Monitorização perioperatória

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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
ENFERMAGEM CIRÚRGICA
MÓDULO III
Profª Mônica I. Wingert
301E
MONITORIZAÇÃO PERIOPERATÓRIA
Dentro das especialidades médicas foi na anestesia que se destacou a monitorização
multiparamétrica, sendo a pioneira na revisão de imprevistos durante a cirurgia e na implantação de
melhores técnicas e diretrizes de monitorização. Estes avanços resultaram em diminuição
significativa na mortalidade e morbidade dos pacientes.
Para atender adequadamente o paciente durante o procedimento anestésico-cirúrgico é necessário
que se tenha a sala de cirurgia completa e um dos equipamentos primordiais que é o monitor
multiparamétrico.
Este monitor inclui a oximetria de pulso, que mede a saturação de oxigênio (SpO²) e a pulsação
cardíaca através de um vaso pulsátil, e a capnografia, que mede o dióxido de carbono ao término
expiratório (ETCO²).
Os monitores e a monitorização são parâmetros considerados básicos para a segurança do paciente e
tranquilidade da equipe, incluem os seguintes parâmetros:
-pressão invasiva (PAM);
Cálculo: PAM=PS+2xPD
-pressão não invasiva (PNI);
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-SpO² (saturação de O²;
-ECG (eletrocardiograma);
-temperatura (tax corporal e sofágica);
-ETCO² (capnografia).
OXIMETRIA DE PULSO
A oximetria de pulso fornece uma indicação não invasiva contínua de saturação de O² arterial da
hemoglobina funcional e da frequência de pulso, proporcionando um aviso precoce da hipoxemia.
A curva de oximetria relaciona-se com o percentual de hemoglobina saturada com o O². Os
seguintes valores são aproximações da saturação de O² em percentual. No ar ambiente, a SpO² para
um indivíduo jovem saudável deverá ser 98% a 100%, um valor para um paciente idoso é na faixa
de 93% a 95%, enquanto de um fumante “pesado” pode estar na faixa de 89%. O oxímetro funciona
com um sensor que emite uma luz infravermelha que é emitida através do sangue e tecidos, é
absorvida pela hemoglobina e oxihemoglobina, um microprocessador que analisa a absorção da luz.
A leitura do oxímetro de pulso pode ser afetada por alguns fatores como, por exemplo, hipertermia,
hipoperfusão, hipovolemia, unhas postiças ou esmaltes podem bloquear o feixe de luz e não emitir
valores e/ou valores errados.
O oxímetro deve ser colocado adequadamente no dedo do paciente para que não cause isquemia e
também se este estiver emitindo valores que não sejam adequados, o circulante deverá analisar a
posição do braço, constrição do manguito ou hipotermia.
Como uma etapa final, a unidade de oximetria de pulso, os cabos e sensores podem ser examinados
pelo circulante colocando em seu próprio dedo para verificar antes de colocar no paciente.
CAPNOGRAFIA
O capnógrafo demonstra a forma de onda de CO² através da expiração em forma de gás, a
capnografia é um excelente método para avaliar a ventilação pulmonar e a quantidade de CO² que o
paciente está retendo durante a anestesia geral e é geralmente de 48%, com um analisador
infravermelho, que mede e emite para um microprocessador estas amostras do gás expirado e
tornam estas unidades visíveis para a equipe, evitando alguns efeitos adversos de CO², sonolência,
hipotensão e por conseqüência parada cardíaca.
TEMPERATURA
A monitorização da temperatura na sala de cirurgia é de importante para avaliar estados de
hipertermia e hipotermia, estes fatores podem acarretar nos pacientes transtornos desagradáveis,
como eventos cardíacos, alteração do metabolismo e prejudicar a cicatrização de feridas.
Fatores que contribuem para o desenvolvimento da hipotermia:
-idade avançada;
-crianças;
-caquexia;
-morbidade concomitante;
Duração do procedimento cirúrgico;
-irrigação com líquidos frios;
-anestesia geral e regional.
A temperatura da sala de cirurgia deve ser aumentada em casos de hipotermia, se possível retirar
campos, lençóis ou coberturas que estejam molhadas e cobrir o paciente com cobertores para seu
aquecimento;
A hipertermia maligna é uma complicação rara e com risco de vida que pode ser deflagrada por
medicamentos utilizados em anestesia, alguns outros fatores também podem desencadear a
hipertermia maligna como, por exemplo, estress físicos extremos e traumatismos. A HM é uma
doença multifatorial e é transmitida geneticamente.
Os sintomas da HM são:
-aumento do metabolismo celular;
-taquicardia;
-hipóxia;
-arritmia cardíaca;
-aumento da temperatura;
-rigidez muscular;
-pressão arterial instável ou elevada.
Como é um distúrbio com risco de vida, muitos anestesistas já se previnem utilizando medicamentos
que controlam os sintomas, como o Dantrolene (Dantrium), relaxante muscular e medidas
preventivas (bolsas de gelo, soro gelado para a infusão venosa periférica, colchão térmico, etc).
ECG (ELETROCARDIOGRAMA)
É fundamental em qualquer tipo de procedimentos, as alterações cardiovasculares são importantes
indicadores premonitórios da maioria dos acidentes relacionados à anestesia.
A ausculta cardíaca pode ser feita com estetoscópio precordial ou esofágico (este tipo só é utilizado
em cirurgias que não permitem a utilização do estetoscópio precordial ou por preferência do
anestesista). Permitem informações sobre o ritmo, freqüência e intensidade dos batimentos
cardíacos.
O ECG também é rotina na anestesia atual e tem como objetivo a verificação de:
-atividade cardíaca;
-arritmias;
-alterações eletrolíticas;
-função de marca-passo artificial;
-isquemia.
PRESSÃO NÃO-INVASIVA (PNI)
A pressão arterial é constantemente medida em qualquer procedimento cirúrgico, a medida indireta
da pressão arterial é feita com a utilização de um esfigmomanômetro.
A hipertensão arterial é o aumento desproporcionado dos níveis da pressão em relação,
principalmente, à idade. A pressão arterial normal num adulto alcança um valor máximo (sistólica)
de 140mmHg (milímetros de mercúrio) e mínimo (diastólica) de 90mmHg. Valores maiores indicam
hipertensão (pressão alta). O primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólica, e
corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração. O
segundo número, ou o de menor valor é chamado de diastólica, e corresponde à pressão na mesma
artéria, no momento em que o coração está relaxado após uma contração.
A incidência de pressão alta é observada em relação a:
-idade;
-sexo;
-tendência genética;
-estresse;
-excesso de peso.
PAD
(mmHg)
< 85
85-89
90-99
100-109
> 110
< 90
PAS
(mmHg)
< 130
130-139
140-159
160-179
> 180
> 140
Classificação
Normal
Normal limítrofe
Hipertensão leve (estágio 1)
Hipertensão grave (estágio 3)
Hipertensão moderada (estágio 2)
Hipertensão sistólica isolada
PRESSÃO INVASIVA (PAM)
Consiste na introdução de um cateter em uma artéria através de uma punção ou dissecção, que é
conectado a um sistema de transmissão de pressão, um transdutor de pressão que por sua vez é
conectado ao monitor.
A pressão arterial medial (PAM) é determinada pela cateterização arterial, podendo ser feita nas
artérias radial, pediosa e femoral. A mais freqüentemente utilizada é a artéria radial, a PAM é útil
quando há necessidade de medida contínua da pressão arterial e ou quando se necessita de amostras
repetidas de sangue arterial para análise.
Indicações- Pacientes com níveis pressóricos instáveis, em uso de drogas vasoativas, pósoperatórios de grandes cirurgias, no choque, em grandes queimados.
Para verificarmos a PAM utilizamos a seguinte fórmula:
PAM= PAS + (PAD x 2)
3
PRESSÃO VENOSA CENTRAL
A pressão venosa central reflete o equilíbrio entre o volume sangüíneo, a capacidade venosa e a
função cardíaca direita e de maneira indireta a função ventricular esquerda, em indivíduos com
função cardíaca normal. Também é útil Para a administração rápida de líquidos, inserção de cateter
de artéria pulmonar e de marca-passo transverso, e infusão de outras substâncias de acordo com a
necessidade dos procedimentos. A abordagem mais freqüente para a realização do procedimento é
pela veia jugular ou pela veia subclávia.
A monitorização da PVC é indicada nos seguintes procedimentos:
-cirurgias com grandes flutuações de volume sangüíneo;
-paciente hipovolêmico;
-pacientes em choque;
-pacientes cardíacos submetidos a cirurgias cardíacas ou extra-cardíacas.
Algumas da monitorizações verificadas pelo monitor cardíaco.
-pressão capilar pulmonar (PCP);
-débito cardíaco (DC);
-pressão intracraniana (PIC).
Mais uma vez deve ser enfatizada a função do anestesiologista na monitorização do paciente. É de
suma importância à análise clínica do paciente, que consiste da história, exame físico, estado geral,
observação contínua das funções vitais e efeitos da anestesia, e acima de tudo, estar atento a
qualquer alteração precoce do estado paciente.
O zero da régua ou coluna de água ou o transdutor devem colocados ao nível da axila média do
doente. São considerados valores normais os compreendidos entre 6 e 10Cm H2O se for medido na
régua e 3 a 6mmHg no transdutor eletrônico.
O cateter permite também administrar medicamentos devido a ter mais do que uma via. A medição
obriga a que se fecham as outras vias sempre que for necessário medir a pressão, se estiverem a ser
usadas.
Se os valores forem inferiores ao normal pode ser sinal de baixo volume sanguíneo (Hipovolemia),
se superiores pode provocar sobrecarga de líquidos (hídrica). Este exame é apenas realizado a
doentes internados.
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