Lista de Recuperação – Gramática – 1° ano, prof. Kaio Conteúdos abordados: Linguagem, língua e fala, Linguagem Verbal, não verbal e Híbrida, tipos de gramática, adequações de linguagem, conotação e denotação, polissemia e ambiguidade. Questão 1) Observe as estruturas a seguir: pé de mesa, pé de cadeira, pé de fruta e pé de página. A palavra pé apresenta em todas as expressões o sentido de base/sustentação. Esse uso é possível devido a um fenômeno específico da língua, qual? Justifique. Questão 2) (FUVEST) Assinale a única frase em que a ordem de colocação das palavras não produz ambiguidade. a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com pasta embalada nas mãos c) Casal procura filho sequestrado via Internet. d) Câmara torna crime porte ilegal de armas e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de Estado. Questão 3) O Governo Estadual promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, Reescreva a manchete eliminando a ambiguidade. Questão 4) A frase em que não há ambiguidade de sentido é: a) Esse é o tipo de técnico de um time que ninguém deseja que se torne campeão. b) Ele é o autor do romance que faz enorme sucesso junto ao público feminino. c) Marcos Paulo pediu Enzo Gabriel para sair. d) Gostaria que você consultasse sua mãe, antes de ceder sua chácara por ocasião da nossa formatura. e) Quando ela me entregou a carta, percebi logo que as notícias não deviam ser das melhores. Questão 5) ERRO DE PORTUGUÊS Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido o português (Oswald de Andrade) Assinale a alternativa correta. a) Considerando que a oposição VESTIR vs. DESPIR representa a oposição COLONIZADOR vs. COLONIZADO, vemos, no primeiro polo, a impotência diante do poder. b) O título apresenta clara e exclusivamente a denúncia da decadência da língua portuguesa, devido a um crescente descuido dos falantes. c) A ambiguidade do título ajuda a construir o significado de desestabilização de tudo o que é sério, respeitável e cristalizado. d) As ações do colonizador e do colonizado relacionam-se a ideias de cerceamento da liberdade; naquelas, a alegria do sol; nestas, a tristeza da chuva. e) O tom predominante de lamento triste propõe uma recuperação positiva da figura do colonizador português, mal assimilada pelos índios. Questão 6) Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem. a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!” b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!” c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua...” d) “...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro” e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão...” Questão 7) Analise a charge a seguir. É correto afirmar que a charge visa a a) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência às aulas. b) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente. c) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela. d) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional. e) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar. Questão 8) É perceptível na tirinha da conhecida Mafalda, o uso da linguagem verbal e não verbal, as duas trabalham juntas para intensificar o processo de comunicação. Tendo em vista os conhecimentos adquiridos com a sua formação escolar, conceitue: Linguagem verbal Linguagem não verbal Linguagem híbrida ou mista Questão 9) O humor presente na tirinha decorre principalmente do fato de a personagem Mafalda: a) atribuir, no primeiro quadrinho, poder ilimitado ao dedo indicador. b) considerar seu dedo indicador tão importante quanto o dos patrões. c) atribuir, no primeiro e no último quadrinho, um mesmo sentido ao vocábulo "indicador". d) usar corretamente a expressão "indicador de desemprego", mesmo sendo criança. e) atribuir, no último quadrinho, fama exagerada ao dedo indicador dos patrões. Questão 10) 01 Na cabeceira da mesa, a toalha manchada de Coca-Cola, o bolo 02 desabado, ela era a mãe. A aniversariante piscou. 03 Eles se mexiam agitados, rindo, a sua família. E ela era a mãe 04 de todos. E se de repente não se ergueu, como um morto se levanta 05 devagar e obriga mudez e terror aos vivos, a aniversariante ficou 06 mais dura na cadeira, e mais alta. Ela era a mãe de todos. E como a 07 presilha a sufocasse, ela era a mãe de todos e, impotente à cadeira, 08 desprezava-os. Todos aqueles seus filhos e netos e bisnetos que 09 não passavam de carne de seu joelho, pensou de repente como se 10 cuspisse. Rodrigo, o neto de sete anos, era o único a ser a carne de 11 seu coração, Rodrigo, com aquela carinha dura, viril e despenteada. 12 Cadê Rodrigo? Rodrigo com olhar sonolento e intumescido naquela 13 cabecinha ardente, confusa. Aquele seria um homem. Mas, piscando, 14 ela olhava os outros, a aniversariante. Oh o desprezo pela vida que 15 falhava. [Clarice Lispector, “Feliz aniversário”. In: Laços de família] No fragmento em análise, a repetição da expressão ela era a mãe (linhas 02, 03, 06 e 07) conota: a) o orgulho de uma senhora que, embora não gostasse muito dos familiares, fica surpresa ao ver a família reunida. b) a preocupação da protagonista ao se reconhecer responsável por familiares que desprezava. c) a importância que o narrador atribui à matriarca nos destinos daquela família que, no fundo, não merecia nenhuma atenção. d) a percepção irônica daquela situação, motivada pelo sentimento de frustração da personagem. e) o ódio da mãe por se sentir rejeitada por todos, justamente num momento de confraternização familiar. Instrução: As questões 11 e 12 tomam por base o texto seguinte. A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público brasileiro. De origem inglesa e ainda sem tradução no Brasil, é utilizada para qualificar comportamentos violentos no âmbito escolar, tanto de meninos quanto de meninas. Dentre esses comportamentos podemos destacar as agressões, os assédios e as ações desrespeitosas, todos realizados de maneira recorrente e intencional por parte dos agressores. É fundamental explicitar que as atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente, não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer que, de forma quase “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso, invariavelmente, produz, alimenta e até perpetua muita dor e sofrimento nos vitimados. (Ana Beatriz Barbosa Silva. Bullying: mentes perigosas nas escolas, 2010. Adaptado.) Questão 11) Segundo o texto, a) embora a palavra bullying ainda não seja muito familiar em nosso país, com o tempo ela se tornará quase natural para nós. b) os comportamentos violentos de garotos e garotas, em contexto escolar, têm recebido a denominação inglesa de bullying. c) mesmo ignorado pela maior parte das pessoas, o termo bullying designa um fenômeno que está sendo encarado com crescente naturalidade. d) a falta de uma tradução para a palavra inglesa bullying provoca dificuldades para qualificar comportamentos violentos na escola. e) somente a metade das manifestações violentas, na escola, qualificadas como bullying, apresenta motivações justificáveis. Questão 12) De acordo com o texto, a) os estudantes mais fortes usam de sua prepotência e do constrangimento e intimidação dos mais frágeis, com o objetivo de se divertirem. b) as ações violentas, praticadas no ambiente escolar, são invariavelmente frequentes, involuntárias e motivadas por sofrimentos dos agressores. c) o sofrimento proveniente das manifestações violentas na escola pode demandar tratamentos dispendiosos, porém eficientes. d) em geral, as agressões sofridas pelos alunos não são gratuitas e possuem causas cada vez mais claramente identificáveis. e) a humilhação e o medo a que são submetidas as vítimas do bullying são consequências naturais da sociedade contemporânea. Questão 13) Conceitue e exemplifique: Linguagem, Língua e fala Questão 14) Até quando? Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer! GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento). As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto: a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas. c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. e) originalidade, pela concisão da linguagem. Questão 15) Os excertos a seguir são discursos sobre sistemas de comunicação. Entre eles, o que poderia ser tomado como discurso contrário ao do cartum, por apresentar visão positiva quanto às possibilidades de uso social do mesmo sistema de comunicação nele referenciado é: a) A publicidade destinada ao público infanto-juvenil, mormente durante a exibição de programas de televisão destinados a essa faixa etária, constitui-se altamente eficaz na formação de novos consumidores imediatistas. É claro que tal prática com vistas à perpetuação do consumo desbragado de bens supérfluos – que denotam a sensação desde tenra idade de que “ter é ser” – se demonstra essencial pelos agentes do “mercado”. Fonte: MAGANANI, Carolina. Publicidade Infantil. In Revista E. nº. 118 b) O fato é que a televisão pode ser mais do que mero entretenimento e se tornar instrumento eficaz de apoio à formação das pessoas, ao incentivo à agregação familiar, à disseminação de valores, ao enriquecimento cultural e à motivação aos jovens para que estudem, desenvolvam-se e empreendam. ODEBRECHT, Emílio. “Teledramaturgia: as novelas e a educação”.Folha de S. Paulo, 11 de julho de 2010. Disponível em <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos. asp?cod=598TVQ002>. Acessado em 19 de março 2011(trecho adaptado) c) Infelizmente, o compromisso do Google de fornecer livre acesso ao seu banco de dados em um terminal em cada biblioteca pública está cercado de restrições: os leitores não poderão imprimir nenhum livro protegido por copyright sem pagar uma taxa aos detentores dos direitos. Fonte: DARNTON, Robert. O Google e o Futuro dos Livros. Serrote, 1, 2009. p. 32 d) De acordo com o psiquiatra Jairo Bauer, que coordena a pesquisa, a internet é hoje um grande polo agregador de jovens. “Para que se dar ao trabalho de se deslocar até o shopping, quando o outro pode estar ao alcance de alguns toques no teclado?”, questiona o médico. Fonte: GOMES, Patricia e AZANHA, Thiago. “Amigo virtual vira amigo real para 38% dos jovens, diz estudo”. Folha de S.Paulo, Cotidiano, 28 de outubro 2010 e) O fato é que a imprensa esquarteja as notícias com requintes de crueldade nunca antes vistos. E atira os pedaços à massa de leitores e ouvintes. Porque o bom senso parece não ter ainda provado que não é só doença que contagia, saúde também contagia.