F-128 – Física Geral I Revisão #3 UNICAMP – IFGW Centro de Massa e 2a Lei de Newton xCM yCM zCM ⎫ mi xi ⎪ ∑ i =1 ⎪ ⎪⎪ 1 m1 y1 + m2 y2 + + mN y N 1 N ⇒ r = = = m y CM ∑ i i⎬ m1 + m2 + + mN M i =1 M ⎪ ⎪ m1 z1 + m2 z2 + + mN z N 1 N = = mi zi ⎪ ∑ ⎪⎭ m1 + m2 + + mN M i =1 m1 x1 + m2 x2 + + mN xN 1 = = m1 + m2 + + mN M N N ∑m r i =1 i i 2 2 2 ( ext ) d rN d r1 d r2 F = m + m + + m = M a ∑ 1 2 N CM dt 2 dt 2 dt 2 ( ext ) ∑F =M aCM F128 – 2o Semestre de 2012 (esta é a 2ª lei de Newton para um sistema de partículas: o sistema responde à resultante das forças externas como se a massa total M estivesse toda concentrada no centro de massa) 2 Centro de massa de corpos contínuos uniformes Se um corpo consiste de uma distribuição contínua de massa, podemos dividilo em porções infinitesimais de massa dm e a soma transforma-se numa integral: xCM 1 = M N 1 mi xi → xdm ∑ ∫ M i =1 yCM 1 → M ∫ ydm zCM 1 → zdm ∫ M A massa infinitesimal dm pode pertencer a um fio, uma superfície ou um volume: λ dl λ : densidade linear de massa σ dA dm = σ : densidade superficial de massa ρ : densidade volumétrica de massa ρ dV Se o corpo (volume) tiver densidade uniforme: dm = ρ dV = 1 xCM = ∫ xdV ; V 1 yCM = ∫ ydV ; V 1 z CM = ∫ zdV V M dV : V Normalmente, não precisamos calcular estas integrais triplas! F128 – 2o Semestre de 2012 3 Momento linear O momento linear (ou quantidade de movimento) de uma partícula é uma quantidade vetorial definida como: p =mv dv d p a A 2 lei de Newton pode ser escrita como: F =m = dt dt O momento linear de um sistema de N partículas é a soma vetorial dos momentos lineares individuais: P = p1 + p2 +....+ pN = m1v1 ++mN v N Derivando em relação ao tempo a expressão do centro de massa: N 1 N rCM = ∑mi ri ⇒ ∑mi vi = P = M vCM M i =1 i =1 Derivando novamente e usando a 2a lei de Newton para um sistema de partículas: dP M aCM =∑ F ( ext ) = dt F128 – 2o Semestre de 2012 4 Forças de interação O resultado líquido da força de interação é fazer variar o momento linear das partículas. Pela 2a lei de Newton: tf tf pf dp F dt = dt = d p = p − p = Δ p f i ∫t ∫t dt ∫p i i i A integral temporal da força é chamada impulso da força: Impulso = área sob a curva (1D) tf J = ∫ F dt =Δ p ti Ou seja, a variação do momento linear da partícula durante um intervalo de tempo é igual ao impulso da força que age sobre ela neste intervalo. Como não conhecemos F(t), recorremos à definição da força média durante o intervalo de tempo da colisão: tf ∫t F dt = 〈 F 〉 Δt Então: Δp i Δp = 〈 F 〉 Δt ou 〈F〉 = Δt F128 – 2o Semestre de 2012 〈F〉 = Δp Δt 5 Colisões elásticas unidimensionais v1a Antes: Depois: v2a m1 v1d v2 d m1 m2 m2 ⎧ p1a + p2 a = p1d + p2 d (Conservação de momento linear) ⎪ 2 2 2 2 ⎨ p1a + p2 a = p1d + p2 d ⎪ 2m 2m 2m 2m ( Conservação de energia cinética) ⎩ 1 2 1 2 ⎛ m −m ⎞ ⎛ 2m2 ⎞ ⎟⎟ v2 a v1d = ⎜⎜ 1 2 ⎟⎟ v1a + ⎜⎜ ⎝ m1 + m2 ⎠ ⎝ m1 + m2 ⎠ ⎛ 2m1 ⎞ ⎛ m −m ⎞ ⎟⎟ v1a − ⎜⎜ 1 2 ⎟⎟ v2 a v2 d = ⎜⎜ ⎝ m1 + m2 ⎠ ⎝ m1 + m2 ⎠ F128 – 2o Semestre de 2012 6 Colisões unidimensionais totalmente inelásticas v1a m1 antes depois v2a vd m2 m1+ m2 Neste tipo de colisão, a partícula incidente “gruda” na partícula alvo. Pode-se provar que essa situação representa a perda máxima de energia cinética numa colisão inelástica em uma dimensão. m1v1a +m2 v2 a =(m1 +m2 )vd ⇒ m1v1a +m2 v2 a vd = = vCM m1 +m2 Como o centro de massa coincide com as duas partículas“grudadas”, elas têm que se mover com a velocidade do centro de massa, que se mantém constante. A energia cinética final é a energia cinética associada ao movimento do CM. F128 – 2o Semestre de 2012 7 Colisões elásticas bidimensionais Antes v1a Depois v1d sen θ1 m1 v1d v1d cosθ1 m2 θ1 Conservação do momento linear: θ2 ⎧ p1a = p1d cosθ1 + p2 d cosθ 2 ⎨ ⎩ 0 = p1d senθ1 − p2 d senθ 2 v2 d cosθ 2 Conservação da energia cinética: − v2 d sen θ 2 p12a p12d p 22d = + 2m1 2m1 2m2 p1d θ1 F128 – 2o Semestre de 2012 p2 d p1a v2 d triângulo dos momentos: p1a = p1d + p2 d 8 Questão 1 Uma pequena esfera de massa m está verticalmente acima de uma bola maior de massa M (com uma pequena separação, como na figura ao lado), e as duas bolsa são deixadas cair simultaneamente da altura h. (Suponha que os raios das bolas são desprezíveis em relação a h). a) Se a bola maior ricocheteia elasticamente no chão, qual sua velocidade imediatamente após esta colisão? b) Se a bola menor ricocheteia elasticamente na bola maior, que valor de m faz com que a bola maior pare no momento em que colide com a menor? c) Nesse caso, que altura atinge a bola menor? Respostas F128 – 2o Semestre de 2012 a) v b) m= c) H = 4h M ,f = − v = 2gh ĵ M ,i M 3 9 Variáveis rotacionais Aceleração angular Δω = ω (t+Δt ) − ω (t) Δω α= Δt Δω dω α = lim = Δt → 0 Δt dt Variação da velocidade angular Aceleração angular média Aceleração angular instantânea A aceleração angular instantânea é um vetor paralelo aω quando o eixo de rotação é fixo! t2 ω (t2 ) −ω (t1 ) = ∫α (t ) dt Velocidade angular em função de α t2 t1 na direção fixa ( n̂ ): ω (t2 ) −ω (t1 ) = ∫α (t ) dt F128 – 2o Semestre de 2012 t1 10 Cinemática angular Em capítulo anterior já estudamos o movimento circular uniforme. Vamos estudar agora o Movimento circular uniformemente acelerado Dadas as condições iniciais: t1 = 0 e t2 = t → θ (0) =θ 0 e ω (0) = ω0 Temos, para a constante: 1 2 ω(t ) =ω0 +α t ; θ (t ) = θ 0 +ω0 t + α t 2 ω 2 = ω02 +2α (θ −θ 0 ) Comparando com as variáveis do movimento linear: θ (t ) ↔ x (t ); ω (t ) ↔ v (t ); α (t ) ↔ a (t ) F128 – 2o Semestre de 2012 11 Relação com as variáveis lineares • Posição: s= r θ α at v θ ŷ x̂ aN (em módulo: at = α r) a N = ω ×v = ω ×(ω ×r ) = − ω 2 r rˆ F128 – 2o Semestre de 2012 r s dv d dω dr ×r +ω × a = = (ω × r )== dt dt dt dt at = α ×r = α r vˆ at a N ds dθ • Velocidade: v = = r = rω ( v = ω × r ) dt dt • Aceleração: ẑ ω 2 a = ω r) (em módulo: N 12 Energia Cinética de Rotação 1 1 1 1 2 2 K = m1v1 + m2 v2 +.... mn vn2 =∑ mi vi2 2 2 2 2 1 1 K =∑ mi (ω ri ) 2 = ( ∑mi ri 2 )ω 2 2 2 vi 2 Momento de inércia I: I = ∑mi ri ou: K= 1 2 Iω 2 (energia cinética de rotação) ∫ Distribuição contínua de massa: I = r 2 dm , ⎧λ dl : em um fio ⎪ dm=⎨σ ds : em uma superfície ⎪⎩ρ dV : em um volume F128 – 2o Semestre de 2012 13 Teorema dos eixos paralelos Se conhecermos o momento de inércia ICM de um corpo em relação a um eixo que passa pelo seu centro de massa, podemos facilmente determinar IO do corpo em relação a um eixo paralelo que passa por O. De fato: 2 ri = ri′+h ⇒ ri = (ri′+h ) ⋅ (ri′+h ) 2 2 2 ′ ⇒ ∑mi ri =∑mi ri +∑mi h +2h ⋅∑mi ri′ i i i Mas: i mi ri ∑ i h= ⇒ ∑mi ( ri − h ) = 0 ⇒ ∑mi ri′=0 i ∑mi i o• h ri dm ri′ •CM i Então: 2 I O =∑mi ri = I CM + Mh 2 (teorema dos eixos paralelos) F128 – 2o Semestre de 2012 i 14 Questão 2 Uma placa fina de dimensões a e b pode girar sem atrito ao redor de um pivô horizontal que passa por uma extremidade (ponto O na figura). A placa é então solta do repouso em uma posição vertical. O momento de inércia da placa, em relação a um eixo que passa por seu centro de massa e é perpendicular à placa, é ICM = 1/12 M(a2 + b2). a) Qual o momento de inércia do sistema em relação ao eixo de rotação? b) Encontre o módulo da velocidade angular no instante em que o centro de massa da placa está na posição horizontal. c) Qual a aceleração angular da placa nesta mesma posição? d) Quais são as componentes x e y da aceleração do seu centro de massa no instante em que a placa está na horizontal. a) b) c) F128 – 2o Semestre de 2012 d) 1 M ( a 2 + 4b2 ) 12 b 1 ΔU = Mg = ΔK rot = I o ω 2 2 2 I= 6gb a + 4b2 3gb2 a y = at = 2 a + 4b2 α= ω= 12gb a + 4b2 2 2 ax = a N = 6gb2 a 2 + 4b2 15 Torque e a 2a Lei de Newton da rotação No plano perpendicular ao eixo de rotação: F(||)i = Fi senϕ i =mi riα ri Fi senϕ i =mi ri α 2 Vetorialmente: ri × Fi = mi ri α ≡ τ i 2 F(||) i Fi τi F(⊥ ) i ϕi ri Definição: τ i = ri × Fi é o torque da força externa Fi sobre a i-ésima partícula do corpo rígido ( ⋅ vetor saindo do plano do desenho) No caso em que várias forças agem sobre a partícula, o torque 2 total é: = ( m r )α ≡ I α τ res =∑τ i Finalmente: F128 – 2o Semestre de 2012 i ∑ τ res = I α i i i (2.a lei de Newton da rotação) 16 O Trabalho no deslocamento angular Seja uma força externa Fi aplicada a uma partícula no ponto P. O trabalho infinitesimal num deslocamento ds i = ri dθ é: dWi = Fi ⋅ dsi = ( Fi senϕ ) ri dθ = τ i dθ Fi ( Fi senϕ é a componente tangencial de Fi ; a componente radial não trabalha). Então: W =∑∫τ i dθ = ∫τ dθ ds i ϕ ri i Como τ = Iα : dω W = ∫ I α dθ =∫ I ω dt dt ωf 1 2 1 2 W = ∫ Iω dω = I ω f − I ωi = ΔK (teorema do trabalho-energia cinética 2 2 na rotação) ωi F128 – 2o Semestre de 2012 17 Momento Angular O momento angular de uma partícula de momento p em relação ao ponto O é: =r× p (Note que a partícula não precisa estar girando em torno de O para ter momento angular em relação a este ponto). d d = (r × p) = r × F = τ dt dt dL Para um sistema de partículas, τ ext = dt Para um corpo rígido em torno de um eixo fixo, L = Iω F128 – 2o Semestre de 2012 18 Rotação em torno de um eixo fixo pi =mi vi =mi ω ×ρ i , Como 2 temos: zˆ = ρ i × pi = mi ρ i ω zˆ (z) i ou ω (i z ) = mi ρ i2ω zi L( z ) = ∑ (i z ) = ∑ mi ρi2ω = Iω i Se F128 – 2o Semestre de 2012 ri ŷ i τ res = 0 ⇒ I iω i = I f ω f ρi pi = mi vi x̂ 19 Rotação vs. Translação Tabela de analogias Rotação em torno de um eixo fixo energia cinética equilíbrio 2a lei de Newton 2a lei de Newton momento conservação potência F128 – 2o Semestre de 2012 1 KR= Iω2 2 ∑τ = 0 τ ∑ =Iα Movimento de translação 1 K = mv 2 2 ∑F =0 ∑F =ma dL τ = ∑ ( ext ) dt dp ∑F = dt Li =L f P =τ ω P= F v L = Iω p =mv p i= p f 20 Rolamento (sem deslizamento) Decomposição do rolamento em rotação + translação Rotação pura Translação pura vCM vCM vCM v = vCM = Rω F128 – 2o Semestre de 2012 Translação + Rotação 2 vCM v =ω R + v =0 = v=−ω R v = rω (acima do centro) v = −rω (abaixo do centro) vCM v =0 O ponto de contato está sempre em repouso. 21 Questão 3 Uma barra de comprimento L e massa M repousa sobre uma mesa horizontal sem atrito. Um pequeno objeto de massa m, movendo-se com velocidade v, como mostra a figura ao lado, colide elasticamente com a barra. a) Que grandezas são conservadas na colisão? b) Qual deve ser a massa do objeto para que ele fique em repouso após a colisão? F128 – 2o Semestre de 2012 22 Questão 4 Um carretel de massa m e raio externo R rola sem deslizar, para a esquerda, ao ser puxado por uma força F aplicada ao seu raio interno r como mostra a figura. Sabe-se que o momento de inércia do carretel em relação ao seu centro de massa é Icm . a) Qual a aceleração do centro de massa do carretel? b) Determine o módulo da força de atrito que atua no carretel e mostre que ela aponta para a direita. c) Se o coeficiente de atrito entre o carretel e a superfície é µ, qual a máxima força que pode ser aplicada ao carretel para que ele continue a rolar sem deslizar. F(R 2 − Rr) a) acm = I c + mR 2 b) ⎛ I + mRr ⎞⎟ ⎟⎟ f at = F ⎜⎜⎜ c ⎜⎝ I c + mR 2 ⎟⎠ ⎛ I + mR 2 ⎞⎟ ⎜ ⎟⎟ c) Fmax = µmg ⎜⎜ c ⎜⎝ I c + mRr ⎟⎠ Questão 5 – Extra Um disco uniforme de massa m gira numa taxa de 120 revoluções por minuto em torno de um eixo sem atrito passando pelo seu centro. Uma barra fina de mesma massa que o disco, cujo comprimento é igual ao diâmetro do disco, cai sobre o disco em rotação de modo que uma de suas pontas fica sobre o centro do disco. Os dois passam então a girar juntos em torno do eixo de rotação do disco. a) Calcule a velocidade angular final do sistema em unidades de rad/seg. b) Calcule o porcentagem de energia cinética que é transformada em outras formas de energia neste processo. a) Li = I i ωi = L f = I f ω f 2 1 1 1 11 12 I i = mR 2 ; I f = mR 2 + m(2R) = mR 2 ;⇒ ω f = π rad/s 2 2 3 6 11 1 1 I i ωi2 ; K f = I f ω 2f ; 2 2 b) K ΔK 3 = 1− f = 1− ≈ 72% Ki Ki 11 Ki = F128 – 2o Semestre de 2012 24 Questão 6 – Extra Uma fita leve está enrolada em volta de um disco circular de massa m e raio r, que rola sem deslizar sobre um plano inclinado áspero de inclinação θ. A fita passa por uma roldana fixa de massa desprezível e está presa a um bloco suspenso de massa m’, como mostra a figura. Calcule: a) a aceleração a da massa m’; b) a tração T na fita. c) Discuta o movimento do disco em função de m, m’ e θ . Resp: 8m ′− 4m senθ g 3m +8m ′ b) T = m′(g −a ) a) a = m 2 c) se m′ > sen θ ⇒ o disco sobe o plano, etc F128 – 2o Semestre de 2012 25