Notas de Aulas de Cálculo Diferencial e Integral II– Engenharia de Materiais Prof.: Adriana Borssoi 1 PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus de Londrina Gerência de Ensino e Pesquisa Estas Notas de Aulas são organizadas com base nas referências mencionadas abaixo, de onde também são extraídos exemplos e exercícios sugeridos. O material não pretende substituir um bom livro de Cálculo, mas serve como um apoio aos alunos no acompanhamento das aulas. ENGENHARIA DE MATERIAIS O livro texto adotado no curso é: ANTON, H., BIVENS, I. e DAVIS, S. Cálculo. vol. 2. Tradução: Claus I. Doering. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. NOTAS DE AULA CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II Como Bibliografia Complementar sugerimos: LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica, vol 1 e 2. Harbra, São Paulo, SP: 1994 FINNEY, R. L; WEIR, M. D; GIORDANO, F. R. Cálculo de George B. Thomas, vol. 2. 10ª edição. Trad. Cláudio H. Asano. São Paulo: Addison Wesley, 2003. HOFFMANN, Laurence D. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. STEWART, James. Cálculo v. I e II, 5 ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2006. LONDRINA 2011 VILCHES, M.A; CORREA, M.L. Cálculo vol. 1 e 2, UFRJ. (Material Eletrônico) Notas de Aulas de Cálculo Diferencial e Integral II– Engenharia de Materiais Prof.: Adriana Borssoi 2 1. COORDENADAS POLARES Exercícios Recomendados: ANTON, H., BIVENS, I. e DAVIS, S. Cálculo. vol. 2 Tradução: Claus I. Doering. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. Páginas, de 727 à 730 Páginas, de 744 à 746 Um método importante de representação de pontos num plano consiste no uso de coordenadas polares. Para introduzir um sistema de coordenadas polares no plano, partimos de um ponto fixo O, chamado de origem ou pólo, e uma semirreta orientada, chamada eixo polar, com extremidade O. Neste sistema a cada ponto P do plano podemos associar as coordenadas polares (r ,θ ) onde: r é a distância de O a P; θ é o ângulo orientado, no sentido anti-horário, desde o eixo até à semirreta OP. Sejam ( x, y ) as coordenadas cartesianas e (r ,θ ) as coordenadas polares de um mesmo ponto P. Pelas relações descritas acima, temse: x = r cos(θ ) y = rsen(θ ) x2 + y2 = r 2 y = tg (θ ), x ≠ 0 x Exercícios E01_Realize as conversões dos pontos: a) P = (2, π / 3) de c. polares para c. cartesianas; b) Q = (1, −1) de c. cartesianas para c. polares. E02_Encontre a equação cartesiana para a curva descrita pela equação polar r = 3sen(θ ) . E03_Encontre a equação polar para x 2 − y 2 = 1 . Figura 1.1 Se r for negativo, deve-se representar r unidades na semirreta, com extremidade O e sentido oposto a OP. É importante considerar que, quando consideramos o sistema de coordenadas cartesianas cada ponto tem representação única. Usando o sistema de coordenadas polares isto não acontece. Veja: P = ( r ,θ ) = (− r ,θ + π ) = (r ,θ + 2kπ ) , para k ∈ . Relação entre Coordenadas Cartesianas e Coordenadas Polares A relação entre ambos os sistemas de coordenadas pode ser obtido por meio da relação de Pitágoras e trigonometria elementar, considere a Figura 1.2. Representação Gráfica em Cooedenadas Polares Uma mesma curva pode ser representada em coordenadas cartesianas ou em coordenadas polares, porém, um sistema de representação pode ser mais adequado que o outro em determinadas situações, como será ilustrado em seguida. Ao conjunto de pontos (r ,θ ) do plano que verificam a equação F (r ,θ ) = 0 chama-se curva em coordenadas polares. Exemplos: A Figura 1.3 mostra os gráficos plotado em coordenadas polares. A curva em a) tem equação polar r1 = 2cos ( 3t ) , sendo que a correspondente equação cartesiana é dada por x 4 − 2 x3 + 2 x 2 y 2 + 6 xy 2 + y 4 = 0 (Verifique!). θ A curva em b) tem equação r2 = sen , com 4 0 ≤ θ ≤ 10π . Como seria sua equação em coordenadas cartesianas? Seria ela obtida facilmente? Figura 1.2 Notas de Aulas de Cálculo Diferencial e Integral II– Engenharia de Materiais Prof.: Adriana Borssoi 3 a) ii) r = acos(nθ ) , a > 0 n=2 n=3 b) y y n=4 n=5 x 1 2 x Figura 1.5 Figura 1.3: Gráficos gerados pelo Winplot 9.0 Vejamos algumas equações polares de retas e circunferências, escritas de forma geral, com a∈ : • Retas verticais: r cos(θ ) = a ou r = a sec(θ ) • Retas horizontais: rsen(θ ) = a ou r = acosec(θ ) • Retas que passam pela origem: θ = θ 0 • Circunferência centrada na origem: r = a • Circunferência centrada no eixo Ox e tangente ao eixo Oy: r = 2a cos(θ ) • Circunferência centrada no eixo Oy e tangente ao eixo Ox: r = 2asen(θ ) Podemos verificar que a expressão em coordenadas polares fica mais simples, por exemplo, a última circunferência mencionada acima tem equação polar r = 2asen(θ ) , enquanto em coordemadas cartesianas a mesma circunferência teria equação: x 2 + ( y − a) 2 = a 2 . Exercício E04_Esboce o gráfico das equações polares, plotando pontos: a) ra = θ b) rb = sen(θ ) Outras equações serão apresentadas a seguir, a título de ilustração: Família de Rosáceas i) r = asen(nθ ) , a > 0 n=2 n=3 Figura 1.4 n=4 n=5 Exercício E05_Defina Cardióides e Limaçons, depois use um recurso computacional, como WinPlot por exemplo, e ilustre alguns membros de cada família. Teste de Simetria para gráficos polares Teorema a) uma curva polar é simétrica em relação ao eixo x se substituindo θ por −θ obtivermos uma equação equivalente; b) uma curva polar é simétrica em relação ao eixo y se substituirmos θ por π − θ obtivermos uma equação equivalente; c) uma curva polar é simétrica em relação a origem se substituirmos θ por π + θ , ou sbstituírmos r por –r, obtivermos uma equação equivalente. Figura 1.6: Ilustração das simetrias indicadas no teorema. Exercício E06_(ANTON, 2007, p.722) Verifique a ocorrêcia de simetrias no gráfico de r = a − a cos(θ ) , depois faça o esboço com a = 1 para confirmar o resultado. Retas tangentes a Curvas Polares A inclinação de uma reta tangente a curvas polares de equação r = f (θ ) , em que r é uma função diferenciável de θ é dada por: dr dy r cos(θ ) + sen(θ ) dy d θ d θ = = dx dr dx dθ −rsen(θ ) + cos(θ ) dθ A expressão acima decorre do fato que x = f (θ ) cos(θ ) e y = f (θ )sen(θ ) . Notas de Aulas de Cálculo Diferencial e Integral II– Engenharia de Materiais Prof.: Adriana Borssoi 4 y Exercício E07_(ANTON, 2007, p.734): Encontre a inclinação da reta tangente ao círculo r = 4cos(θ ) no ponto em que θ = π 4 x . 1 Área em Coordenadas Polares Definição: Se α e β forem ângulos que satisfaçam a condição α < β ≤ α + 2π e se f (θ ) for contínua e não-negativa para α ≤ θ ≤ β , então a área A da região R envolvida pela curva polar r = f (θ ) ( α ≤ θ ≤ β ) e os raios θ = α e θ = β é β β 1 1 2 A= r dθ . [ f (θ )]2 dθ = 2 2α α ∫ (Veja interpretação fórmula). ∫ geométrica e deduza a Os extremos de integração podem ser determinados seguindo os procedimentos: i) Esboçar a região R do plano, cuja área se deseja determinar; ii) Desenhar uma linha radial arbitrária do pólo até a curva r = f (θ ) da franteira; iii) Avaliar sobre qual intervalo θ deve variar para que a reta radial varra a região R; iv) Os extremos do intervalo fechado obtido no item iii) são os extremos de integração. Exercícios E08_(ANTON, 2007, p.742): Determine a área da região do primeiro quadrante dentro da cardióide 3 r = 1 − cos(θ ) . (Resp. π − 1 ) 8 E09_(ANTON, 2007, p.742): Determine a área interna 3 à cardióide do exercício anterior. (Resp. π ) 2 E10_(ANTON, 2007, p.743): Determine a área da região que está dentro da cardióide r = 4 + 4cos(θ ) e fora do círculo r = 6 . (Resp. 18 3 − 4π ) 2 3 4 5 6 7 8 9 Figura 1.7: Representação gráfica das curvas polares do exercício E10.