29 questionários retornaram. Esse dado nos revela um descaso por parte desses profissionais em relação a aspectos do desenvolvimento de seus pacientes. E nos faz questionar a atuação dos fonoaudiólogos quanto a divulgação de seu trabalho. Entretanto, os entrevistados da amostra demonstram interesse em receber informações sobre as EAO. Julgam importante a avaliação dos recém-nascidos antes da alta hospitalar e revelam o desejo que seus pacientes sejam avaliados antes da alta hospitalar pelo método de EAO. Os aspectos positivos devem estimular-nos a continuar a desenvolver programas de detecção precoce da deficiência auditiva. Observa-se porém, uma grande carência de informações em relação aos métodos de diagnóstico precoce existentes e as possibilidades que esses proporcionam em termos de desenvolvimento para o deficiente auditivo. Ao olharmos por este ângulo, percebemos que é necessário divulgar estas informações. 19 Os pediatras e neonatologistas são profissionais que se engajados no processo de identificação precoce da deficiência auditiva, certamente contribuirão com uma grande parcela para o seu sucesso. É necessário, também, vincular e estruturar, junto ao diagnóstico precoce, um trabalho de habilitação, de orientação e de prevenção primária. Se a detecção precoce da deficiência auditiva foi o único objetivo, há que repensá-la, pois o diagnóstico da deficiência auditiva não faz sentido se o indivíduo não tiver alternativas que visam dar-lhe uma melhor qualidade de vida. O tratamento precoce é essencial para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Ele deve incluir o atendimento adequado aos pais/bebê, a amplificação que possa ser utilizada pela criança, o treinamento da fala e da linguagem e o desenvolvimento de habilidades perceptivas e cognitivas (Bess e Humes, 1998). Conter a incidência da perda auditiva naqueles casos em que isso é possível, ou seja, atuar em prevenção primária e habilitar o paciente deficiente auditivo são tarefas que devem andar ao lado do trabalho diagnóstico. Por outro lado, se não for possível, num primeiro momento, a integração do trabalho de habilitação juntamente com o diagnóstico precoce, ele por si só, talvez possa chamar atenção da sociedade, para que se possa avançar em outras direções, ou seja, a não possibilidade de estruturar programas amplos pode desestimular a tentativa de fazer o diagnóstico precoce e assim, cairemos na velha desculpa que, se juntos não se pode, então nada faremos. 20 Quanto aos métodos de detecção precoce da deficiência auditiva, as Emissões Otoacústicas têm sido indicadas por suas características como um adequado recurso para ser usado em maternidades. Enfim é preciso passar essas informações ao pediatra, ao neonatologista e ao obstetra, informando o quanto são importantes para o sucesso da detecção, o diagnóstico e a habilitação da deficiência auditiva. Melhor é preciso informar a sociedade. Isso deveria ser feito pelos órgãos governamentais, através de campanhas. Porém, já que estes não cumprem com o seu papel, nós, profissionais envolvidos com essas questões temos o dever de fazer a nossa parte informando, orientando, criando programas e colocando-os em prática. Só assim, estaremos cumprindo nosso papel como profissionais não somente detentores do conhecimento, mas cidadãos cumpridores de seus deveres e responsabilidades sociais. 21 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANDRADE, C. R. F. de. Fonoaudiologia preventiva – teoria e vocabulário técnico científico. Série Especial em Fonoaudiologia. Lovise: São Paulo, p.105, 1996. 2. AZEVEDO, M. F. de O. Avaliação audiológica no primeiro ano de vida. In: LOPES FILHO, O. e Col. 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Queira, por favor, responder este questionário e colocá-lo no correio. Se preferir, o senhor poderá, enviá-lo via fax (n) ou deixá-lo no Serviço de Pediatria do Hospital, com a secretária. Estaremos aguardando sua colaboração até o dia 31 de outubro de 1998. 1) Há quanto tempo o Senhor é Pediatra? ( ) até cinco anos ( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 15 anos ( ) mais de 16 anos 2) Atua em berçários? ( ) Sim ( ) Não 3) Ouve queixas relacionadas à audição em crianças em sua clínica? ( ) Sim ( ) Não 4) Em que idade ocorrem as queixas relacionadas à audição? ( ) 0 a 2 anos ( ) 2 a 4 anos ( ) acima dos 4 anos 5) Costuma avaliar a audição de seus pacientes? ( ) Sim ( ) Não 6) Qual é o procedimento? ( ) Tem seu próprio método de avaliação. Qual? ____________________________________________________________ ( ) Encaminha para outro hospital. Qual? ____________________________________________________________ ( ) Trabalha com profissionais que avaliam Qual/Quais?_______________________________________________________ 7) Conhece algum método de avaliação auditiva para recém-nascidos? ( ) Sim ( ) Não Qual/Quais?_______________________________________________________ 8) Acha importante a avaliação auditiva do bebê ainda no berçário? ( ) Sim ( ) Não 9) Tem conhecimento sobre as Emissões Otoacústicas (EOA)? ( ) Sim ( ) Não 10) O senhor gostaria de obter informações sobre as EOA? ( ) Sim ( ) Não 11) Julga importante avaliar a audição de seus pacientes antes da alta hospitalar pelo Método das EOA? ( ) Sim ( ) Não Anexo B - Gráficos Gráfico 1 – Há quanto tempo o Senhor é Pediatra? De 11 a 15 anos 17,2% Mais de 16 anos 51,7% De 6 a 10 anos 20,7% Até 5 anos 10,3% n = 29 Gráfico 2 – Atua em berçários? SIM 62,1% NÃO 37,9% n = 29 Gráfico 3 – Ouve queixas relacionadas à audição em crianças em sua clínica? SIM 86,2% NÃO 13,8% n = 29 Gráfico 4 – Em que idade ocorrem as queixas em relação à audição? 50 46,9% 45 40 35 28,1% 30 25 20 18,8% 15 10 6,3% 5 0 De 0 a 2 anos Respostas múltiplas. n = 29 De 2 a 4 anos Acima de 4 anos Não respondeu Gráfico 5 – Costuma avaliar a audição de seus pacientes? SIM 69,0% NÃO 31,0% n = 29 Gráfico 6 – Qual é o procedimento? 100 93,1% 90 80 70 60 48,3% 50 37,9% 40 30 20 10 3,4% 0 Encaminha para outro profissional Respostas múltiplas. n = 29 Tem seu próprio método de avaliação Trabalha com profissionais que avaliam Não respondeu Gráfico 6.1 – Qual é o procedimento? (Para os entrevistados que responderam: “Tem seu próprio método de avaliação”). 64,3% Anamnese Grau de atenção da criança 50,0% Durante a consulta clínica 28,6% Audiometria 21,4% 14,3% Linguagem Diapasão 7,1% 0 10 20 30 40 50 60 70 Respostas múltiplas. n = 14 Gráfico 6.2 – Qual profissional encaminha o paciente? (Para os entrevistados que responderam: “Encaminha para outro profissional”). in ol ar in go lo gi st a 88,9% Fo no au di ól og O o to rr 44,4% N eu ro lo gi st a 3,7% 0 Respostas múltiplas. n = 27 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Gráfico 6.3 – Trabalha com qual(is) profissional(is) que avaliam audição? (Pergunta para entrevistados que trabalham com profissionais que avaliam audição). O to rr in ol ar in go lo gi st a 81,8% Fo no au di ól og o 45,5% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Respostas múltiplas. n = 11 Gráfico 7 – Conhece algum método de avaliação auditiva para recémnascidos? NÃO 55,2% SIM 44,8% n = 29 Gráfico 7.1 – Qual(is) o(s) método(s) que conhece? (Pergunta para entrevistados que conhecem métodos de avaliação auditiva). Pot. Evocado Auditivo 53,8% Emissões Otoacústicas 15,4% Leu artigo no J. Pediatria 7,7% Chocalho 7,7% Bater palmas 7,7% Polissonografia Neonatal 7,7% Não respondeu 7,7% 0 10 20 30 40 50 60 Respostas múltiplas. n = 13 Gráfico 8 – Acha importante a avaliação auditiva do bebê ainda no berçário? NÃO 3,4% NÃO RESPONDEU 3,4% SIM 93,1% n = 29 Gráfico 9 – Tem conhecimento sobre Emissões Otoacústicas (EOA)? SIM 17,2% NÃO 82,8% n = 29 Gráfico 10 – O senhor gostaria de obter informações sobre EOA? SIM 100,0% n = 29 Gráfico 11 – Julga importante avaliar a audição de seus pacientes antes da alta hospitalar pelo método das EOA? Não 6,9% Sim 86,2% n = 29 Não conhece o método, não pode avaliar 3,4% Depende do custo-benefício 3,4%