Saiba como diferenciar a rinite alérgica do resfriado A rinite alérgica é um processo inflamatório da mucosa nasal decorrente de uma reação exagerada a uma ou mais substâncias, chamadas de alérgenos. Dessa forma, as pessoas alérgicas são consideradas hiperativas a determinados agentes. Devido a características genéticas, seu sistema imunológico interpreta uma substância como agressora, reagindo em defesa do organismo e causando os sintomas da rinite alérgica. Os alérgenos mais comuns são: ácaros da poeira; pêlo, saliva, urina e fezes de animais domésticos; baratas; fungos; polens. Já os cheiros de perfumes, cigarro, produtos de limpeza, tintas, inseticidas, fumaça; poluição; entre outros são irritantes das vias aéreas que agravam a inflamação e os sintomas causados pelos alérgenos. A rinite alérgica atingiu cerca de 30% dos pacientes com menos de 17 anos de idade atendidos pelo SUS – Sistema Único de Saúde em 2008 e segundo a revisão do estudo ARIA – Allergic Rhinitis and it´s Impact on Asthma, de 10 a 40% dos pacientes com rinite são asmáticos. “Vale ressaltar que a rinite não é uma infecção, mas um processo inflamatório de hipersensibilidade da mucosa que reveste o nariz. Não é contagiosa, não causa febre, não compromete o estado geral do paciente e costuma ter duração variável, dependendo da intensidade e frequência de exposição aos alérgenos” explica Dra. Inês Camelo Nunes, alergista e imunopatologista, professora titular UNISA e pesquisadora associada da UNIFESP-EPM. Ao contrário da rinite, o resfriado e a gripe são causados por vírus. O primeiro é uma infecção que pode ser causada por inúmeros vírus, o mais comum é o Rhinovirus que desencadeia obstrução nasal, coriza, espirros e febre baixa. Já a gripe é ocasionada pelo vírus Influenza, que costuma provocar sintomas mais intensos que o resfriado como febre alta e dores no corpo, além da obstrução nasal, tosse e espirros. Uma vez que essas doenças são muito semelhantes, a rinite alérgica costuma ser subdiagnosticada, pois muitos pacientes atribuem seus sintomas aos dos resfriados e gripes. “A recorrência dos sintomas e a ausência de febre devem atentar o paciente para a possibilidade de rinite alérgica” comenta Dra. Inês Camelo Nunes. A pessoa também precisa se preocupar em descobrir a origem do problema. Por exemplo, quando os sintomas aparecem com a queda da temperatura, a causa pode não ser o frio, mas a blusa repleta de poeira contendo ácaros que ficou guardada no armário desde o inverno anterior, ou mesmo o aumento da concentração de alguns alérgenos, que costuma ocorrer no inverno. “Vale ressaltar que o próprio resfriado, ou a gripe podem agravar a inflamação da mucosa nasal de pacientes com rinite, piorando os sintomas”, completa Dra. Inês Camelo Nunes. Prevenção e Tratamento O tratamento da rinite alérgica pode ser dividido em controle do ambiente, com o objetivo de reduzir a exposição aos alérgenos aos quais o paciente é sensível e medicamentoso, controlando sintomas e a inflamação da mucosa nasal. Nesses casos os medicamentos mais frequentemente utilizados são os anti-histamínicos e corticosteróides intranasais, entre outros. Alguns anti-histamínicos como, por exemplo, a loratadina, proporcionam alívio dos sintomas alérgicos por 24 horas e não causam sonolência. As medidas ambientais também têm um papel fundamental no controle dos sintomas contribuindo para garantir a qualidade de vida do alérgico, e também na prevenção de novas manifestações. Dicas para o Controle do Ambiente Domiciliar Como Diferenciar: Rinite Alérgica X Resfriado X Gripe Coriza (nariz escorrendo) Espirros Coceira no nariz Obstrução nasal Febre Coceira nos olhos ou no céu da boca Mal-estar/Dor no corpo Risco de contágio Duração da doença Rinite Alérgica Resfriado Gripe Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim ou Não Sim ou Não Sim Sim Sim Não Sim ou Não Sim Sim Não Não Variável Não Não Sim 4 a 7 dias Não Sim Sim 1 a 2 semanas