51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 fl[email protected] Palavras-chave: Búfalos, Bubalus bubalis, marcadores moleculares, beta-lactoglobulina, kapa-caseina, PCR-RFLP Picolo, MR; Santos, RL; Ambiel, AC; Fluminhan, A Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Análise de marcadores moleculares para os genes da beta-lactoglobulina e kapa-caseína em búfalos (Bubalus bubalis) Tem sido crescente o interesse na identificação de polimorfismo genético através da utilização de marcadores moleculares para genes de importância econômica na pecuária. Os estudos de correlação entre os diferentes genótipos e o respectivo desempenho dos animais para algumas características tem tornado possível a sua aplicação em programas de seleção de reprodutores. Embora tenham-se alcançado resultados promissores em programas de melhoramento genético de algumas espécies, sabe-se que ainda são poucos os relatos sobre a utilização destas técnicas em búfalos (Bubalus bubalis). Entre as principais características de interesse nesta espécie, destaca-se a produção leiteira, devido ao seu elevado valor alimentar e econômico. Na presente pesquisa, foram analisados os genes da beta-lactoglobulina e kapa-caseína, que se destacam por influenciar na produção e na qualidade do leite e dos seus sub-produtos. Os objetivos deste trabalho foram detectar a presença de polimorfismo para marcadores moleculares dos referidos genes e avaliar a aplicabilidade das metodologias em uma pequena amostragem de um rebanho comercial. As análises foram realizadas em frações de DNA coletadas a partir de amostras de sangue, e com a utilização da técnica do PCR-RFLP, utilizando-se iniciadores específicos para ambos os genes, previamente descritos em estudos com bovinos. Foram detectados fragmentos de amplificação por PCR apresentando cerca de 242 pb para o gene da betalactoglobulina, e 326 pb para o gene da kapa-caseína. A digestão destes produtos de amplificação foi feita utilizando-se as endonucleases Hae III e Hinf I, respectivamente, como também descrito em estudos com bovinos. Embora os protocolos utilizados para o estudos dos genes da beta-lactoglobulina e da kapa-caseína tenham sido perfeitamente aplicáveis em bubalinos, os resultados observados foram bastante controvertidos: o primeiro gene mostrou a presença de três fragmentos de digestão, com cerca de 144 pb, 98 pb e 72 pb. Já o marcador para o gene da kapa-caseína apresentou dois fragmentos de restrição, com cerca de 223 pb e 103 pb. Em ambos os casos não foram constatadas diferenças genéticas entre os animais quanto ao sítio de restrição das enzimas utilizadas. Embora o número de animais utilizados tenha sido relativamente pequeno (10), deve-se ressaltar que uma possível explicação para as observações descritas seja a elevada freqüência de indivíduos heterozigotos (genótipo AB) para o marcador do gene da beta-lactoglobulina. A análise da seqüência de nucleotídeos do produto de amplificação em questão dá suporte à esta constatação, com a verificação de sítios de restrição em posições coerentes com os resultados. Desta forma, fica demonstrada a viabilidade da técnica e a possibilidade de sua utilização em um maior número de animais, visando a sua utilização em programas de seleção assistidas por marcadores moleculares das diferentes raças encontradas no Brasil, e abrindo a perspectiva de utilização da mesma para outros genes em búfalos. 215