Biopirataria de Plantas Medicinais na Amazônia Legal e a Indústria Farmacêutica Rodrigo Ramos Hospodar Felippe Valverde¹, Lucas Muzio Vieira Cunha² FFLCH/USP [email protected]¹, [email protected]² Objetivos O objetivo dessa apresentação é sintetizar o conhecimento sobre a biopirataria de plantas medicinais na Amazônia Legal, juntamente com o desenvolvimento sustentável. Como a biopirataria acontece principalmente em prol do desenvolvimento da indústria farmacêutica, o enfoque é definido na relação de produtos amazônicos com a biopirataria e a patente de medicamentos. Ao fazê-lo, estabelecemos como pano de fundo a polêmica sobre a devida compensação pelo uso dos conhecimentos dos povos tradicionais. Métodos/Procedimentos Durante todo o trabalho, foram realizadas pesquisas de diversas áreas do conhecimento a respeito do tema, devido a sua interdisciplinaridade, passando pelo Direito, pela Biologia, Farmacologia, Antropologia, Economia e a própria Geografia que, como ciência transversal, conversa com todas essas áreas. Também foi fundamental a obtenção e sistematização em tabelas, gráficos e mapas de dados primários e recentes a respeito da “Operação Novos Rumos” do IBAMA, que se refere à fiscalização da biopirataria no Brasil. Resultados A biopirataria, que é a apropriação indevida de patrimônio genético associado ao conhecimento tradicional, ocorre de diversas formas, desde a criação de empresas fantasmas, importadoras e exportadoras e ONGs como meio de espoliação do indígena e dos recursos brasileiros, até mesmo diretamente pelas grandes corporações. Isso ocorre devido a grande biodiversidade da floresta Amazônica, associado ao custo de produção de um medicamento a partir de um principio bio ativo de uma planta ser bem aquém daquele pesquisado e sintetizado apenas em laboratório. Como pode ser visto na figura 1, o país que mais comete biopirataria no território brasileiro é o próprio Brasil, se levarmos em consideração a sede das indústrias infratoras. PAÍSES Brasil INDÚSTRIA FARMACÊUTICA 20 11 França 1 1 Reino Unido* 3 2 Alemanha 2 2 EUA 6 5 Arábia Saudita 1 0 Italia 2 2 Suíça 4 3 Holanda* 1 0 39 25 Total *A Unilever tem sede nos dois países. Figura 1: Sede das empresas que biopirataria no Br. (Fonte: MMA, 2012). cometem Conclusões O grande aproveitamento das pesquisas sobre medicamentos não fica no Brasil, havendo um alto número de patentes em outros países que recebem royalties indevidamente. Além disso, a questão do conhecimento tradicional associado veio à tona quando foi percebido que não são bens materiais que os indígenas pleiteiam, é apenas sua fixação na sua área de origem, além é claro das contradições na necessidade do Brasil em proteger seus bens nativos e ao mesmo tempo desenvolver sua economia e a região Amazônica enquanto grandes corporações investem agressivamente na região. Referências Bibliográficas -BARBIERI, Edison. Biodiversidade: capitalismo verde ou ecologia social? Cidade Nova, São Paulo, 1998. - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2012. - VARELLA, M.D. Biodiversidade: o Brasil e o quadro Internacional. Revista Brasileira de Política Internacional. 40 (1): 123-141 [1997].