Universidade Federal de Santa Catarina Licenciatura em Letras-Libras na Modalidade a Distância Aline Lemos Pizzio Ana Regina e Souza Campello Patrícia Luiza Ferreira Rezende Ronice Muller de Quadros Língua Brasileira de Sinais III ISBN 978-85-60522-12-5 Florianópolis, 2008 Capítulo 1 Uso do espaço A língua de sinais brasileira, assim como qualquer língua de sinais, é organizada espacialmente, de forma bastante complexa. O uso do espaço é uma característica fundamental nas línguas visual-espaciais e está presente em todos os níveis de análise. No que se refere ao nível fonológico, um mesmo sinal pode ser realizado em diferentes locais, dentre eles o espaço neutro, que corresponde à área localizada na frente do sinalizante. Dependendo do ponto utilizado no espaço para a realização de um sinal, pode haver a produção de sinais com diferentes referentes. Referente é o que é indicado/referido no contexto relacionado com os interlocutores no discurso. Para saber mais sobre a Teoria da Referência veja http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_da_linguagem CASA Aquela Casa Ali Aquela casa lá Esta casa do lado direito Esta casa adiante CARRO Aquele carro O carro atrás O carro à frente O carro à esquerda O carro à direita Vejam que a realização de um sinal em um determinado ponto no espaço implica em mudanças de significados relacionadas com o referente, ou seja, está ligada a questões semânticas. Quando se quer ser específico quanto ao referente, é possível realizar um sinal em uma determinada localização. Além disso, se o mesmo sinal for reproduzido em diferentes pontos do espaço, estaremos entrando no campo morfológico, pois poderemos estar incorporando movimentos que indicam marcação de plural e flexão verbal. No nível sintático, o uso do espaço é explorado para estabelecer as relações gramaticais entre os referentes. A seguir estaremos apresentando os elementos básicos que constituem o uso do espaço nas línguas de sinais. No eixo temático de estudos lingüísticos e línguas de sinais IV, estaremos aprofundando ainda mais estas questões, pois o uso do espaço é um dos componentes mais importantes das línguas de sinais, além de ser universal, ou seja, todas as línguas de sinais estudadas até então apresentam esse componente lingüístico visual-espacial. Estabelecimento de pontos no espaço de sinalização1 Segundo Bellugi, VanHoeck, Lillo-Martin e O'Gray (1988), as nominalizações, o sistema pronominal e a concordância verbal nas línguas de sinais são, essencialmente, espacializadas. Bellugi & Klima (1982) realizaram um estudo para identificar os termos dêiticos na língua de sinais americana – ASL – e constataram que tais termos formam a base da referência pronominal, da concordância verbal e das relações gramaticais. Além disso, verificaram que esses termos são ‘apontados’ literalmente. Essas conclusões aplicam-se da mesma forma à LIBRAS. Os sinalizantes apontam para pontos virtuais no espaço para indicar pessoas, coisas, lugares e entidades em geral. Esses pontos são usados ao longo do discurso anaforicamente, ou seja, esses pontos no espaço passam a fazer referência aos nominais que os introduziram. 1 Parte deste texto é uma adaptação do capítulo 2 da dissertação “As categorias vazias pronominais: uma análise alternativa na libras e reflexos no processo de aquisição” de Quadros (1995). Você pode saber o que é anáfora consultando os seguintes link: http://www.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/A/anafora.htm http://www.brazilianportugues.com/index.php?idcanal=275 O uso adequado do estabelecimento nominal é o primeiro passo para o estabelecimento da concordância verbal e para o uso dos demais mecanismos sintáticos espaciais. O tipo de associação mencionado acima ocorre tanto com referentes presentes como com referentes não presentes no contexto do discurso. No primeiro caso, os elementos envolvidos no discurso (a primeira e segunda pessoas) são formados apontando-se com o dedo indicador a quem o sinalizador se refere: se for a si mesmo, ele apontará para o próprio peito; se for ao receptor, ele apontará diretamente ao receptor (Bellugi & Klima, 1982). Formas Pronominais usadas com Referentes Presentes (Lillo-Martin & Klima, 1990:192) Os pronomes de terceira pessoa usados para fazer referência às pessoas que estejam presentes no contexto do discurso são sinalizados apontando-se diretamente ao referente. Quando o referente não estiver presente, ou temporariamente ausente, a apontação é direcionada a um local espacial arbitrário, ao longo do plano horizontal, defronte ao corpo do sinalizante (um ponto virtual no espaço de sinalização). Da mesma forma, a apontação pode ser usada para referir a objetos, lugares no espaço e entidades. A referência anafórica requer que o sinalizante aponte (olhe ou gire o corpo) a um local previamente estabelecido, isto é, após a introdução de um nominal co-referente a um ponto estabelecido no espaço, este ponto no espaço referir-se-á àquele nominal, mesmo depois de outros sinais serem introduzidos no discurso (Bellugi & Klima, 1982; Loew, 1984). O exemplo de Lillo-Martin & Klima (1990:192) esclarece a referência à terceira pessoa na situação de sinalização com referentes não presentes no discurso. O sinalizante pode associar 'John' com um ponto à direita e 'Mary' à esquerda. 'John' e 'Mary' são introduzidos através de sinais que os identificam ou seus nomes são soletrados através do alfabeto manual. As formas pronominais são, então, diretamente associadas a esses loc no espaço: para a direita refere 'John', e para a esquerda refere 'Mary', conforme ilustrado a seguir: Formas Pronominais Usadas com Referentes Ausentes (Interlocutor Mary John Sinalizante (Lillo-Martin & Klima, 1990:193) Conforme Loew (1984:15) um sinalizante não distribui os pontos no espaço aleatoriamente, pois existem restrições na seleção do local. Raramente os pontos são estabelecidos de forma arbitrária, pois o sinalizante sempre procurará associar o local real do referente ao local no espaço. Os pontos estabelecidos serão arbitrários com referentes abstratos (por ex., parlamentarismo e presidencialismo) ou para referentes descritos individualmente não interagindo com outros (por ex., diferentes turmas dentro de uma escola). Os pontos arbitrários, também, são usados se o sinalizante desconhecer a relação espacial real relevante. No caso do uso de pontos arbitrários, o estabelecimento ocorre em um local neutro do espaço da sinalização e, em geral, são distribuídos no espaço de forma a serem amplamente diferenciados. Os pontos podem estar acima ou abaixo do espaço neutro se esses apresentarem uma imagem apropriada (por ex.., um avião será apontado acima do espaço neutro). Baker & Cokely (1980:206-209) explicaram muito bem as relações espaciais para referentes presentes e não-presentes através de figuras. Na figura a seguir, apresentamos um diagrama em que a referência é feita a VOCÊ, supondo-se que o sinalizante esteja olhando para o receptor A. Baker & Cokely observam a importância da direção do olhar para a compreensão do significado da referência pronominal. Pronome de 2ª pessoa: VOCÊ/TU (Baker & Cokely, 1980:206) Entretanto, se o sinalizante estiver olhando para B quando apontar para A, o significado será 'ele(a)'. Na figura a seguir, o diagrama mostra essa diferença. Pronome de 3ª pessoa: ELE(A) A apontação para C, A e B pode significar 'você, você e você'. Similarmente, se o sinalizante dirigir-se a C apontando para A e B, isso significará 'ele(a) e ele(a)' conforme apresentado nas figuras a seguir: Pronome de 2ª pessoa VOCÊ, VOCÊ, VOCÊ (Baker & Cokely, 1980:207-208) Pronome de 3ª pessoa ELE(A), ELE(A) Se o sinalizante dirigir-se a C e apontar para C e A, o significado será 'você e ele(a)'. A referência definida pode envolver um número indefinido de pessoas. Por outro lado, se o sinalizante quiser referir-se a um grupo de pessoas (três ou mais) sem enfatizar nenhum deles, ele pode usar uma configuração de mão que inclui todos a serem referidos em forma de arco. Se o sinalizante apontar concomitantemente para si e para todos, tal sinal significará 'nós', conforme ilustrado a seguir. Pronome de 2ª e 3ª pessoas Pronome de 1ª pessoa: VOCÊ, ELE(A) NÓS (Baker & Cokely, 1980:208-209) Conforme já mencionado anteriormente, para referentes não presentes são estabelecidos pontos específicos no espaço da sinalização. Na LIBRAS, assim como em outras línguas de sinais, há vários mecanismos para estabelecer referentes no espaço. São eles: a) fazer o sinal em uma localização particular (se a forma do sinal permitir); b) apontar um substantivo em uma localização particular; c) direcionar a cabeça e os olhos (e talvez o corpo) em direção a uma localização particular fazendo o sinal de um substantivo ou apontando para o substantivo; d) usar um pronome antes de um sinal para um referente; e) usar um pronome numa localização particular quando é óbvia a referência; f) usar um classificador (que representa aquele referente) em uma localização particular; g) usar um verbo com concordância, incorporando os pontos estabelecidos no espaço quando é óbvio o referente. As línguas de sinais têm muitas formas de estabelecer os referentes em pontos específicos ao redor do corpo do sinalizante. Esses estabelecimentos são determinados por regras. Por exemplo, se o sinalizante quiser descrever um evento passado e quiser contar algo relacionado a tal evento, ele estabelecerá um local no espaço havendo relação entre os participantes, o tempo e o evento no local real. Este mecanismo é chamado por Baker & Cokely (op.cit:223) de Princípio Real. Quando o local do evento, pessoa ou objeto é desconhecido, o Princípio Real não pode ser seguido. Assim, estabelecem-se locais observando-se um padrão alternado, conforme ilustrado a seguir. Se o receptor estiver à esquerda ou à direita, os locais serão estabelecidos no lado oposto. Nesses casos, aplica-se o Princípio de ordem dos referentes com localizações desconhecidas (Baker & Cokely, op.cit:224). Padrão para o estabelecimento de loc (Baker & Cokely, 1980:224-225) Padrão para o estabelecimento de loc Quando um referente é associado a um local, como citado acima, essa associação é mantida até uma mudança futura. A mudança ocorre sob certas circunstâncias a fim de que novas associações sejam automaticamente estabelecidas. Normalmente, essas mudanças são assinaladas por um ou mais pontos estabelecidos no espaço, ou por uma mudança na postura do corpo do sinalizante. Conforme Loew (1984), um local referencial pode ser transferido durante uma narrativa se houver um movimento característico ou se a cena muda, isto é, o sinalizante estabelece o ponto como a reprodução de um cenário. Por exemplo, se 'João' (estabelecido à direita do sinalizante) está trabalhando na casa (estabelecida à esquerda), 'João' será transferido para o local estabelecido para a casa (Loew, 1984:17). Berenz & Ferreira Brito (1987) traçaram um paralelo entre os pronomes da LIBRAS e da ASL. Nas duas línguas, os itens pronominais podem ser considerados prototípicos, uma vez que constituem, basicamente, elementos dêiticos. O eixo frente/trás é a base dos sistemas pronominais dessas línguas. Verificaram que a ASL e a LIBRAS apresentam similaridades na composição do sistema pronominal. Os três pronomes pessoais do singular são idênticos nas duas línguas - o dedo indicador estendido, orientado em direção à localização do referente. Capítulo 2 Classificadores Leitura obrigatória: FELIPE, T. (2002) Sistema de flexão verbal na libras: os classificadores enquanto marcadores de flexão de gênero. Anais do Congresso Nacional do INES de 2002. 2.1 Classificadores nas línguas faladas Classificadores representam a relação entre significação-função em um dado contexto dentro do sistema de uma determinada língua, como escreve Dubois et alli (apud Tanya A. Felipe, 2002, p.37-58): Chama-se classificador um afixo utilizado, em particular nas línguas negro-africanas, para indicar a que classe nominal pertence uma palavra (sin.: índice de classe). Em várias línguas apresentavam diversas categorias, como determinantes, quantificadores, modificadores, de medida, de espécie (de Lyons, em 1977), e outras denominações. Lingüístas, como Allan, em 1977, estabeleceu os critérios para definir as suas classificações: eles se realizam como morfemas na estrutura de superfície sob condições específicas; eles têm significado, já que os classificadores denotam alguma característica saliente ou imputada a uma entidade que é referida por um nome. Na conclusão de Allan, os sistemas de classificadores existentes nas línguas faladas constituem um conjunto completo e universal e, por isso, agrupam-se em quatro tipos, conforme observado em mais de cinqüenta línguas classificadoras. São eles: 1. línguas de classificador numeral: são línguas em que um classificador é obrigatório em muitas expressões de quantidade e em expressões anafóricas e dêiticas, como, por exemplo, a língua Thai; 2. línguas de classificador concordante: são línguas em que os classificadores são afixados (geralmente prefixos) aos nomes e seus modificadores, predicados e pró-formas como, por exemplo, em muitas línguas africanas (Bantu e SemiBantu) e australianas; 3. línguas de classificador predicativo: são línguas que possuem verbos classificadores, que variam seu radical de acordo com as características das entidades que participam enquanto argumentos do verbo como, por exemplo, os verbos de movimento/localização em Navajo, Hoijer (1945), e verbos classificadores em outras línguas Athapaskan; 4. línguas de classificador intra-locativo: são línguas nas quais classificadores nominais são embutidos em expressões locativas que obrigatoriamente acompanham nomes em muitos contextos. Existem apenas três línguas: Toba, uma língua sul-americana, Eskimo e Dyirbal, uma língua do noroeste da Austrália. O número de classificadores nas línguas pode variar, mas sete categorias de classificação podem ser encontradas: (i) material; (ii) formato; (iii) consistência; (iv) tamanho; (v) localização; (vi) arranjo e (vii) quantia. Os classificadores podem combinar duas ou mais categorias e elas podem ser também subdivididas. Para entender melhor, observe nos quadros abaixo: Material Animado (animais e pessoas, também reclassificada como mulher, homem e criança) e inanimado (árvores, objeto de madeira, etc) Formato Subdividida em objetos longos, planos e arredondados (que podem ser em uma, duas ou tres dimensões) e se associa com outras categorias, como consistência, textura, etc. Existem três subcategorizações, como proeminência de curva exterior, objetos com o interior vazio, e também tem relação com a quantia. Consistência Tem três subdivisões: flexível, rígido e não-definido. Está associado com material e forma Tamanho É subdivida em grande e pequeno/a e está associada à forma Localização Relaciona um lugar e está associada com o tipo de objeto Arranjo Relaciona objetos colocados de uma maneira especifica Quantia Relaciona uma quantidade e é subdividida em coleção, volume, peso e tempo. Diversos lingüistas, como Hoijier (1945), Carter (1966), Haas (1967), Friedrich (1970), Adams e Conklin (1973), Allan (1977), Denny (1980), Shachter (1985) e Hiyomi (1992), nas suas pesquisas, chegaram às seguintes conclusões: 1) há uma certa relação entre os classificadores associados aos tipos de língua classificadora. Embora tenham encontrado alguns tipos diferentes de classificadores que podem estar ligados a uma função morfossintática, que no seu processo de classificar, acrescenta um radical nominal ou verbal ou uma derivação interna da raiz, em todas as línguas de classificadores coordenantes; 2) Na morfossintaxe, os morfemas classificadores podem ser relacionados como marca de concordância de gênero, de número, de caso, ou de lugar; 3) Os tipos de verbos podem trazer características semânticas e não sintáticas, e sua classificação pode conter a sua significação, no caso de instrumento, paciente ou tema; 4) No nível morfológico, não há um sistema de morfemas, enquanto uma subclasse de verbos que concordam com seu sujeito ou objeto em relação às categorias de material e de formas. O mesmo acontece em relação a verbos que usam traços semânticos incorporados à categoria arranjo. 2.1.1 Classificadores verbais2 2.1.1.1 Propriedades dos classificadores verbais Os classificadores verbais aparecem no verbo categorizando o referente dos seus argumentos em termos de forma, consistência, tamanho, estrutura, posição e animacidade. Eles sempre se referem ao argumento de um predicado e podem co-ocorrer com ele. A escolha de um classificador é geralmente uma escolha semântica, sendo que cada substantivo de um língua não necessariamente precisa de um classificador verbal. Alguns substantivos podem ser associados a mais de um classificador. A escolha de um classificador é baseada muito mais em uma seleção lexical do que em relação à concordância gramatical, ficando muitas vezes limitada a grupos semânticos de verbos. 2.1.1.2 Realização dos classificadores verbais Em muitas línguas, os classificadores verbais são opcionais e são determinados pela função discursiva dos substantivos de um predicado adicional. Eles podem ser usados para manter a referência de um substantivo dentro de uma narrativa, podem também reintroduzir os participantes e podem ser usados anaforicamente. 2 Baseado no texto da Aikhenvald (2000). 2.1.1.3 Tipos de classificadores verbais: 1) Incorporação classificatória de substantivos: É a incorporação de um substantivo ao verbo para caracterizar um argumento externo, geralmente em função de sujeito (S) ou de objeto (O). Frequentemente há uma relação de genérico-específico entre o argumento incorporado e o argumento externo que o acompanha. De qualquer forma, os classificadores verbais incorporados caracterizam o referente de um substantivo em termos de sua forma, consistência e animacidade. Aikhenvald (2000) apresenta como exemplos algumas línguas prefixais do norte da Austrália, em que um substantivo genérico, o qual descreve o substantivo específico correspondente na função de S ou O, pode ser incorporado ao verbo. Como exemplo, temos o Mayali que apresenta um conjunto de quarenta classificadores verbais, conforme ilustrado abaixo:. a) Classificador verbal referente a um substantivo com função de objeto: ga-yaw-garrm-e al-daluk 3/3-GEN.CL:BEBÊ-ter-NP CLII-mulher ‘Ela tem um bebê menina’. b) Classificador verbal com função de sujeito: ga-rrulk-di 3NP-GEN.CL:ÁRVORE-ERGUIDA(NP) na-dubang CLIII-árvore-pau-ferro ‘Uma árvore de pau ferro está lá’ Entretanto, a incorporação de substantivos e os classificadores verbais podem ser vistos como categorias distintas. Este é o caso da língua Mayali, que tem composição lexical não produtiva, incorporação de partes do corpo e, também, classificadores verbais (chamados por Evans (1996) de incorporação classificatória genérica). A composição lexical é um processo não-produtivo e constitui um sistema fechado obrigatório. Em oposição, a incorporação de partes do corpo e os classificadores verbais são opcionais, sendo que a escolha entre construções com incorporação ou sem incorporação dependerá do status discursivo do constituinte nesta língua. Duas diferenças entre incorporação de partes do corpo e classificadores verbais são encontradas: (a) Os classificadores verbais são uma classe fechada de aproximadamente 40 membros de maioria inanimada, enquanto as partes do corpo são uma classe semi-aberta; (b) Duas partes do corpo em uma relação parte-todo podem ser incorporadas juntas em um verbo, enquanto dois classificadores verbais não podem co-ocorrer. A composição lexical e os classificadores verbais podem co-ocorrer na mesma palavra. 2) Classificadores verbais afixados ao verbo: Classificadores verbais podem ser realizados com prefixos ou sufixos, mas nunca são expressos com repetidores. Na língua Imonda, existem aproximadamente 100 classificadores verbais, mas nem todos os verbos aceitam classificadores. Eles caracterizam um substantivo, em função de S ou de O, em relação as suas propriedades inerentes, tais com forma. sa coco ka-m 1SG-ALVO põt-ai-h-u CL:FRUTA-dar-RECIPIENTE-IMPERATIVO ‘Dá-me o coco.’ Sistemas de classificadores verbais como afixos variam em seu tamanho e na sua semântica. Em Terena, existem dúzias de classificadores que caracterizam os argumentos S/O em relação ao tamanho, forma, aspecto e animacidade. Como exemplo, temos – pu’i (redondo), a seguir: oye-pu’i-co-ti cozinhar-CL:REDONDO-TEMA-PROGR ‘Ele está cozinhando (coisas redondas).’ Em línguas classificadoras múltiplas, os classificadores são usados freqüentemente em verbos. Em Mundurukú, por exemplo, há um sistema múltiplo de classificadores com mais de 100 morfemas para referir forma e aspecto. Os índices acima de cada parte da língua representam os tons, pois essa é uma língua tonal. Veja o que são línguas tonais http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tonal a2ko3-ba4 i3-ba2-dom3 banana-CL:COMPRIDA RÍGIDA 3SG.POSS-CL: COMPRIDA RÍGIDA-ficar+FUT ko4be3 be3 canoa loc ‘Uma banana ficará na canoa.’ Esse tipo de classificador geralmente se desenvolve a partir da incorporação classificatória de substantivos. Às vezes os dois tipos coexistem em um enunciado, refletindo diferentes estágios de gramaticalização. 3) Verbos classificatórios supletivos: Raízes verbais supletivas, geralmente referenciado como verbos classificatórios, são raras nas línguas do mundo. A seleção de uma raiz é condicionada por propriedades do referente do constituinte S ou O. Os verbos classificatórios, ao contrário dos verbos apresentados no tipo II, não podem ser usados em outras funções classificadoras. Entretanto, verbos classificatórios mostram certas correlações com números e com outras categorias verbais flexionais (imperativos, aspectos, tempo, pessoa). Os verbos classificatórios se enquadram em duas categorias: (A) eles podem ser usados para categorizar o argumento S/O em termos de suas propriedades inerentes: esse tipo de verbo classificatório é predominantemente encontrado em línguas indígenas norte-americanas, em línguas Tibeto-Burman e em Ika, uma língua do norte da Colômbia. (B) eles podem ser usados para categorizar o argumento S/O em termos de sua orientação e posição no espaço, com suas propriedades inerentes, assim como nas línguas de sinais. 2.1.1.4 Interação entre os três tipos de classificadores verbais: A incorporação classificatória de substantivos é uma origem freqüente dos classificadores verbais como afixos. Muitas raízes classificatórias ‘iniciam a vida’ como substantivos, sendo usadas com um escopo restrito e posteriormente sendo usadas como genéricos. A gramaticalização de substantivos incorporados pode resultar na criação de raízes classificatórias supletivas. Ao contrário dos classificadores verbais como afixos, a incorporação classificatória de substantivos não é usada em outros ambientes classificadores em línguas classificadoras múltiplas, ela é restrita apenas ao seu contexto gramatical. Substantivos são incorporados em verbos e esses mantêm a mesma estrutura do argumento. O substantivo incorporado é usado como um meio de categorizar um argumento expresso. 2.1.1.5 Classificadores verbais e a função sintática do argumento Os classificadores verbais indicam a presença de um NP (sintagma nominal) de superfície. Em cada língua, esse NP pode estar na função de S ou de O, ou seja, eles operam em bases absolutas. Em algumas poucas línguas, os classificadores verbais podem também se referir a argumentos periféricos (adjuntos e complementos). Adjuntos e complementos: veja a diferença entre esses dois termos em: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=gramatica/docs/adjuntoco mplemento Em Motuna, os classificadores verbais podem indicar a presença de um argumento S, ou O, ou então um argumento periférico. Em Tarascan, os classificadores verbais se referem frequentemente a um argumento locativo. Nesta língua, há 32 sufixos verbais de espaço ‘locativo’, o qual significa as características de uma locação, incluindo sua dimensão e forma. 2.1.1.6 Combinação de diferentes tipos de classificadores verbais Neste item, serão apresentadas algumas combinações de diferentes tipos de classificadores verbais. Foram analisados dados de línguas que têm sistemas distintos de classificadores em distribuição complementar, e de línguas que têm classificadores verbais afixados e verbos classificatórios como sistemas distintos. Entretanto, quanto à combinação de incorporação classificatória de substantivos e classificadores verbais afixados como sistemas diferentes, não foi encontrada nenhuma língua com essa característica. Também não é conhecida nenhuma língua que combine incorporação classificatória de substantivos e raízes verbais classificatórias. Com as diversas tipologias para classificação de classificadores das línguas faladas, os lingüistas perceberam que a língua de sinais possui uma classificação semelhante, assim como todas as línguas do mundo. 2.2 Classificadores nas línguas de sinais O classificador é um tipo de morfema, utilizado através das configurações de mãos que podem ser afixado a um morfema lexical (sinal) para mencionar a classe a que pertence o referente desse sinal, para descrevê-lo quanto à forma e tamanho, ou para descrever a maneira como esse referente se comporta na ação verbal (semântico). Para acompanhar a análise dos classificadores, segue abaixo a tabela da Configurações de Mãos - CM (quadro de CM da LSB Vídeo). Os classificadores utilizam configurações de mãos que representam alguma propriedade física de uma classe. A seguir apresentamos alguns exemplos de configurações de mãos (CM) para classificadores de tamanho e forma (baseado em Supalla, 1982): Categoria CM Exemplos de CL: Fino 5 BARRA-FERRO-CONSTRUÇÃO 45 FIO-DENTAL-FINO 56 ou 53 MESA-PLANA Plano TELHADO-RETO PORTA-ARMÁRIO-RETA Plano com ângulo 30 PRATELEIRA ESTANTE Espessura fina 17 LÂMINA-FERRO 45 LIVRO-FINO ALIANÇA-FINA Espessura média 18 LIVRO-MÉDIO ALIANÇA-MÉDIA Espessura grossa 19 LIVRO-GROSSO ALIANÇA-GROSSA Espessura grossa e 28 ESPESSURA-MESA densa ESPESSURA-SAPATO Arredondado 22 CABO-VASSOURA CANO Arredondado médio 29 LUMINÁRIA-ARREDONDADA e grosso CANECA-COPO Retângulo 18 REGUA FAIXA-TESTA FAIXA-CABELO Quadrado 38 PORTA-RETRATO CAIXA-CD QUADRO Largura Altura 14 MEDIDA DE ALGUMA COISA PEQUENA 53 MEDIDA DE ALGUMA COISA GRANDE 56 HOMEM-ALTO HOMEM-BAIXINHO OBJETO-NO-ALTO OBJETO-EM-BAIXO Esses classificadores podem incorporar algum tipo de ação, vejam exemplos a seguir: CANO—AMOLECEU PRATELEIRAS-CAIRAM QUADRO-CAIU FOLHA-CAIU-NO-AR COMETA-CAIU ESTRELA-CADENTE A seguir apresentamos alguns exemplos de configurações de mãos (CM) para classificadores de entidades (baseado em Supalla, 1982): Categoria CM Exemplos de CL: Humano – 1 pessoa 14 PESSOA/RÔBO/ET-PASSANDO-UMAPELA-OUTRA PESSOA/RÔBO/ET-PASSANDO 49 PESSOA/RÔBO/ET-ANDANDO 48 PESSOA-CAINDO PESSOA-DEITADA PESSOA-PARADA Humano – 2 pessoas 49 2-PESSOAS/RÔBO/ET-PASSANDO Humano – 3 pessoas 51 3-PESSOAS/RÔBO/ET –PASSANDO Humano – 4 pessoas 54 4-PESSOAS/RÔBO/ET-PASSANDO Humano – 5 ou mais 61 PLATÉIA-EM-AUDITÓRIO pessoas MUITAS-PESSOAS-CAMINHANDO MUITAS-PESSOAS-VINDO Animal andando 07 (grandes animais) ELEFANTE-ANDANDO 48 ou 56 CACHORRO-ANDANDO (animais em geral, especialmente, de pequeno porte) 36 (aves em geral) GATO-ANDANDO AVES-ANDANDO Animal nadando 57 PEIXE-NADANDO GOLFINHO-NADANDO Animal rastejando 57 JACARÉ-RASTEJANDO 14 COBRA-RASTEJANDO LESMA-RASTEJANDO Animal voando 61 BORBOLETA-VOANDO PÁSSARO-VOANDO Animal pulando 58 COLEHO-PULANDO, SAPO-PULANDO Veículos em geral 57 AVIÃO-LOCOMOVENDO-SE em locomoção ÔNIBUS-LOCOMOVENDO-SE TREM-LOCOMOVENDO-SE METRÔ-LOCOMOVENDO-SE CAMINHÃO-LOCOMOVENDO-SE Veículos de duas 57 rodas em locomoção MOTO-LOCOMOVENDO-SE BICICLETA-LOCOMOVENDO-SE A categoria humano inclui todos os seres que apresentam a configuração física humana, mesmo não sendo necessariamente humanos de fato, tais como, robôs, seres extraterrestres, etc. A seguir apresentamos alguns exemplos de configurações de mãos (CM) para classificadores manuais (incluindo verbos manuais e verbos classificadores) (baseado em Sandler e Lillo-Martin, 2006 e Ferreira-Brito, 1995): CM Exemplos de CL: 17 e 44 PINCELAR PEGAR-LÁPIS PEGAR-FOLHA Categoria de verbos manuais 28 PEGAR-LIVRO PUXAR-PRATEIRA 1e7 PASSAR-ROUPA PINTAR-COM-PINCEL-GROSSO PINTAR-COM-ROLO COZINHAR VARRER 29 PEGAR-CELULAR PASSAR-ESCOVA-SAPATO Tipos de classificadores encontrados nas línguas de sinais 1) Classificadores descritivos As descrições visuais podem ser captadas de acordo com as imagens dos objetos animados ou inanimados. Observam-se aspectos tais como: som, tamanho, textura, paladar, tato, cheiro, “olhar”, sentimentos ou formas visuais, bem como a localização e a ação incorporada ao classificador. Essa classificação pode ter até três dimensões: a) dimensional - dar dimensões determinadas e adequadas de acordo com o que está sendo visualizado; b) bidimensional – dar o dobro das dimensões determinadas adequando-as ao que está sendo visualizado; c) tridimensional – dar as três dimensões do que está sendo visualizado dando a sensação de penetração do relevo visual. Na descrição visual para referir a forma, tamanho, textura, paladar, cheiro, sentimentos, “olhar”, ou desenhos de forma assimétrica ou simétrica é utilizado, dependendo da situação, uma mão ou duas. A FORMA, A TEXTURA E O TAMANHO DA MOCHILA A FORMA E O PALADAR DO ABACAXI A FORMA, A FORÇA DO JACARÉ SENTIMENTOS DE UMA PESSOA SURDA AO PRESTAR VESTIBULAR EM LIBRAS OLHAR DE UM HOMEM CIUMENTO E BRAVO Há também o classificador descritivo locativo que envolve uma ação que determina o objeto em relação ao outro objeto, seja animado ou inanimado. São usados com uma ou duas configurações de mãos. SURFANDO CARRO BATENDO NO POSTE MOTO VOANDO NA PISTA ÁRVORE SENDO CORTADA Outro classificador descritivo envolve uma ação ou posição de várias partes do corpo humano, objetos animados e inanimados. BOCA DE JACARÉ LÁGRIMAS SAINDO DOS OLHOS MENTIR FAZ NARIZ CRESCER LÍNGUA SABOREANDO COMIDA GOSTOSA 2) Classificadores especificadores A sua função é descrever visualmente a forma, o tamanho, a textura, o paladar, o cheiro, os sentimentos, o “olhar”, os “sons” do material, do corpo da pessoa e dos animais. SOM DO RELÓGIO DO DESPERTADOR FORMA HUMANA CELULAR TOCANDO NO QUADRIL FORMA ANIMAL (QUATRO PATAS) Há também os classificadores que especificam elementos gasosos. FUMAÇA DO CIGARRO FUMAÇA DA EXPLOSÃO DA BOMBA ATÔMICA FUMAÇA DO CHURRASCO FUMAÇA DO FOGÃO A LENHA Outro especificador é a descrição dos símbolos e nomes das logomarcas. MCDONALDS VOLKSWAGEN PARIS Também há o classificador especificador que descreve os números relacionados ao objeto animado e inanimado. NÚMERO DA CAMISA DE FUTEBOL NÚMERO DA RESIDÊNCIA NÚMERO DE TELEFONE 3) Classificadores de plural A configuração de mão substitui o objeto em si sendo repetido várias vezes. CONFIGURAÇÃO DE MÃO “B” EM MOVIMENTO PARA LADO DIREITO INDICANDO VÁRIOS LIVROS NA ESTANTE NA POSIÇÃO VERTICAL EM MOVIMENTO INDICANDO EMPILHADOS PARA VÁRIOS CIMA LIVROS INDICANDO VÁRIOS CARROS ESTACIONADOS UM AO LADO DO OUTRO CARROS NO PÁTIO DA FÁBRICA MUITAS ÁRVORES (FLORESTA) MUITA GENTE (MULTIDÃO) Exemplos com a incorporação do objeto repetido várias vezes: um conjunto de potes lado a lado, quadros espalhados na parede. UM CONJUNTO DE POTES LADO A LADO QUADROS ESPALHADOS NA PAREDE (ORGANIZADOS) QUADROS ESPALHADOS NA PAREDE (DESORGANIZADOS) CADEIRAS NA RODA PARA BRINCADEIRA CADEIRAS ENFILEIRADAS AUDITÓRIO 4) Classificadores instrumentais É a incorporação do instrumento descrevendo a ação gerada por ele. USAR A FURADEIRA USAR O REVÓLVER EM PINTAR COM O PINCEL A PAREDE PINTAR COM O LÁPIS NO PAPEL ESCREVER NO PAPEL ESCREVER NA AREIA ESCREVER NO TECLADO ESCOVAR CABELO ESCOVAR DENTES 5) Classificadores de corpo É o classificador que descreve como uma ação acontece na realidade por meio da expressão corporal de seres animados. REAÇÃO FACIAL DO GATO O ANDAR DO CACHORRO O ANDAR DO ELEFANTE O CABELO GRANDE COM FAIXA O CABELÃO LEÃO BRAVO Papel dos classificadores Nesta parte, vamos listar várias questões que podem estar implicadas nos classificadores. 1) Questões relacionadas à semântica a) Para o caso de deslocamento de um lugar para outro lugar, quando associado com diferentes formas de olhar, apresentam-se diferentes significados. CM 16, acompanhar com o olhar o deslocamento, em horizontal, da mão. No contexto da cultura dos surdos, o “olhar” implica diversos sentidos, por exemplo: se olharem para o determinado deslocamento (a mão), os surdos querem defini-lo como pessoa conhecida. Caso contrário, implica pessoas desconhecidas ou pessoas que não querem ser identificadas. CM 56 mão palma para baixo CARRO PASSANDO CM 56 mão palma em frente do peito MOTO PASSOU b) Para caso de homonímia: um classificador pode apresentar diferentes significados, embora apresente a mesma forma. PESSOA DEITADA NORMAL ou PESSOA CAIU (CM 49 deitada na outra palma aberta da mão esquerda CM 57 significando deitada ou pessoa caída naquela posição) DORMINDO MAL ou TROCANDO DE LUGAR NA CAMA (CM 49 virando várias vezes na palma mão CM 57 CM 49 PERNAS LEVANTADAS PRÁ CIMA NA CAMA (CM 57) COMO QUE FAZENDO EXERCÍCIO ou PESSOA-OLHANDO-PARA-CIMA CM 49 e CM 57 (palma prá baixo) MODELO DESFILANDO ou PESSOA PASSANDO POR CIMA DA PONTE 2) Questões relacionadas à sintaxe Nas línguas de sinais, assim como na LIBRAS, apresentam-se vários casos de incorporação de argumento ou complemento. Esse processo é muito freqüente e visível devido às características espaciais e icônicas dos sinais. Os exemplos abaixo ilustram esse tipo de incorporação. a) Se o objeto direto do verbo for, por exemplo: prato, rosto, etc, o verbo incorporará este argumento e teremos formas verbais diferentes. Exemplos: LAVAR-PRATO – Duas CM 57 circulando juntos ao mesmo tempo LAVAR-ROSTO – Duas CM 57 em movimento circular no rosto LAVAR-CARRO – Duas CM 1 em movimento circular no espaço neutro LAVAR-CABELO - CM 59 com movimento circular LAVAR-ROUPA – CM 54 associada ao movimento circular na máquina ESCREVER-PAPEL ESCREVER-TECLADO ESCREVER-AREIA ESCREVER-CELULAR ESCREVER-QUADRO BRANCO COMER-ARROZ COMER-CHURRASCO-PICADO COMER-PIPOCA COMER-PIZZA COMER-SUSHI COMER-MILHO COMER-SANDUICHE b) Incorporação do modo e aspecto Descrição dos sinais: CM 49 (de ponta dos dedos e de palma para baixo), mover os dedos como se fossem pernas a caminhar ou andar ou andar depressa ou para cima ou para baixo ou em circular ou para frente ou para trás. ANDAR-DEVAGAR ANDAR-DEPRESSA ANDAR-DISTRAÍDA ANDAR-COM-ATENÇAO ANDAR-REBOLADO ANDAR-SUBINDO ANDAR-DESCENDO Descrição dos sinais: CM 49 (de ponta dos dedos e de palma para baixo), mover os dedos como se estivesse subindo ou descendo de escada. Se for de caracol, mover os dedos em espiral de cima para baixo ou de baixo para cima. NADAR-BORBOLETA LENTAMENTE, RAPIDAMENTE, NORMAL CM 33 DUAS PESSOAS PASSARAM EM MINHA FRENTE DEVAGAR - RÁPIDO CM 61 MÃOS MOVIMENTANDO COMO QUE MUITAS CRIANÇAS PASSARAM EM MINHA FRENTE UMA-VEZ, MUITAS-VEZES, ALGUMAS-VEZES Descrição dos sinais: CM 13 + CM 12 em movimentos alternados andando de diferentes formas (subindo na árvore, entrando no buraco, andando em cima da grama, etc.). Descrição dos sinais: CM 57 em movimento para baixo significando uma folha de papel caindo no chão. Essa folha de papel pode cair de diferentes formas (levemente, rapidamente, em linha reta, em linhas ondulantes, etc.). FOLHA DE PAPEL CAINDO FOLHA DE PAPEL VOANDO JOGAR AVIÃO DE PAPEL AO ALTO FOLHA DE ÁRVORE CAINDO MAÇA CAINDO DA ÁRVORE JABUTICABAS CAINDO DA ÁRVORE Descrição dos sinais: CM 8 pressiona na palma da CM 57 + CM 7 na ponta do nariz com o punho fechado para fora do lado direito para lado esquerdo significando que o carro bateu bruscamente. Poderia ser feito de diferentes formas (levemente, vagarosamente, fortemente, etc.). c) Incorporação de locativo Descrição dos sinais: CM 29 movendo para baixo colocando o copo na mesa. Poderia ser colocando o copo em outros lugares. COLOCAR COPO EM MESA COLOCAR COPO EM ARMÁRIO COLOCAR COPO NO CHÃO Descrição dos sinais: 2 CM 57 formando um quadrado e movendo de um lugar para o outro, colocando em diferentes lugares. 3) Questões relacionadas à morfologia Descrição dos sinais: CM 45 - moeda com diferentes formas e tamanhos. Descrição dos sinais: CM 57 em direção para frente com diferentes movimentos (ondulante, plano, zigue-zague, esburacada, etc.). 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