Rubens Pinto Síntese

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
FACULDADE DE GEOLOGIA
PRÁTICA DE INTRODUÇÂO ÀS GEOCIÊNCIAS
A Província Borborema: contexto do
Noroeste do Ceará
Aluno:
Rubens Werner Matheus Brito Pinto - 201608540011
Docente:
Dr. Francisco, de Assis Matos de Abreu
Belém, 23/FEV/2017
PROVINCIA DO BORBOREMA
À Província Borborema e abrange grande parte do Nordeste, limitando-se com a
Bacia do Parnaíba a oeste, o Cráton São Francisco ao sul, a Província da Margem
Continental Leste a leste e Equatorial ao norte. São individualizados três segmentos
tectônicos fundamentais, limitados por importantes zonas de cisalhamento brasilianas
denominados de: Subprovíncia Setentrional, Subprovíncia da Zona Transversal ou Central
e Subprovíncia Externa ou Meridional, as quais foram subdivididas em domínios.
DOMÍNIO MÉDIO COREAÚ E CEARÁ CENTRAL
“O Domínio Médio Coreaú aparece no extremo noroeste do estado do Ceará e é
delimitado a sudeste pela zona de cisalhamento Sobral-Pedro II. O Domínio Ceará Central
estende-se dessa zona de cisalhamento até a de Senador Pompeu, onde se limita com o
Domínio Orós--Jaguaribe. Coberturas sedimentares recobrem os outros limites dos dois
domínios” (Yociteru et. Al.).
Arqueano
Unidade granitoide: Complexo Cruzeta, com as unidades Mombaça (gnaisses
granodioríticos, tonalíticos e graníticos, anfibolitos), Pedra Branca (gnaisses tonalíticos e
granodioríticos) e Troia (paragnaisses, micaxistos, rochas cálcio-silicáticas, metacalcários,
quartzitos, metachertes, BIFs, metagabros, metadioritos e metatonalitos, xistos máficos,
hornblenditos, serpentinitos, cromititos, metabasaltos, metavulcanoclastitos).
Paleoproterozoico (Transamazônico)
Unidades metavulcanossedimentares:
Unidade Algodões: paragnaisses, anfibolitos, metabasaltos e BIFs.
Grupo Novo:
Oriente
com
duas
formações:
Bonsucesso
(quartzitos,
metaconglomerados e metavulcanitos máficos de 2,1 Ga, acumulados em ambiente
costeiro proximal) e Caraúbas (xistos, mármores, metachertes, turmalinitos, metavulcanitos
máficos e ultramáficos, gerados em ambiente costeiro distal).
Paleoproterozoico (pós-Transamazônico)
Unidade metavulcanossedimentar: Complexo Saquinho, de 1,80 Ga, formado por
traquiandesitos, riolitos, vulcanoclastitos, calcários e arenitos ferruginosos (Santos et. Al.
2008).
Mesoproterozoico
Unidade eclogítica: Eclogitos do Domínio Ceará Central, de 1,6-1,5 Ga e
metamorfizados em 650 Ma até alto grau e retrometamorfizados. Aparecem em núcleos ao
longo de uma faixa de direção N-S e comprimento de cerca de 30 km de granadaclinopiroxênio-anfibolitos formados em arco insular, fundo oceânico e retro arco (Amaral et.
Al. 2011).
Neoproterozoico
Unidades metavulcanossedimentares:
Grupo Martinópole, gerado em ambiente marinho, reunindo, da base para o topo, as
formações Goiabeira (micaxistos, paragnaisses), São Joaquim (quartzitos com cianita,
BIFs, mármores, paragnaisses, rochas cálcio-silicáticas e metavulcanitos félsicos), Covão
(micaxistos, mármores e metavulcanitos félsicos) e Santa Terezinha (micaxistos,
mármores, BIFs e metarriolitos).
Grupo Ceará, constitui-se basicamente de paragnaisses, quartzitos, mármores, anfibolitos,
ortognaisses e granulitos. Sendo subdividido nas formações Independência (micaxistos,
gnaisses, quartzitos, mármores, Quixeramobim (micaxistos, gnaisses, quartzitos,
mármores).
Unidade metassedimentar:
Grupo Ubajara, com as formações, do topo para a base, Frecheirinha com calcários,
margas, siltitos e arenitos, depositados em ambiente marinho, Coreaú com arenitos
arcoseanos, grauvacas e conglomerados, de origem fluvial, Trapiá com arenitos e arenitos
conglomeráticos, de ambiente fluviomarinho e Caiçara com ardósias, arenitos e siltitos, de
ambiente marinho raso.
Unidade granitoide sintectônica precoce:
Suíte Tamboril-Santa Quitéria, de 660-610 Ma (granitos, anfibolitos, gnaisses
granitoides dos plútons Tamboril).
Unidades granitoides sin- a tarditectônicas:
Suíte Itaporanga (granitos e granodioritos, dioritos de numerosos plútons).
Unidades granitoides tardi- a pós-tectônicas:
Suíte Guaribas com riolitos, andesitos, dioritos, dacitos, riodacitos e microgranitos de
um enxame de diques; Suíte Umarizal, de 590 Ma com sienogranitos e sienitos alcalinos a
subalcalinos em vários plútons.
Unidade máfica a intermediária
de 580 Ma constituído por gabros, gabronoritos, dioritos, monzodioritos, quartzodioritos, quartzo-monzonitos, granodioritos subalcalinos.
Cambriano-Ordoviciano
Unidade granitoide:
Suíte granitoide Meruoca, de 530 Ma formada por granitos, monzonitos e sienitos
alcalinos a subalcalinos dos plútons Meruoca e Mucambo, e os plútons de granitos Quintas
de 470 Ma e Pajé, de 460 Ma (Ordoviciano Médio).
Unidade vulcanossedimentar:
Grupo Jaibaras, de origem fluvial, do topo para a base, com as formações Aprazível
(conglomerados, brechas), Parapuí (basaltos, andesitos, riolitos, dacitos, vulcanoclastitos),
Pacujá (arenitos arcoseanos, folhelhos, siltitos, argilitos) e Massapé (conglomerados,
brechas).
Unidades sedimentares:
Formação Ubari, na Bacia de Jaguarapi (noroeste do Domínio Médio Coreaú),
conglomerados com intercalações de arenitos e siltitos.
Grupo Rio Jucá, na Bacia de Cococi-Rio Jucá (sul do Domínio Ceará Central), com
as formações Angico Torto, Cococi e Melancia.
Arqueano
O Domínio Ceará Central tem rochas arqueanas no Sudeste, que são componentes
de um extenso maciço designado Troia-Pedra Branca. São representadas pelo Complexo
Cruzeta, que inclui unidade de gnaisses tonalíticos e granodioríticos (Mombaça),
granitoides de arco continental (Cruzeta), pacote metavulcanossedimentar (Troia) e
ortognaisses (Pedra Branca). Tais unidades geradas em 3.270 Ma foram afetadas no
Evento Brasiliano por metamorfismo de médio a alto graus, migmatização e forte
deformação que gerou empurrões empilhando nappes e zonas de cisalhamento e algumas
falhas transcorrentes sinistrais (Yociteru et. Al.).
Paleoproterozoico (Transamazônico)
No extremo noroeste do Domínio Médio Coreaú formaram-se os gnaisses do
Complexo Granja de 2,3 Ga, que podem ter se formado na etapa distensiva do Ciclo
Transamazônico. Essa unidade representa o embasamento mais antigo do Domínio Médio
Coreaú e foi metamorfizado em médio e alto graus, mais ou menos migmatizado e
fortemente deformados em 560-550 Ma. No Domínio Ceará Central formou-se o pacote
metassedimentar da Unidade Algodões de 2,3 Ga, contendo metamafitos-ultramafitos que
parecem corresponder a basaltos de platôs e dorsais oceânicos ou de bacia retroarco. Temse então um quadro de abertura oceânica nesse tempo e posterior fechamento e colisão
com metamorfismo de médio grau, deformação gerando zonas de cisalhamento de
empurrão, que delimitam a unidade e a caracterizam como alóctone, e intrusão granitoide
de arco continental.
Tem-se ainda o Grupo Oriente Novo, um pacote depositado em ambiente marinho de zona
costeira, mais novo que a Algodões.
Paleoproterozoico (pós-Transamazônico)
O Complexo Saquinho marca um processo de rifteamento ensiálico ao que parece
com magmatismo associado e não pequena abertura oceânica. Foi termotectonizado e
constitui uma klippe sobre o Grupo Ubajara.
Neoproterozoico
No
Neoproterozoico,
o
Domínio
Médio
Coreaú
acolheu
o
pacote
metavulcanossedimentar do Grupo Martinópole (780 Ma) e o metassedimentar do Grupo
Ubajara em ambiente marinho que, na segunda unidade, passou para fluviomarinho. O
metamorfismo ocorreu por volta de 650 Ma e foi de médio grau nas formações Goiabeira e
São Joaquim e de baixo grau a incipiente nas outras duas. A deformação deu-se entre 620
e 590 Ma por tectônica tangencial gerando uma pilha de nappes com vergência para
noroeste, seguida de forte tectônica transcorrente, que originou o Cinturão de Cisalhamento
Noroeste do Ceará. Intrusões granitoides se formaram relacionadas com zonas de
transtensão por volta de 560 Ma. Na etapa de exumação desenvolveram-se zonas de
cisalhamento de alto mergulho entre 560 e 540 Ma. Por fim, sob regime distensivo,
instalaram-se bacias de molassa e intrusões granitoides de 530 Ma.
Cambriano-Ordoviciano
Relacionam-se as últimas manifestações do Ciclo Brasiliano, consistindo de
intrusões de diques de diabásio, intrusão de granitoides pós-tectônicos ou anorogênicos de
até 460 Ma e implantação de bacias de molassa nos dois domínios.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Hasui, Y. et al. Geologia do Brasil. 1. ed. São Paulo: Editora
Beca, 2012. p. 254 – 288.
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