Dicas para economizar na ceia de Natal Chefs sugerem como preparar um jantar natalino saboroso e gastando pouco. O final de ano é um momento de confraternização, marcado pelas tradicionais ceias de Natal e de Réveillon. Para aliviar o peso dos gastos com viagens e presentes no orçamento pessoal, chefs paranaenses revelam dicas simples para gastar menos que o esperado com as refeições e ao mesmo tempo preparar pratos saborosos, surpreendendo os convidados da ceia. De acordo com um levantamento realizado em dezembro de 2013, em cinco grandes redes de supermercados das capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba (PR), a ceia de Natal - para quatro pessoas - pode custar até R$ 350, incluindo itens tradicionais como peru, panetone, frutas, sobremesas, bebidas e castanhas. Esse valor, segundo a chef Gabriela Carvalho, do Quintana Café & Restaurante (PR), pode ser reduzido até a metade. Adaptações simples, como a substituição de alguns ingredientes, o aproveitamento integral dos alimentos e a criatividade durante o preparo dos pratos são algumas das alternativas para um jantar natalino mais econômico. Outra dica para economizar na ceia é planejar e pesquisar antecipadamente. Para que não haja desperdício de alimentos, uma dica comum dos chefs a quantidade que considere suficiente para o consumo. Uma família pessoas, por exemplo, consome em média um quilo de carne, no total. cardápio antes de sair para as compras. Desse modo, adquire-se suficiente para o consumo, evitando o desperdício de alimentos e de explica o chef Marcelo Amaral, do restaurante Lagundri (PR). é comprar de quatro “Planeje o apenas o dinheiro”, Cardápio natalino Na hora de preparar os pratos de Natal vale inovar e abusar da criatividade. O tradicional peru, por exemplo, que custa, em média, R$ 20 o quilo, pode ser substituído por frango, que pode ser encontrado por menos da metade do preço: R$ 8 o quilo. Ainda na composição do prato principal, em vez do tradicional bacalhau, encontrado por até R$ 50 o quilo (sem pele e osso), a opção são peixes locais, que custam até um quinto do valor. As dicas são do chef Amaral, que também indica a troca do prato principal por carnes mais baratas, como pernil suíno, que custa cerca de R$ 10 o quilo. Para realçar o sabor das carnes ou peixes do prato principal, em vez dos tradicionais temperos prontos e vinhos, a dica é optar por molhos caseiros. No preparo desses acompanhamentos, a sugestão dos chefs é aproveitar integralmente os alimentos, incluindo os caules e as folhas. Na marinada – técnica culinária que consiste em deixar a carne de ‘molho’ em temperos e ervas – a chef Gabriela indica, por exemplo, “aproveitar as cascas da cenoura e as folhas do alho poró, partes dos alimentos que muitas vezes são jogadas no lixo”, explica. O aproveitamento integral dos alimentos, em conjunto com a substituição de outros, também é uma boa dica na hora do preparo das saladas e pratos frios. No tradicional salpicão, é possível abusar das verduras e acrescentar folhas de beterraba e cascas de cenoura para conferir aquele gostinho especial. Para a sobremesa, além de aproveitar as frutas naturais no lugar das cristalizadas, que custam mais de R$ 10 o quilo, a chef Gabriela indica utilizar frutas de época; especialmente por serem mais saborosas, pois estão no ápice da produção. As frutas da estação, como laranja, limão, maçã e pêssego podem ser utilizadas no preparo de tortas, caldas e recheios. Pelos mesmos R$ 10 das frutas cristalizadas, é possível comprar mais de um quilo de pêssegos, por exemplo. “A sugestão para sobremesa da ceia é uma torta de pêssego, podendo aproveitar a fruta para fazer uma calda ou um suco natural de acompanhamento à refeição principal”, indica Gabriela. Fornecedores locais são boa opção Para ajudar na economia da ceia, o consumidor pode optar ainda por comprar os ingredientes em feiras de sua cidade. Além de encontrar produtos de melhor qualidade, quando produzidos de forma orgânica, os preços, muitas vezes, são mais acessíveis dos que os encontrados em mercados. “A compra de produtos locais em feiras permite que se encontre grande variedade de frutas, legumes e verduras produzidos localmente. Em virtude da procedência próxima, eles se tornam, muitas vezes, mais baratos, porque não há intermediários entre o produtor e o consumidor. Além disso, quando são orgânicos, são mais saudáveis e menos nocivos ao meio ambiente, pois em sua produção não são utilizados agrotóxicos químicos, nocivos à saúde e ao meio ambiente”, explica Gabriela. Ela ressalta ainda que optar por produtos locais contribui para economia regional e também para diminuição de Gases do Efeitos Estufa (GEEs), provenientes do transporte entre as áreas produtivas os mercados consumidores. Parte dessas dicas apontadas pela chef são princípios que fazem parte do movimento Gastronomia Responsável, uma iniciativa criada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O objetivo do movimento é aliar gastronomia com conservação da natureza, de acordo com quatro princípios, seguidos pelos restaurantes participantes na preparação de alguns pratos: utilização de alimentos orgânicos; escolha de fornecedores locais para diminuir a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEEs); uso integral dos alimentos para evitar desperdício; e não utilização de espécies ameaçadas de extinção. O Gastronomia Responsável conta com a participação de 50 restaurantes nos estados São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco e Pará. As pessoas podem aderir ao movimento consumindo os chamados ‘pratos responsáveis’, preparados de acordo com os quatro princípios, nos restaurantes participantes. Também podem utilizar os princípios do movimento na elaboração de receitas próprias e compartilhar suas criações no site www.gastronomiaresponsavel.com.br, no qual também se encontra a lista completa dos restaurantes participantes. Os chefs Gabriela Carvalho e Marcelo Amaral são embaixadores do movimento. Sobre a Fundação Grupo Boticário – A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.377 projetos de 472 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.