Associação Portuguesa de Celíacos OBJECTIVOS DA APC • Apoiar os celíacos e todas as entidades envolvidas na realidade da DC • Sensibilizar a classe médica, organismos públicos, indústria alimentar e restauração • Promover a troca de experiências entre celíacos • Desenvolver laços com Associações de Celíacos estrangeiras Faça um check-up ao que sabe sobre a VANTAGENS DE PERTENCER À APC • Acesso a informação sobre a DC • Apoio Dietético • Encontros Nacionais e Workshops de Culinária • Acesso a listagens de alimentos sem glúten (SG) actualizadas e informação de novos produtos que são lançados no mercado • Contactos de restauração e hotelaria com menus/ementas SG • Cartão de descontos nos pontos de venda de parceiros • Recepção da Revista “SemGlúten” Doença Celíaca. Contactos www.celiacos.org.pt Rua Arnaldo Assis Pacheco, Lote 2 Loja B, 1750-396 Lisboa [email protected] [email protected] Telefones: 91 921 34 96 91 813 95 11 21 753 01 93 parceiros www.celeiro-dieta.pt O QUE É A DOENÇA CELÍACA? A doença celíaca (DC) é uma enteropatia imuno-mediada, causada por uma sensibilidade permanente ao glúten, que ocorre em indivíduos geneticamente susceptíveis. O glúten é composto por prolaminas e glutaminas, principais constituintes do trigo, centeio, cevada, e aveia. A resposta auto-imune na DC surge na lâmina própria e no epitélio do intestino delgado e é caracterizada pela presença de uma inflamação crónica da mucosa e submucosa. Estas lesões traduzem-se na atrofia das vilosidades intestinais e na diminuição da sua capacidade de absorção dos nutrientes. A etiopatogenia da DC envolve a interacção entre factores ambientais (como por exemplo a introdução prematura do glúten na alimentação dos lactentes), imunológicos e genéticos, sendo os grupos de risco a rastrear: • Diabetes Mellitus tipo 1 • Tiroidite Autoimune • Síndrome de Down • Síndrome de Turner • Síndrome de Williams • Deficiência selectiva de IgA total • Familiares directos (1º grau de parentesco) • Assintomáticos com serologia negativa - Mesmo se assintomáti cos e/ou com serologia negativas, devem fazer serologias repetidas Devem fazer serologias repetidas : • Com>3 anos com >1 ano de Glúten na dieta • Se serologia positiva → Biópsia • Se sintomáticos com serologia negativa → Biópsia SINTOMATOLOGIA A DC pode aparecer em qualquer idade desde que o glúten já tenha sido introduzido na alimentação. O habitual é no 2º ou 3º semestre da vida, alguns meses após a introdução do glúten. Porém, actualmente têm sido diagnosticados casos de doentes sem a sintomatologia habitual ou assintomáticos e em idades mais avançadas. É caracterizada por uma sintomatologia multissistémica, sendo as suas manifestações clínicas variáveis. Estas manifestações podem apresentar-se como típicas ou atípicas. Os sintomas mais comuns da DC variam conforme a idade, sendo que, dentro de cada faixa etária, podem também variar em frequência e intensidade. Os 4 tipos de Doença Celíaca que podemos encontrar são: • CLÁSSICA - com sintomas gastrointestinais, serologia positiva (tTG), biópsia positiva e terapêutica com DIG* • ATÍPICA - com sintomas extragastrointestinais, serologia positiva (tTG), biópsia positiva e terapêutica com DIG* • SILENCIOSA - Ausência de sintomas, serologia positiva (tTG), biópsia positiva e terapêutica com DIG* • LATENTE - Ausência de sintomas, serologia positiva (tTG), biópsia negativa e não se faz DIG* Os sintomas também se podem dividir em GI ou extra GI (porque os Extra GI podem estar associados ou não aos GI): SINTOMAS GI • Diarreia • Vómitos • Atraso no desenvolvimento estato-ponderal/ perda de peso* • Cólicas abdominais/Distensão Abdominal • Anorexia • Obstipação PREVALÊNCIA Na Europa estima-se que 1 a 3% da população seja celíaca. Em Portugal a prevalência é de 1:134, reportando este dado a um estudo realizado na região de Braga. Deste modo, a DC em Portugal está amplamente sub-diagnosticada! DIAGNÓSTICO O critério de diagnóstico da DC assenta, essencialmente, em: 1. Sinais e sintomas sugestivos de DC 2. Testes serológicos: • Anti-transglutaminase (tTG) IgA e/ou IgG ( óptima relação sensibilidade/especificidade.) • Anti-gliadina (AGA) - indicado para crianças porque até aos 2-4 anos não produzem anticorpos anti-tTG (transgluta minase tissular) •Anti-endomísio (melhor especificidade e apenas para con firmar o resultado positivo obtido nos anticorpos anti-tTG) 3. Biópsia intestinal para confirmação de diagnóstico (identificação das lesões típicas da DC) O diagnóstico deve ser iniciado quando o indivíduo ainda não está a praticar a DIG*. *A presença de obesidade não exclui diagnóstico TRATAMENTO SINTOMAS extra GI (com ou sem sint GI) • Anemia ferropénica resistente à terapêutica com ferro (sinal inaugural) (5-8,5%) • Hipoplasia do esmalte da dentição definitiva • Osteopénia/osteoporose • Dermatite herpetiforme /estomatite aftosa recorrente • Baixa estatura (8-10%) • Atraso no início da puberdade • Infertilidade • Perda fetal recorrente • Deficiências vitamínicas • Fadiga Actualmente, o único tratamento conhecido consiste numa DIG* para toda a vida, a qual requer a eliminação do trigo, centeio, cevada e aveia. A mesma deve ser rigorosa, saudável e equilibrada. No tratamento da DC é necessária uma monitorização contínua através da análise dos resultados dos testes serológicos (tTG ou AGA), do estado nutricional e dos parâmetros bioquímicos, com o objectivo de verificar o cumprimento da DIG*. NOTA: Um diagnóstico e DIG* estabelecidos precocemente (na infância ou adolescência) são a única forma de assegurar o desenvolvimento e crescimento adequado da criança celíaca e, quando praticada a longo prazo, mantém a composição normal em jovens adultos e protege das complicações da DC em idade adulta. Caso diagnostique um paciente celíaco, solicitamos o encaminhamento do mesmo para a Associação Portuguesa de Celíacos (APC) de modo a prestarmos apoio em equipa transdisciplinar ao celíaco e à sua familia na adaptação à DIG*. *DIG- Dieta Isenta de Glúten