10 INTRODUÇÃO 1. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é uma das principais causas de procura de ambulatórios de saúde mental por crianças e adolescentes. Em amostras não referidas estima-se que 3% a 6% das crianças em idade escolar apresentem TDAH (Faraone et al., 2003). O TDAH é o mais comum transtorno neuropsiquiátrico diagnosticado na infância, embora o TDAH diminua com a idade, os sintomas podem persistir na adolescência e na maioridade (Bertha et al., 2005). Como não existe um marcador biológico para todos os casos de TDAH, o diagnóstico deve ser feito baseado no quadro clínico - comportamental (APA, 1994). De acordo com a literatura atual, os sintomas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são originados por disfunções no funcionamento cerebral. A variação nas manifestações clínicas do TDAH reflete, possivelmente, a complexidade dos processos biológicos implicados na origem de seus sintomas, supondo-se que alterações em diferentes sistemas de neurotransmissão devam estar envolvidos (Faraone et al., 1998). De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), os sintomas mais importantes do TDAH são: desatenção, hiperatividade e impulsividade. O transtorno fica caracterizado se esses sintomas 11 ocorreram com uma intensidade acima da usual para a fase de desenvolvimento da criança, em diferentes ambientes (como, por exemplo, em casa e na escola) e com prejuízo para a produção escolar e/ou relacionamento interpessoal (Kapczinski et al., 2000). Os sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade precisam ocorrer em vários ambientes da vida da criança e manterem-se constantes ao longo do período avaliado. Sintomas que ocorrem apenas em casa ou somente na escola devem alertar o clínico para a possibilidade de que a desatenção, a hiperatividade ou a impulsividade possam ser apenas sintomas de uma situação familiar caótica ou de um sistema de ensino inadequado. Da mesma forma, flutuações de sintomatologia com períodos assintomáticos não são características do TDAH (Rohde et al., 2004). A desatenção pode ser identificada por: dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades escolares; não conseguir acompanhar instruções longas e/ou não terminar as tarefas escolares ou domésticas; dificuldade em organizar e planejar tarefas; dificuldades em realizar tarefas que envolvam esforço mental sustentado; perder facilmente coisas importantes e fácil distração com estímulos alheios. A hiperatividade pode ser detectada pelos seguintes comportamentos: agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira; dificuldade em permanecer sentado; correr em demasia; falar demais; não conseguir envolver-se em atividades de lazer de modo silencioso; parecer “estar a mil por hora” ou “a todo vapor”. Por sua vez, os sintomas de impulsividade podem se manifestar por: dificuldade em aguardar a vez; responder a pergunta antes do seu término; ou intrometer-se na conversa dos outros (APA, 1994). 12 O TDAH está associado a vários déficits neuropsicológicos que, por sua vez, se correlacionam ao comprometimento do funcionamento acadêmico, social e profissional (Carter et al., 1995; Grodzinsky e Diamond, 1992; Klorman et al., 1999). Diversos estudos já demonstraram que esses déficits podem ser observados tanto em crianças como em adolescentes e adultos. Além dos sintomas básicos do transtorno, em mais de 50% dos casos, existe co-morbidade com transtornos do aprendizado, transtornos do humor e de ansiedade, transtornos disruptivos do comportamento e transtornos do abuso de substância e de álcool (Jensen et al., 1997; Souza et al., 2003). Estudos clínicos e epidemiológicos mostram que indivíduos que apresentam o transtorno têm um risco de desenvolver co-morbidade e de usar substâncias de abuso (Biederman et al.; 1992; Murphy et al.; 2002; Lahey et al.; 2002; Bird et al., 1994; Willcutt et al., 1999; Kadesjo et al., 2001). Três tipos de TDAH são diagnosticados: combinação de desatenção, hiperatividade e predominantemente impulsividade desatenção (aproximadamente (aproximadamente 80% 10 dos a pacientes); 15%); e predominantemente hiperatividade e impulsividade (aproximadamente 5%) (Marsha e Rappley, 2005). A prevalência do TDAH é estimada de 3 a 7% das crianças em idade escolar, porém pode apresentar grande variância nas estatísticas sugeridas para tal transtorno. Este fato se deve a diferença nos critérios diagnósticos para o TDAH que diferem em muitos países. Nos Estados Unidos usam-se como base diagnóstica os critérios do DSM-IV; já na Europa, são utilizados os critérios diagnósticos contidos no CID-10 (Biederman e Faraone, 2005). O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente 13 clínico, com base em critérios operacionais claros e bem definidos, provenientes de sistemas classificatórios como o DSM-IV (American Psychiatric Association, 1994) ou a CID-10 (Organização Mundial de Saúde, 1993). Os sistemas classificatórios definem um número mínimo de sintomas como necessários para o diagnóstico (DSM-IV: seis sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade; CID-10: seis sintomas de desatenção, três de hiperatividade e um de impulsividade) (Rohde et al., 2004). No Brasil não há estudos epidemiológicos muito abrangentes, mas acredita-se que a incidência do TDAH seja muito parecida com a descrita nos Estados Unidos (entre 3% a 10% de crianças e 1% a 6% de adultos) (Wender et al., 2001). A elevada prevalência, o prejuízo global e a cronicidade observados neste transtorno, levou o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos a identificar o TDAH como um sério problema de saúde pública (Lesesne et al., 2000). TDAH é uma condição crônica com experimentação dos sintomas por toda vida. Estes sintomas afetam de modo adverso o desempenho acadêmico, os relacionamentos familiar e social e o ajustamento psicossocial; portanto, deve ser alvo de intervenção. Os sintomas podem persistir na adolescência e na vida adulta, e nesse período etário o diagnóstico torna-se mais difícil. Um fator complicador no diagnóstico para o TDAH na adolescência e na vida adulta é que as co-morbidades do TDAH são mais facilmente identificadas como o problema principal ou mais grave (Mannuzza et al., 1998). Meninos são muitas vezes mais afetados que meninas, mas crescentemente estão sendo identificados casos que envolvem as meninas. Em amostras clínicas, os estudos encontravam uma proporção de nove meninos para uma menina. Estudos comunitários sugeriam uma taxa de quatro meninos para cada 14 menina. Portanto, Brown e colaboradores (2001) mostram que é alta a prevalência em meninos, em torno de 9,2%, enquanto em meninas a taxa é de 3%. O TDAH é entendido modernamente como um transtorno de base neurobiológica, sendo que a suscetibilidade a ele parece ser determinada por múltiplos genes de pequeno efeito (Castellanos et al., 2002; Tannock, 1998). Por muitas décadas, estudos têm mostrado que o TDHA e transmitido nas famílias, sugerindo ter este distúrbio fatores genéticos associados (Biederman e Faraone, 2005). Numerosos estudos de famílias já foram realizados com o TDAH, os quais mostraram consistentemente uma recorrência familiar significante para esse transtorno (Tannock, 1998). O risco para o TDAH parece ser de duas a oito vezes maior nos pais das crianças afetadas que na população em geral (Faraone e Biederman, 1994 e 1998; Epstein et al., 2000). 2. Bases Neurobiológicas O estudo da etiologia do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade vem sendo objeto de muitas pesquisas, especialmente a partir do início da década de 90. Apesar do grande número de estudos já realizados, as causas precisas do TDAH ainda são desconhecidas. Entretanto, a influência de fatores genéticos e ambientais no seu desenvolvimento é amplamente aceita na literatura (Tannock, 1998). A etiologia do TDAH não está completamente elucidada, mas os estudos nesse campo são consistentes em apontar uma hipótese multifatorial para a gênese do TDAH. Várias evidências apontam uma base orgânica para o transtorno, que 15 pode ser avaliada a partir da genética (Roman et al., 2003), da neurofisiologia (Bresnahan et al., 1999; Gustafsson et al., 2000; Clarke et al., 2001; Clarke et al. 2002), das técnicas de neuroimagem estrutural (Hale et al., 2000; Castellanos et al., 2002), neuroimagem funcional (Castellanos, 2002; Szobot et al., 2003) e neuroquímicas (Pliszka et al., 1996; Levy e Farrow, 2002; Spencer et al., 2002, Roman et al., 2003). Parece ocorrer uma vulnerabilidade orgânica para desenvolver ou não o TDAH nas suas diferentes formas de apresentação, de acordo com uma equação multifatorial, na qual entram vários parâmetros que se combinam de diferentes maneiras, sendo que o peso dos componentes orgânicos parece ser maior do que o dos ambientais, na medida em que prosseguem as pesquisas (Roman et al., 2003). As bases neurobiológicas do TDHA poderiam estar apoiadas sobre um tripé caracterizado por: imaturidade cerebral (visão neuromaturacional), sistemas atencionais anterior e posterior (visão anatomofuncional) e neurotransmissores envolvidos (visão neuroquímica). 2.1. Imaturidade Cerebral É sabido que o processo neuromaturacional do encéfalo tem uma progressão póstero-anterior, ou seja, primeiro mieliniza a região da visão, cuja janela maturacional se abre perto do nascimento e se fecha em torno dos 2 anos de idade; por último, mieliniza as áreas anteriores. Por isso, do ponto de vista neuroevolutivo, é aceitável um certo nível de hiperatividade pura em crianças sem lesão até 16 aproximadamente os 4 ou 5 anos de idade, visto que a região pré-frontal, na qual está o “freio motor”, só completa seu ciclo mielogenético nessa faixa etária (Kapczinski et al., 2000). Concomitante ao amadurecimento observável pela avaliação clínica, ocorre também um amadurecimento eletrográfico. Sabe-se, por exemplo, que o ritmo alfa posterior no eletroencefalograma (EEG) vai normalmente aumentando com a mudança de idade, de valores em torno de 8 Hz para crianças com aproximadamente 3 anos até uma faixa de 10 Hz aos 10 anos de idade (Niedermeyer, 1993). Tem sido descrito em padrão de atividades lentas no EEG de crianças com TDAH, sugerindo imaturidade eletroencefalográfica (Clarke et al., 2001). Admite-se também que alguns eventos pré ou perinatais possam interferir no amadurecimento neurológico normal. Para o desenvolvimento do TDAH, por exemplo, verificou-se que o baixo peso ao nascer aumenta o risco em até quatro vezes, e que a exposição pré-natal ao álcool ou ao cigarro, que são teratógenos bem específicos, aumentam o risco em duas ou três vezes o risco para o estabelecimento do transtorno (Mick et al., 2002). Outros fatores predisponentes, como toxemia ou eclampsia, idade e saúde materna, duração do trabalho de parto, sofrimento fetal e hemorragia anteparto também parecem associados ao transtorno (Spencer et al., 2002). A nutrição é outro fator de grande importância que afeta a maturação e o funcionamento do SNC (Sistema Nervso Central) (Dietrich et al., 2004). Em humanos, vários estudos tem mostrado que a má nutrição é um fator potencial de risco para vários transtornos psiquiátricos e cognitivos. Entretanto e difícil isolar o 17 componente nutricional responsável por estas alterações comportamentais. Vários estudos em animais tem sido desenvolvidos para se entender melhor essa teoria. Estudos com proteínas específicas da má nutrição tem também mostrado uma variedade de disfunções cerebrais, levando a incapacidade de aprendizado e alterações de comportamento social (Galler et al., 1996). Má nutrição protéica em roedores durante ambos os períodos pré e pós - natal tem sido correlacionados com disfunções cerebrais. Além disso, Mathangi e Namasivayam (2001) mostraram que a má nutrição protéica produz mudanças nos níveis de neurotransmissores no estriado e cerebelo. 2.2. Sistemas Atencionais Anterior e Posterior Uma visão anátomo-funcional mais abrangente e completa deve incluir uma circuitaria neural com 2 sistemas atencionais: um anterior, que parece ser dopaminérgico e envolve a região pré-frontal e suas conexões subcorticais, e outro posterior, primariamente noradrenérgico que inclui áreas como a região parietal e o locus ceruleus (Szobot e Stone, 2003). O sistema anterior é mais encarregado das funções executivas. A dopamina é um importante ativador, que “desliga” novas informações externas e prepara para a ação motora. O sistema posterior tem vários componentes: a região parietal posterior direita é crítica para “desacoplar” o SNC de novos estímulos, que estão sempre chegando; os colículos superiores desempenham uma importante função na mudança do foco para um novo estímulo; o pulvinar do tálamo é a estrutura encarregada de “acoplar” a atenção aos novos 18 estímulos, desde que estes sejam relevantes, e o Sistema Nervoso Simpático da medula, que tem estreitas ligações com o locus ceruleus e provêm as condições físicas para a modulação neurocomportamental dos estímulos, tais como mudanças na pressão arterial e batimentos cardíacos (Pliszka et al., 1996; Levy e Farrow, 2002). 2.3. Neuroquímica do TDAH O concomitante neuroquímico da teoria anátomo-funcional é um pouco mais complexo. A maioria das estruturas envolvidas nesta psicopatologia recebe influência de mais de um neurotransmissor (Lent, 2001). Estudos utilizando neurofisiologia, farmacologia e imagens cerebrais, demonstraram estar a dopamina e a noradrenalina envolvidas no TDAH. O receptor de dopamina D4 é prevalente nas áreas subcorticais frontais que estão implicadas na patofisiologia do TDHA (Biederman e Faraone 2005). Além disso, ambos noradrenalina e dopamina são potentes agonistas do receptor de dopamina D4 (Lanau et al., 1997). Evidências farmacológicas e de estudos em animais favoreceram, no início, a teoria dopaminérgica do TDAH, na qual um déficit de dopamina nas regiões corticais e do striatum seria responsável pela manifestação dos sintomas desse transtorno (Levy, 1991). Mais tarde, Castellanos (1997) propôs um modelo no qual as vias dopaminérgicas mesocortical (área tegmental ventral e córtex frontal) e nigrostriatal (substantia nigra e striatum) estariam implicadas: uma hipofunção nas áreas corticais seria responsável por déficits cognitivos e nas funções executivas, enquanto um 19 excesso de dopamina em áreas striatais resultaria nos sintomas de hiperatividade e impulsividade. O principal suporte para a idéia de hipofunção dopaminérgica surgiu da observação de que o metilfenidato, fármaco muito utilizado no tratamento do TDAH, aumenta a disponibilidade de dopamina na fenda sináptica em regiões bem específicas, como o striatum (Vaidya et al., 1998). Em relação ao controle dos sintomas de hiperatividade e impulsividade no TDAH, parece não serem controladas pelas mesmas vias dopaminérgicas e noradrenérgicas que controlam a desatenção. O mais provável para controlar esses sintomas neste transtorno seja a via dopaminérgica nigroestriatal, sendo que a atividade motora é controlada também por essa via (Stahl, 2000). Figura 1: Via noradrenérgica e dopaminérgica mesocortical 20 Figura 2: Via dopaminérgica nigroestriatal Estudos em animais mostraram que a falta do transportador e dos receptores D1 e D3 de dopamina aumentam a atividade motora, enquanto a falta dos receptores D2 e D4 reduz essa atividade. Além disso, os efeitos pré e pós-sinápticos dos estimulantes parecem ser diferentes conforme a região dopaminérgica considerada (Swanson et al., 1998). Embora as hipóteses dopaminérgicas sejam atraentes, uma diversidade de estudos embasa a teoria noradrenérgica do TDAH (Faraone et al., 1998). A projeção dopaminérgica mesocortical relaciona-se com as funções cognitivas como: fluência verbal, aprendizado, vigilância durante funções executivas, que inclui manutenção e concentração da atenção, priorização de comportamentos e modulações de comportamento (Stahl, 2000). Os circuítos frontossub-corticais, possivelmente implicados no TDAH, são ricos tanto em dopamina como em noradrenalina (Faraone et al., 1998). Algumas regiões cerebrais primariamente moduladas por redes noradrenérgicas, como o 21 locus ceruleus e a região parietal, parecem estar envolvidas em processos de atenção seletiva (Arnsten et al., 1996; Pliszka et al., 1996). Um modelo para o envolvimento de circuítos noradrenérgicos no TDAH foi proposto por Pliszka e colaboradores (1996), no qual alguns dos sintomas do TDAH teriam origem em um excesso de noradrenalina no locus ceruleus, que alteraria funções cognitivas relacionadas com a atenção. Um excesso de noradrenalina nessa região também seria responsável por uma diminuição da inibição comportamental, por meio de inputs noradrenérgicos aumentados na região cortical. É importante ressaltar que as vias noradrenérgicas pré-frontais estão associadas na manutenção da atenção, medição da disposição, fadiga, motivação e interesse (Stahl, 2000). A disfunção nos sistemas dopaminérgicos e noradrenérgicos tem uma função auto-reguladora como atenção seletiva (neurônios noradrenérgicos) e motivação (neurônios dopaminérgicos), os quais são implicados na patogênese do TDAH (Dougherty et al., 1999; Solanto, 1998). Embora os dados dessas investigações ainda não sejam definitivos, eles são consistentes com a idéia de que alterações dopaminérgicas e noradrenérgicas tem um papel importante na fisiopatologia do TDAH (Barkley, 1997). 3. Farmacocinética e Farmacodinâmica do Metilfenidato Por mais de 50 anos, metilfenidato foi usado como um efetivo tratamento para déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) (Volkow et al., 2005). 22 O metilfenidato é um dos tratamentos freqüentemente prescritos para TDAH, reduzindo efetivamente sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade em 70% de crianças (Greenhill et al., 2002). Apresenta rápida e excelente absorção por via oral, mas a velocidade pode ser alterada pela ingesta alimentar. O pico plasmático ocorre entre 1 e 2 horas e 30 minutos após a ingesta, bloqueando mais de 50% de DAT e aumentando significativamente o nível de dopamina extracelular nos gânglios basais (Volkow et al., 2002). Os horários mais adequados para administrar o metilfenidato para crianças e adolescentes são os que antecedem a ida para as atividades acadêmicas, ou seja, após o café da manhã e após o almoço. Uma terceira dose pode ser administrada à tardinha, para algumas crianças. Geralmente este fármaco é prescrito de 2 a 3 vezes ao dia, considerando a individualidade de cada criança, ocorrendo a suspensão do fármaco no período das férias. O uso clínico de metilfenidato, envolve tipicamente a administração oral e baixas doses (Kuczenski e Segal, 2002). Em estudos pré-clínicos com metilfenidato em animais, são utilizadas doses altas e a forma de administração geralmente é intraperitoneal, levando o nível plasmático ao seu pico muito mais alto do que é alcançado normalmente em condições terapêuticas. Outro dado importante que os autores relatam, é que estudos que utilizam ratos, na maioria, usam ratos adultos, sendo que estes estudos são feitos durante o dia, período de inatividade do rato (Kuczenski e Segal, 2002). De acordo com o ciclo cicardiano do rato, o período da noite é quando o mesmo apresenta aumento da atividade espontânea (Kuczenski e Segal, 2002). As propriedades farmacológicas do metilfenidato têm sido bem caracterizada em vários estudos pré-clinicos, entretanto, seu mecanismo de ação não está 23 completamente entendido (Solanto, 1998). Pesquisas sugerem que o metilfenidato aumenta o nível extracelular de dopamina no cérebro (Castellanos et al., 1996; Volkow et al., 1994). Esta teoria foi apoiada, em parte, por estudos pré-clinicos que relataram que metilfenidato bloqueia o transporte de dopamina (DATs) como também o transporte de noradrenalina (Dougherty et al., 1999; Krause et al., 2000; Solanto 1998). Além das teorias noradrenérgicas e dopaminérgicas, existe a possibilidade de também haver uma disfunção em outros sistemas. Estudos mais recentes dão suporte à participação da serotonina no TDAH (Quist e Kennedy, 2001). Um estudo em cobaias demonstrou que, nos animais sem o gene do transportador da dopamina (DAT, que é um possível sítio de ação do metilfenidato), a intensa hiperatividade motora foi revertida tanto com a administração de psicoestimulantes como de agentes serotoninérgicos, sem alteração nos níveis extracelulares de dopamina, diferente do que ocorreu com a linhagem com DAT. Esses achados sugerem que o psicoestimulante pode ter outros sítios de ação, além do transportador de dopamina (DAT), no controle dos sintomas do TDAH, e que a hiperatividade seja mediada pela serotonina em algumas formas do transtorno. Um outro estudo sugere uma interação entre o sistema dopaminérgico e serotoninérgico, no qual a serotonina regularia a liberação da dopamina em algumas áreas, influenciando, assim, os comportamentos mediados por esse neurotransmissor (Quist e Kennedy, 2001). Estimulantes, como metilfenidato e anfetamina, bloqueiam a recaptação de ambos noradrenalina e dopamina feita pelos respectivos transportadores. Estudos do sistema noradrenérgico em macacos tem produzido mais informação sobre o papel central de noradrenalina em atenção (Pliszka, 2004). 24 O transporte de dopamina é o mecanismo principal pelo qual o neurônio dopaminérgico e liberado em resposta a um estímulo. Através da regulação da concentração da dopamina na sinapse, o transporte de dopamina (DAT) regula ambos a magnitude tanto quanto a duração do sinal dopaminérgico. Então, um bloqueio do DAT deveria aumentar dopamina na sinapse e no espaço extracelular (Volkow et al., 2005). O metilfenidato atua bloqueando os transportadores de dopamina e aumentando, consequentemente, a concentração de dopamina na fenda sináptica (Schweri et al.; 1985; Volkow et al.; 1995; 2002; Pietro-Gomez et al.; 2004). Este aumento de dopamina foi demonstrado no estriado de ratos por vários grupos de pesquisa (Hurd e Ungerstedt, 1989; Butcher et al.; 1991; Kuczenski e Segal, 1997; Gerasimov et al.; 2000; Nestler et al.; 2001) e humanos (Volkow et al., 2001). Figura 3: Representação do neurônio pré e pós-sináptico 25 Assim como o metilfenidato, outras drogas estimulantes como a anfetamina inibem a atividade do transportador de dopamina (DAT) e aumentam o nível de dopamina nas sinapses, o metilfenidato no caso atuaria controlando os sintomas do TDAH (DioMaio et al., 2003). Estudos em animais experimentais têm sido de fundamental importância para elucidar algumas alterações decorrentes do uso agudo e crônico de metilfenidato (Carboni e Silvagni, 2004). Um estudo, in vitro, utilizando slices de estriados de ratos adolescentes (14-15 e 21-22 dias de vida) e adultos (6-8 semanas de vida), avaliando a fosforilação da dopamine-and cAMP-regulated phosphoprotein, peso molecular de 32 kDa (DARPP-32), mostrou diferentes respostas à estimulação aguda com metilfenidato nas idades avaliadas (Fukui et al., 2003). Isso demonstra que o metabolismo dessa droga parece ter particularidades quando avaliado em diferentes estágios do desenvolvimento cerebral. Diversos estudos genéticos vêm sendo conduzidos para relacionar genes reguladores dos receptores dopaminérgicos, transportador da dopamina e adrenorreceptores com o TDHA e diferentes respostas ao tratamento com metilfenidato (Roman et al., 2001, 2003; Lowe et al., 2004; Rohde et al., 2003). Esses estudos demonstram que não há um único gene responsável pela gênese do TDAH, mas uma associação de vários genes de pequeno efeito. Os polimorfismos genéticos que parecem estar mais fortemente relacionados com esse processo são os dos receptores dopaminérgicos D4 e o transportador da dopamina (DAT). O transportador de dopamina (DAT) é expresso seletivamente em todos os neurônios de dopamina, incluindo esses na substância nigra e área tegmental ventral, com 26 projeções neuronais para o estriado, núcleos accumbens, córtex pré-frontal, e hipotálamo (Madras et al., 2005). Alguns trabalhos mostram que o metilfenidato altera a expressão de genes imediatos c-fos e zif-268. A administração aguda de metilfenidato aumentou significativamente a expressão destes genes, enquanto a aplicação crônica atenuou fortemente a expressão destes genes imediatos, em ratos adolescentes e estas alterações persistiram durante a vida adulta dos animais (Chase et al., 2003; Brandon e Steiner, 2003). Outro estudo confirmou os efeitos do metilfenidato no estriado de ratos jovens e adultos e sua ação nos genes imediatos c-fos. De acordo com o estudo, a repetida administração de metilfenidato regula de forma diferente o c-fos no estriado, o metilfenidato induz mudanças duradouras na expressão gênica, e o cérebro imaturo responde diferente a ação do mesmo fármaco quando comparado ao cérebro adulto (Chase et al., 2005). As alterações celulares descritas anteriormente traduzem-se, também, em alterações comportamentais dos animais tratados com metilfenidato. Alguns trabalhos mostram sinais de depressão e prejuízos na capacidade de habituação (Carlezon et al., 2003), responsividade a estímulos emocionais (Bolanos et al., 2003) em ratos adultos que foram tratados com metilfenidato durante um período da adolescência. 4. TDAH, MPD e abuso de substâncias O tratamento deste transtorno engloba uma abordagem variada, onde inclui intervenções psicossociais e o uso da farmacoterapia. O metilfenidato (Ritalina®) é 27 uma medicação estimulante muito utilizada no tratamento do TDAH e os estudos comprovam sua eficácia quando comparada ao uso de placebo (Jadad et al., 1999; MTA, 2004; Abikoff et al, 2004). Considerando a alta incidência do TDAH em crianças, há uma grande preocupação dos profissionais da área da saúde em relação às conseqüências do uso crônico do metilfenidato em períodos cruciais do desenvolvimento cerebral pode trazer a longo prazo. Estudos têm demonstrado uma taxa elevada de comorbidade entre o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e abuso de substâncias, principalmente na idade adulta (9 a 40%) (Rohde et al, 2000). Ainda há uma discussão se o TDAH, por si só, é um fator de risco para o abuso ou dependência de drogas na idade adulta. É sabido da existência freqüente de comorbidades de TDAH com transtorno de conduta, e que o transtorno de conduta associa-se claramente a abuso/dependência a drogas (Rohde et al., 1998). Embora os estudos nesta área tenham aumentado no que diz respeito aos riscos de abuso de substâncias em pacientes tratados com medicações estimulantes, pesquisas indicam que crianças com o transtorno do TDAH que são adequadamente tratadas têm um risco menor de utilizar substâncias de abuso mais tarde em sua vida em comparação com crianças com o mesmo transtorno que não são tratadas (Katusic et al., 2003; Wilens et al., 2003). Alguns estudos clínicos e epidemiológicos mostram que indivíduos que apresentam o transtorno têm um risco de desenvolver comorbidade e de usar substâncias de abuso (Bird et al., 1994; Willcutt et al., 1999; Kadesjo et al., 2001). Muito pouco é conhecido sobre os mecanismos que contribuem para a eficácia dos estimulantes ou possíveis conseqüências neuroadaptativas do 28 estimulante metilfenidato quando utilizado por longos períodos (Safer e Allen, 1989). A dopamina e noradrenalina tem sido ligadas as funções de atenção e cognição, cuja estas encontram-se alteradas no transtorno do TDAH, dando suporte a função dos psicoestimulantes (Berridge e Waterhouse, 2003). A ação dos psicoestimulantes no córtex pré-frontal está associada ao desenvolvimento da sensibilização locomotora, nas mudanças comportamentais, acreditando ter uma associação há certos aspectos das drogas de abuso (Vanderschurem e Kalivas, 2000). Desta forma, os psicoestimulantes poderiam produzir seus efeitos no TDAH e algum destes efeitos poderiam estar relacionados com desenvolvimento da sensibilização para drogas de abuso. Este fato dar-se-ia pelo aumento na concentração da monoamina extracelular no córtex pré-frontal (Pascoli et al., 2005). As monoaminas ativam subtipos de receptores de dopamina, noradrenalina e receptores (5HT), que são abundantes na região do córtex pré-frontal. Pouco se conhece sobre os eventos de sinalização celular gerados pela ativação de receptores no córtex pré-frontal e sobre as suas implicações nos efeitos dos psicoestimulantes (Svenningsson et al., 2003). Levando em consideração que a incidência do TDAH é maior em crianças, não há muitos estudos avaliando risco/benefício do metilfenidato quando utilizado a longo prazo em pacientes que encontra-se em fase desenvolvimento cerebral. 29 5 OBJETIVOS 5.1. OBJETIVO GERAL Investigar o potencial do tratamento crônico com metilfenidato na adolescência em induzir sensibilização e/ou sensibilização cruzada na idade adulta. 5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Investigar o potencial do tratamento crônico com metilfenidato na adolescência em induzir sensibilização à administração do próprio MPD na idade adulta. Investigar o potencial do tratamento crônico com metilfenidato na adolescência em induzir sensibilização cruzada à administração de anfetamina na idade adulta. Investigar se as doses de metilfenidato e anfetamina utilizadas para aferir a indução de sensibilização e/ou sensibilização cruzada são eqüipotentes. 30 6 CAPÍTULO I Artigo submetido (2a. versão) ao periódico Behavioural Pharmacology 6.1 Sensitization and cross-sensitization after chronic treatment with methylphenidate in adolescent Wistar rats Samira S. Valvassori 1, Benício N. Frey 2,3, Márcio R. Martins 1, Gislaine Z. Réus 1, Filipe Schimidtz 1, Cecília G. Inácio 1, Flávio Kapczinski 2 and João Quevedo 1 1 Laboratório de Neurociências, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC, Brazil 2 Bipolar Disorders Program and Laboratory of Molecular Psychiatry, Centro de Pesquisas, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Rua Ramiro Barcelos, 2350. Zip code: 90035-003. Porto Alegre, RS, Brazil 3 Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2600 / Anexo. Zip code: 90035003. Porto Alegre, RS, Brazil Corresponding author: Prof. João Quevedo, M.D., Ph.D. - Laboratório de Neurociências, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC, Brazil. Fax: #55 48 3443-4818. E-mail: [email protected] 31 Abstract Objective: There is increasing debate about the potential of early exposure to methylphenidate (MPD) to increase the risk for drug abuse. In addition, little is known about the neurobiological effects of early exposure to MPD. This study was designed to investigate whether chronic treatment with MPD induces behavioral sensitization to subsequent MPD and d-amphetamine (AMPH) challenge in adolescent Wistar rats. Methods: Young Wistar rats (P25) were treated with either MPD (1, 2, or 10 mg/kg, IP) or saline for 28 days. After 14 days of washout animals were challenged with MPD 2.5 mg/kg IP or AMPH 2 mg/kg IP (P67). Locomotor behavior was assessed using the open field test. Results: Rats chronically treated with MPD in the adolescence period presented augmented locomotor sensitization to AMPH but not to MPD in the adult phase. Conclusions: These findings suggest that early exposure do MPD might increase the risk for subsequent AMPH abuse. Further studies focusing on the neurobiological effects of early exposure to MPD are warranted. Key Words: amphetamine; attention-deficit hyperactivity disorder; behavioral sensitization; cross-sensitization; methylphenidate 32 Introduction Methylphenidate (MPD) is the most prescribed medication for children and adolescents with attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD) (Goldman et al., 1998). Because ADHD has a chronic clinical course and a long-term treatment is usually needed (Goldman et al., 1998), there is a growing concern about the potential of MPD to increase the risk for drug abuse/dependence (Kollins et al., 2001; Babcock and Byrne, 2000). A long-term prospective cohort of children and adolescents with ADHD (aged 6-18 years at intake) showed that subjects with ADHD were not at a high risk for substance abuse/dependence after 4 years of follow-up (Biederman et al., 1997), but this risk was 2 times increased after 10 years (Biederman et al., 2006). A recent epidemiological survey found that the estimated prevalence of ADHD in adults is up to 4.4% and may be associated with increased substance-related disorders (Kessler et al., 2006). Importantly, the question whether the chronic exposure of psychostimulants as treatment for ADHD may or may not increase the risk of substance abuse is still undetermined (Wilens et al., 2005; Kollins et al., 2001). In addition, despite the fact that there is a high rate of synaptic turnover during childhood (Huttenlocher,1979) little is known about the long-lasting effects of MPD on brain development. Several animal models have been proposed to investigate ADHD- and addictive-related behavior (as reviewed in Kuczenski and Segal, 2006; Adriani and Laviola, 2004; Carlezon and Konradi, 2004). Bolaños et al. (2003) proposed a battery of emotional stimuli experiments including sucrose preference, locomotor response to a novel environment, elevated plus maze and self-grooming behavior, social 33 interaction in an aversive environment, sexual behavior, and forced swimming test, where they found that repeated exposure of MPD to adolescent rats altered rewarding and aversive responses in the adult phase. Similarly, Carlezon et al. (2003) have demonstrated that MPD administration to adolescent rats induced place aversion to environments associated with intermediate doses of cocaine, and failed to develop normal place preferences at higher doses of cocaine, which indicate dysphoric and anhedonic behavior. Using the five-choice serial reaction time test, a test of sustained attention, Bizarro et al. (2004) showed that both MPD and damphetamine (AMPH) increased accuracy and reduced response latency in adult hooded rats. Here, it is worth noting that the definition of adolescence period in rodents has been controversial (Carleson and Konradi, 2004; Spear, 2000), and the age-limits of this phase are considered to be indicative rather than strict (Adriani and Laviola, 2004). Under normal brain development, the adolescence is a period of intense synaptic turnover that may be a critical phase to the development of psychiatric disorders (Spear, 2000; Dafny and Yang, 2006). Thus due to these differences between young and adult brain functioning, there is a need of modeling human adolescence in laboratory animals. Excessive stimulation of dopamine receptors during exposure to psychostimulants induces various molecular adaptive changes in the mesolimbic dopamine pathway, which are thought to be associated with behavioral sensitization (Nestler, 2005; White and Kalivas, 1998). Behavioral sensitization is characterized by a progressively augmented behavioral response following repetitive administration of one determined drug, and is one of the experimental models to indicate the potential of a drug to produce dependence (Dafny and Yang, 2006). Cross-sensitization is the 34 behavioral augmentation that occurs when the pretreatment with one substance leads to a greater sensitivity to another substance (Aizenstein et al., 1990). Although it has been extensively demonstrated that MPD induces behavioral sensitization in adult animals (as reviewed in Dafny and Yang, 2006), few studies have investigated the effects of chronic MPD on behavioral sensitization in young rodents (Guerriero et al., 2006; Torres-Reveron and Dow-Edwards, 2005; Yang et al., 2003; Kuczenski and Segal, 2002; Brandon et al., 2001). A recent study demonstrated that chronic MPD exposure (2.5 mg/kg, i.p.) increased locomotor sensitization after AMPH challenge (Yang et al., 2003), whereas others showed no sensitized locomotor response to methamphetamine challenge after chronic MPD (0.75-3.0 mg/kg) when administered orally (Kuczenski and Segal, 2002). Further, two studies suggested that adolescent rats pretreated with MPD develop subsequent cross-sensitization to cocaine when adults (Torres-Reveron and Dow-Edwards, 2005; Brandon et al., 2001), which were not replicated in a more recent study conducted in young mice (Guerriero et al., 2006). Clearly more investigation is needed to further elucidate the long-term behavioral effects of early exposure to MPD. In order to model the hypothesis that early treatment with MPD may increase the risk for drug abuse later in the adulthood, the aim of the present study was to evaluate whether chronic administration of MPD to adolescent rats induced sensitization and cross-sensitization after acute MPD or AMPH challenge in the adult phase. 35 Materials and Methods i.Animals Three hundred and forty-five male Wistar rats (75-85 g) obtained from our breeding colony were housed five to a cage (size = 30x40x15 cm) with food and water available ad libitum, and were maintained on a 12-hr light/dark cycle (lights on at 7:00 a.m.). The animals were kept in their home cage during the whole study, together with their siblings, and animals from the same cage were randomized within the two treatment arms (MPD or AMPH challenge). Behavioral procedures were conducted between 10:00 a.m. and 4:30 p.m. All experimental procedures were performed in accordance with the NIH Guide for the Care and Use of Laboratory Animals and the Brazilian Society for Neuroscience and Behavior (SBNeC) recommendations for animal care. This study was approved by the local ethics committee (Universidade do Extremo Sul Catarinense). Experiment 1: Sensitization Animals received one daily IP injection of either MPD (1, 2, or 10 mg/kg) or saline starting at P25 for 28 days (P53), a period that represents adolescence in rats (Spear, 2000). The selection of these MPD doses were based on previous findings that MPD doses of less than 5 mg/kg IP might better reflect those used clinically (Gerasimov et al., 2000), while MPD 10 mg/kg would mimic “recreational” use. After the treatment rats were submitted to a 14-day washout period, and in 15th day (adult phase, P67) each group was divided in two acute challenges: a single injection of MPD (2.5 mg/kg, IP) or saline. Locomotor activity was measured 2h after the acute 36 injection of saline or MPD. The peak of extracellular dopamine increase for MPD and AMPH when administered via IP occurs between 30-35 minutes (Schiffer et al., 2006), and the temporal responses of extracellular dopamine between MPD and AMPH are parallel (Kuczenski and Segal, 1997). Further, pharmacokinetic studies have shown that the half-life of elimination of MPD and AMPH in rats after IP administration is 51 min and 60 min, respectively (Thai et al., 1999; Honecker and Coper, 1975). Experiment 2: Cross-sensitization In a second experiment, animals received one daily IP injection of either MPD (1, 2, or 10 mg/kg) or saline starting at P25 for 28 days (P53). After the treatment rats were submitted to a 14-day washout period, and in 15th day (adult phase, P67) each group was divided in two acute challenges: a single injection of AMPH (2 mg/kg, IP) or saline. This dosage regimen was chosen based on our previous experiments that demonstrated increased locomotor activity after acute AMPH 2 mg/kg (Frey et al., 2006). Locomotor activity was measured 2h after the acute injection of saline or AMPH. Experiment 3: Dose-effect testing In order to compare the potency and efficacy between MPD 2.5 mg/kg and AMPH 2 mg/kg under the same conditions as the challenge testing, we tested the acute effects a single injection of MPD (1.25, 2.5, and 12.5 mg/kg), AMPH (1, 2, and 10 mg/kg), or saline on locomotor activity in naïve P67 rats. Locomotor activity was measured 2h after the acute injections. 37 Locomotor activity The locomotor activity was assessed using the open-field task as previously described (Frey et al., 2006; Barros et al., 2002). This task was performed in a 40x60 cm open field surrounded by 50 cm high walls made of brown plywood with into 12 equal rectangles divided by black lines. The animals were gently placed on the left rear rectangle, and left freely to explore the arena for 5 min. Crossings of the black lines (horizontal activity) and rearings (vertical activity) were counted. Drugs Methylphenidate Hydrochloride and d-Amphetamine Sulfate were purchased by Sigma (St. Louis, MO, USA). Statistical analysis The effects of early MPD exposure on subsequent sensitization and crosssensitization were analyzed using two-way ANOVA (SPSS 14.0.1, Chicago, USA). The model included two crossed factors each with two levels corresponding to pretreatment with MPD during adolescence (yes vs. no) and acute MPD or AMPH challenge at adulthood (yes vs. no). To test the differences among each experimental group we used one-way ANOVA followed by Tukey HSD post hoc. Comparison between drug dosages in the dose-effect testing was carried out using one-way ANOVA followed by Tukey HSD post hoc. p values less than 0.05 were considered to indicate statistical significance. All data are presented as mean ± S.E.M. 38 Results Two-way ANOVA revealed that there was no significant interaction between having received MPD treatment during adolescence and having received acute MPD challenge in the adult phase on horizontal (F(1,116) = 0.22; p = 0.64; See Fig. 1) or vertical (F(1,116) = 0.54; p = 0.46; See Fig. 2) locomotor behavior. Post hoc analysis confirmed that there were no differences on locomotor behavior between animals that were pretreated with MPD (1, 2, or 10 mg/kg) or saline during adolescence (all p > 0.05; Tukey HSD). These results demonstrate that early exposure to MPD did not induce behavioral sensitization in the present model. In the second experiment, we found a significant main interaction on horizontal (Two-way ANOVA; F(1,116) = 28.44; p < 0.001; See Fig. 3) and vertical (F(1,116) = 14.13; p < 0.001; See Fig. 4) locomotor behavior between the factors having received MPD treatment during adolescence and having received acute MPD challenge in the adult phase. Post hoc analysis confirmed that animals pretreated with MPD (1, 2, or 10 mg/kg) during adolescence had an augmented locomotor response after AMPH challenge when compared with the group that received saline in the same period (all p < 0.05; Tukey HSD). These results indicate that pretreatment with MPD during adolescence elicited cross-sensitization to subsequent AMPH administration. Dose-effect testing showed that a single injection of MPD 2.5 mg/kg and AMPH 2 mg/kg had similar effects on vertical and horizontal locomotor behavior in naïve P67 rats (all p > 0.05; See Figs. 5 and 6). These results indicate that acute MPD 2.5 mg/kg and AMPH 2 mg/kg administration are equally efficacious and 39 equipotent under the same conditions as the challenge testing, and increase the confidence on the results observed in the sensitization and cross-sensitization experiments. Discussion The present model was designed to investigate whether chronic exposure to low-intermediate and high doses of MPD in the adolescence period induces behavioral sensitization and cross-sensitization in the adulthood. We observed an enhanced locomotor effect of the same recreational dose of AMPH in adult rodents that had been treated with MPD when they were adolescent than in adult rodents that have not received MPD, indicating that early exposure to MPD elicited crosssensitization to AMPH in the adult phase. Given that chronic exposure to psychostimulants induces cellular and molecular adaptations that parallel with sensitization and associative learning toward drug-related cues (Nestler, 2005; White and Kalivas, 1998), this finding suggests that early treatment with MPD may increase the risk for amphetamine abuse. Our results reinforce a previous report indicating cross-sensitization between MPD and AMPH (Yang et al., 2003). Here it is worth noting that in this latter study the animals were treated with MPD as adolescents and again as adults before the AMPH challenge, while in the present study the animals were treated with MPD in the adolescence phase only. There is evidence that adolescent rats treated with MPD develop cross-sensitization with cocaine (TorresReveron and Dow-Edwards, 2005; Brandon et al., 2001). However, two other studies failed to demonstrate cross-sensitization between MPD and cocaine (Guerriero et al., 40 2006) or methamphetamine (Kuczenski and Segal, 2002). Several methodological differences may account for these discrepancies, such as age and duration of treatment, drug regimens, route of administration, duration of abstinence, and behavioral procedures. We also found that early MPD exposure did not induce sensitization to MPD challenge in the adulthood. This finding is in line with two studies in adolescent rats that found no sensitization after early MPD treatment (Yang et al., 2003; Kuczenski and Segal, 2001), but contrast with two studies conducted in adult rats that showed behavioral sensitization after repeated MPD exposure (Kuczenski and Segal, 2002; Gaytan et al., 2000). It has been recently found that MPD and cocaine activate dopamine D1 receptor/DARPP-32 signaling in adult mice while this effect was not observed in young animals (Fukui et al., 2003). The authors suggested that these differences might be due to immature development of the machinery that regulates dopamine release from vesicular stores, and might be associated with differential effects of MPD on locomotor activity observed between adult and young animals (Fukui et al., 2003). It has been also proposed that the lack of sensitization with MPD may be related to the fact that MPD preferentially increases extracellular norepinephrine in comparison with nucleus accumbens dopamine in adolescent rats (Kuczenski and Segal, 2002). Neuroadaptative changes in the mesolimbic dopamine system are thought to be critical in the locomotor and rewarding effects induced by chronic psychostimulant exposure (Nestler, 2005). It has been suggested that long-term psychostimulant administration might decrease dopamine transporter density (Krause et al., 2000; Wilson et al., 1996). In addition, MPD is known to increase extracellular dopamine 41 levels by blocking the dopamine transporter (Volkow et al., 1999; Volkow et al., 2001), whereas AMPH facilitates dopamine release from the cytoplasmic vesicles (Kuczenski, 1983). Although speculative, it is possible that alterations in the dopamine transporter homeostasis induced by early MPD exposure may partly explain why adult rats were oversensitive to AMPH but not MPD challenge in the present model. This possibility deserves further investigation. Schiffer et al. (2006) recently showed that while MPD and AMPH equally increased synaptic dopamine release in rodents and non-human primates, AMPH induced a fourfold greater extracellular dopamine levels. Besides distinct actions on dopamine transporter as pointed out above, differential interaction with the vesicular monoamine transporter may also account for the differences observed in the challenge tests (Sandoval et al., 2002; Riddle et al., 2002). Moreover, it has been recently suggested that the regulation of gene expression may play a role in the neurobiological effects of psychostimulants (Shaw-Lutchman et al., 2003; Ehrlich et al., 2002). Chronic administration of MPD and AMPH increase the expression of cAMP response element binding in the nucleus accumbens (Shaw-Lutchman et al., 2003; Andersen et al., 2002). Studies addressing the effects of early MPD and AMPH exposure on gene expression are necessary to better clarify this issue. The present study must be interpreted in the context of its limitations. First, we don’t know if the same results would be obtained in adult rats submitted to the same sensitization regime. For instance, Tirelli et al. (2003) found that adolescent mice exhibited higher locomotor sensitization and less marked place conditioning after repeated psychostimulant exposure, when compared to adults. Therefore, we could not demonstrate whether the present findings are exclusive to the adolescence 42 phase. Another limitation is that behavioral sensitization is only one measure of potential susceptibility to drug abuse. Using the conditioned place preference paradigm, two studies found that MPD exposure to adolescent rats diminished the responsiveness to cocaine’s rewarding effects, and enhanced aversive behavior to cocaine in the adulthood (Andersen et al., 2002; Carlezon et al., 2003). Thus, studies combining behavioral, emotional, and cognitive paradigms would add a more comprehensive insight regarding the potential susceptibility of abuse with early MPD exposure. In summary, our results suggest that early exposure to MPD may increase the risk for subsequent AMPH abuse. More research addressing the molecular effects of early MPD exposure is warranted to further investigate the mechanisms underlying psychostimulant addiction. Finally, longitudinal studies conducted with clinical samples are warranted in determining to what extent these findings may be translated to the clinical setting. Acknowledgements This study was supported by grants from CNPq, FAPESC, UNESC and CAPES (Brazil). 43 References Adriani W and Laviola G (2004). Windows of vulnerability to psychopathology and therapeutic strategy in the adolescent rodent model. Behav Pharmacol 15: 34152. Aizenstein ML, Segal DS, Kuczenski R (1990). Repeated amphetamine and fencamfamine: sensitization and reciprocal cross-sensitization. Neuropsychopharmacology 3: 283-90. Andersen SL, Arvanitogiannis A, Pliakas AM, LeBlanc C, Carlezon WA Jr. (2002). Altered responsiveness to cocaine in rats exposed to methylphenidate during development. Nat Neurosci 5: 13-4. Babcock Q and Byrne T (2000). Student perceptions of methylphenidate abuse at a public liberal arts college. J Am Coll Health 49:143-5. Barros DM, Izquierdo LA, Medina JH, Izquierdo I (2002). 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Figures 3 and 4. Numbers of crossings (3) and rearings (4) in animals pretreated with MPD (1, 2 or 10 mg/kg) or saline during adolescence, and challenged with an acute AMPH injection (2 mg/kg) in the adult phase. *p<0.05 compared to Saline + Saline group; Amphetamine group; Tukey HSD post hoc. # p<0.05 compared to Saline + 51 Figures 5 and 6. Numbers of crossings (4) and rearings (5) after a single injection of MPD (1.25, 2.5, or 12.5 mg/kg), AMPH (1, 2, or 10 mg/kg), or saline in the adult phase (n= 15 per group). *p<0.05 compared to Saline group; Tukey HSD post hoc. 52 53 54 55 7 DISCUSSÃO Até meados da década de 1960, dadas as dificuldades para delimitar o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), os horizontes de pesquisa na área não eram tão amplos. A modernização dos sistemas diagnósticos, em especial o Manual de Estatística e Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), possibilitou uma descrição diagnóstica confiável para o transtorno e, também, trocas e análises de informações obtidas por diferentes centros que atendem a crianças com TDAH (Kapczinski, 2000). Os neurotransmissores dopamina e noradrenalina (catecolaminas) têm papéis bem documentados na atenção e na concentração, bem como nas funções cognitivas, como motivação, interesse e aprendizado de tarefas (Stahl, 2002). Assim, os fármacos mais usados no transtorno são os psicoestimulantes (quase 200 estudos controlados documentam a eficácia clínica dessas medicações no TDAH), que agem bloqueando a recaptação da dopamina e noradrenalina no neurônio présináptico (Kapczinski, 2000). Há aproximadamente 60 anos atrás, fez-se a primeira observação de que a benzedrina (uma mistura de d e l - anfetamina) tinha o efeito de acalmar o comportamento hiperativo de crianças. Desde então, estudos vêm sendo conduzidos para aprovar o uso de psicoestimulantes no tratamento dos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (Solanto,1998). 56 O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), é o mais comum transtorno neuropsiquiátrico diagnosticado na infância, caracterizado por excessivo níveis de desatenção, impulsividade e hiperatividade (Madras et al., 2005). As drogas mais comumente utilizadas com o objetivo de aumentar a atenção no transtorno do déficit de atenção são os estimulantes metilfenidato e d-anfetamina. Outros estimulantes efetivos não são usados tão amplamente, a pemolina devido à toxicidade hepática e a metanfetamina por causa do grande potencial de abuso. O metilfenidato e a d-anfetamina atuam predominantemente aumentando a concentração sináptica de dopamina e noradrenalina. Essas drogas não só bloqueiam o transportador de dopamina mas podem, de fato, reverter sua direção e fazer com que a dopamina retorne ao terminal nervoso. O metilfenidato parece agir menos rapidamente, porém com ação mais prolongada que a d-anfetamina (Stahl, 2002). Embora o estado de alerta seja, em geral, considerado uma condição que cursa com aumento de dopamina e noradrenalina, e a desatenção seja considerada reflexo de deficiências dos neurotrasmissores nessas vias, tal afirmação é apenas relativa, mesmo em pessoas sem transtorno cognitivo. Assim, o aumento dos neurotransmissores melhorará a atenção, porém, apenas em certa extensão. Ainda que a dopamina ou a noradrenalina sejam consideradas benéficas, em excesso levarão à deterioração do desempenho cognitivo (Stahl, 2002). O metilfenidato é classificado como um estimulante moderado com efeitos geralmente semelhantes ao da anfetamina. Apesar de seu uso freqüente no tratamento do TDAH, seus efeitos a longo prazo em animais de laboratório não 57 foram estudados tão extensivamente quanto a anfetamina (Hoffman e Lefkowitz, 1996). Numerosos estudos tem demonstrado que a exposição repetida a vários psicoestimulantes incluindo cocaína (Post e Rose, 1976; Reith et al., 1987; Kalivas et al., 1988; Segal e Kuczenski, 1992) e anfetamina (Hooks et al., 1991, 1992; Patrick et al., 1991) resultou em alguns efeitos comportamentais, como por exemplo na atividade locomotora. O comportamento de resposta sensibilizada que ocorre após a pré-exposição é característica de muitas drogas de abuso e tem sido implicada na transição de fármaco para droga de abuso (Robinson e Berridge, 1993). O metilfenidato promove muitos efeitos neuroquímicos tipicamente associado com outros psicoestimulantes, incluindo aumento extracelular de dopamina e noradrenalina em dose dependente, que podem ser implicados em ações terapêuticas estimulantes (Biederman e Spencer, 1999; Wigal et al., 1999; Arnsten, 2001; Solanto et al., 2001). Além disso, algumas evidências indicam que a administração repetida de metilfenidato pode resultar no desenvolvimento de sensibilização locomotora, uma alteração de resposta que foi implicada na identificação de tendência ao abuso de drogas (Robinson e Berridge, 1993). Foi visto que crianças diagnosticadas com TDAH tem um risco maior para usar drogas ilícitas do que as crianças sem o transtorno (Gordon et al., 2004). A principal preocupação é que o risco da substância de abuso possa ficar até maior em crianças que são tratadas cronicamente com medicamentos estimulantes como metilfenidato e recentes estudos epidemiológicos não sugestionam as razões para este compreendimento (Volkow e Insel, 2003). 58 Considerando a literatura científica disponível, o nosso estudo visou avaliar o efeito do tratamento agudo com metilfenidato e anfetamina em ratos adultos que foram submetidos à exposição crônica ao metilfenidato na adolescência. De acordo com a literatura, os nossos dados mostram que o tratamento crônico com metilfenidato aumenta a atividade locomotora de ratos jovens submetidos ao campo aberto quando comparados com os animais controles. Nos vimos também que ratos jovens tratados cronicamente com metilfenidato não apresentam alterações comportamental quando expostos agudamente ao metilfenidato na fase adulta, sugerindo que a re-exposição ao metilfenidato não produziu sinais de sensibilização aos efeitos deste fármaco. Por outro lado, ratos tratados cronicamente com metilfenidato na adolescência quando foram expostos agudamente à anfetamina na fase adulta apresentaram sensibilização aos efeitos motores da anfetamina, fato este verificado através do aumento da atividade locomotora de ratos submetidos ao campo aberto. Os nossos resultados reforçam um estudo prévio, onde houve sensibilização cruzada entre metilfenidato e anfetamina (Yang et al., 2003). Há evidências que animais tratados com metilfenidato na fase da adolescência desenvolva sensibilização cruzada a cocaína (Torres-Reveron e Dow-Edwards, 2005; Brandon et al., 2001). Entretanto, dois outros estudos não demonstraram sensibilização cruzada entre metilfenidato e cocaina (Guerriero et al., 2006) ou metanfetamina (Kuczenski e Segal, 2002). É necessário estar atento às diferenças metodológicas aplicadas nestes estudos, como idade e duração do tratamento e exposição à droga, rota de 59 administração, procedimentos comportamentais, considerando-se as diferenças de alterações moleculares e comportamentais de acordo com o estágio de desenvolvimento cerebral. No nosso estudo foi visto que a exposição precoce ao metilfenidato não induziu sensibilização ao metilfenidato na fase adulta. Este dado está de acordo com dois outros estudos realizados em animais adolescentes, onde não se observou sensibilização após o tratamento precoce ao MPD (Yang et al., 2003; Kuczenski e Segal, 2001), mas contrasta com outros estudos realizados em animais adultos, que mostraram que ocorre sensibilização comportamental após a exposição repetida de metilfenidato (Kuczenski e Segal, 2002; Gaytan et al., 2000). De acordo com os nossos resultados foi observado um efeito locomotor aumentado em ratos adultos que receberam anfetamina e que foram pré-tratados com metilfenidato na adolescência. Estes resultados nos levam a pensar, levando em consideração a metodologia adotada nesta pesquisa, que a exposição precoce ao psicoestimulante metilfenidato produz sensibilização cruzada a anfetamina na fase adulta. Estudos envolvendo o sistema dopaminérgico na região mesolímbica em ratos identificaram neuroadaptações induzidas por estimulantes (Nestler, 2001), estas estão relacionadas com alterações no sistema de recompensa ou propriedades aversivas de drogas de abuso (Carlezon et al., 1998; Kelz et al., 1999) Há evidências consideráveis que drogas estimulantes induza efeitos por aumentar dopamina sináptica no sistema mesolímbico dopaminérgico (Leyton et al., 2002). Além disso, os efeitos farmacológicos agudos de drogas estimulantes produzem alterações na função da dopamina a longo prazo. A administração aguda 60 de estimulantes aumentam dopamina no estriado e regiões terminais como núcleos accumbens (NAc) e este efeito se torne sensibilizado a exposição repetida dele (Kalivas e Duffy, 1993). Algumas pesquisas demonstraram que o pré-tratamento com metilfenidato em ratos pode alterar a resposta à cocaína durante a fase adulta, levando a mudança duradoura na neurobiologia do sistema de recompensa cerebral. No entanto, esta mudança observada depende da fase de desenvolvimento durante a qual o animal foi exposto ao metilfenidato (Andersen et al., 2001). Outras evidências mostram que mudanças neuroadaptativas no sistema mesolímbico dopaminérgico são críticos para os efeitos locomotores e recompensadores induzido por exposição crônica de psicoestimulantes (Nestler, 2005). Uma importante via de recompensa envolvida na dependência de drogas é a via dopaminérgica mesolímbica que se estende, através do feixe prosencéfalo medial, do mesencéfalo ventral até o núcleo acumbens e a região límbica. Sabe-se que todas as drogas produtoras de dependência, tais como os opióides, a nicotina, as anfetaminas, o etanol e a cocaína, aumentam a liberação de dopamina no núcleo acumbens (Rang et al., 2001). Foi sugerido que a administração a longo prazo de psicoestimulantes pudesse diminuir a densidade do transportador de dopamina (Krause et al., 2000; Wilson et al., 1996). Além disso, o metilfenidato é conhecido por aumentar os níveis extracelulares de dopamina por bloquear o DAT (Volkow et al., 1999; Volkow et al., 2001). Considerando que a anfetamina facilite a liberação dopamina nas vesículas citoplasmática (Kuczenski, 1983), é possível que alterações na homeostase do transportador de dopamina induzido pela exposição precoce ao metilfenidato 61 possam explicar em parte por que ratos adultos se apresentam sensibilizados aos efeitos comportamentais da anfetamina, mas não aos efeitos induzidos pelo metilfenidato. Permanece a ser estabelecido se a prescrição de metilfenidato ou não para crianças com o TDAH pode produzir sensibilização como mudanças nos processos de recompensa pertinente no cérebro. Pesquisas em modelos animais podem prover uma perspectiva importante no assunto. Notavelmente, foi achado que tratamento com metilfenidato de fato reduzia preferência para um ambiente previamente associado com cocaína na maioridade, mas somente quando a exposição ao metilfenidato ocorreu na adolescência dos ratos (Andersen et al., 2001). Em resumo, há interesse em avaliar a exposição crônica de metilfenidato durante o período da adolescência em relação a sensibilização e sensibilização cruzada no período da fase adulta e relacionar até que ponto esses achados podem ser traduzidos na implantação clínica e a relação do risco/beneficio na terapêutica deste transtorno. 62 8 CONCLUSÃO Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que os animais tratados cronicamente com metilfenidato durante a fase da adolescência e expostos a anfetamina na fase adulta, obtiveram um aumento locomotor em relação ao grupo não exposto ao metilfenidato. Levando em consideração a metodologia empregada nesta pesquisa podemos observar que a exposição precoce à psicoestimulantes como metilfenidato possa aumentar o risco para o abuso de substâncias como a anfetamina na fase adulta. 63 9. REFERÊNCIAS ABIKOFF, H.; HECHTMAN, L.; KLEIN, R.G. 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