Crises Financeiras - Pós 97 Frederico A. Marques Guilherme Rio Humberto Guimarães Marcelo Vasconcelos Mário Januário Prof. Ms. Flavio Pretti 15/07/2014 Contexto A apresentação visa resumir as grandes crises do mercado financeiro de 1997 até os dias de hoje. Time Line Crise Asiática Crise Russa Crise Brasileira Crise das Pontocom Crise Global Crise do EURO Crise Argentina / 11 de Setembro A Crise Asiática Período : Outubro de 1997 a 1998 Local : Ásia Inicia-se com a queda da bolsa de Hong Kong. Um dos principais fatores era a fragilidade de alguns fundamentos econômicos, empreendimentos atrelados ao dólar, déficit de conta corrente. • A crise asiática foi disparada por um processo de fuga de capital e deflação de ativos financeiros em certo conjunto de economias daquela região. • No dia 23 de outubro de 1997, a Bolsa de Valores de Hong Kong – a segunda maior em movimentação de papéis – caiu 10,4% e derrubou todos os mercados, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentou queda de 8,15%, a segunda maior em todo o planeta naquele dia. • Iniciando-se pelos "tigrinhos" (Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas), suas repercussões adquiriram amplitude global quando aquele processo incorporou os "tigres" Coréia do Sul e Hong Kong, ameaçando também colocar em insolvência seus credores japoneses. • As moedas nacionais daqueles países mergulharam em queda livre em relação ao dólar, com exceção de Hong Kong, onde a desvalorização cambial foi evitada a alto custo. • A crise de confiança abateu-se sobre sistemas financeiros de fato às voltas com fragilidade financeira, ou seja, com empresas não-financeiras e intermediários financeiros carregados especulativamente com ativos de baixa liquidez defronte a débitos de curto prazo. A Crise Asiática • Além disso, havia a vulnerabilidade diante de desvalorizações cambiais, dada a proporção do endividamento em dólar naquela super-alavancagem. • No caso dos tigrinhos, o descompasso entre ativos e passivos tinha na especulação imobiliária um componente substantivo, ao passo que, na Coréia, o desajuste relevante refletia ociosidade de capacidade produtiva industrial em seus conglomerados. • Elevado grau de endividamento dos conglomerados coreanos, característica contrária da agressividade presente em seu crescimento. • Perda da garantia de solvência obtida no passado mediante receitas com exportações crescentes. • A magnitude dos efeitos de caixa (necessidade de liquidação de ativos) e de contágio de expectativas, em escala mundial, fez efetivamente da crise asiática a primeira da era das finanças globais. • A perplexidade diante da crise foi proporcional ao fato de que, até bem pouco antes, a região do Pacífico Asiático se configurava como fronteira de crescimento econômico aparentemente inesgotável. • Exaustão dos fatores de alto crescimento asiático em relação ao resto do mundo, uma vez concluídos dois processos: a incorporação, em setores industriais modernos, dos imensos contingentes de camponeses subempregados e a universalização da educação. (hipótese muito aceita de Paul Krugman) A Crise Asiática • Altas taxas de poupança e os correspondentes investimentos teriam permitido a velocidade e a magnitude daquela absorção. Em cada experiência nacional, por outro lado, uma vez plenamente utilizadas as fontes, necessariamente as taxas de crescimento teriam de acomodar-se em níveis mais baixos. • A exaustão relativa dessas fontes já teria acontecido no Japão, nos anos 80, e estaria manifestando-se em países como a Coréia do Sul e Tailândia pelo menos desde meados da atual década. • A expansão de salários acima da produtividade, nestes últimos, assim como o superaquecimento de seus mercados internos e a transição de superávits para déficits comerciais, seriam sintomas da necessidade de aceitação de crescimento mais lento. • Assim como na "bolha" financeira japonesa dos anos 80, com supervalorização imobiliária e de ações, a resistência à realidade estaria por detrás da acentuação do descompasso patrimonial no período prévio à atual crise. • Dilatação da dívida: Títulos governamentais emitidos para reestruturação do setor financeiro. • Recuperação: Exp. Coreia. Depois de cair 6,7% em 1998, cresceu 10,9% em 1999 e 8,8% em 2000. As exportações cresceram 8,6% em 1999 e 20,1% em 2000. A Crise Russa Período: Agosto de 1998 Local : Rússia O sistema bancário nacional da Rússia entrou em colapso, com uma suspensão parcial de pagamentos internacionais, a desvalorização da moeda russa e o congelamento dos depósitos em moeda estrangeira. • A crise russa de 1998 foi apontada como decorrente da adoção de medidas neoliberais para poder realizar a transição ao capitalismo ocidental, causando graves problemas ao país. • Resultado de fugas de capitais que haviam sido investidos no país, causando uma série de dificuldades à economia da Federação Russa. • Dentre elas, podem-se destacar a desvalorização do Rublo (a moeda do país), a impossibilidade de pagamento da dívida interna e externa do país, a dificuldade de arcar com salários do funcionalismo público e dos militares, dificuldade na manutenção de serviços públicos estatais e quebra de bancos em decorrência da queda de ações na bolsa de valores. • O fim da URSS, em 1991, havia levado a Federação Russa a realizar uma série de medidas para enquadrar-se no modelo capitalista ocidental. Tais medidas estavam ligadas ao chamado neoliberalismo, que consiste basicamente na privatização de empresas e demais meios de produção, que antes eram estatais, na diminuição da atuação do Estado na economia e no controle inflacionário. A Crise Russa • Na URSS quase a totalidade da propriedade dos meios de produção (empresas, indústrias, meios de comunicação e transporte etc.) era estatal. Além disso, havia um planejamento econômico centralizado também no Estado. • Tais características decorriam da interpretação de certas vertentes do marxismo de que a planificação econômica centralizada era necessária para acabar com a anarquia do mercado capitalista de propriedade privada. • Com o desmantelamento da URSS, a Federação Russa realizou privatizações de empresas, abrindo a economia do país aos investimentos externos, oriundos de capitalistas do mundo ocidental. Não que nessa nova configuração econômica não havia planejamento econômico, mas ele era feito de forma articulada entre as próprias empresas e o Estado. • O objetivo era realizar uma transição do modelo soviético para o capitalismo ocidental. Heranças de gastos do Estado russo tornavam alta a fração do orçamento destinada às despesas com a máquina estatal. • A economia russa, apesar de ser altamente industrializada e dinâmica, não conseguiu manter o nível de produção anterior e aumentar suas exportações. Com isso, boa parte de suas receitas era oriunda da exportação das chamadas commodities. A Crise Russa • Em 1997, a crise da Bolsa de Valores iniciada nos Tigres Asiáticos afetou diversas economias consideradas como emergentes, incluindo a russa. • Essa crise provocou fuga de capitais investidos no mercado financeiro, levando à desvalorização de várias moedas nacionais em relação ao dólar. • Porém, o Estado russo manteve o rublo em paridade com o dólar, o que aumentou ainda mais as despesas para manter essa política cambial. Ao mesmo tempo, houve uma queda do preço do petróleo, uma das principais fontes de receita de exportação da economia russa. • Com a queda da receita das exportações e a paridade do rublo com o dólar, a dívida russa tornou-se difícil de ser paga. • A solução de Boris Yeltsin, presidente do país à época, foi declarar a moratória da dívida do país. • Tal medida gerou ainda mais desconfiança dos investidores internacionais, que não tinham garantias de lucros em seus investimentos. A Crise Russa • Um acordo foi feito entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Rússia, em que um montante de capitais seria disponibilizado aos russos. • O resultado foi a troca de rublos por dólares pelos capitalistas do país e o envio desses dólares para o exterior. • O desemprego, que já era alto no país, aumentou ainda mais. • A medida encontrada pelo Estado foi a desvalorização do rublo, que garantiu rapidamente que os investimentos voltassem ao país, recuperando paulatinamente a economia, apesar do sofrimento de grande parte da população. A Crise Brasileira Período: 1999 Local : Brasil Âncora cambial, sobrevalorizando o Real ante o dólar • O impacto da crise da Rússia na economia brasileira fez-se sentir principalmente no mercado cambial. • Só nos meses de Agosto e de Setembro de 1998, o acréscimo de procura de dólares no mercado cambial cifrou-se em 11,8 e 18,9 mil milhões de dólares, respectivamente. • A fuga de capitais do mercado cambial que se tinha verificado quando da crise da Ásia, em cerca de 3 mil milhões de dólares por mês entre Setembro e Novembro de 1997, foi muito superior nos meses em que durou a crise russa. • Neste período, a perda de reservas foi substancial refletindo a perda da confiança dos investidores internacionais na moeda brasileira na sequência do colapso do rublo. • Enquanto que, na crise da Ásia, a perda de reservas externas tinha atingido o seu máximo em Outubro de 1997 com um valor superior a 8 mil milhões de dólares, só em Setembro de 1998 as autoridades monetárias brasileiras viram sair dos seus cofres cerca de 21,5 mil milhões de dólares. A Crise Brasileira • Em 13 de Janeiro de 1999 demite-se o presidente do Banco Central (Gustavo Franco). • As autoridades reagem anunciando a desvalorização da moeda nesse mesmo dia e a transição para um regime de flutuação cambial no dia 1 de Fevereiro de 1999. • Em face deste novo enquadramento, os investidores institucionais estrangeiros reduziram substancialmente a sua exposição ao país. • A taxa de rollover dos empréstimos bancários situou-se nos 60% no último trimestre do ano de 1999 o que equivale a uma redução do montante dos empréstimos de cerca de 2,6 mil milhões de dólares. • Embora as dificuldades da economia brasileira se tenham prolongado de Outubro de 1998 a Março de 1999, os mercados de capitais foram especialmente penalizados no início do ano de 1999. • Na prática, o Brasil acabou sendo vitimado pelas menores taxas de crescimento do PIB das últimas décadas, associado a um processo de "desindustrialização“. • Os juros elevados tinham uma dupla função neste modelo de estabilização econômica. Primeiramente ajudavam a manter o fluxo "artificial" de capitais estrangeiros para o país, necessários para equilibrar a balança de pagamentos. Também ajudavam a controlar o consumo, reduzindo o potencial aparecimento da chamada inflação de consumo. A Crise Brasileira • Entretanto, a redução no consumo favorecia ainda o endividamento privado e o crescimento do desemprego. • Para manter este sistema funcionando por mais tempo foi necessário injetar algumas dezenas de bilhões de dólares na manutenção do câmbio semi-fixo e das altas taxas de juros. • Parte destes recursos vieram do aumento da dívida externa, que no período 1994-2000 saltou de US$ 120 bilhões para US$ 250 bilhões . • Outra parte veio dos processos de privatização das empresas estatais, que resultou na desnacionalização de empresas e serviços. • Muitos economistas criticavam a manutenção de um câmbio sobrevalorizado por tanto tempo, já que a estabilização da inflação havia sido alcançada já em 1995. • A crise se estendeu pelos anos seguintes, com constantes ameaças da volta da inflação, escassez do crédito internacional e elevada descrença na capacidade do Brasil em honrar seus compromissos externos. A Crise Ponto.com Período: 2000 Local : EUA Os excessos da nova economia deixaram uma esteira de falências, fechamentos, compras e fusões no setor da internet e das telecomunicações e um grande buraco nas contas das empresas de capital risco. • A bolha das "ponto com" cobriu aproximadamente o período de 1995-2000. • O clímax registrou-se em 10 de março de 2000, quando o índice Nasdaq chegou a 5.132,52 pontos. • Ao longo de cinco anos, as bolsas de valores de países industrializados viram a ascensão rápida do preço das ações das empresas de comércio eletrônico e áreas afins. • Apesar de a última fase ter sido uma catástrofe, o boom Internet às vezes é utilizado para se referir ao constante crescimento da Internet comercial. • O período foi marcado pela criação e em muitos casos, fracasso de novas empresas baseadas na Internet, geralmente designadas como "ponto com". A Crise Ponto.com • As empresas perceberam que os preços de suas ações disparariam se simplesmente fosse adicionado ao seu nome o prefixo "e-", denominado na época “prefixo do investimento”. • A combinação do rápido aumento dos preços das ações, confiança de mercado que as empresas depositaram em lucros futuros, a especulação em ações individuais, e a ampla disponibilidade de capital de risco, criou um ambiente em que muitos investidores tornaram-se dispostos a ignorar as métricas tradicionais, como a análise fundamentalista. • Os capitalistas de alto risco viram um recorde de aumento nas cotações de ações de empresas "ponto com" e mudaram as táticas de mercado mais rapidamente e com menos cautela do que o habitual, optando por reduzir o risco de partir muitos concorrentes, deixando para o mercado decidir o que iria suceder. • As baixas taxas de juros em 1998-1999 ajudaram a aumentar os montantes de capital de arranque. • Embora alguns destes novos empresários tivessem planos realistas e capacidade administrativa, a maioria estava despreparada, mas foi, assim mesmo, capaz de vender suas ideias aos investidores por causa da novidade do conceito de "ponto com". A Crise Ponto.com • As empresas ofereceram os seus serviços ou produtos finais, gratuitamente, com a expectativa de que eles pudessem criar uma conscientização de marca bastante rentável, cobrando taxas pelos seus serviços mais tarde. • Durante o período de perda as empresas confiaram no capital de risco e especialmente nas ofertas públicas iniciais de ações para pagar suas despesas, enquanto não tinham, ainda, nenhuma fonte de renda. • O fato de esses tipos de ações serem recentes, combinado com a dificuldade de avaliação das empresas, levou muitas ações a alturas vertiginosas, de maneira inconsistente. Historicamente o boom "ponto com" pode ser visto similarmente a uma série de outros “booms” tecnológicos do passado, incluindo as ferrovias em 1840, o setor automotivo e o rádio nos anos 1920 e os eletrônicos em 1950. • Ao longo de 1999 e início de 2000, o U.S. Federal Reserve aumentou as taxas de juros em seis vezes, e a economia começou a perder velocidade. • O estouro da bolha das "ponto com", deu-se em 10 de março de 2000, quando o índice de tecnologia pesada Nasdaq Composite chegou a 5,048.62, mais que o dobro do seu valor em apenas um ano. A Crise Ponto.com • O índice Nasdaq caiu um pouco, depois disso, o que foi atribuído à correção pela maioria dos analistas de mercado, à inversão real do mercado e, posteriormente, aos resultados adversos nos Estados Unidos, como, por exemplo, o caso da Microsoft que estava sendo ouvida pelo tribunal federal. • Uma possível causa para o colapso da Nasdaq, e todas as "ponto com" que vieram a desabar, foi a ordem de venda maciça de dólares para os “grandes termômetros” da mais alta tecnologia (Cisco, IBM, Dell, etc), devendo ser processadas, simultaneamente, na manhã seguinte em 10 de março, no fim de semana. • Em 5 dias a Nasdaq caiu 10%. • Quebra da WorldCom, maior falência da história dos EUA até então. • Antes do fim de 2000 as empresas .com haviam perdido mais de US$1,7 trilhões em valor de mercado. • O estouro da bolha forçou culminou com a revisão de regulamentações e a reorganização das empresas. A Crise Argentina A Crise Argentina Período: 2001 Local : Argentina Crise política, déficit público, peso equiparado ao dólar e recuperação. • Em 1999 iniciou-se um declínio econômico devido à associação de vários fatores: A. internos, com um elevado desemprego e desequilíbrio fiscal; B. choques externos, como a crise da Rússia em 1998, o impacto da desvalorização da moeda do Brasil em 1999 e uma enorme aversão ao risco dos mercados financeiros internacionais. • Em 2001, o governo Argentino resolveu por fim à paridade do peso ao dólar norte-americano, instituindo ainda um sistema de câmbio duplo. • O governo do presidente De la Rua, não cumpriu as metas acordadas com o FMI neste período, o que aumentou a perspectiva de uma crise financeira e gerou a fuga de capitais e de depósitos. • Em 2001 houve boatos de confisco, afastando investidores estrangeiros. A Crise Argentina • O governo argentino realizou o chamado “corralito”, bloqueando a disponibilidade de depósitos bancários, devido aos excessivos saques que estavam ocorrendo. • Essas restrições do “corralito” e as perspectivas de novos ajustes geraram revoltas, conflitos de rua, saques e panelaços, o que provocou a saída do presidente. • Default da dívida do governo em moeda estrangeira com credores privados. • Abandono da conversibilidade e adoção de uma desvalorização de 40% para operações de comércio exterior. • No segundo semestre de 2002 e início de 2003 aconteceram melhoras na economia Argentina, como elevação do superávit comercial, o que possibilitou à economia daquele país dispor de divisas para atender a demanda por dólares no início da flutuação cambial e até acumular reservas. • A substituição de importações e a produção de bens exportáveis criaram condições que, depois de uma queda do PIB em 2002, permitirá que a economia argentina volte a crescer em 2003. • O PIB da Argentina cresceu para 265 bilhões e 27 milhões de pesos no segundo trimestre de 2003, um aumento de 7,6% com relação ao mesmo período do ano anterior. 11 de Setembro 11 de Setembro Período: 2001 Local : EUA Os atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York e o Pentágono em Washington, que deixaram um saldo de cerca de três mil mortos, também fizeram desabar as bolsas. • Fechamento da bolsa de Nova York por uma semana. • Na reabertura das bolsas de valores, os principais índices de ações amargaram perdas que chegaram a 18% passando por um período de grande volatilidade. • O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu mais de 6% e as bolsas europeias tiveram fortes quedas que levaram os investidores a buscar abrigo no ouro e nos bônus do Tesouro americano. • O Fed também respondeu com cortes das taxas - quatro até o fim do ano- na campanha mais forte de sua história. • O aumento generalizado da aversão ao risco gerou aumentos na correlação entre os spreads das principais economias emergentes aumentando os custos do financiamento de suas dívidas. A Crise Global A Crise Global Período: 2008 a 2012? Local : Globo O mercado hipotecário subprime nos EUA foi o estopim da turbulência financeira global. • O credito farto e fácil, somado a um aumento da taxa de juros agravou a crise financeira norteamericana e levou a sua ampliação a outras partes do mundo, mostrando os limites de um processo que foi determinado pela “financeirização” da economia. • Desregulamentação e valorização imobiliária havia criado um ciclo sombrio de rolagem de dívida, no qual os subprimes eram pagos a partir de novos financiamentos para o imóvel. • Com o ambiente econômico extremamente aquecido, a inflação havia se elevado consideravelmente, levando o FED a iniciar um movimento de alta da taxa de juros, que se repetiu por 17 vezes seguidas, elevando-a de 1% a.a. a 5.25% a.a., máxima atingida em junho de 2006. • A disparada da taxa de juros desencadeou uma série de situações, dentre as quais: A. Forte diminuição da demanda por imóveis, causando uma inicial desaceleração dos preços e posterior queda dos mesmos. B. Forte aumento no nível de inadimplência, devido à disparada das parcelas da maioria das hipotecas, que tinham suas prestações pós-fixadas. A Crise Global • Com o aumento da inadimplência, os bancos norte-americanos passaram a ter políticas mais conservadoras para o fornecimento de crédito, retraindo o mercado imobiliário que sofreu forte queda a partir de 2005. • Com as reservas dos bancos se esgotando, as empresas de hipoteca começaram a quebrar. O aumento da oferta, derrubou o valor do imóveis o que dificultou o refinanciamento dos inadimplentes, desaquecendo a economia. • As execuções hipotecárias dispararam, levando a indústria da titularização ao colapso. O mercado de CDO’s quebrou, deixando os bancos de investimento com centenas de bilhões de dólares em empréstimos, CDO’s e imóveis que não conseguiam vender. • Quebra do Lehman Brothers. • AIG anunciava uma dívida de 13 bilhões de dólares junto aos detentores de swaps de crédito. • Setembro de 2008 foi levada ao congresso dos EUA uma proposta de ajuda aos bancos, que somava 700 bilhões de dólares. A Crise Global • Após a aprovação do plano, os bancos continuaram fazendo poucos empréstimos e o mercado continuou em queda. • A ajuda aos bancos não ajudaram a conter a onda de demissões e despejos. • O desemprego aumentou 10% nos EUA e 10 milhões de famílias perderam suas casas na execução das hipotecas. • A recessão acelerava-se e alastrava-se globalmente. • Somente a partir de 2009, os mercados começaram a se estabilizar e a tendência de a recessão global passou a dar sinais de que estava se revertendo. • Porém, os efeitos da Crise do Subprime ainda marcaram presença até pelo menos 2012 e foram agravadas pela Crise do Euro. A Crise do Euro A Crise do Euro Período: 2009 a 2014 Local : Europa Uma crise de débitos que ameaça a estabilidade do bloco. • A Eurozona é composta por 17 dos 27 Estados-membros da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. Na ocasião em que o euro foi instituído, Dinamarca, Suécia e Reino Unido optaram por não aderir ao projeto e mantiveram suas moedas locais. • O euro é usado diariamente por 332 milhões de europeus. A moeda também é a segunda maior reserva monetária internacional e a segunda maior comercial, atrás somente do dólar americano. • A crise da dívida pública europeia, muitas vezes referida como crise da Zona Euro, é uma crise financeira em curso que, para alguns países da Zona do Euro, tornou difícil ou mesmo impossível, o pagamento ou o refinanciamento da sua dívida pública sem a ajuda de terceiros A Crise do Euro • A crise da dívida soberana europeia resultou de uma complexa combinação de fatores, tais como: A. A globalização dos mercados financeiros; B. Facilidades nas condições de crédito no período 2002-2008 que encorajaram práticas com elevados riscos de crédito; C. A crise financeira global de 2007-2012; D. O fim da bolha imobiliária; E. As soluções usadas pelos países para resgatar a banca e investidores provados em dificuldades, transferindo para a dívida pública o passivo dessas entidades. • Dentre as principais consequências, podemos destacar: A. B. C. D. E. F. Recessão Econômica; Fuga de capitais de investidores; Escassez de crédito; Aumento do desemprego; Descontentamento popular com medidas de redução de gastos adotadas pelos países como forma de conter a crise; Contaminação da crise para países, fora do bloco, que mantém relações comerciais com a União Europeia, inclusive o Brasil. A crise pode, de acordo com alguns economistas, causar recessão econômica mundial A Crise do Euro • A Grécia é um dos países mais afetados na crise, possui gastos altos em relação à sua arrecadação e tem uma economia pouco competitiva. • Sua dívida vinha sendo acumulada ao longo das ultimas décadas e, após a sua a entrada na zona do euro, os gastos aumentaram ainda mais e os salários praticamente dobraram. Ou seja, não havia um forte preparo do país para enfrentar a crise financeira de 2008. • Em maio de 2010, o país recebeu um pacote de 110 bilhões de euros para resgate financeiro. Em julho de 2011, foram entregues mais 109 bilhões. Em outubro de 2011 foi acordado um pacote de 130 bilhões mais o corte de 50% pelos bancos dos títulos gregos. • Mesmo com esses pacotes, não foi possível pagar os déficits do país. Altos níveis salariais, falta de competitividade comparada a outros países e a impossibilidade de desvalorizar a sua moeda impossibilitaram a quitação da dívida. • Portanto, cortes de gastos e aumento de impostos conhecidos como medidas de austeridade foram exigências feitas pela “troika” o grupo de negociadores internacionais formado pelo FMI, União Européia e o Banco Central Europeu. • A grande questão agora é saber se as medidas de austeridade serão eficientes para sanar a dívida. Para muitos estudiosos, as medidas não farão efeito impactante, pelo contrário, as medidas além de empobrecerem a população, diminuirão ainda mais a economia do país. Referências Bibliográficas CANUTO, O. A Crise Asiática, São Paulo, 1998. CANUTO, O. A crise asiática e seus desdobramentos, São Paulo, 2000. BETSUR, V. Argentina: Crise e Recuperação, Minas Gerais, 2003. EXAME. Grandes Crises Econômicas Mundiais. Disponível em: <http://www.exame.com>. Acesso em: 10 julho 2014. FERRASSA, R; JANUÁRIO, M; MENEGUIN, O. O Impacto da Crise Econômica Mundial no Setor Automotivo: Estudo de Caso na General Motors. Disponível em: <http://social.stoa.usp.br/articles/0016/2584/O_Impacto_da_Crise_EconA_mica_Mundial_no_Setor_Auto motivo_-_Estudo_de_Caso_na_General_Motors.pdf>. Acesso em: 10 julho 2014. ISTOÉ DINHEIRO. 1997 - O ano do pânico global. Disponível em: <http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120921/1997-ano-panico-global/103108.shtml>. Acesso em: 10 julho 2014. 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