Acesse o discurso completo aqui.

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Presidente Michel Temer, Ministros de seu governo que participam deste
encontro, Presidentes de Federações, Associações Comerciais e demais
entidades empresariais, Senhoras e Senhores:
Gostaria de agradecer pela gentileza de nos receber, neste encontro, que
constrói a ponte para o avanço no relacionamento entre iniciativa privada e
governo.
Agradeço também a todos os presidentes de entidades do País. São 500 líderes
empresariais aqui presentes, que ouviram nosso chamado e souberam dar a
importância do momento, se deslocando à capital do País e por conta própria,
num gesto de liberdade e comprometimento com o futuro do Brasil.
Gostaria também de reafirmar nosso apoio ao seu governo e enfatizar que
estamos prontos para dar o suporte necessário para que o senhor e seu governo
sigam em frente nas medidas necessárias ao crescimento do País.
Somos um exército de empreendedores, de todos os portes e de todas as áreas
da economia. Sofremos com as turbulências provocadas pelo mundo político e
econômico que já fecharam milhares de empresas revelando seu lado mais
perverso que é o desemprego de mais de 11 milhões de brasileiros.
Famílias brasileiras estão desesperadas diante da situação econômica que não
só reduz o consumo, como também retira as possibilidades de crescimento e de
avanços de suas vidas. Isto sem falar nos casos onde o desânimo já produziu
situações irreversíveis, como a do suicídio de um empresário paulista abatido
pela crise.
E toda esta tragédia sem ter a quem recorrer!
Isso sim é um problema de grandes dimensões.
É certo dizer, neste momento, que sua chegada ao comando do País trouxe
confiança e produziu um raio de esperança para todos nós pela redução da
sensação de desamparo, da falta de rumo e da impotência.
Foi uma mudança e tanto nestes últimos dois meses e esperamos por novas
ações num horizonte próximo.
Presidente Temer, estamos aqui também para lhe dizer que chegou a hora de
colocar em prática um pacto pelo Brasil, pelo crescimento, representado por
todos nós, que investimos, geramos empregos e pagamos impostos.
Pactos são salutares e, muitas vezes, as melhores alternativas porque
pressupõem compreensão com o momento crítico e com as lideranças. Esta
grande ação deve incluir todos os segmentos do País para que, unidos, os
brasileiros lutem pela retomada do crescimento.
Este acordo, no sentido literal, deve resultar na contribuição de todos por um
bem comum. Nosso povo não aguenta mais tanta falta de oportunidades e tanto
descaso, tanta falta de ética, tanta corrupção e tanta desfaçatez.
No que compete a nós, podemos garantir não só o apoio ao seu governo, mas a
participação nesta união que deve fortalecer também nosso poder Judiciário,
responsável maior pela esperança que renasce.
O Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público, a Polícia
Federal e a Operação Lava Jato, representam, na verdade, o Brasil que
queremos.
Presidente Temer:
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a nossa
CACB, é um guarda-chuva enorme. Representamos 27 Entidades filiadas, cerca
de 2.300 Associações Comerciais e um universo equivalente a mais de dois
milhões de empresários brasileiros. Nossa história de representatividade tem
mais de 200 anos e já temos experiência suficiente para afirmar que o Brasil não
precisa de salvadores da pátria e sim de bons líderes.
Somos uma organização multissetorial com empreendedores que atuam no
comércio, na indústria, na agropecuária, nos serviços, nas finanças, além dos
profissionais liberais, classificados entre micro, pequenas, médias e grandes
empresas. Somos os representantes de uma imensa parcela do setor produtivo,
daqueles que geram desenvolvimento, emprego e renda no Brasil.
Integramos a UNECS, a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços,
que reúne seis outras grandes organizações (Associação Brasileira de
Supermercados (ABRAS), a Associação Brasileira de Atacadistas e
Distribuidores (ABAD), a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação
Nacional de Materiais de Construção (Anamaco) e a Associação Brasileira de
Lojistas de Shopping (Alshop) – cujos presidentes estão aqui) oriundos de
vários segmentos de nossa economia.
Juntos somamos um faturamento equivalente a R$ 788,4 bilhões ou 16,3% do
PIB; 83,7% das vendas da indústria de alimentos e bebidas e 89,6% das vendas
de alimentos fora do lar. Nossa organização, que responde por 64,9% das
operações de cartões de crédito e débito no Brasil, é responsável também por
9,22 milhões de empregos, ou 19,4% das vagas formais no Brasil.
Buscamos um denominador comum que garanta um cenário propício para o
desenvolvimento econômico e social. É através de entidades como a nossa
CACB, que os empreendedores ganham voz e transformam suas necessidades
em robustos pleitos nacionais. Também é por esta via que deságuam os pedidos
e os anseios deste grande contingente de empresários.
Queremos construir uma ponte entre o Brasil de hoje e o Brasil de amanhã.
Pensamos num Brasil moderno e justo. Percebemos sinais claros de
esgotamento e parece óbvio que precisamos fazer algo significativamente
diferente para entrar em uma nova era. A ideia é sair da relação de
interdependência e da preocupante simbiose entre o poder público e privado.
Perdemos a eficiência por causa das distorções estruturais e conceituais.
Na verdade, precisamos amadurecer.
Contudo, não vemos saída sem uma solução para o impasse político. A
economia, que ainda vai sangrar, necessita que o governo encontre o fio da
meada. Confiamos neste governo.
Neste novo Brasil que renasce, ganha importância na ordem dos valores
políticos, as eleições municipais. Elas representam um conceito inovador que se
insere neste País que está sendo reinventado.
Assim como numa empresa, os municípios precisam ser administrados com
gestão eficiente, com conceitos de meritocracia e com aferição de resultados. É
através deles que as necessidades dos brasileiros são atendidas. O povo vive nos
municípios e a primeira mudança que todos devemos adotar é olhar a
reconstrução do País de baixo para cima. Possibilidade que ganha corpo agora,
nas próximas eleições municipais.
É através das cidades que abriremos os caminhos para a modernidade, pois
precisamos todos sepultar o Brasil cartorial e corporativista e substituí-lo por
um país aberto e contemporâneo. Tarefa que só pode ser iniciada pelas nossas
cidades.
Nossa estrutura de organização empresarial, constituída pelas Associações
Comerciais, abre caminho para envolvermos os municípios nesta mudança.
Sem dúvida, podemos contribuir usando nossa capilaridade.
Senhor presidente:
Abraçamos várias causas que nos são especiais. A primeira delas é a da livre
iniciativa. Um País tem boa base quando estimula a cultura do
empreendedorismo e produz as ferramentas que permitem seguir no caminho
que leva ao desenvolvimento, e consequentemente, à geração de empregos e de
renda.
Unidos vamos continuar defendendo a ideia de um Estado que coloque a sua
burocracia e as suas estruturas a serviço da sociedade. Não podemos mais
aceitar alimentar os privilégios da burocracia estatal. Precisamos de serviços
públicos eficientes.
Temos também uma pauta de projetos que serão temas pelos quais lutaremos
sem descanso para conquistar uma sociedade mais igualitária, justa e
desenvolvida. São ajustes que nos levarão a um caminho que respeite as
garantias das principais conquistas do empreendedorismo pois asseguram o
trabalho, o lucro e o desenvolvimento sustentado.
O Brasil está diante de um momento único e cheio de oportunidades.
Acreditamos, senhor presidente, que ganhará o Brasil se toda esta corrupção for
passada a limpo, e os responsáveis, punidos. Chegou a hora de fazermos uma
reflexão para que a sociedade possa mudar muitos conceitos estruturais para
adotar atitudes de ética e respeito.
Somos responsáveis também por este caos moral que nos afoga. Não tenho
dúvidas de que viveremos um novo momento da consolidação democrática, com
a sociedade mais aberta em busca de saídas inovadoras para gerar mais
desenvolvimento, emprego e prosperidade de modo sustentável.
Precisamos, é verdade, de muitas coisas. E, para mudar, devemos seguir firmes
nos rumos que acreditamos serem os melhores e que incluem, sem dúvida, a
ética, o respeito e a democracia. Este será o novo ciclo que se abre para o País.
E podemos atingir o patamar dos grandes países exercendo o respeito em todos
os sentidos, a começar pelas instituições.
Presidente Temer, o senhor sabe do que o Brasil precisa, mas vamos reforçar
algumas das medidas que são vitais para destravar nosso País.
Antes, no entanto, cabe repetir que apoiamos e confiamos na equipe econômica.
Nossa pauta começa pela busca do equilíbrio fiscal, passa pela construção de
projetos para maior inserção do Brasil no mercado global e de uma agenda de
longo prazo. É vital, ainda, criar as condições para um choque de
competitividade e urgentemente editar medidas que facilitem a vida de quem
corre riscos para gerar investimentos e empregos. Não podemos esquecer das
reformas previdenciária, trabalhista, fiscal e política.
Com isso, criaremos as bases para a justiça social e o crescimento econômico.
Apoio da sociedade civil e da iniciativa privada não faltarão.
Presidente, nós acreditamos num Brasil de ordem e progresso!
Muito obrigado!
George Teixeira Pinheiro
Presidente da CACB
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