Curso de Nutrição Curso de Nutrição Disciplina de - IBB

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UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
CAMPUS DE BOTUCATU
Departamento de Microbiologia e Imunologia
Instituto de Biociências – IBB
Curso de Nutrição
Disciplina de Microbiologia
Geral de Alimentos
Professores
Ary Fernandes Júnior*
Eduardo Bagagli
João Manuel Grisi Candeias
Josias Rodrigues
Maria de Lourdes R. S. da Cunha
Rodrigo Tavanelli Hernandes*
Sandra de Moraes Gimenes Bosco*
Vera Lúcia Mores Rall
Técnico Acadêmico
Luiz Alquati
Aluno(a):____________________________________________________________
* Docentes responsáveis pela disciplina
2
Índice
Cuidados a serem seguidos nas aulas práticas................................................................
3
CICLO DE BACTERIOLOGIA
Roteiro 1 – Morfologia, coloração e estrutura da célula bacteriana.................................
3
Roteiro 2 – Meios de cultura e condições físicas de cultivo bacteriano...........................
5
Roteiro 3 – Ação de um fator intrínseco de alimento sobre as bactérias.........................
7
Roteiro 4 – Higienização das mãos..................................................................................
8
Roteiro 5 – Efeito dos agentes físicos e químicos sobre as bactérias.............................
8
Roteiro 6 – Escherichia coli e Salmonella spp.................................................................
9
Roteiro 7 – Bacillus cereus...............................................................................................
10
Roteiro 8 – Staphylococcus aureus..................................................................................
10
CICLO DE MICOLOGIA
Roteiro 9 – Aspectos macro e microscópicos de fungos.................................................. 10
Roteiro 10 – Reprodução assexuada e sexuada de fungos............................................. 13
Roteiro 11 – Fungos deteriorantes em alimentos............................................................. 16
Roteiro 12 – Fermentação................................................................................................
16
Roteiro 13 – Detecção de fungos em alimentos............................................................... 17
3
CUIDADOS A SEREM SEGUIDOS NAS AULAS PRÁTICAS
1. Não deixe seus pertences sobre as mesas onde os trabalhos práticos são
realizados.
2. Não fume e não coma no laboratório. Evite levar à boca qualquer objeto (lápis,
rótulo, dedo, etc.).
3. Não use frascos do laboratório para tomar água.
4. Comunique imediatamente aos instrutores qualquer acidente (derramamento de
culturas sobre a mesa ou assoalho, ferimentos de qualquer espécie, aspirações da
cultura na boca, etc.).
5. Coloque sempre nos recipientes indicados o material contaminado.
6. Lave bem as mãos com desinfetante antes de deixar o laboratório.
7. Antes de iniciar suas atividades e depois de terminá-las, limpe com desinfetante o
seu local de trabalho.
Nota: É OBRIGATÓRIO o uso de avental durante os trabalhos
práticos. Após o término das aulas práticas o avental deve
ser guardado em sacola plástica. Evite sair de avental
pelo Campus e pelas ruas da cidade.
Roteiro 1 - Morfologia, coloração e estruturas da célula
bacteriana
1. Método de Coloração de Gram
Este método de coloração diferencial permite a separação das bactérias em dois
grandes grupos:
Bactérias Gram POSITIVAS que se coram de AZUL
Bactérias Gram NEGATIVAS que se coram de VERMELHO
Técnica:
- Com o auxílio de uma alça de níquel-cromo flambada (esterilizada), colocar duas
gotas de salina na lâmina limpa;
- Flambar novamente a alça e, depois de esfriá-la, transferir uma parte de
crescimento bacteriano para uma lâmina e misturar com a salina;
- Deixar secar;
- Fixar o esfregaço, passando a lâmina 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen;
- Deixar a lâmina esfriar e cobrir o esfregaço com a solução de violeta genciana por
um minuto;
- Escorrer a violeta genciana, cobrir o esfregaço com lugol e esperar mais um
minuto;
- Escorrer o lugol e descorar o esfregaço pelo álcool. Para isto, deixe a álcool cair
gota a gota sobre a lâmina inclinada. Considerar o esfregaço suficientemente
descorado quando o álcool não retirar mais corante;
- Lavar em água corrente;
- Cobrir o esfregaço com a solução de fucsina e esperar 30 segundos;
- Lavar a lâmina em água corrente e secar com o auxílio de um papel de filtro.
- Observar ao microscópio com a objetiva de imersão e desenhar.
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Exercício 1 – Faça esfregaços e core-os pela técnica de Gram.
Lâmina A
Lâmina B
Forma:________________
Forma:________________
Gram:_________________
Gram: ________________
Lâmina C
Lâmina D
Forma:________________
Forma:________________
Gram: ________________
Gram: ________________
Lâmina E
Forma:________________
Gram: ________________
5
Exercício 2 – Observar lâminas em preparações específicas para visualização de
cápsulas e esporos de bactérias. Desenhar:
Cápsulas
Esporos
Roteiro 2 - Meios de cultura e condições
condições físicas de
cultivo bacteriano
A) Meios de Cultura
Para o cultivo e identificação das bactérias são utilizadas soluções e substâncias
nutritivas, denominadas meios de cultura que podem ser classificados com base na
sua composição, quanto ao seu estado físico e quanto à capacidade seletiva e
diferencial que apresentam.
Quanto à composição:
1. Meios Sintéticos: quando as substâncias que os compõem são quimicamente
definidas e a concentração e características de cada ingrediente são conhecidas
com exatidão.
2. Meios Simples: quando constituídos somente de substâncias essenciais para o
crescimento de algumas bactérias.
3. Meios Complexos: quando se adicionam ao meio simples, substâncias orgânicas
complexas.
Quanto ao Estado Físico:
1. Meios Líquidos: também denominados caldos.
6
2. Meios Sólidos: quando se adiciona ao caldo l,5% a 2% de ágar.
3. Meios Semi-sólidos: quando se adiciona ágar ao caldo, na concentração igual ou
menor que 0,5%.
Quanto à capacidade seletiva e diferencial:
1. Meios Enriquecidos: são meios simples adicionados de certas substâncias como,
por exemplo, soro e sangue. Estes meios servem para o cultivo de bactérias que
necessitam de substratos complexos. Ex.: meios de ágar sangue, e de ágar
chocolate.
2. Meios Seletivos: são meios de cultura contendo substâncias que impedem o
crescimento de certas bactérias, sem inibir o crescimento de outras. Ex.: Meios de
MacConkey, de Tetrationato, de Verde Brilhante.
3. Meios Diferenciais: são aqueles que contêm substâncias que indicam a expressão
de uma característica particular de uma bactéria, permitindo sua diferenciação de
outras. Exemplos: a) Ágar sangue. O sangue adicionado ao meio de cultura indica
se uma bactéria é hemolítica ou não. Nesse caso, o meio além de enriquecido é
também diferencial. b) Ágar MacConkey. A lactose adicionada ao meio,
juntamente com um indicador de pH, permite distinguir as bactérias que
fermentam esse açúcar das que não o fermentam.
4. Meios de Enriquecimento: são aqueles que inibem o crescimento de certas
bactérias e favorecem o crescimento de outras. Ex.: meios de tetrationato e de
selenito que permitem maior crescimento de bactérias do gênero Salmonella.
5. Além desses, existem outros meios de cultura, como por exemplo, meios para
conservação de bactérias, meios para a contagem do número de bactérias, etc.
B) Condições Físicas de Cultivo
Além do meio de cultura, outros fatores devem ser levados em consideração para o
cultivo de bactérias, tais como:
1. pH do meio de cultura: deve ser geralmente em torno de 7.0.
2. Temperatura de crescimento: geralmente 37ºC
Quando a temperatura ideal de crescimento das bactérias fica entre:
• 10 a 20ºC, elas são denominadas de psicrófilas;
• 20 a 40ºC, são denominadas de mesófilas;
• 50 a 60ºC são denominadas termófilas.
Algumas bactérias apresentam temperatura ideal de crescimento superior a 60ºC.
Neste caso são denominadas de hipertermofílicas
3. Teor de Oxigênio:
a) Bactérias aeróbias estritas: são aquelas que só crescem na presença de oxigênio.
b) Bactérias anaeróbias estritas: crescem somente na ausência de oxigênio.
c) Bactérias anaeróbias facultativas: crescem tanto na presença como na ausência
de oxigênio.
d) Bactérias microaerófilas: crescem somente em atmosfera com baixo teor de
oxigênio.
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EXERCÍCIOS
A) Necessidades nutritivas de algumas bactérias
Crescimento
Comparar a intensidade de crescimento de 3 culturas bacterianas distintas (A, B e C)
em três meios líquidos com diferentes composições químicas: caldo sintético, caldo
comum e caldo glicosado. Anotar o resultado na tabela abaixo
em caldo
A
Cultura
B
C
Comum
Sintético
Glicosado
B) Dependência do oxigênio para o crescimento bacteriano.
Observar o ponto de crescimento de três culturas bacterianas em caldo simples e
tiogel e, em função da dependência de O2.
Culturas
Crescimento
no caldo simples
Local de crescimento no meio de tiogel
Superfície
Toda extensão do
Base do Meio
Meio
A
D
F
Roteiro 3 - Ação de um fator intrínseco de alimentos
sobre as bactérias
1. Com o auxílio da alça de níquel-cromo, passar um pouco de cultura de
Escherichia coli para uma solução de salina esterilizada e agitar.
2. Umedecer uma zaragatoa na mistura, retirando o excesso na parede do tubo.
Passar a zaragatoa na superfície de uma placa de ágar PCA (Plate Count agar).
3. A seguir, colocar uma fatia de alho no centro da placa e Incubá-la, por uma noite,
na estufa.
4. Observar halo de inibição do crescimento ao redor do alho.
8
Roteiro 4 - Higienização das mãos
1. Umedeça uma zaragatoa em um tubo contendo salina. Após retirar o excesso de salina,
pressionando a zaragatoa contra a parede do tubo, esfregue-a vigorosamente no dorso
de uma das mãos;
2. Passe a zaragatoa em área correspondente à metade de uma placa com ágar nutriente;
3. Umedeça uma segunda zaragatoa em álcool iodado a 0,1% e esfregue no dorso da
outra mão;
4. Aguarde 2 minutos para que haja ação do anti-séptico;
5. Passe então, nessa área, uma terceira zaragatoa umedecida, tomando cuidado para não
ultrapassar a área higienizada. Inocule, passando a zaragatoa na superfície da outra
metade da placa com ágar nutriente;
6. Incube a placa na estufa, durante uma noite.
7. Observe a intensidade de crescimento anotando com sinal + na tabela abaixo.
Sem álcool-iodado 0,1%
Com álcool-iodado 0,1%
Roteiro 5 - Efeito dos
dos agentes físicos e químicos sobre
as bactérias
A) Ação da temperatura sobre culturas bacterianas, de acordo com o tempo.
MATERIAL NECESSÁRIO
- Cultura A em ágar inclinado.
- Tubo contendo 1 ml de solução salina esterilizada.
- Placa de Petri contendo ágar nutriente.
- Banho-maria a 60ºC
TÉCNICA
1. Transfira, com a alça de níquel-cromo, um pouco do crescimento da cultura A para
um tubo contendo 1 ml de solução salina.
2. Agite o tubo brevemente e semeie uma alçada da suspensão no quadrante
correspondente ao tempo zero, da placa de ágar nutriente.
3. Coloque o tubo em banho-maria a 60ºC e, aos 10’, 20’ e 30’, retire amostras da
suspensão, semeando nos respectivos quadrantes da placa de Petri.
4. Incubar a placa na estufa a 37ºC até o dia seguinte.
5. Observe as variações no crescimento da cultura em cada quadrante da placa,
registrando os resultados com sinais positivos (+ a ++++), na tabela abaixo.
0’
Intensidade de crescimento em
10’
20’
30’
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B) Ação de um produto químico, disponível comercialmente, sobre culturas bacterianas, de
acordo com o tempo.
MATERIAL NECESSÁRIO:
- Tubo contendo o produto químico, em condições de uso, segundo recomendações do
fabricante.
- Cultura A e B não esporuladas.
- Cultura C, esporulada
TÉCNICA:
1. Adicione,1,0 ml de cultura a 10 ml do produto químico e misture bem.
2. Imediatamente e, após 10’, 20’ e 30’, retire amostras da mistura e inocule em
quadrantes de placas de ágar nutriente.
3. Deixe a placa na estufa até o dia seguinte.
4. Observe as placas, registrando as variações na intensidade do crescimento.
Cultura
0’
Intensidade do crescimento em
10’
20’
30’
A
B
C
Roteiro 6 - Escherichia coli e Salmonella
Observar os meios de Cultura Ágar MacConkey, EPM, Mili e Citrato de Simmons, semeados
com as bactérias A e B. Após a leitura das provas bioquímicas, relacionar os resultados e,
por comparação com a tabela, identificar qual corresponde a E. coli e a Salmonella:
Bactéria
E. coli
Salmonella
1
Citrato
+ ou -
Glicose
+
+
FDA: Fenil-alanina desaminase
Mov.: Movimento
3
LDC: Lisina descarboxilase
2
Gás
+ ou +
Urease
-
Provas
1
H2S FDA
+
-
2
Mov.
+ ou +
3
LDC
+ ou +
Indol
+
-
Lactose
+
-
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Roteiro 7 - Bacillus cereus
1. Observar placas de ágar Mossel semeadas com a cultura de Bacillus cereus e
descrever as características das colônias.
2. Corar, pelo método de Gram, esfregaços das culturas C, D e E, observar ao
microscópio e desenhar
3. Prova da catalase.
Com a alça, pegar pequena quantidade do crescimento e colocar numa lâmina de
vidro. Pingar algumas gotas de água oxigenada. Verificar a reação e anotar o
resultado.
Roteiro 8 - Staphylococcus aureus
Observar algumas características de diferenciação do gênero Staphylococcus e da espécie
S. aureus
• Observar placas de ágar sangue semeadas com Streptococcus e Staphylococcus
• Fazer a prova da catalase
• Observar um testes positivo e um negativo para a prova da coagulase
Roteiro 9 – Aspectos macro e microscópicos de fungos
A cultura de um microrganismo refere-se à capacidade que este tem de
crescer em meios nutritivos artificiais. Esse crescimento é evidenciado
macroscopicamente pela formação de uma unidade estrutural, denominada colônia.
As colônias de determinados fungos geralmente apresentam morfologias
típicas, quando estes são semeados em meios com a mesma composição química e
submetidos às mesmas condições de incubação. Através dos seus aspectos macroestruturais de uma colônia, é possível sugerir a espécie fúngica presente na cultura.
Sendo assim, o conhecimento do aspecto macro-morfológico das colônias é de
extrema utilidade para a sugestão da identificação preliminar de determinada
espécie fúngica.
Na observação das características culturais de determinado fungo, pode-se
considerar alguns aspectos, resumidos abaixo, os quais podem também ser
encontrados no livro de SIDRIM, JJC, BRILHANTE, RSN, ROCHA, MFG. (Cap. 8 Aspectos Gerais de fungos filamentosos e dimórficos na apresentação
filamentosa. In: SIDRIM, JJC, ROCHA, MFG. Micologia Médica ‘a luz de autores
contemporâneos. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004, p. 83-86). São estes:
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a) tamanho da colônia: pode ser bastante variável na dependência da quantidade e
qualidade de substrato ofertado e da espécie fúngica. Por exemplo, os fungos
zigomicetos apresentam velocidade de crescimento rápido e suas colônias tendem a
ocupar toda a superfície da placa. O mesmo ocorre com as espécies do gênero
Aspergillus quando cultivadas a 35oC. Já o fungo Piedraia hortae apresenta
crescimento muito lento, sendo sua colônia restrita ao centro da placa de Petri.
b) bordas: na periferia das colônias fúngicas podem ser observados muitos
desenhos que vão desde morfologias bem delimitadas até achados de projeções
irregulares que lembram franjas. Além disso, também pode ser observada, nas
bordas das colônias uma variação da coloração em relação ao centro. Esse achado
é peça-chave para indicar o possível patógeno implicado, como por exemplo, nas
colônias de Sporothrix schenckii, onde se observa que as bordas tornam-se escuras
com o envelhecimento da cultura.
c) textura: é, talvez, o mais importante achado utilizado na caracterização de uma
colônia fúngica. A textura descreve a altura das hifas aéreas. As colônias podem ser
classificadas quanto à textura em diversos tipos:
colônias algodonosas: aquelas que se assemelham com algodão,
colônias furfuráceas: aquelas que lembram um punhado de substância
farinácea espalhada em uma superfície,
colônias penugentas: aquelas nas quais se evidenciam estruturas que
lembram penas de aves dispersas na superfície do
meio,
colônias arenosas ou pulverulentas: aquelas que lembram areia de praia,
colônias veludosas: aquelas que apresentam o aspecto de tecido
aveludado,
colônias membranosas: aquelas que são bem aderidas à superfície do meio
de cultura, recobrindo-o como uma película,
colônias glabrosas: aquelas com aspecto compacto, coriáceo, podendo ter
superfície lisa ou irregular e sempre com ausência de
filamento, ou seja, não algodonosa,
colônias cremosas: aquelas que apresentam aspecto visual cremoso, sendo
comumente observados no grupo das leveduras e da
maioria das colônias bacterianas.
d) relevo: diz respeito à topografia da colônia e pode ser:
colônias cerebriformes: apresentam topografia de altos e baixos, fazendo
circunvoluções que lembram as observadas no
cérebro,
colônias rugosas: nada mais são do que variações da cerebriforme, porém
as pregas topográficas são menos evidentes, sendo
as vezes radiais partindo do centro da colônia,
colônias apiculadas: caracterizam-se pela presença de uma saliência na
parte central lembrando um pequeno cume,
colônias crateriformes: são aquelas que se aprofundam no meio de cultura,
assumindo o aspecto de cratera.
e) pigmentação: quando se fala em pigmentação de uma colônia fúngica deve-se
levar em consideração alguns aspectos primários:
- se o pigmento é encontrado na superfície da colônia ou no reverso,
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- se o pigmento é encontrado tanto na superfície quanto no reverso da
colônia,
- se o pigmento é ou não difusível no meio de cultura,
- se o pigmento está presaente apenas nos esporos e ausente nas hifas,
como observado na maioria das espécies de Aspergillus e Penicillium, ou em ambos
(hifa e esporos), como observado nas espécies de fungos causadores de
cromoblastomicose (Ex. Fonsecae pedrosoi).
Observa-se uma grande variedade de cores na pigmentação fúngica que
passam pelos tons de verde, amarelo, vermelho e castanho até ao preto.
Importante ressaltar que esta caracterização fenotípica da colônia visando a
auxiliar na identificação de determinada espécie fúngica apresenta algumas
limitações, principalmente devido à ocorrência de variações destas características
dentro de uma mesma espécie, devido tanto a efeito ambiental, como também da
subjetividade do observador. Dessa forma, deve-se sempre ter em mente que,
embora a colônia fúngica possa sugerir, indicar e muitas vezes até acertar o
caminho da identificação, não se deve, contudo, considera-la como única ou
principal forma de identificação fúngica. Quando empregada como único critério
pode levar a diagnósticos pouco precisos ou errôneos.
Os aspectos microscópicos são observados em materiais fúngicos
(fragmentos de cultura, esfregaços, raspados, etc) sobre lâmina, com ou sem
lamínula e coloração. As lâminas são inicialmente observadas no menor aumento e
a seguir nos aumentos maiores, sem necessariamente empregar a objetiva de
imersão.
ASPECTOS MACROSCÓPICOS DAS CULTURAS DE FUNGOS
a) finalidade: auxiliar na identificação das colônias fúngicas
b) fundamento: Os estudos macroscópicos devem ser baseados nas seguintes
características: tamanho, bordas, textura, relevo (na frente e verso da colônia) e
pigmentação
Exemplo:
Frente:
Frente: colônia de fungo (Filamentoso
(Filamentoso ou Leveduriforme
Leveduriforme)
eveduriforme), de textura
(algodonosa
(algodonosa, aveludada
aveludada, pulverulenta
pulverulenta, glabra
glabra, cremosa
cremosa, etc),
etc), de relevo
(cerebriforme,
(cerebriforme, rugoso, crateriforme, apiculado,
apiculado, liso)
liso) de coloração (...),
(...), com
bordos (regulares ou irregulares).
irregulares).
Verso: (presença ou ausências) de fendas ou dobras, e (ausência ou presença)
de pigmento difusível no meio de cultura.
Exercício 1 - Descrever as características coloniais das culturas de
Aspergillus sp. e Sacharomyces sp., conforme o modelo que segue, e
desenhar as características microscópicas dos mesmos fungos no espaço
abaixo.
13
Aspergillus sp.
Saccharomyces cereviseae
Roteiro 10 – Reprodução assexuada e sexuada de
fungos
1) – Em relação aos fungos zigomicetos apresentados a seguir solicita-se:
- tipo de reprodução apresentada: assexuada ou sexuada
- nome das estruturas apontadas
- observar a lâmina no microscópio e desenhar as estruturas observadas
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Mucor spp.
reprodução: (
) assexuada (
) sexuada
estrutura 1: ________________________
estrutura 2: ________________________
Rhizopus spp.
reprodução: (
) assexuada (
) sexuada
estrutura 1: ________________________
estrutura 2: ________________________
estrutura 3: _________________________
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Pilobollus crystallinus nas fezes de cavalo
reprodução: (
) assexuada (
) sexuada
estrutura 1: ________________________
estrutura 2: ________________________
estrutura 3: _________________________
Qual a relação deste fungo com a luz?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Como esse fungo elimina seus esporos no ambiente?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2) – Preparar lâmina das lamelas de cogumelos para observação de basídios e
basidiósporos. Desenhe no local abaixo as estruturas observadas.
16
Roteiro 11
11 – Fungos deteriorantes em alimentos
FINALIDADE:
- observar as características macroscópicas dos fungos que estão deteriorando os
alimentos,
- observar o efeito dessa deterioração provocado no alimento,
- observar as estruturas microscópicas dos fungos envolvidos no processo de
deterioração.
Procedimento:
Com auxílio de fita adesiva (Durex®), encostar levemente na superfície da cultura
fúngica sobre o alimento e depois transferir essa fita para uma lâmina contendo uma
gota de lactofenol azul-algodão. Observar as características microscópicas dos
fungos. Desenhar as estruturas observadas.
Roteiro 12
12 – Fermentação
FINALIDADE:
- observar a produção de CO2 a partir da fermentação da glicose realizada por
Saccharomyces cereviseae.
Procedimento:
Em uma garrafa PET adicionar caldo de cana e a levedura S. cereviseae. Fechar a
garrafa com uma bexiga. Observar a produção de CO2 pelo enchimento da bexiga.
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Roteiro 13
13 - Detecção de fungos em alimentos
FINALIDADE: avaliar a carga fúngica presente nos diferentes tipos de alimentos.
Alimentos avaliados: granola, paçoca, farinha de milho, farinha de mandioca e leite
Procedimento:
- pesar 10 gramas do alimento (leite= pipetar volume de 10 mL) e colocar em frasco
contendo 90 mL de solução salina estéril (diluição 1:10 – 10-1). A partir da diluição
1:10, coletar, com auxílio de pipeta sorológica estéril, um volume de 1,0 mL e
transferir para tubo de ensaio contendo 9,0 mL de solução salina estéril (diluição
1:100 – 10-2). A partir da diluição 1:100, coletar um volume de 1,0 mL e transferir
para outro tubo contendo 9,0 mL de solução salina estéril (diluição 1:1000 – 10-3).
Homogeneizar bem em cada diluição e desprezar os 1,0 mL restantes, conforme
esquema ilustrado a seguir:
Transferir 1,0 mL de cada diluição e cultivar “pour-plate” com agar Sabouraud,
Mycosel® e DRBC fundidos. Para a amostra de leite utilizar também o meio
CHROMagar Candida. Homogeneizar bem, esperar solidificar, identificar as placas e
incubar a 25oC. Observar o comportamento do crescimento fúngico nos diferentes
meios de cultura.
A interpretação dos resultados será realizada na
próxima aula prática.
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Interpretação dos resultados
Proceder a contagem das colônias de fungos e anote nos quadros abaixo. Fazer a
estimativa do número de UFC (Unidades Formadoras de Colônias) por grama e/ou
mL de alimento.
Grupo 1: granola
Agar SAB
1:10
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
Agar Mycosel®
1:10
Agar DRBC
1:10
Grupo 2: paçoca
Agar SAB
1:10
Agar Mycosel®
1:10
Agar DRBC
1:10
19
Grupo 3: farinha de milho
Agar SAB
1:10
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
Agar Mycosel®
1:10
Agar DRBC
1:10
Grupo 4: farinha de mandioca
Agar SAB
1:10
Agar Mycosel®
1:10
Agar DRBC
1:10
20
Grupo 5: leite
Agar SAB
1:10
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
1:100
1:1000
Agar Mycosel®
1:10
Agar DRBC
1:10
Chromagar Candida®
1:10
Você já agradeceu a um fungo hoje?!
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